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ESTRATÉGIA

ESTRATÉGIA

CRIAÇÃO DE EMPRESAS POR MICROEMPREENDEDORES


CRIATION OF BUSINES COMPANIES BY MICRO-ENTREPRENEURS

Maria Goreti Boaventura Marlene Catarina Oliveira Lopes Melo


Faculdade Novos Horizontes/UFMG Faculdade Novos Horizontes

Data de submissão: 22 jan. 2010 . Data de aprovação:


22 nov. 2011 . Sistema de avaliação: Double blind review.
Universidade FUMEC / FACE . Prof. Dr. Henrique Cordeiro
Martins . Prof. Dr. Cid Gonçalves Filho.

RESUMO

O número de jovens empreendedores vem aumentando no Brasil, pela


dificuldade em conseguir trabalho ou pelo desejo de ter o próprio negócio
e não ter patrão. Por necessidade ou por vontade de ter o próprio negócio,
os jovens se aventuram cada vez mais na criação de novos negócios. Assim,
o objetivo deste trabalho foi verificar quais as principais motivações para a
abertura do negócio, quais as dificuldades encontradas para essa abertura e
qual o perfil empreendedor dos jovens, com idades entre 24 e 37 anos, que
abrem empresas no setor de moda, em Belo Horizonte, e cujas empresas
tenham sido abertas há no máximo cinco anos. O estudo foi qualitativo,
sendo utilizada a entrevista semiestruturada como meio de coleta de dados.
CRIAÇÃO DE EMPRESAS POR MICROEMPREENDEDORES

A análise dos dados foi feita por meio da análise de conteúdo, após tabulação
dos dados coletados nas entrevistas. Posteriormente, com base nos dados
analisados, foram feitas as considerações gerais.

PALAVRAS-CHAVE
Empreendedorismo. Jovens empreendedores. Perfil empreendedor. Motivação
empreendedora. Moda.

ABSTRACT
The number of young entrepreneurs in Brazil has been increasing, either for
the difficulty in getting a job, or the desire to have their own companies and
not have a boss. For necessity or for desiring to have their own businesses,
the youngsters have ventured even more in the creation of new companies.
This way, the objective of this job was to verify the main motivations for
the opening of a new business; the difficulties met in the process; and
the entrepreneurial profile of the youngsters, aged between 24 and 37
years old, who had opened business companies in the fashion market in
Belo Horizonte, and which companies had been open in the last five years.
The research was qualitative, using the semi-structured interview as the
data collection method. The data collected in the interviews was analyzed
through the analysis of contents, after its tabulation. Afterwards, the general
considerations were made based on the analyzed data.

KEYWORDS

Entrepreneurship. Young entrepreneurs. Entrepreneurial profile.


Entrepreneurial motivation. Fashion.

INTRODUÇÃO resultados apresentados pelo GEM (2008)


mostram que, para cada empreendedor
O relatório de pesquisa do Global por necessidade, há dois por oportunidade
Entrepreneurship Monitor (GEM), Os jovens têm sido incentivados ao
publicado em 2008, revela que o empreendedorismo como solução para
empreendedorismo no Brasil apresentou facilitar o problema do desemprego e
alguns dados importantes, tais como como enfrentamento da dificuldade de
a inversão entre o empreendedorismo inserção ao mercado de trabalho (GEM,
por oportunidade e por necessidade, 2008). Apesar do aumento de jovens,
verificando-se um aumento na atividade com menos de 35 anos, iniciando uma
empreendedora entre os jovens. Os atividade empreendedora, as dificuldades

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a enfrentar são muitas, como a falta de Para o desenvolvimento do


