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CURSO DE EXTENSÃO VIRTUAL

EMPREENDEDORISMO & PROPRIEDADE INTELECTUAL


Equipe Técnica

Organização
Anderson Moraes de Castro e Silva

Autores
Anderson Moraes de Castro e Silva
Cristina Nunes de Sant’Anna
Pedro Neiva de Faria

Arte e Diagramação
Renata Costa / Dalverson Vieira

Revisão de Texto
Cristina Nunes de Sant’Anna

57f.

nº 978-65-88808-43-6
Agradecimentos

O Curso de Extensão Virtual Empreendedorismo & Propriedade


Intelectual encontrou condições de realização graças à
colaboração de profissionais e instituições que toparam levar
essa proposta adiante.

O financiamento da FAPERJ, por meio do edital nº 19/2019 -


Programa de Apoio à difusão e popularização da ciência e
tecnologia da Fundação Centro Universitário Estadual da Zona
Oeste (UEZO)-, garantiu os recursos financeiros necessários à
execução do projeto.

No âmbito institucional, o suporte ofertado pelo Departamento de


Extensão da UERJ e pela direção da Faculdade de Ciências Exatas
e Engenharias, foi essencial para o desenvolvimento do projeto,
assim como o aval e apoio do Departamento de Computação para
que a proposta de estudo pudesse ser apresentada a agência de
fomento.

Na elaboração do material instrucional, tivemos a satisfação de


contar com uma equipe conceituada de estudiosos. Neste módulo,
Cristina Nunes de Sant’Anna e Pedro Neiva de Faria foram
essenciais. Aos dois, meus sinceros agradecimentos!

O resultado do trabalho em equipe que o leitor encontrará ao


longo das próximas páginas reúne mais do que vivências e
competências, trás em si o espírito da dádiva: pesquisadores que
muito receberam de instituições de ensino públicas ofertam suas
expertises aos jovens empreendedores da zona oeste com
generosidade e dedicação, aproveitem!
SUMÁRIO

Apresentação

1 Empreendedorismo, o que é isso? 4


Anderson Moraes Castro e Silva

1. Empreendedorismo versus administração eficiente 11


2. Características dos Empreendedores de Sucesso 12

2. Das ideias às Oportunidades de Negócios: o processo


visionário. 14
Anderson Moraes Castro e Silva / Cristina Nunes de Sant’Anna

2.1. O Processo Visionário 15


2.2 Ferramentas de Gestão 18
2.2.1 Análise FOFA (SWOT) 22
2.2.2. Modelo de Negócio Canvas (bussines model canvas) 25
2.2.3. Lean Canvas 30

3 Criatividade: o que é? Como desenvolver? 32


Anderson Moraes Castro e Silva

4 Noções Sobre a Atividade Empresarial: como faço para abrir


minha empresa? 36
Pedro Neiva de Faria

4.1 Empresário x Empreendedor 36


4.2 Atividade Empresarial 41
4.3 Vantagens e Benefícios do Microempreendedor
Individual (MEI) 46
4.4 Perguntas Frequentes 48

Referências Bibliográficas 52
Links úteis 54
Sobre os Autores 56
3
Apresentação

Bem-vindos ao curso de extensão virtual Propriedade Intelectual e


Empreendedorismo. Nesta apostila, correspondente ao Módulo I
do curso, vamos abordar a temática do Empreendedorismo.

No primeiro capítulo, apresentaremos aos leitores o conceito de


empreendedorismo, abordando a origem do termo, apontando as
diferenças entre as atividades empreendedoras e as atividades
administrativas de gestão, e listando algumas das características
que são mais comumente encontradas nos empreendedores de
sucesso.

Em seguida, na segunda parte, o processo visionário, tal como


pensado por Jacques Filion, e sua relação com a inovação
empreendedora, serão estudados. Assim como, algumas das
principais ferramentas de gestão empregadas no mundo
contemporâneo na atualidade, tais como: análise FOFA (SWOT),
modelo de negócio canvas e lean canvas.

No terceiro capítulo, além de uma introdução à criatividade, os


exercícios e hábitos que podem tornar uma pessoa mais criativa
serão explorados. Por fim, no último capítulo, abordaremos
algumas noções gerais sobre a atividade empresarial, ressaltando
as proximidades e os antagonismos entre as figuras do
“empresário” e do “empreendedor”. Para além de abordar
aspectos da atividade empresarial, o texto se prepõe a destacar
algumas das vantagens e benefícios do exercício da atividade
empresarial na condição de Microempreendedor Individual, o MEI.
No encerramento do Módulo, organizamos uma faq (Frequently
Asked Questions / Perguntas Feitas Frequentemente) em que
respondemos e explicamos algumas das dúvidas mais recorrentes
dos novos empreendedores.

Leiam com atenção, façam os exercícios e tenham um bom


aprendizado!!
4

1 - EMPREENDEDORISMO, O QUE É ISSO?


Anderson Moraes Castro e Silva

A atividade empreendedora é monitora desde 1999 pelo Global


Entrepreneurship Monitor (GEM). Trata-se de um consórcio de
pesquisa formado por pesquisadores de diferentes países, todos
interessados na temática do empreendedorismo. O consórcio se
define como “a única pesquisa em âmbito global que coleta dados
sobre o empreendedorismo diretamente com os indivíduos
empreendedores” (GRECO, 2020). Do ponto de vista da coleta de
dados, essa metodologia de pesquisa possibilitaria ao
pesquisadores mapear tanto os dados da economia formal como
aqueles referentes à economia informal, garantindo um panorama
mais amplo da atividade empreendedora em cada um dos países
estudados.

O conceito de empreendedorismo empregado pelo GEM engloba


“qualquer tentativa de criação de um novo negócio, seja uma
atividade autônoma e individual, uma nova empresa ou a expansão
de um empreendimento existente” (GRECO, 2020), portanto,
afastando-se do conceito clássico de Empreendedorismo, que
tem como requisito a atividade inovadora.

No Brasil, o Instituto Brasileiro da Qualidade e Produtividade (IBQP)


e o SEBRAE desenvolvem as atividades de coleta de dados e
análise em colaboração com o GEM. Em 2020, publicaram o último
volume até agora disponível da série Empreendedorismo no Brasil,
apresentando os dados relativos ao ano de 2019. Em razão da
pandemia de covid-19 esses estudos estão com suas publicações
atrasadas, não tendo sido publicados ainda os dados relativos aos
anos de 2020 e 2021.
5

Em 2019, um total de 50 países participaram da coleta de dados


promovida pelo GEM. Esses participantes foram agrupados segundo
regiões demográficas (Ásia e Pacífico, Europa e América do Norte,
América Latina e Caribe e Oriente Médio e África) e níveis de renda
(baixa renda, média renda e alta renda). Na América Latina e Caribe,
grupo do Brasil, nenhuma das economias participantes foi classificada
como de baixa renda. O Brasil, assim como o Equador, Guatemala e
México foram classificados como países de média renda. Já Chile,
Colômbia, Panamá e Porto Rico estavam entre as economias de alta
renda existentes na região.

A pesquisa GEM usa como critério para agrupamento dos dados


coletados em cada país o tempo de existência da atividade
empreendedora (tempo de vida).

