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O presente texto trata-se apenas de breves comentários decorrentes da leitura do artigo indicado para
leitura no CRC (Caderno de Referência de Conteúdo): BRIZOTTO, Bruno; BERTUSSI, Lisana Teresinha.
Hans Robert Jauss e a Hermenêutica Literária. Letrônica, Porto Alegre, v. 6, n. 2, p. 735-752, jul./dez.,
2013.
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Método”, Gadamer afirma que a verdade é conhecida de três formas: a) pela arte; b)
pela compreensão histórica; c) pela linguagem.
Hans Robert Jauss, por sua vez, retoma a hermenêutica filosófica de
Gadamer e tenta dar origem a um novo ramo da hermenêutica, que ficou conhecido
como “hermenêutica literária”. Dentro da “hermenêutica literária”, que visa
justamente apresentar métodos e formas de compreensão, interpretação e aplicação
da “experiência estética”, Jauss apresenta a sua tese da “estética da recepção”. Para
tanto, Jauss retoma de Gadamer a questão a da unidade triádica do processo
hermenêutico, que consiste em: a) compreender; b) interpretar; c) aplicar. Essa
unidade, ao longo da história pós-iluminista, acabou excluindo o terceiro ponto, que,
de acordo com o artigo, foram recuperados por Gadamer e Jauss.
Aliás, segundo Jauss, é por causa desse contexto positivista que se justifica o
atraso evidente da hermenêutica literária. A hermenêutica era mais vista como
instrumento de clarificação dos textos científicos, jurídico e religiosos, mas não como
método de compreensão da experiência estética: “Tal atraso explica-se porque o
processo hermenêutico foi reduzido apenas à explanação, porque nenhuma teoria da
compreensão foi desenvolvida para textos de caráter estético, e porque a questão da
‘aplicabilidade’ foi relegada à crítica como não sendo científica” (JAUSS, 1983, p. 306).
Jauss chega então à conclusão que, para compreender, interpretar e aplicar a
leitura de obras estéticas (textos literários), era preciso uma hermenêutica específica,
voltada para a questão estética. A questão central de Jauss é a seguinte: como a
unidade hermenêutica proposta por Gadamer (compreensão, interpretação
e aplicação) pode ser utilizada para interpretar dos textos poéticos?
De acordo com Jauss, a interpretação de textos poéticos, na realidade, é uma
experiência. E a experiência primária de toda e qualquer interpretação de obras de
arte reside em duas ideias: a) no seu efeito estético; b) na estética da recepção,
isto é, no modo como o leitor recebe o efeito estético – tanto para o leitor da
atualidade, como para os leitores ao longo da história.
O que é o efeito estético? Trata-se do modo como o leitor compreende a
partir daquilo que apreciou como fruição estética e como passa a apreciar a partir
daquilo que entendeu. É o que Jauss chama de “compreensão fruidora” e “fruição
compreensiva”. Noutras palavras, trata-se de dois processos simultâneos que indicam
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REFERÊNCIAS: