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19/03/2022

Universidade Federal da Paraíba


Centro de Ciências Agrárias
Departamento de Biociências

Aula 6: Morfologia e classificação do caule

Prof.ª Lenyneves Duarte

Sistema Caulinar
Definição: órgão vegetativo, geralmente aéreo
podendo ser clorofilado ou não, de crescimento
Funções:
indeterminado, constituído de nós, entrenós,
folhas e estruturas reprodutivas. • Condução de substâncias – seiva,
hormônios, água, etc.
Origem:
• Sustentação das estruturas
Gêmula (plúmula) do embrião – eixo epicótilo vegetativas e reprodutivas
Gemas caulinares • Podem armazenar substâncias
Características: • Podem realizar fotossíntese
• Fototropismo positivo • Reprodução vegetativa

• Órgão complexo – nós, entrenós, folhas, ramos


vegetativos e reprodutivos

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Importância

• Comercial (Madeiras)
• Industrial (borrachas,
corantes, ração, resinas,
papel e celulose)
• Medicinal (Gengibre e
alcaçuz)

Gengibre - Zingiber officinale Alcaçuz- Glycyrrhisa glabra


O rizoma é usado em temperos e Propriedades antiespasmódicas,
age com uma ação anti- diuréticas, antiinflamatórias, anti-
inflamatória sépticas e expectorantes.

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Comestíveis

Palmito

Região inserida no ápice do eixo caulinar


de algumas palmeiras, que inclui as
bainhas das folhas terminais e não
expandidas.

Euterpe sp.

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Estrutura do Caule
Gema apical
e axilar

• Gema : Regiões com meristemas. Variam


em forma, tamanho e localização.
• Nós: região onde as folhas nascem
(meristemas)
• Entrenós: espaço entre dois nós
consecutivos
• Profilo: primeira folha de um ramo
• Ramos caulinares: vegetativos e
reprodutivos
• Colo: região de transição entre a raiz
e o caule

Gemas Gema apical


e axilar

Quanto a localização

• Gema apical: Meristema primário

(células embrionárias) localizado no ápice

do caule - crescimento longitudinal do

caule.

• Gema lateral ou axilar: origina os

ramos (ramificação lateral dos caules).

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Gemas
Quanto ao desenvolvimento

Hibernantes: se desenvolvem no ano

seguinte de sua formação;

Dormentes: se desenvolvem vários anos

depois de sua formação;

Prontas: acompanham o crescimento da

planta - Primaveris, estivais e outonais.

Caulifloria
Fenômeno típico de algumas plantas que
produzem flores e, posteriormente, frutos no
caule a partir de gemas dormentes.

Paulinia cauliflora Theobroma cacao

Annona muricata Artocarpus sp.

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Ramos do caule

• Ramos Vegetativas: folhas, espinhos,


gavinhas, etc.
• Ramos Reprodutivas: flores, frutos,
estróbilos, etc.

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Folhas

Ramo vegetativo,
lateral, com função de
fotossíntese.

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Vitis vinifera Passiflora edulis

Gavinhas

Ramos filamentosos,
axilares, aptos a se
agarrar e enrolar-se em
hélice sobre suportes.

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Citrus auranticum
Espinhos

São ramos curtos,


endurecidos, pontiagudos
de origem endógena,
difíceis de destacar, com
função de proteção.

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Acúleos

São espinhos de origem


exógena, que surgem da
epiderme caulinar. São
frágeis e fáceis de destacar.
Função de proteção.
Rosa glandiflora

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Escapo

Ramo caulinar que sai do


rizoma ou bulbo de plantas
sem caule aéreo e com
folhas em roseta. Sustenta
flores na extremidade.
Narcissus tazetta Amaryllis sp.

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Exsudatos do caule
•Seiva: é a solução nutritiva (produtos
da fotossíntese) conduzida pelo floema.

• Látex: líquido viscoso formado por


diversas substâncias insolúveis em
água (óleos, taninos, alcaloides, gomas
etc). Geralmente possui coloração
esbranquiçada.
Estrutura secretora: laticíferos
(célula secretora ou idioblasto secretor) –
geralmente localizadas entre células de
parênquima e floema.
Função: cicatrização, proteção
contra herbivoria e ataque de patógenos.

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• Resina: substância pegajosa,

as vezes aromática, que em

contato com o ar se solidifica.

Possui substâncias como

terpenos e seus derivados,

óleos, ácidos carboxílicos.

• Estrutura secretora: canais de

resina ou canal resinífero.

• Função: cicatrização, proteção

contra herbívoros e

microrganismos.

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Aula 7: Classificação do caule

Prof.ª Lenyneves Duarte

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Evolução do caule

Gênero fóssil – Psylophyton –


390 milhões de anos

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Evolução do caule

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Evolução do caule
Ao longo da diversificação Adquiriram outras funções/ características:
das plantas os caules
• Reserva de nutrientes;
tornaram-se fortemente
modificados – características • Diversificaram o hábito, as formas de
diagnósticas (nós e entrenós)
crescimento e surgiram as adaptações;
– unidades repetidas ou
fitômeros. • Retornaram a função fotossintética.

entrenó

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•1. Consistência:
• Herbáceo
• Sub-lenhoso
• Lenhoso

•2. Ramificação:
Classificação • Monopodial
dos Caules • Simpodial
• Dicásio

•3. Quanto ao hábitat:


• Aéreos: eretos, rastejantes e trepadeiros
• Subterrâneos: rizomas, tubérculos, bulbos, cormos e túberas
• Aquáticos

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1. Quanto a
consistência
Herbáceo: caule não lignificado,
clorofilado, flexíveis e com Brassica oleracea Lactuca sativa

desenvolvimento pequeno, constitui


o caule das herbáceas.