Com base nessa temporalidade, agrupa os empreendedores em:


empreendedores iniciais (nascentes ou novos) e empreendedores
estabelecidos. Abaixo, a definição de cada um desses grupos:

Empreendedores iniciais – são indivíduos que estão à


frente de empreendimentos com menos de 42 meses de
existência (3,5 anos) e são divididos em duas categorias:
empreendedores nascentes e empreendedores novos.
Os empreendedores nascentes estão envolvidos na
estruturação ou são proprietários de um novo negócio,
mas esse empreendimento ainda não pagou salário, pró-
labore ou qualquer outra forma de remuneração aos
proprietários por mais de três meses. Os
empreendedores novos administram e são donos de um
novo empreendimento que já remunerou de alguma
forma os seus proprietários por um período superior a
três meses e inferior a 42 meses.
Empreendedores estabelecidos – são indivíduos que
administram e são proprietários de um negócio
consolidado, pelo fato desse empreendimento ter pago
aos seus proprietários alguma remuneração, sob a
forma de salário, pró-labore ou outra forma, por um
período superior a 42 meses. Fonte: GEM Brasil, 2019.
6

O somatório dos dados encontrados nessas categorias resulta na


Taxa de Empreendedorismo Total (TTE). Já os dados apurados em
cada categoria fornece um indicador da maturidade da atividade
empreendedora: Taxa de Empreendedorismo Inicial (TEA) ou Taxa
de Empreendedorismo Estabelecido (TEA), respectivamente.
Em 2019, o Brasil contava com uma Taxa de Empreendedorismo
Total de 38,7% (23,3 % iniciais e 16,2% estabelecidos), o que
correspondia a 53.437.971 unidades empreendedoras no território
brasileiro. Na série histórica, o ano de 2015 foi o que apresentou o
melhor resultado desde que a pesquisa começou a ser realizada
no país, tendo alcançado uma Taxa de Empreendedorismo Total
de 39,3%.
Além dos empreendedores que já se encontram exercendo alguma
atividade, o GEM também busca identificar em suas pesquisas
aquelas pessoas, com idade entre 18 e 64 anos, que desejam
empreender, mas que ainda não o fizeram (denominadados
“potenciais empreendedores”). Em 2019, “a taxa de potenciais
empreendedores no Brasil foi de 30,2%, significando que, de cada
10 brasileiros que não eram considerados empreendedores, três
deles pretendiam abrir um negócio próprio nos próximos três
anos” (GEM Brasil, 2019, p.36). Importante mencionar que essa
taxa vem crescendo substancialmente ano a ano. No comparativo
com as demais 50 economias participantes da pesquisa o Brasil
ficou em segundo lugar, atrás apenas da Índia, que apresentou
uma taxa de empreendedores potenciais de 33,3%.
7

Caraterísticas do empreendedorismo no Brasil GEM Brasil/2019:

Atividade solitária (74,5% dos proprietários não possuem sócios);


Que exige muita dedicação do empreendedor (56,7% não contam
com colaboradores);
Em 2019, o total de mulheres empreendedoras (25,8 milhões) era
próximo ao total de homens que empreendiam (28,7 milhões). Na
verdade, no caso dos empreendedores iniciais, essa diferença
era muito pequena (23,1% e 23,5%, respectivamente). Mas no
tocante aos empreendedores estabelecidos tal diferença se
acentuava. (13,9% para elas e 18,4% para eles). Nota: Dos 50
países estudados, apenas na Arábia Saudita, Catar e
Madagascar a taxa de empreendedorismo inicial feminino
superou a masculina.
24,3 dos novos empreendedores têm idade entre 18 e 24 anos;
39,7% da população entre 18 e 64 anos com nível superior
completo, estavam empreendendo;
56,4% dos que pertenciam a famílias com renda superior a 6
salários mínimos eram empreendedores;
54% dos empreendedores não exerciam outra ocupação
paralela;
8

No caso brasileiro, a pesquisa GEM Brasil/2019 constatou ainda


que as principais motivações que levam as pessoas a empreender
são: garantir uma renda elevada, atuar em uma atividade que
faça a diferença na vida das pessoas, continuar uma tradição
familiar ou buscar uma nova ocupação em razão da escassez de
empregos formais.
Buscar ascensão social, continuar os negócios familiares ou
identificar uma forma alternativa de obtenção de recurso em
tempos de crise e desemprego são atividades tracionais no
mundo do trabalho, podendo ser encontradas em outros
contextos e cenários.
No empreendedorismo, em especial a partir dos anos 1990, a
possibilidade de “fazer a diferença” na vida das pessoas tem
impulsionado práticas empreendedoras engajadas. Isto é, o
empreendedorismo social, ambiental e cultural, por exemplo, são a
cada dia mais presentes em nossas vidas. Não se trata do
trabalho pelo trabalho, mas de uma atividade laborativa que
também é uma intervenção no mundo, produzindo sentido para as
ações devolvidas mais do que apenas lucro, conforme apontado
por Brunelli (2018):

Para além do interesse no retorno econômico, esses


atores [os empreendedores] se posicionam como
agentes de mudança e, por isso, seus
empreendimentos podem ser também chamados de
negócios com causa (REVISTA PEQUENAS EMPRESAS
& GRANDES NEGÓCIOS, 2013). Relaciona-se, ademais,
ao contexto de ascensão, nas esferas
organizacionais, de discursos a respeito de temas
como trabalho com propósito (REVISTA EXAME, 2013),
negócios com alma (ABRHRJ, 2013), valor
compartilhado (PORTER; KRAMER, 2011) e economia
colaborativa (LARA, 2013).
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Analisando as relações entre ação e empreendedora e economia,


Martes (2010) aponta o que classificou como os “4 pontos
fundamentais dessas relações”, a saber:

1) a inovação é o elemento dinâmico da economia,


consequentemente o papel do empreendedor é fundamental na
promoção do desenvolvimento econômico;

2) o empresário inovador é um tipo específico de agente,


diferente do mero capitalista, pois ele decide racionalmente com
base em valores (inovação), mas que também é guiado pela paixão
(desejos e conquistas) e é, necessariamente, um líder;

3) o aspecto institucional é duplamente fundamental: seja pelo


apoio, seja pela oposição. As instituições de crédito, as
instituições políticas e econômicas, pela sua função de taxar juros
e disponibilizar capital, permitem, num primeiro momento, dar
base de sustentação à ação empreendedora e, num segundo
momento, alavancar um novo ciclo de crescimento (a origem do
capital empregado não advém da poupança, mas sim do crédito).
Por outro lado, é justamente das instituições (valores e
organizações) que virá um forte movimento de oposição à ação
empreendedora. A fonte (origem e irradiação) desta oposição é
institucional;

4) o empresário concebido como um tipo ideal, portador de


interesses, vontade e intencionalidade - é a unidade básica de
análise. Mas, e este ponto é fundamental - trata-se de um
indivíduo socializado e não atomizado.

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No caso Brasileiro, o Serviço de Apoio às Micro e Pequenas


Empresas (SEBRAE) tem promovido e difundido a prática
empreendedora em nossa sociedade. Desde que foi criando no
início dos anos 1970, O Sebrae tem atuando no incentivo a
propagação e ao desenvolvimento dos pequenos negócios.
Ferreira et all (2010), relaciona algumas das atividades que vêm
sendo desenvolvidas pela entidade:

Cursos e palestras;

Informações e consultoria - orientação individualizada com


relação à abertura de empresas ou melhoria do negócio a
partir de um diagnóstico empresarial;

Publicações – livros, manuais, cartilhas e guias que


acompanham o empreendedor nas várias fases de sua vida
empresarial;

Promoção de eventos – feiras e exposições que promovem a


aproximação de empresas (compradoras, vendedoras e
concorrentes), a geração de negócios, a troca de experiências
e novas vivências para as micro e pequenas empresas [ e
também para os empreendedores individuais];

Premiações – incentivo e estímulo aos pequenos negócios. Uma


forma de valorizar pessoas e divulgar as boas práticas.