crédito ou a inexperiência dos jovens trabalho, inicialmente será apresentado
(SOARES; MACHADO, 2005; BORGES; um referencial teórico sobre o
FILION; SIMARD, 2007). No entanto, empreendedorismo - o empreendedor e
pelo próprio perfil do jovem atual, que os mitos que o cercam, seguidos de uma
é inovador e criativo, acredita-se em análise do jovem e sua inserção como
uma renovação do mercado de trabalho, empreendedor no setor de moda. Por fim,
tornando-o mais dinâmico. serão apresentados os dados resultantes
Neste estudo, optou-se por analisar da pesquisa, a análise desses dados e as
empreendedores do setor de moda, em considerações finais.
Belo Horizonte, cujas empresas tivessem
DESENVOLVIMENTO
menos que cinco anos, com o objetivo
de verificar qual o perfil dos jovens Empreendedorismo no Brasil
analisados, quais os principais motivos O Brasil ocupa, atualmente, a 13ª
que os levaram a empreender e quais posição como país mais empreendedor
dificuldades foram encontradas para a do mundo, apresentando uma Taxa
criação das empresas. Para este estudo, de empreendedores em Estágio Inicial
foram selecionados e entrevistados cinco (TEA) de 12,02, indicando que, para cada
empreendedores, formados em Design 100 brasileiros, 12 realizam atividade
de Moda, cujas empresas tenham sido empreendedora (GEM, 2008). Mesmo
criadas há menos de cinco anos. A seleção perdendo posição entre os dez países
se deu por acessibilidade, considerando- mais empreendedores, o Brasil ainda se
se, como jovem, o tempo de formado e mantém com uma das mais altas taxas
de constituição da empresa, e não a idade de empreendedorismo dentre os países
cronológica. pesquisados pelo GEM.
A metodologia utilizada para o Não há consenso quanto à definição
estudo foi a pesquisa qualitativa que, de empreendedorismo. Para Dornelas
segundo Chizotti (2006), tem o objetivo (2008), é a criação de novos negócios que
de extrair do objeto de pesquisa, ou resultam da transformação de ideias em
seja, da pessoa a ser entrevistada, os oportunidades. Dolabela (1999) considera
significados visíveis ou implícitos, que que o termo empreendedorismo designa
só podem ser percebidos por meio de uma grande área que abrange a criação
uma análise detalhada. Para tanto, foi de empresas, o trabalho autônomo,
utilizada a entrevista semiestruturada e as comunidades empreendedoras, o
os dados provenientes das entrevistas intraempreendedorismo, como também as
foram organizados e preparados para políticas públicas para o setor. Para Dolabela
serem analisados (MARTINS, 2008). (1999, p. 59), “Empreendedorismo
Realizou-se a tabulação quantitativa das é utilizado para designar os estudos
respostas, observando-se as repetições relativos ao empreendedor, seu perfil,
e a relevância do fenômeno observado seu sistema de atividades, seu universo
(BARDIN, 2006; MELO, 1991, 2003) e de atuação”.
a análise de conteúdo por categorização Assim como não há consenso para o
temática (BARDIN, 2006). termo empreendedorismo, também não

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há para o termo empreendedor. Para riscos, porém calculados, e que são


Schumpeter (1985), o empreendedor é ótimos líderes, criando times e equipes.
aquele que cria novos negócios e, por Para Hashimoto (2009), dentre os vários
meio de inovações, provoca mudanças mitos em torno do empreendedorismo e
constantes, o que o autor considera como do empreendedor está a crença de que
destruição criativa. Várias características não se consegue nada sozinho e que,
s ã o a t r i b u í d a s a o e m p r e e n d e d o r. para conseguir alcançar o sucesso, é
Perseverança, otimismo, correr riscos e necessário cultivar boas relações e se
não desistir diante do primeiro obstáculo apoiar em sócios e especialistas. Mas,
são características de um empreendedor, segundo o autor, verifica-se que a maioria
segundo Paulo Okamotto, diretor do dos negócios é fruto do esforço pessoal
SEBRAE (GEM, 2008), que ainda destaca e solitário.
a importância do conhecimento e da
informação para iniciar e gerenciar um O jovem e o empreendedorismo
negócio. Dornelas (2007) fez uma síntese O emprego de jovens entre 16 e
das principais características, citadas por 24 anos tem sido a preocupação da
diversos autores, que um empreendedor Organização Internacional do Trabalho
deve apresentar, observando que as (OIT), considerando que, dentre o
mais citadas são: capacidade de correr grande contingente de desempregados
riscos, independência/autonomia, existente no país, 45% correspondem a
capacidade de inovar e necessidade de jovens inseridos nessa faixa etária (OIT,
realização. Foram percebidas algumas 2009). As últimas pesquisas realizadas
características atitudinais comuns aos no Brasil, pelo GEM, têm mostrado que,
empreendedores, como: inovação, a cada ano, vem aumentando a inserção
liderança, correr risco, criatividade, de jovens no mercado de trabalho, por
autoconhecimento e iniciativa, além de meio da atividade empreendedora, cujo
formação de rede de relacionamento principal motivo é o desejo de ter o
próprio, e desenvolvimento de métodos próprio negócio.
de aprendizagem (FILION, 1991). Pesquisa realizada, pelo GEM (2007),
Existem muitos mitos sobre os termos revela que, no Brasil, é crescente a
empreendedorismo e empreendedor. presença dos jovens empreendedores
Dornelas (2008) e Hashimoto (2009) à frente de empresas em fase de
fazem uma análise comparativa desses implantação (54%) e 57% à frente de
mitos com a realidade. Dornelas (2007) empresas com menos de 42 meses de
considera que os principais mitos são vida (novas empresas). Em outros países,
de que já se nasce empreendedor, como o Canadá, por exemplo, foi criado o
que empreendedores estão dispostos programa Desafio do Empreendedorismo
a assumir grandes riscos e que não Jovem, com o objetivo de incentivar e
conseguem trabalhar em equipe. A facilitar o empreendedorismo entre os
realidade, para esse autor, é o inverso, jovens (BORGES; FILION; SIMARD, 2007).
pois considera que experiências, contatos Segundo os mesmos autores, estratégias
e habilidades são adquiridos ao longo estão sendo adotadas pelos agentes
da vida, que empreendedores correm públicos para reduzir o desemprego

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entre os jovens e inseri-los no mercado DWYER, 2001). Os jovens entram para


de trabalho. a faculdade já pensando em montar
Segundo Hashimoto (2009), acredita- o próprio negócio, sem imaginar as
se que o jovem brasileiro tem medo de dificuldades que irão encontrar nesse
empreender e quer, primeiro, adquirir processo. Segundo Camila Yahn (RAGGA,
experiência: dos 62% dos que querem 2009), estilista, as áreas ligadas à moda
empreender, menos da metade se sente são revestidas de muito glamour, porém
segura para abrir seu negócio após se a realidade é diferente. É necessário
formar. Contudo, a realidade mostra muito talento, informação, cultura e
que grande parte dos empreendedores conhecimento, assim como muito estudo
brasileiros é constituída por jovens. durante toda a vida profissional (RAGGA,
Segundo a pesquisa GEM (2008), os jovens 2009; FEGHALI; DWYER, 2001). Por ser
representam 25% dos empreendedores uma área que trabalha com criatividade e
brasileiros, o que coloca o País em terceiro inovação constante, exige muita pesquisa
lugar no ranking mundial de nações com e atenção às tendências, em todos os
maior número de empresários jovens, setores e não só de moda, como economia
atrás apenas do Irã (29%) e da Jamaica e fatos políticos, dentre outros.
(28%). Minas Gerais vem se fortalecendo,
A importância do jovem na economia cada vez mais, no segmento de moda,
tem se tornado cada vez mais relevante por devido à competência dos profissionais
apresentar características peculiares: cada do ramo, que trabalham no Estado. Essa
vez mais cedo tem acesso à informação, expressividade dos últimos tempos tem
grande domínio do conhecimento, é sido produtiva para todos, inclusive para os
fanático por novidades e tem alto poder jovens (RAGGA, 2009). Milhões de dólares
de influência sobre as decisões das outras são gerados pelos setores que envolvem
gerações (SOARES; MACHADO, 2005; a moda, em todo o mundo, segundo
CONSUMO..., 2008). Feghali e Dwyer (2001). Por essas razões,
o Estado atrai, cada vez mais, os jovens
O jovem e a formação acadêmica em moda para entrar nesse mercado, por meio do
empreendedorismo. Segundo Robson
A moda sempre foi uma área
Andrade, presidente da FIEMG (MODA...,
importante para a economia e alvo de
2009), o setor têxtil e de confecções é
interesse de grande número de jovens.
hoje o segundo maior empregador formal
Com o surgimento dos cursos de moda,
da indústria de transformação em Minas,
esse interesse aumentou. Reportagem
que ocupa a terceira posição no Produto
publicada pela revista Raggadrops (EM,
Interno Bruto (PIB) têxtil nacional, com
out. 2009) coloca que, apesar da ideia de
12,3% de participação, correspondente a
muito glamour e futilidade, essa não é a
US$ 4 bilhões de faturamento.
realidade do dia-a-dia do setor, que exige
muito trabalho, personalidade, força de ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS DADOS
vontade e muita aptidão.
Perfil dos entrevistados
Com o surgimento dos cursos de
moda, ocorreu uma profissionalização do Para se entender o interesse dos
setor, que antes não existia (FEGHALI; entrevistados pela moda, inicialmente,

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foi traçado o perfil desses jovens para se deveriam ter, no máximo, cinco anos de
entender sua inserção no mercado, como criação, para avaliar as dificuldades e
empreendedores. Foram selecionados facilidades enfrentadas para a criação e
cinco jovens, cujos empreendimentos crescimento das empresas (QUADRO 1).

QUADRO 1 – Perfil dos empreendedores entrevistados

Fonte: Dados coletados da pesquisa.

O grupo de empreendedores dos entrevistados é o de vestuário,


selecionados era constituído por quatro sendo que 04 produzem suas criações e
mulheres e um homem, sendo 03 01 trabalha como consultor na área de
solteiros e 02 casados. Apenas um dos desenvolvimento de produto de vestuário.
entrevistados tem um filho. Todos têm A TA B. 1 m o s t ra a s p r i n c i p a i s
curso superior em design de moda. A características das empresas selecionadas:
idade dos entrevistados varia entre 24 80% delas têm 02 anos de atividade e
e 37 anos. O setor de atuação de 100% apenas uma está em atividade há 4 anos.

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TABELA 1 - Características da Empresa

Fonte: Dados oriundos da pesquisa.

Resultados obtidos na pesquisa uma característica do setor, que é a


mostram a predominância de terceirização. Essa terceirização, em
microempresas (100%). Segundo dados geral se dá pelas facções, que, segundo
do SEBRAE (2009), há aproximadamente Goularti Filho e Jenoveva Neto (1997),
90% de empresas de pequeno e médio são divididas em industrial ou domiciliar
porte. No caso dos resultados do estudo, (costureiras domiciliares). Apenas um
o predomínio de microempresas se entrevistado disse ter um estagiário.
justifica pela condição financeira dos Apesar de haver uma elevada oferta de
empreendedores: são, em sua maioria, mão de obra disponível no setor de moda,
recém-formados. Barros e Pereira (2008) esse é um fator que sempre é apontado
apontam as pequenas empresas, e, no como uma dificuldade, devido à baixa
caso, se incluem as microempresas, como qualificação. Segundo Saffioti (1987),
um dos principais meios de se iniciar o setor sofreu uma desqualificação e
na atividade empreendedora. Segundo precarização da mão de obra, devido à
Andrade (2002), a indústria do vestuário grande divisão de trabalho no setor e que
é caracterizada pelo elevado número de é agravada por contar com um grande
empresas de micro e pequeno porte, contingente de mão de obra feminina.
concentradas nos diversos polos de moda,
gerando empregos devido à utilização Autoavaliação empreendedora
intensiva de mão de obra, por meio de Conhecer os traços da personalidade
empregos diretos ou indiretos (EM, 2009). é importante para definir diretrizes, e
A maior parte dos microempresários que atitudes e comportamentos adotar
entrevistados (80%) tem de 03 a 04 para implementar ações que contribuam
empregados diretos, e um entrevistado para o êxito do negócio (DOLABELA,
(20%) disse não ter nenhum. Há um 1999). A seleção dos entrevistados,
predomínio de contratação de empregados aqui considerados jovens, se deu não
indiretos, variando, nos casos estudados, pela idade cronológica, mas pela idade
de 15 a 30 empregados, indicando dos empreendimentos. Perfeccionismo,