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Sub-lenhoso: caule parcialmente lenhoso, geralmente na base,


mas com aspecto herbáceo. Caule dos arbustos.

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Lenhoso: caule lenhoso, consistente e resistente. Caule das


arbóreas.

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2. Quanto a Ramificação
Monopodial: caule que cresce com um
eixo principal mais proeminente do que os
outros ramos pela atividade de uma única
gema apical.

Pinus sp.

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Brassica oleracea Carica papaya Cocos nucifera

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Simpodial: gema terminal de curta duração que


logo é substituída por uma lateral que passa a ser
a terminal e assim por diante.

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Dicásio: duas gemas laterais crescem


mais do que a gema terminal, formando
ramos.

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3. Quanto ao hábitat
Caules aéreos

Desenvolvem-se acima do solo e podem


ser:
• Eretos: Crescem verticalmente.
* Tronco, haste, estipe, colmo, cladódio
e rizóforo.
• Trepadores: crescem sobre um suporte
* Volúveis e Escandentes
• Rastejantes: crescem horizontalmente
* Estolonífero e Sarmentoso

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Eretos

• Tronco ou Fuste:
lenhoso, resistente e
ramificado no ápice.
Ocorre em árvores e
arbustos de
Eudicotiledôneas e
Gimnospermas.

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Artocarpus heterophyllus Tabebuia avellanaea Tabebuia alba

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Haste
São verdes (clorofilado) de pequeno diâmetro, pouco resistente (pouco
lignificado) com os nós evidenciados pelas folhas. Encontrados em herbáceas e
subarbustos.

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Estipe
Caule lenhoso difuso, sem ramificações, cilíndrico e com folhas no ápice.

Cocos nucifera Oreodoxa regia Carica papaya

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Colmo

São caules com a nítida divisão


Bambusa sp.
entre nó e entrenó, não
ramificado, podendo ser cheios
ou ocos (fistuloso).

Saccharum officinarum

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CACTACEAE

Cladódios e
Filocládios
Opuntia sp.
São caules carnosos, verdes
(fotossintetizante), achatados,
com folhas reduzidas a espinhos,
além de armazenar água
(adaptação a ambientes áridos).
Homolocladium platycladium Cereus jamacaru

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CACTACEAE

Epiphyllum oxypetalum

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(APOCYNACEAE)
Stapelia sp.

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Rizóforo
São caules e não raízes escora
como se pensava, pois possuem
anatomia de caule e não de raíz.

Caules

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Trepadeiros
Volúveis: quando apenas se enroscam, sem órgãos de fixação.

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Escandentes: quando apresentam órgãos de fixação, tais como gavinhas, espinhos ou raízes
grampiformes.

Passiflora sp. Sechium edule Luffa operculata

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Rastejantes
Caule rastejante com nós emitindo raízes adventícias e uma nova parte aérea.

Fragaria vesca

Echeveria sp.

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SARMENTOSO OU PROSTRADO
São caules rastejantes, enraizados em um único ponto, que quando encontram
um suporte, sobe por ele e torna-se um caule trepador.

Cucumis sativus Cucurbita moschata Citrullus vulgaris

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Caules subterrâneos
Rizoma: caule horizontal emitindo brotos,
folhas e raízes adventícias, dotado de nós,
entrenós, gemas e escamas.
Zingiber officinale

Cyperus rotundus

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Musa paradisiaca
Sansevieria thyrsiflora

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Tubérculo: caule com reservas nutritivas, formato arredondado ou ovoide,


podendo ter folhas reduzidas. Originado das ramificações da base do caule aéreo.

Dioscorea alata

Solanum tuberosum

Anredera cordifolia

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Tubérculos Aéreos: Caule com reserva nutritiva, semelhante a tubérculos,


mas que se encontram na parte aérea da planta, partindo do caule principal.

Ex. Cará do ar

Discorea bulbifera

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Bulbos: eixo cônico que


constitui o caule do qual
se originam folhas
ou catafilos
também subterrâneas.
Podem ser tunicados,
sólidos, escamosos e
compostos.

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• Bulbo Tunicado: com folhas largas e • Bulbo Composto: formado por um


grossas mais desenvolvidas que o grande número de pequenos bulbos
prato, umas recobrindo as outras, com associados. Ex. alho
função de reserva. Ex. cebola

Catafilos Túnicas

Allium cepa
Allium sativum

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• Bulbo Sólido: achatado, com eixo


• Bulbo Escamoso: folhas mais desenvolvidas que
caulinar (prato) mais desenvolvido,
o eixo caulinar, mas que não se recobrem. Ex. lírios
com reservas e folhas escamiformes
mais reduzidas Ex. açafrão.

Crocus sativus

Gladiolus sp.

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• Pseudobulbo :
espessamento da
base do caule,
especialmente de
epífitas –
preenchido por
parênquima
aquífero. Típico das
orquídeas.

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• Cormo: caule intumescido, cilíndrico ou globoso, com nós e


entrenós ainda visíveis. As suas folhas também são catafilos.

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• Túbera: caule principal e intumescido em apenas um nó, sem percepção visível de


nós e entrenós. As suas folhas também são catafilos.

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Xilopódios: órgão subterrâneo lignificado de origem anatômica mista (raiz ou


caule). Comum em plantas de ambientes áridos e formações savanoides.

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Caules Aquáticos
• Se desenvolvem na água
• Plantas aquáticas
• Ricos em parênquima aerífero

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Universidade Federal da Paraíba


Centro de Ciências Agrárias
Departamento de Biociências
lenyneves@academico.ufpb.br

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