11
1.1 Empreendedorismo versus Administração Eficiente

MARTES (2010), em uma análise rica e substancial demarca a


diferença entre as atividades que podem ser classificadas como
empreendedoras daquelas que são resultantes de uma gestão
tradicional eficiente:

O QUE O EMPREENDEDOR NÃO É. Adaptar, crescer, administrar


eficientemente a rotina de uma empresa não significa empreender. O
ponto mais importante a ser resgatado é a ideia subjacente ao texto de
que nenhuma das atividades citadas acima significa inovar. Se
pudéssemos imaginar como estes dois conceitos se colocam numa linha
contínua, teríamos ADAPTAÇÃO em um polo e INOVAÇÃO no outro -
mesmo que a adaptação fosse feita no sentido de "modernizar" a
produção ou a organização. Segundo Schumpeter, dada a situação de
concorrência, o capitalista se adapta (constantemente) enquanto o
empreendedor inova. Seguindo a mesma linha de raciocínio, a simples
expansão das atividades e o crescimento de um negócio, não é, segundo
Schumpeter, empreender:.. Competir para sobreviver não é empreender.
(Fonte: MARTES, 2010)

EMPREENDER É, segundo Schumpeter, inovar a ponto de criar


condições para uma radical transformação de um determinado
setor, ramo de atividade, território, onde o empreendedor atua:
novo ciclo de crescimento, capaz de promover uma ruptura no fluxo
econômico continuo, tal como descrito pela teoria econômica
neoclássica. A inovação não pode ocorrer sem provocar mudanças
nos canais de rotina econômica. A definição com a qual Schumpeter
trabalha é precisa. O empreendedor é aquele que realiza novas
combinações dos meios produtivos, capazes de propiciar
desenvolvimento econômico, quais sejam: 1) "introdução de um novo
bem"; "introdução de um novo método de produção" 3) "abertura de
um novo mercado" 6) "conquista de uma nova fonte de oferta de
matérias primas ou bens semimanufaturados; 7) constituição ou
fragmentação de posição de monopólio" (Schumpeter, 1985, p. 49).
(Fonte: MARTES, 2010)

12

1.2 Características dos empreendedores de sucesso

Origem social, formação escolar, caraterísticas individuais,


trajetórias de vida e profissional, vivências, ocupação que exerce,
enfim, vários são os fatores que podem influenciar alguém a se
tornar um empreendedor. Não há uma única fórmula e, mesmo se
tivesse, não poderia ser aplicada a todos o casos. No entanto, é
possível observar nos empreendedores de sucesso aquilo que eles
têm em comum. Segundo Chiavenato (2007), as principais
características que um empreendedor deve possuir ou buscar
desenvolver são:

Iniciativa e busca de Oportunidades;

Perseverança;

Comprometimento;

Busca de qualidade e eficiência;

Coragem para assumir riscos, mas calculados;

Fixação de metas objetivas;

Busca de informações;

Planejamento e monitoração sistemáticos, isto é,


detalhamento de planos e controles;

Capacidade de persuasão e de estabelecer redes de contatos


pessoais;

Independência, autonomia e autocontrole.


13

Como vimos na página anterior, ter iniciativa, buscar novas


oportunidades de negócios e ser perseverante são algumas das
características comumente encontradas nos empreendedores de
sucesso. Isto ocorre porque os novos negócios estão sujeitos às
intempéries do mercado e se não forem conduzidos com iniciativa,
criatividade e determinação, podem não resistir. Aliás, o próprio
Chiavenato (2007) lista alguns dos perigos mais comuns aos quais
os novos negócios estão sujeitos, são eles:

Não identificar adequadamente qual será o novo negócio;

Não reconhecer apropriadamente qual será o tipo de cliente a


ser atendido;

Não saber escolher a forma legal de sociedade mais adequada;

Não planejar suficientemente bem as necessidades financeiras


do novo negócio;

Errar na escolha do local adequado para o novo negócio;

Não saber administrar o andamento das operações do novo


negócio;

Não ter conhecimento sobre a produção de bens ou serviços


com padrão de qualidade e custo;

Desconhecer o mercado e, principalmente, a concorrência;

Ter pouco domínio sobre o mercado fornecedor;

Não saber vender e promover os produtos/serviços;

Não saber tratar adequadamente o cliente.


14

2. DAS IDEIAS ÀS OPORTUNIDADES DE NEGÓCIOS:


O processo visionário.
Anderson Moraes Castro e Silva e Cristina Nunes de Sant’Anna

Abordaremos aqui um dos momentos mais importantes na criação


de um novo negócio: a ideia! A fonte de onde se derivarão todas
as ações desenvolvidas pelos gestores, do planejamento à
execução, do monitoramento e controle ao resultado final. Mas,
quantas “boas ideias” cada um de nós tem ao longo da vida?
Talvez, não sejam muitas. Além disso, dessas “boas ideias’, quantas
teriam o potencial de se transformar em uma oportunidade de
negócios?

Para responder a essas questões, um esclarecimento inicial se faz


necessário: sabemos hoje que uma oportunidade de negócios é
sempre precedida por uma ideia inovadora. Portanto, há uma
relação de causalidade necessária entre a ideia inovadora e a
criação de um novo negócio. Ela é necessária porque a atividade
empreendedora tem como requisito ideias criativas, que muitas
vezes poderão modificar a maneira como produzimos ou
consumimos produtos e serviços - abordaremos esse ponto ao
falarmos sobre Criatividade. Se houvesse uma relação de
causalidade suficiente, toda “boa ideia” apresentaria as
características de uma oportunidade de negócios. Isto é, bastaria
que o empreendedor tivesse uma “boa ideia” que e o negócio seria
um sucesso, mas não é isso o que acontece no mundo real. Daí,
uma das razões do alto índice de mortalidade das empresas em
nossa sociedade:

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O setor de microempreendedores individuais (MEI) é o que


apresenta a maior taxa de mortalidade de negócios em
até cinco anos, segundo pesquisa do Serviço Brasileiro de
Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).
De acordo com a pesquisa Sobrevivência de Empresas
(2020), realizada com base em dados da Receita Federal
e com levantamento de campo, a taxa de mortalidade
dessa área de negócios é de 29%. Já as microempresas
têm taxa, após cinco anos, de 21,6% e as de pequeno
porte, de 17%. Fonte:
https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2021-
06/sebrae-pequenos-negocios-tem-maior-taxa-de-
mortalidade. Acessado em 16/10/2022.

Por que os microempreendedores individuais vão à falência em


maior proporção do que os demais empresários? Vários são
motivos, mas um deles é permanentemente apontado: falta de
planejamento e desconhecimento do segmento de mercado no
qual pretendem atuar. Como dissemos, uma “boa ideia” pode ser o
pontapé inicial da atividade empreendedora, mas para o seu
negócio se estruturar e sobreviver no mercado, planejamento é
fundamental!

2.1 O Processo Visionário


Filion (1993) aponta que “a visão projetada sobre o futuro de seus
negócios é o principal sucesso de empreendedores bem-
sucedidos”, razão pela qual o pensamento visionário deve ser um
dos elementos estruturantes dos novos negócios. Mas o que é
visão?

Visão é definida como uma projeção: uma imagem, projetada no futuro, do lugar que
o empreendedor deseja que seu produto venha a ocupar no mercado. É, também,
uma imagem do tipo da empresa necessária para alcançar esse objetivo. Em suma,
visão refere-se a onde o empreendedor deseja conduzir seu empreendimento.
(FILION, 1993, p.52)

16

Em Filion (1993), o pensamento estratégico ou processo visionário


é constituído por três categorias essenciais de visão:

As visões emergente, central e complementar se inserem em um


sistema de relações que explicam a evolução da visão. Isto é, um
indivíduo qualquer trás em si o resultado de suas experiências
sociais ao longo de sua trajetória individual. Existimos e nos
transformamos ao existir. Da família ao ambiente de trabalho, da
igreja à escola, interagimos e somos orientados e educados por
diferentes pessoas e essas pessoas e instituições vão moldar o
nosso olhar sobre o mundo – nossa bolha! Em razão disso, a visão
inicial que temos sobre algo, como no caso das ideias, tende a
refletir aquilo que a tradição, os hábitos e os costumes nos
legaram ao longo do processo de socialização.