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idade, sucesso e crescimento foram Acho que sim [...] porque eu


termos citados pelos entrevistados para acho que até depois que eu abri
se definirem como empreendedores. a empresa eu cresci bastante, eu
Observou-se que 80% dos entrevistados amadurei bastante, tanto como
se consideram empreendedores e apenas pessoa como quanto por esse lado
um disse não ter consciência de sua empreendedor, que eu nem sabia
condição como tal. As razões apontadas que eu tinha tudo isso (E4)
são as mais diversas. Um entrevistado O único entrevistado que disse não
diz se considerar empreendedor por saber como se vê, fica reticente, mas
ter conseguido atingir seus objetivos, percebe a admiração dos outros pelo
trabalhando com moda, durante toda seu sucesso e criatividade. Disse que só
sua vida profissional, começando a conseguirá fazer essa avaliação dentro
trabalhar em fábrica, como costureira e de alguns anos, depois de ver resultados
só recentemente, tendo feito faculdade positivos de seu trabalho. Mas, conclui
de moda. dizendo que seus negócios estão indo
Eu me considero uma mulher bem.
empreendedora e eu me vejo uma Como que eu me vejo? Ah não sei
mulher de sucesso, porque a vida como eu me vejo não, acho que...
inteira eu ganhei dinheiro mexendo eu só vou saber te responder lá
com moda, porque foi a loja, na frente, mas está indo bem essa
trabalhando em fábrica... então eu caminhando (E3)
me vejo uma mulher de sucesso, Questionado sobre como os outros o
eu sempre fui atrás. (E2) viam como empreendedor, o entrevistado
respondeu com um sorriso nos lábios,
O fator idade foi o ponto principal para
tendo convicção da admiração que os
que um entrevistado se considerasse
outros têm pela sua ousadia e coragem:
empreendedor.
Eu me considero, né... eu não sei Não sei, ah... deve achar que [...]
falar assim, como eu me vejo!... deve achar que eu sou muito doido,
eu vejo mais pelos outros... eu né. Como que uma pessoa vai
conheço, assim, muita gente que montar uma empresa numa época
fala: nossa!... dão os parabéns! dessas?... (E3)
E falam assim: vocês são muito Pelos resultados obtidos, pode-se
novinhas! Não acredito que são só perceber que 100% dos entrevistados
vocês que tão fazendo isso tudo! têm consciência e fazem uma avaliação
(E5) positiva de sua condição empreendedora.
Nesse caso, o fator que teve mais São corajosos e destemidos, prontos para
peso para a autoavaliação positiva foi a enfrentar crises e vencer os desafios.
sua pouca idade e o orgulho que sente ao As influências que o jovem
ter seu trabalho reconhecido, enquanto empreendedor recebe são consideradas
outro diz ter se descoberto empreendedor motivações para a criação de um negócio.
pelo amadurecimento que teve depois de Em estudo de Dornelas (2007), os dados
aberta a empresa. que aparecem com mais frequência

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quanto a modelos de referência foram os pessoas próximas ao empreendedor, e


familiares e empreendedores de sucesso. que não são familiares. Neste estudo,
Mas, o autor detectou que, mesmo esse fato também pode ser observado
em menor proporção, há influência de (TAB. 2).

TABELA 2 - Influências Empreendedoras

Fonte: Dados oriundos das entrevistas.

Influência de Familiares foi citada Eu tenho uma tia minha, também…


por 100% dos entrevistados. Dentre os ela não tinha nada!... Quando
familiares, foram citados os familiares, ela começou e hoje ela tem um
em geral, por trabalharem na área de colégio. Ela dava aula particular em
moda. uma salinha e começou crescendo
devagar [...]. Todo mundo achava
[...] foi a família, minha família
ela uma doida! E hoje ela tem o que
quase toda é envolvida com a
ela tem, graças a ela, ao trabalho
área de confecção, né, embora
dela... (E5)
que pequeno, e eu vejo isso desde
criança (E1) Alguns entrevistados (40%) citaram
proprietários de empresas em que
A mãe, a tia e a avó aparecem como
trabalharam, prestaram serviço de
referências familiares, indicando ter mais
consultoria ou estagiaram, como referência
de um modelo dentro da mesma família.
empreendedora, indicando a importância
Da minha história pessoal, o que dessas pessoas como influência.
foi decisivo eu acho que foi o fato O que eu considero (como
da minha mãe ter tido uma fábrica influência)... Eu tenho uma das
de roupa na minha infância; então donas da empresa em que fiz
eu ficava lá e cresci com isso, até estágio. Ela pra mim é uma
depois a fábrica dela fechou e eu empreendedora bem sucedida,
falei: é isso mesmo que eu quero! porque a família não tinha nada
(E4). [...] tudo que eles têm... [...] ela
Desde minha infância, eu via minha é a base de tudo (E5)
avó costurando e eu sempre gostei. Então, eu trabalhei em duas
(E5) empresas que eram bem opostas

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quanto à proposta [...] de moda consideram terem tido sucesso (HISRICH;


[...]. Assim, as proprietárias PETERS, 2004; DORNELAS, 2007). Muitas
sabem muito. Sabem o que estão vezes, o empreendedor considera como
fazendo. Então essas duas visões, influência alguém próximo, por quem
eu acho que é muito bom para tem admiração, como ex-patrões, ou
mim. Acho que foi mais ou menos mesmo professores, como verificado
o que eu e meu sócio fazemos. Aí, neste estudo.
hoje eu estou conhecendo outras
(empresárias) também que... que Trajetória de vida
vão sendo o meu espelho. (E3) As experiências vividas na infância
Um entrevistado cita o professor como e adolescência são consideradas um
influência: importante elemento nos estudos de
empreendedorismo, por ser considerado
D e i x a e u ve r, e u t e n h o q u e
um fator determinante na escolha
acrescentar que eu aprendi muito
profissional dos indivíduos (HISRICH;
com um professor [...] e me fez
PETERS, 2004; MACHADO, 2002). A TAB.
gostar mais ainda da área em que
3 mostra resultados da pesquisa, em que
atuo (E2)
a experiência anterior aparece em 60%
Os resultados apresentados das respostas dadas, confirmando dados
indicam que o convívio com outros do SEBRAE-SP (2005), em que 69% dos
empreendedores influi sobre a escolha empreendedores, cujas empresas são
e formação profissional dos jovens consideradas sobreviventes, possuem
empreendedores, incluindo familiares experiência anterior na atividade de
ou outros empreendedores com os quais atuação e influência familiar, aparecendo
os entrevistados se relacionam e que ambos em 60% das respostas.

TABELA 3 – Elementos da história de vida e trajetória profissional


considerados decisivos para a criação da empresa

Fonte: Resultados oriundos da pesquisa.

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NOTA: * Soma das frequências é superior a 100% por ter sido possível aos entrevistados darem mais de uma resposta

A experiência anterior no ramo de em que trabalharam deu segurança para


atuação do empreendedor é apontada a montagem do novo empreendimento.
como fator muito frequente entre as
características dos empreendedores Motivação para criação da empresa
de sucesso (SEBRAE, 2005). Dornelas Em estudo de Dornelas (2007), o
(2007), que analisa a sobrevivência e principal fator apontado como essencial
a mortalidade das empresas paulistas, para o início de um negócio foi ter
verificou que nas empresas sobreviventes surgido a oportunidade. Neste estudo,
a experiência anterior é mais elevada. os principais fatores foram o desejo que
Influência familiar apareceu em segundo o entrevistado sempre teve de trabalhar
lugar, com 60% de respostas. As falas com moda e o apoio recebido, seja de
abaixo confirmam a veracidade dos fatos. familiares, amigos ou outros profissionais.
Trabalho desde os 19 anos na área Considerando que os entrevistados
de comercialização de produtos, podiam dar mais de uma resposta,
que foi uma base para eu entender percebe-se que os fatores podem se
qual a dificuldade e qual a percepção combinar para motivar a criação de um
do consumidor na empresa, para negócio:
querer comprar um produto (E1) Eu tomei a decisão de criar a
empresa na área de moda por
As empresas em que trabalhei
entender que aquele era o meu
foram importantes para adquirir
ramo, que aquele era o meu negócio
uma certa experiência. [...] na
(E1)
verdade eu trabalho muito antes
da empresa; então, é uma área que O desejo de trabalhar com moda foi um
eu conheço e em que eu vou errar fator citado por 80% dos entrevistados.
menos (E3) Mas, para a criação do negócio, não foi o
item de maior peso na decisão. Observa-
Quando fiz meu estágio, tive
se que os motivos apresentados para a
mais empenho ainda em ter meu
criação da empresa foram variados, como
negócio, porque eu aprendi muita
mostrado na TAB. 4. Entre esses motivos,
coisa (E5)
estão a vontade de ter o próprio negócio
A experiência anterior, seja como e não ser empregado, o apoio de amigos
funcionário ou como estagiário, foi e familiares, a escolha do curso superior
considerada, por todos os entrevistados, em moda. Todos os entrevistados colocam
fundamental para influenciar a criação de que a escolha do curso em moda se deu
um negócio. Segundo os entrevistados, pela paixão que sempre tiveram pela área
o conhecimento adquirido nas empresas e pela experiência que já tinham no setor.