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De certo modo, esse seria o campo da visão emergente, da ideia


preconcebida sobre produtos, serviços ou hábitos, sem maiores
estudos, informações ou reflexões.
A visão central está uns passos adiante, ela requer a capacidade
de estranhar, sair da rotina. Em outras palavras, tudo o que
fazemos pode ser feito de uma forma diferente daquela que
fazemos. Mas, de um modo geral, repetimos os mesmos
procedimentos e passos todos os dias: pegamos o mesmo
caminho, embarcamos na mesma condução e conversamos com
as mesmas pessoas em nossos deslocamentos diários, por
exemplo. Por que agimos assim? Existiria outra maneira de agir?
Sim, sempre há. Ao nos questionarmos sobre os nossos próprios
hábitos estamos criando possibilidades de ações distintas.
Quando mais criativas e inovadoras forem essas alternativas,
mais a minha visão central se consolidaria, dando origem a um
novo modelo de ação (modelo de negócio, no caso do
empreendedor). As visões complementares são aquelas que
estruturam e fornecem os requisitos necessários a realização da
visão central, mas também podem ser as novas descobertas que
derivam da visão central, como no caso dos negócios auxiliares.
Em todo esse processo, criatividade e inovação são fundamentais:

Os elementos essenciais parecem ser o desenvolvimento da imaginação e da


criatividade, bem como a habilidade de canalizar energia para os objetivos
que o empreendedor quer atingir. O treinamento empresarial para a
atividade empreendedora deve capacitar o empreendedor para imaginar e
identificar visões. Isto significa que há uma diferença entre o treinamento
para o empreendedor e o treinamento gerencial, enfatizando-se, no
segundo caso, as "habilidades para sonhos realistas", mais do que as
habilidades analíticas. O empreendedor necessita, ainda, de habilidades para
se comunicar e estabelecer relações interpessoais. A educação para o
empreendedor deve auxiliar o indivíduo, no seu desenvolvimento, pelo
reforço de suas características diferenciadas. Em certo sentido, isto se
assemelha à educação para liderança, principalmente por dar apoio, ao
invés de pressionar até se obter a conformidade.(Filion, 1993, p. 61)

18

2.2 Ferramentas de Gestão

Agora que já entendemos o processo visionário, vamos conhecer


então algumas ferramentas de gestão que podem nos ajudar no
planejamento estratégico da atividade empreendedora: análise
SWOT, modelo de negócio canvas, lean Canvas, design thinking e
Pitch. Vamos falar mais detalhadamente sobre cada uma dessas
ferramenta nas próximas páginas. Para cada ferramenta
apresentada, um exercício correspondente.

Para que o curso possa contribuir efetivamente com sua formação,


façamos um trato: antes de prosseguir nos estudos, pare, reflita e
tente identificar um segmento de mercado no qual você gostaria de
atuar nos próximos anos. Neste segmento, tente elaborar uma
proposta de atuação profissional que seja inovadora em relação ao
que existe na atualidade e/ou que venha a atender uma demanda dos
clientes ainda não satisfatoriamente atendida pelos negócios
existentes.

Vamos te dar um exemplo, assim você se inspira para realizar a


tarefa.

10

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Estudo de Caso
Instituto beleza natural: uma fábrica de autoestima

Heloísa Assis, a Zica, criadora do Instituto Beleza Natural

De forma revolucionária e com produtos exclusivos, o


Beleza Natural desenvolve, há mais de 25 anos,
tratamentos completos – entre serviços e produtos -
para cabelos crespos, cacheados e ondulados. O
primeiro salão foi aberto no Rio de Janeiro, em 1993, na
Tijuca, e hoje a rede conta com 38 unidades de negócio
em cinco estados brasileiros (Rio de Janeiro, Espirito
Santo, São Paulo, Minas Gerais e Bahia), dentre
institutos e quiosques de produtos.
Na próxima página vamos conhecer a história desse
empreendimento de sucesso contada pelos seus
criadores.

20

"O Beleza Natural nasceu do empreendedorismo de


seus quatro sócios, entre eles Heloísa Assis, a Zica, que
passou 10 anos pesquisando uma fórmula para
hidratar e cuidar de seus cabelos crespos. Seu marido
Jair Conde entrou como o primeiro investidor do
negócio. Rogério Assis e Leila Velez, ex-funcionários do
McDonald’s e sócios-fundadores, trouxeram um
processo inovador para a realização dos serviços,
semelhante a uma linha de montagem, além da
preocupação com atendimento encantador e rígidos
padrões de qualidade. Na década de 70, Heloisa Assis
não estava satisfeita com os cabelos. Não queria mais
alisá-los, mas não existiam produtos no mercado que
cuidassem de seus fios crespos. Ela queria a
originalidade dos seus fios de volta! Então, ela fez um
curso de cabeleireira e foi misturando produtos até
chegar à famosa fórmula do Super-Relaxante, abrindo
espaço para um nicho de mercado não muito
explorado no início da década de 90. Em 1993, os
sócios abriram o primeiro salão, no bairro da Muda
(Grande Tijuca). O sucesso foi enorme. Não demorou
muito para as filas começarem a se formar e a equipe
trabalhar até de madrugada para tentar atender
toda a demanda. A expansão foi inevitável".
Fonte: https://blog.belezanatural.com.br/

No estudo de caso, que narra à história do Instituto Beleza


Natural a partir da perspectiva dos criadores do negócio, a
inexistência de produtos adequados às necessidades das clientes
motivou uma das empreendedoras a desenvolver um produto que
atendesse às suas necessidades. Inexistiam produtos para o
tratamento dos cabelos femininos? Não. Os produtos existentes
contemplavam distintos perfis de consumidoras? Sim, mas não o
perfil da empreendedora em questão.

21

Os produtos e tratamentos para os cabelos crespos ou


cacheados satisfaziam os desejos dessas clientes? Não,
evidentemente que não. Ora, neste caso, a insatisfação com os
produtos e serviços existentes impulsionou o desenvolvimento de
produtos e serviços alternativos, o que foi desenvolvido pela
empreendedora. Não foi fácil nem rápido, mas ela persistiu – olha
a perseverança! Hoje, o Instituto Beleza Natural se encontra
presente em vários municípios fluminenses e até em outros
estados da federação.

Exercício 1: agora é a sua vez, elabore, em linhas gerais, uma


proposta de atividade em um segmento no qual gostaria de atuar.
Identifique as características desse segmento de mercado. Defina
se atuará com produtos ou serviços. Tente responder a seguinte
questão: qual é a necessidade real que sua atividade vai atender?
O que os consumidores desse segmento desejam e não encontram
a contento atualmente? Ou, o que esses consumidores ainda não
desejam, porque não existe, mas que você vai ofertar para
atender essa necessidade que eles desconhecem?

22

Escreva aqui sua proposta de atividade empreendedora:

Seguindo com nosso curso, vamos tentar arrumar a proposta de


atividade que você escolheu usando algumas ferramentas de
gestão. Vamos lá?

2.2.1 Análise FOFA (SWOT)


23

Como se pode observar na definição e na estrutura da Análise


SWOT (FOFA), trata-se de uma ferramenta de gestão e
planejamento estratégico que pode auxiliar tanto na estruturação
de um novo negócio como na organização pessoal de projetos
individuais. Em ambos os casos, uma vez que se consiga identificar
e mapear corretamente cada um desses pontos, a ideia inicial.

Vamos ver se você realmente entendeu como essa ferramenta


funciona. Na próxima página há um modelo de estrutura de análise
SWOT em branco e sua tarefa consistirá em preencher o
formulário identificando as características de seu futuro negócio.
Um requisito necessário a realização do exercício é que você tente
desenvolver um “boa ideia” com potencial para se transformar em
uma oportunidade de negócio. Portanto, antes de seguir, pare.
Reflita por algum tempo e tente formular um ideia criativa no
segmento de mercado no qual você atua ou pretende atuar.

Conseguiu? Agora, preencha o formulário a seguir identificando as


forças, fraquezas, oportunidade e ameaças ao seu negócio. A
partir desse mapeamento, tente resolver as questões que te serão
mostradas e avaliar a viabilidade do desenvolvimento dessa
proposta de trabalho.
Análise FOFA (modelo)

Exercício 2: Na próxima página,


use a análise FOFA (SWOT) para
estruturar a ideia proposta no
exercício 1

24

Use o modelo abaixo para desenvolver o exercício 2.


25

2.2.2 Modelo de Negócio Canvas (bussines model canvas)

Na definição empregada pelo SEBRAE, o Modelo de Negócio


Canvas:

Neste modelo de negócio há 9 categorias que devem ser


preenchidas pelos gestores para que eles possam testar ou
avaliar a viabilidade da proposta que pretendem desenvolver. Mas,
atenção, o empreendedor tem de estar atento aos requisitos de
cada categoria para que possa preencher correta e
adequadamente cada um dos campos.

Ao final, o que se espera é que o mapeamento realizado seja


capaz de responder as quatro questões estruturantes de um
negócio: 1) o que? ; 2) Para quem?; 3) Como?; 4) Quanto?

26

A Primeira Questão indaga objetiva e diretamente:


empreendedor, o que você pretende fazer? Estamos falando de
um conhecimento mínimo sobre o segmento de mercado no qual
se pretende empreender. Imaginemos que a proposta seja
trabalhar com “artigos do vestuário”. Como será sua atuação? Vai
desenhar seus produtos, ter uma marca própria, fabricar,
distribuir no atacado, atuar no varejo? Mercado interno ou
externo? Vai se limitar a revender as marcas de terceiros? Qual o
seu público alvo (gênero, faixa etária, renda, origem social)? Qual é
a necessidade desse consumidor que o seu negócio pretende
atender? Quais são os seus concorrentes e quais os seus
diferenciais em relação a eles? Percebam que empreendedor tem
de refletir sobre cada uma dessas indagações estruturantes para
dar início ao rascunho do seu modelo de negócio (primeira versão
da proposta).

Na Segunda Questão aprofundamos o conhecimento sobre o


nosso público alvo. Uma vez que tenhamos identificado os clientes
potenciais, temos de definir como chegaremos até eles. Seguindo
o nosso exemplo anterior, em que definimos que atuaríamos no
segmento dos “artigos de vestuário”, temos de definir como esses
produtos serão ofertados aos consumidores. Quais serão os
canais de venda, por exemplo?

Venda de porta em porta, catálogos de revistas, negócio virtual


(via instagram, facebook, loja virtual etc.), distribuição em
atacado, distribuição dirta aos lojistas, lojas próprias, enfim, há
várias possibilidades de atuação, mas qual se adequa ao modelo
de negócio do novo empresário? Para além de mapear os pontos
de venda e as formas de negociação, o empreendedor também
deve definir os canais de comunicação que usará para interagir
com os seus clientes.

27

A Terceira Questão tem o desafio de estruturar o negócio. Como


o empreendedor vai fazer para transformar a ideia inicial em uma
atividade empreendedora? Com base nas respostas fornecidas às
questões 1 e 2, o rascunho do projeto vai dando lugar a uma
proposta de negócio. A seguir, devem-se ser definidas as
parcerias e os recursos necessários para que se possa dar vida a
atividade fim da empresa. O que será necessário para por o
negócio de pé? Notem que essa resposta vai se alterar conforme
as decisões tomadas na questão anterior. Isto é, se decidimos
vender virtualmente ou ter lojas próprias, por exemplo, as
parcerias, atividades e os recursos também se modificam.

Por fim, na resolução da Quarta Questão observaremos com


minuciosa atenção os valores envolvidos no projeto. Quanto
custará para iniciar as atividades, quais serão os custos mensais
para manutenção do empreendimento? De onde virão as receitas
necessárias ao seu funcionamento inicial? Portanto, a estrutura
de custos e as fontes de receitas também ser mapeadas neste
momento.

Na próxima figura, as questões empreendedoras estruturantes do


Modelo de Negócios Canvas foram organizadas segundo os seus
respectivos requisitos. Observem que para cada indagação inicial
há um publico alvo correspondente. Portanto, não basta saber o
que perguntar, mas também a quem fazê-lo, de modo que as
respostas mapeadas possam contribuir efetivamente para
estruturação do negócio pretendido:

28

Uma vez que o empreendedor tenha entendido o que perguntar e


que respostas elaborará para cada parceiro de negócios, agora é
hora de arrumar essas questões no Modelo de Negócios Canvas,
identificando as parcerias, as atividades, os recursos, a proposta
de valor, o relacionamento com os clientes, os canais de
comunicação, o segmento de mercado no qual atuará (produtos
ou serviços?), a estrutura de custos e as fontes de receita,
conforme podemos observar na figura abaixo.

Fonte: Curso Ideação UERJ/2022


29

Exercício 3: Use a proposta de atividade desenvolvida nos


exercícios anteriores para preencher o Modelo de Negócios
Canvas, complementando com os dados que estiverem faltando.

30
2.2.3 Lean Canvas

Essa ferramenta foi criada por Ash Maurya a partir do Modelo de


Negócios Canvas (Bussiness Model Canvas), portanto, trata-se de
uma modificação da versão inicial. Isto é, enquanto o Modelo de
Negócio Canvas se preocupa com o planejamento estratégico, o
Lean Canvas foca nas startups. A empresa de consultoria em
negócios FM25 desenvolveu uma reflexão sobre essas
modificações, vejamos:

Fonte: https://www.fm2s.com.br/blog/lean-canvas-ou-business-model-canvas

31

Na figura a seguir, as principais diferenças entre os modelos são


destacadas:

Para melhor visualização, vejamos como ficaria a aplicação desse


modelo de negócio ao UBER:

Fonte: https://experience.hsm.com.br/posts/lean-canvas

32
3 CRIATIVIDADE: O QUE É? COMO DESENVOLVER?
Anderson Moraes Castro e Silva

33

Planta rara e de cultivo necessariamente delicado, a criatividade é


o motor da sociedade contemporânea. Mas nem sempre nos
lembramos de exercitar nossa mente, quando mais rotineiros e
automatizados agimos em nosso dia a dia, menos criativos nos
tornamos. É possível exercitar a criatividade? Sim, vários autores
apontam que sim. Há diferentes exercícios e atividades que devem
ser observadas por cada um de nós se quisermos hipertrofiar a
criatividade e não apenas os músculos. Algumas dicas do pessoal
da PUC/RS:

Experimente coisas novas: Ser criativo está associado à


fluência e flexibilidade de ideias. Assistir um filme diferente
daqueles que você já está acostumado, ler um livro novo ou até
ouvir músicas de estilos variados, incentivam o nosso cérebro a
experimentar coisas novas. Por isso, mesmo estando em casa,
quanto mais curioso você é, mais criativo pode ficar.