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TABELA 4 - Motivação para a criação da empresa

Fonte: Dados oriundos das entrevistas.

A moda brasileira se desenvolveu nos Segundo os entrevistados, o curso deu


últimos anos, abrangendo diversas áreas segurança para enfrentar o mercado, que
tais como: editorial, metalúrgico, arte, é altamente competitivo e necessita de
dentre outras (FEGHALI; DWYER, 2001). muito conhecimento técnico e pesquisa.
Escolas de design de moda surgiram em
A Faculdade foi decisiva para a
todo o Brasil, profissionalizando o setor.
criação da empresa também,
Vários jovens recém-formados decidem
porque ela foi me dando segurança
iniciar o próprio negócio.
para enfrentar esse mercado (E1)
A elevação no nível educacional tem sido
[...] a escola teve uma importância
apontada como um dos fatores de sucesso
grande, com certeza. Inclusive, eu
e sobrevivência de empreendimentos
quero até continuar no semestre
(HISRICH; PETERS, 2004; DORNELAS,
que vem e fazer a minha pós
2007; SEBRAE, 2005, 2008). Estudo do
(graduação). Com certeza, é
SEBRAE-SP (2008) revela que 73% dos
empreendimentos estudados tinham fundamental porque aí você tem
no comando um empreendedor com a noção mesmo de como criar [...]
formação mínima equivalente ao Ensino Você tem que ter uma historia,
médio. No caso específico deste estudo, contar uma história naquela
a formação em moda foi citada como roupa. Então, com certeza, foi
motivo para a criação da empresa. fundamental. (E2)

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O conhecimento em gestão, adquirido de experiências anteriores na área de


na faculdade, aliado à experiência moda.
anterior, deu embasamento e segurança [...] já tinha ganhado prêmios
para a abertura e gestão da empresa. antes de fazer o curso (E3)
O modelo de gestão foi muito o Eu trabalhei a minha vida toda
modelo de gestão que eu aprendi no chão de fábrica e foi o que me
na Faculdade e que eu adaptei na determinou e influenciou a estudar
empresa (E1) moda. (E2)
Aprendi (noções de Administração) Pelos relatos, observa-se que a
na Faculdade, foi na disciplina escolha do curso de moda teve grande
de Marketing I, Marketing II e importância na decisão de criar a empresa.
Gerenciamento de produto. São A escolha pelo curso também se deu pela
coisas mais básicas mesmo de experiência que alguns entrevistados já
como administrar (E2) tinham na área e fizeram a escolha em
busca de conhecimento técnico que desse
O curso de moda motivou a criação da
a segurança necessária para a condução
empresa, permitindo a realização de um
do empreendimento.
sonho que era a criação da marca.
É o curso, com certeza, porque Dificuldades
quando eu entrei na faculdade, já
Dificuldades diárias (gestão,
tinha a ideia de montar a minha
funcionários, produção, financeiras) foi
marca (E4)
o item mais citado pelos entrevistados,
Eu entrei na faculdade com o intuito que muitas vezes, não sabiam citar uma,
de montar uma coisa própria (E5) em especial, como pode ser observado.
Fazer o curso também foi consequência (Ver TAB. 5)

TABELA 5 – Momento mais difícil na criação do novo empreendimento

Fonte: Resultados oriundos da pesquisa.