Tenha uma rotina: Criatividade é como um músculo,


precisamos exercitá-la constantemente. Ter uma rotina é
fundamental para que se tenha tempo de ser criativo. Meditar,
dormir e fazer exercícios físicos permitem que o corpo e a
mente fiquem ativas para que a criatividade possa acontecer.
Como Mário Quintana dizia, “não é inspiração pura, é trabalho,
não é só ficar esperando que o santo baixe, é preciso puxar o
santo pelos pés e isso dá trabalho…”.

34

Anote suas ideias: Pensamos muitas coisas o tempo todo e é


quase impossível memorizar todas as ideias que surgem. Por
isso, tenha sempre um caderno e caneta para anotar seus
pensamentos e reflexões. Em um futuro, essas ideias anotadas
podem se conectar com outras e, dessa forma, criarem algo.
Leonardo da Vinci, por exemplo, sempre utilizava um caderno
de anotações para registrar o que via e pensava.

Durma: A criatividade precisa de um tempo de incubação. O


processo criativo já foi estudado por inúmeros pensadores e
em todos eles o momento de incubação é fundamental. O
famoso momento “Eureka” surgiu justamente quando
Arquimedes foi descansar um pouco em sua banheira.
Provavelmente você também já deve ter tido uma grande ideia
durante um descanso ou durante a noite, isto acontece pois
deixamos nosso inconsciente e subjetividade também trabalhar
com os nossos pensamentos.

Divirta-se: Para Edward de Bono, criador do termo


pensamento lateral, o humor é tão importante quanto a
inteligência lógico matemática. Para pensarmos de forma
lateral, precisamos imaginar possibilidades não lineares ou
previsíveis, assim como funciona com uma piada bem contada.
Uma piada é boa quando apresenta um final diferente do
imaginado, por isso, divertir-se também é importante para a
criatividade. Ouça e conte piadas, assista filmes de humor e se
divirta jogando jogos de enigmas, isto também incentiva a
nossa criatividade.

Fonte: https://www.pucrs.br/blog/5-dicas-como-desenvolver-a-criatividade/

35

Quanto maior for o interesse do empreendedor pela atividade que


desenvolve, maior será sua criatividade. Afinal, os estudos
existentes apontam que há uma relação direta entre sentimento e
criatividade. De um modo geral, as pessoas tendem a ser mais
criativas quando estão diante de uma questão que mexe com o
seu afeto, seja ele positivo ou negativo.

Segundo Campos (2016), a paixão empreendedora é um afeto


positivo que foi incorporado em anos recentes ao estudo do
empreendedorismo. Observou-se então que a paixão facilita a
motivação empreendedora, isto é, o reconhecimento de
oportunidades, o desenvolvimento de ideias e sua execução. Isto é,
quanto maior a paixão empreendedora de um indivíduo, maior será
o seu nível de criatividade.

36

Portanto, procure trabalhar em atividades prazeIrosas e habitue-


se ao treinamento sistemático tanto das habilidades que já possui
como daquelas que necessita desenvolver. Organize-se, dividindo
o tempo entre atividades rituais (aquelas que fazem parte de sua
rotina diária) e atividades inovadoras (pensar em algo novo).
Aprenda a trabalhar em equipe e se relacione com pessoas das
mais diferentes “bolhas”, não se isole! Participe de eventos
temáticos na área de conhecimento que pretende empreender:
simpósios, seminários, etc. Informe-se sempre e abundantemente.
E, o mais importante, use suas experiências pessoais e
profissionais (vivências) para refletir sobre o mundo do trabalho e
as oportunidades de negócios que estão ao seu alcance.

5. NOÇÕES SOBRE A ATIVIDADE EMPRESARIAL: como faço


para abrir minha empresa?
Pedro Neiva de Faria

5.1 Empresário versus Empreendedor

Como sabemos, a vida do empreendedor não é fácil. Nesse


momento, você já deve ter entendido que são necessárias
algumas competências básicas para empreender e fazer o seu
negócio dar certo. Criatividade e Resiliência são algumas dessas
características que podemos destacar.

O mundo do empreendedorismo é repleto de desafios e


dificuldades, mas também de muito aprendizado e oportunidades.
Assim como quase tudo na vida, os primeiros passos e o momento
inicial de uma jornada, exigem do empreendedor muita dedicação,
seja para o negócio prosperar quanto para ajudar e impactar
positivamente a vida das pessoas e seus clientes.

37

Em muitos casos, a iniciação no mundo dos negócios e na


atividade empresarial ocorre pela necessidade de complementar
o orçamento pessoal ou familiar com uma renda extra, mas
também existem milhões de brasileiros que se lançam nesse
mundo, apostando todas as suas fichas em busca de mudar de
vida e do sucesso profissional.

O ponto é, seja qual for o seu caso, uma coisa é comum aos
negócios que começam a crescer e prosperar, que é a
necessidade de formalizar as atividades, independente do ramo
ou atuação profissional. Mais uma etapa na caminhada do
empreendedor, que a partir da regular formalização do seu
negócio, agora será também empresário.

E você pode estar se perguntando: qual a diferença entre esses


dois termos que podem se confundir? Embora sejam parecidos,
existem algumas diferenças entre o empreendedor e o
empresário. Para você entender melhor é só continuar a leitura e
conferir:

Fonte: Insehttps://www.youtube.com/watch?v=yGXroSPL1ugrir um título


38

Fonte: https://jirjr.com/2018/09/07/anatomia-de-um-empreendedor/

Quando falamos do empreendedor, esse termo está intimamente


ligado com uma característica, um perfil comportamental do
indivíduo, e até mesmo para facilitar a compreensão, podemos
dizer que ser empreendedor é um estilo de vida. Mas, em resumo,
isso não significa que a pessoa empreendedora é aquele que abre
um negócio ou tem uma empresa.

39

Na prática do dia a dia, no ambiente de trabalho, na faculdade, na


família, olhemos para aquelas pessoas que possuem ideias que
ninguém têm, ou aquela oportunidade de trabalho que passou
despercebida por todos mas alguém conseguiu enxergar e
aproveitar, ou então um jeito novo de prestar um serviço ou criar
um produto para atender a uma demanda… Então, esses são
alguns exemplos práticos de situações em que podemos
identificar pessoas empreendedoras.

Mas não é somente isso, existem diversas características que


podem definir um empreendedor, mas o que é importante de fato,
é que essas características sejam utilizadas para colocar ideias
em prática, e para além da execução, conseguir monetizá-las, ou
seja, gerar resultado.

E não para por aí, os desdobramentos dentro do conceito de


empreendedor são vários, e para amplificar ainda mais a sua
percepção e compreensão, veja só esse levantamento feito pelo
SEBRAE de São Paulo, ao fazer um estudo denominado como “O
céu e o inferno do empreendedorismo”:

Fonte: https://www.otempo.com.br/infograficos/varios-tipos-de-empreendedor-1.1470173

40

Por outro lado, quando falamos no empresário, analisando por


aspecto meramente conceitual, seria aquele que opera, dirige ou é
proprietário de uma empresa. Também considerada a pessoa
responsável pelas principais estratégias e decisões para a criação
e desenvolvimento de um negócio.

Mas não estamos aqui para nos atentar somente a aspectos


conceituais, pois acreditamos que o significado de ser empresário
vai muito além dessas questões. Para começar, podemos abordar
um ponto básico e ao mesmo tempo crucial para definir um
verdadeiro empresário, que é a pessoa jurídica.