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CRIAÇÃO DE EMPRESAS POR MICROEMPREENDEDORES

NOTA: * Soma das frequências é superior a 100% por ter sido possível aos entrevistados darem mais de uma resposta.

Entre as maiores dificuldades estão a [...] daqui a seis meses, vai


falta de dinheiro para investir no negócio, aumentar a produção, aí vou ter
aparecendo com uma incidência de 100%, que correr atrás de mão de obra
o que pode ser ilustrado pelos relatos a (E2)
seguir: O mais difícil, eu acho, foi a mão
É dinheiro, o grande problema é o de obra, porque é muito importante
dinheiro (E3) ter mão de obra qualificada [...]
Dificuldades impostas pelo governo, vi a dificuldade, vi muito e ainda
com 60% de incidência, sendo citados enfrento a dificuldade de encontrar
a burocracia, para legalização, e os pessoas que vão executar aquilo do
impostos a pagar. jeitinho que eu quero (E1)

[...] o governo não te reconhece As dificuldades diárias, ou seja, as


é... mas imposto você paga, né dificuldades encontradas para administrar
(E3) e manter o negócio foram citadas, mas
não como um entrave ao crescimento, mas
D i f í c i l é e n t ra r n o m e r c a d o,
como uma oportunidade de crescimento
sem dúvida, além de ter muita
concorrência e também éé... é tudo e superação.
muito burocrático, é tudo muito Na verdade, a gente tem dificuldades
difícil, até mesmo de legalizar a todo dia. É uma dificuldade diferente
empresa (E2) a cada dia e a força de vontade
de querer e de continuar e ver o
A dificuldade para encontrar mão de
negócio crescendo cada vez mais
obra qualificada foi citada por 40% dos
(E5)
entrevistados. Há uma grande oferta de
mão de obra disponível no setor, porém Ter dificuldades é uma constante e
precária e sem qualificação, levando à deixa as coisas mais interessantes
contratação de serviços terceirizados, (E1)
como de facções, que podem ser industriais Os empreendedores entrevistados
ou domiciliares (costureiras em domicílio) ainda estão iniciando suas atividades.
segundo Goularti Filho e Jenoveva Neto Suas empresas ainda são pequenas, mas
(1997). O baixo índice de respostas indica já se depararam com dificuldades. Ainda
que o problema não foi considerado mais assim, pode-se perceber que trabalham
grave, porque as empresas estudadas com otimismo, apesar dos problemas que
são muito pequenas, não exigindo muita enfrentam, como todo empreendedor de
especialização da mão de obra nem sucesso.
grandes quantidades de peças a serem
produzidas. Uma entrevistada avalia que CONCLUSÃO
o aumento da produção fará com que elas A partir da análise dos resultados,
tenham que buscar o auxílio de mão de verifica-se que alguns pontos são comuns
obra externa, pois, até o momento, elas a resultados levantados em outras
têm conseguido produzir tudo sozinha. pesquisas sobre o processo de criação

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MARIA GORETI BOAVENTURA . MARLENE CATARINA OLIVEIRA LOPES MELO

de empresas por jovens, em que se entrevistados. Todos sentem que seu


destacam os principais fatores e motivos, trabalho é valorizado, sendo que alguns
tais como: o conhecimento do setor de percebem a admiração de outras pessoas
atuação e os conhecimentos adquiridos na pelo seu sucesso e pouca idade.
empresa anterior, onde trabalharam como Pelos dados levantados, pode-se
funcionários ou estagiaram, foram os induzir que a formação na área de
fatores mais importantes; gostar do que se atuação foi o principal motivador para a
faz; problemas de ordem financeira, pois criação da empresa. Observou-se que o
iniciam com poucos recursos; exercem capital inicial reduzido diminui as chances
múltiplos papéis na empresa; em geral de crescimento da empresa, sendo um
iniciam o processo de criação da empresa fator de dificuldade.
com pouca ou nenhuma experiência Como a pesquisa foi feita com um
e formação na área administrativa, grupo pequeno e de um único setor, fica
dentre outros. Orgulho e satisfação como sugestão repetir a mesma pesquisa
são pontos importantes, observados com um número maior de jovens que
nas falas dos jovens empreendedores empreendam em setores. >

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