Também conhecida como “PJ”, a pessoa jurídica é uma ficção,


criada pelo ordenamento jurídico com a finalidade de dar
personalidade, ou seja, viabilizar a autonomia, responsabilidade,
bem como criar direitos e deveres próprios aplicados à empresa,
para distinguir e separar o empresário (pessoa física) do negócio.

A figura do empresário, na concepção formal da palavra,


representa e está obrigatoriamente vinculada a uma atividade
empresarial, exercida através de uma empresa, uma pessoa
jurídica que desempenha uma atividade econômica na sociedade.

Tornar-se empresário é uma nova etapa na jornada do


empreendedor, que exige muita atenção aos detalhes como
normas e burocracias jurídicas, para não violar as normas e
regulamentações gerais, além daquelas específicas de cada área
de atuação.

41

Nesse sentido, é fundamental que você continue lendo esse


capítulo, pois abordaremos um breve panorama com os pontos
mais importantes para a segurança e tranquilidade da sua
empreitada no mundo do empreendedorismo.

5.2 Atividade Empresarial


Esse momento para alguns empreendedores pode assustar um
pouco e até desanimar, pois são sim diversas responsabilidades e
obrigações que surgem com o crescimento de qualquer negócio, e
com as exigências legais e formalidades necessárias para o bom
desenvolvimento das atividades.

Mas fique tranquilo, assim como nós enquanto crianças


começamos a engatinhar, depois dar os primeiros passos para
então poder andar sozinho, da mesma forma é a empresa e a
atividade empresarial. E aqui eu gostaria de te encorajar,
dedique-se de corpo e alma ao seu negócio, trabalhe duro e
busque sempre por conhecimentos, tenha um foco e planeje como
alcançá-lo todos os dias.

No Brasil, temos uma grande oportunidade para a formalização


do seu negócio, que você já deve conhecer ou ter ouvido falar, o
MEI – Micro Empreendedor Individual. São mais de 400 atividades
permitidas (https://www.gov.br/empresas-e-negocios/pt-
br/empreendedor/quero-ser-mei/atividades-permitidas) para
auxiliar o empreendedor na iniciação da atividade empresarial
formal.

42

Fonte: https://www.mustela.com.br/mustela-blog/primeiros-passos-e-sapatos-do-bebe

Particularmente, eu gosto muito de comparar a atividade


empresarial do MEI, como se fosse um estágio. Você vai entender
mais sobre o que é ter um CNPJ, poder abrir uma conta separada
para o seu negócio, vai entender como funcionam as questões
burocráticas como por exemplo a obrigação de pagar a guia
mensal do imposto, emitir uma nota fiscal, conseguir um
fornecedor e/ou preços diferenciados, ter acesso a linhas de
crédito e incentivos variados.

A formalização do negócio é o que dá vida à empresa. O registro


empresarial permite a regularização da atividade empresarial
junto aos órgãos do Governo, como Junta Comercial, Receita
Federal, Prefeitura e órgãos responsáveis por eventuais
licenciamentos, quando necessários.

43

Começar é mais fácil do que você imagina! Para sua


formalização, basta acessar um computador com internet. É
100% online e gratuito e deve ser feito pelo Portal do
Empreendedor (https://www.gov.br/empresas-e-negocios/pt-
br/empreendedor/), por meio do preenchimento de dados
cadastrais do empresário e de seu negócio, e seguir os passos
que o site orienta na aba “Quero ser MEI”.

É necessário atentar que, após a regularização, deve-se pagar


mensalmente as contribuições que equivalem a 5% do salário-
mínimo, portanto, cerca de R$ 60,60 que será recolhido para o
INSS acrescido de R$ 5,00 (ISS para Prestadores de Serviço) ou
R$ 1,00 (ICMS para Comércio e Indústria) por meio de carnê
emitido através do Portal Empresas & Negócios.

A princípio, toda e qualquer pessoa brasileira, pode se tornar um


MEI, desde que atenda alguns requisitos legais básicos, como:

Não ter uma sociedade empresária, de qualquer tipo até


mesmo um MEI;

Ter, no máximo 1 empregado contratado;

Estar enquadrado em uma ou mais atividades permitidas;

Não ter sócio(s);

Faturar até R$81 mil por ano (aproximadamente R$6.750


ao mês);

Não ser Servidor Público Federal em atividade.


44

Já aqueles que são servidores públicos estaduais ou municipais, é


importante observar a legislação local, e quais os critérios
praticados, pois podem haver variações nas regras e exigências.

Nesse momento você pode estar se perguntando, depois que essa


formalização é realizada e já está ok, quais serão as
responsabilidades e obrigações que se devem cumprir? E já
podemos começar desde já a destacar os benefícios de abrir um
MEI.

Na realidade, você terá pouquíssimas obrigações, simples de


serem cumpridas, mas que precisam ser levadas a sério para
permanecer ativo e regular com seu cadastro e poder contar
com todos os benefícios previstos em lei para essa modalidade.

Conforme já mencionada anteriormente, é necessário recolher


mensalmente os impostos, que estão todos agrupados em uma
única guia/boleto chamado de “DAS” – Documento de
Arrecadação do Simples Nacional (DAS).

45

Os valores cobrados por mês podem variar entre 61,60 e 66,60 a


depender das atividades desempenhadas pelo MEI. E para cumprir
com essa obrigação é simples, basta acessar a página Carnê MEI
– DAS, no Portal do Empreendedor, e fazer o download da guia
para pagamento.

Uma dúvida muito comum é sobre a emissão de nota fiscal. Afinal,


o MEI está obrigado ou não a emissão de nota fiscal? A resposta é
simples, para os produtos ou serviços prestados direto ao
consumidor final, não é obrigatório a emissão da nota, mas
quando for para pessoas jurídicas, a nota fiscal é obrigatória.

A Declaração Anual do Faturamento do MEI, é uma outra


obrigação. Esse documento indica o montante recebido pelo
microempreendedor ao longo do último ano de exercício. E é algo
semelhante a uma declaração de imposto de renda, que algumas
pessoas fazem sozinha na forma simplificada ou podem contar
com a ajuda de um contador, ficará a seu critério. O mais
importante é ficar atento aos prazos, para evitar multas e outros
problemas.

46

A contratação de um contador, ou escritório de contabilidade não


é algo obrigatório para o MEI. Entretanto, é um investimento que
pode auxiliar aqueles que possuem dificuldades com o
entendimento e acessibilidade das plataformas e com as
pequenas burocracias da vida de empresário.

Fonte:https://www.jornalcontabil.com.br/mei-deveres-e-responsabilidades-do-microempreendedor-individual/

Agora que você já sabe o lado burocrático da atividade


empresarial, que pode até ser encarado como algo chato e
complicado, é essencial falar também das vantagens e benefícios
de ser um empresário, especialmente o MEI.

5.3 Vantagens e Benefícios do Microempreendedor Individual (MEI)

No Brasil, segundo o Ministério da Economia, existem


aproximadamente 14 milhões de MEIs, e as razões pelas quais as
pessoas buscam a formalização através dessa modalidade são
muitas. Veja os principais pontos fortes:

47

Fonte: https://blog.softensistemas.com.br/como-abrir-uma-mei-2/

1- Possibilidade de participar de licitações e processos de


compras públicas, fornecendo diretamente para Estados,
Municípios e Governo Federal seus produtos e serviços;

2- Processo de abertura e gestão do funcionamento facilitado.


Você consegue abrir seu CNPJ e ter um alvará de funcionamento
de forma online, gratuita e sem burocracia;

3- Benefícios financeiros, por meio do acesso a créditos e


financiamentos mais competitivos, com aprovação simplificada e
taxas especiais, além de contar com fomentos públicos que são
disponibilizados constantemente;

4- Carga tributária simplificada e reduzida, sendo necessário


apenas uma contribuição fixa, com alíquota baixíssima equivalente
a 5% do salário-mínimo;

48

5- Emissão de notas fiscais, permitindo vender produtos e prestar


serviços para empresas;

6- Direitos e garantias previdenciárias, como a possibilidade da


aposentadoria por idade ou invalidez, auxílio-doença, salário-
maternidade e pensão por morte para a família do MEI;

7- Acesso a apoio técnico do SEBRAE;

8- Abertura de conta PJ (Pessoa Jurídica);

9- Trabalhar com carteira assinada e ser MEI ao mesmo tempo;

Depois dessa análise, o que você achou dessas vantagens de


abrir o seu MEI, é normal que você ainda tenha algumas dúvidas.
Pensando nisso, nós separamos uma sequência de perguntas e
respostas objetivas, sobre as principais questões acerca desse
assunto. Confira!

5.4 Perguntas Frequentes

Fonte:https://fdr.com.br/2019/12/31/guia-sobre-o-mei-tire-suas-duvidas-antes-de-abrir-seu-negocio/

49
1- O que preciso fazer antes de me formalizar?

Verificar se recebe algum benefício previdenciário, como por


exemplo: Aposentadoria, Auxílio Doença, Seguro Desemprego, etc
e verificar se as atividades escolhidas podem ser registradas
como MEI.

2- Quais as situações em que a formalização como MEI é


permitida, porém com ressalvas?

a) Seguro-Desemprego: Poderá ter a suspensão do benefício. Em


caso de suspensão deverá recorrer nos postos de atendimento
do Ministério do Trabalho.

b) Pessoa que recebe Auxílio-doença: Poderá perder o beneficio a


partir do mês da formalização.

c) Pessoa que recebe BPC-LOAS: Não perderá o benefício de


imediato, mas poderá acontecer avaliação do Serviço Social que,
ao identificar o aumento da renda familiar, comprove que não há
necessidade de prorrogar o benefício ao portador de
necessidades.

d) Pessoa que recebe Auxílio Brasil: Não causa o cancelamento do


programa Auxílio Brasil, a não ser que haja aumento na renda
familiar acima do limite do programa. Mesmo assim, o
cancelamento do benefício não é imediato, só será efetuado no
ano de atualização cadastral.

3- É possível ser MEI e manter vínculo empregatício com


carteira assinada?

Sim, sem problemas. Não há impedimento de um empregado, com


carteira assinada exercer atividade econômica como MEI nas
horas vagas.

50

4- Quais atividades podem ser enquadradas como


Microempreendedor Individual?

As Atividades Permitidas ao MEI estão determinadas no anexo XI


da Resolução CGSN n.140 2018. Acesse o Portal do Empreendedor
e consulte a listagem das ocupações permitidas para o MEI.

5- Tenho dívidas junto a instituições financeiras e/ou restrição


cadastral nos órgãos de proteção de crédito, posso formalizar
como MEI?

Sim. Não existem impedimentos.

6- Quanto tempo demora para me formalizar?

O procedimento é muito simples e pode ser realizado em questão


de minutos. As inscrições no CNPJ, na Junta Comercial e no INSS
são obtidas imediatamente. A comprovação da formalização
ocorre por meio de um documento único, o Certificado da
Condição de Microempreendedor Individual - CCMEI, o qual deve
ser emitido ao final do processo de inscrição na seção Próximos
Passos. Não há a necessidade de assinaturas ou envio de
documentos e cópias. Tudo é feito eletronicamente.

7- Qual o custo para formalização do MEI?

Conforme já abordado anteriormente, o MEI está isento de


qualquer custo de abertura e registro da empresa. Somente após
a formalização é necessário o pagamento mensal dos tributos por
meio do DAS (carnê) emitido através do Portal do Empreendedor.

51
8- Existem cursos de capacitação específicos para o
Microempreendedor Individual?

Sim. Você pode contar com o apoio do SEBRAE, e participar de


diversos cursos que são frequentemente disponibilizados. Confira
no site: http://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/ead

9- O MEI que não teve faturamento no ano ou estava sem


movimento, devo pagar os impostos e de entregar a
Declaração Anual ?

Sim.

10- Qual o limite para compras de mercadorias para revenda


e/ou insumos para o MEI?

O limite máximo que poderá comprar de mercadorias é de até


80% do valor bruto de suas receitas.

52

Referências Bibliográficas

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6. ed. – São Paulo: Saraiva Educação, 2019.

CHIAVENATO, Idalberto. Empreendedorismo: dando asas ao


espírito empreendedor. São Paulo: Saraiva, 2007.

CONGRESSO NACIONAL. Lei Complementar nº 128 de dezembro


de 2008. Brasília, DF;

CONTABILIZEI. O que é MEI, como funciona e tudo o que você


precisa saber/> Acesso em: 29 out. 2022.

DE MASi, D. Criatividade e grupos criativos. Rio de Janeiro


: Sextante, 2003.

FILION, L. J. Visão e relações: elementos para um metamodelo


empreendedor. In: Revista de Administração de Empresas
São Paulo, 33(6):50-61 Nov./Dez. 1993

53

Global Entrepreneurship Monitor Empreendedorismo no Brasil:


2019\ Coordenação de Simara Maria de Souza Silveira
Greco; diversos autores -- Curitiba: IBQP, 2020. 200 p. : il.

DORNELAS, José. Empreendedorismo: transformando ideias em


negócios. 4. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.

FERREIRA, Manuel Portugal; SANTOS, João Carvalho; SERRA,


Fernando A. Ribeiro. Ser Empreendedor: pensar, criar e moldar a
nova empresa. São Paulo: Saraiva, 2010.

HISRICH, R. D. Empreendedorismo. Porto Alegre: AMCH, 2014.

MARTES, A. C. B. Weber e Shumpeter – A ação econômica do


empreendedor. In: Revista de Economia Política, vol. 30, nº 2 (118),
pp. 254-270, abril-junho/2010.

PORTAL DO EMPREENDEDOR. Disponível em


https://www.gov.br/empresas-e-negocios/pt-br/empreendedor ,
Acesso em: 29 out. 2022;

SEBRAE. Abrir um CNPJ de MEI é fácil. Confira os passos/> Acesso


em: 29 out. 2022;

54

Links úteis

Agência Brasil

https://agenciabrasil.ebc.com.br/economia/noticia/2021-
06/sebrae-pequenos-negocios-tem-maior-taxa-de-mortalidade

Análise SWOT

https://www.totvs.com/blog/negocios/analise-swot/

Contabilizei.blog
https://www.contabilizei.com.br/contabilidade-online/mei/

HSM EXPERIENCE
https://experience.hsm.com.br/posts/lean-canvas

Instituto Beleza Natural


https://blog.belezanatural.com.br/

FM 25 Educação e Consultoria
Fonte: https://www.fm2s.com.br/blog/lean-canvas-ou-business-
model-canvas

Global Entrepreneurship Monitor(GEM),


https://ibqp.org.br/gem/

Guia do MEI: tudo que você precisa saber


https://blog.bling.com.br/guia-sobre-mei/

55

Modelo de Negócios Canvas


https://www.sebraepr.com.br/canvas-como-estruturar-seu-modelo-
de-negocios/

Portal do Empreendedor
https://www.gov.br/empresas-e-negocios/pt-br/empreendedor

SEBRAE – Abrir um CNPJ de MEI é fácil


https://www.sebrae.com.br/sites/PortalSebrae/artigos/tudo-o-que-
voce-precisa-saber-sobre-o-
mei,caa7d72060589710VgnVCM100000d701210aRCRD

56

SOBRE OS AUTORES

57

Contato: harpia-uerj@gmail.com

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