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).
LUANDA, 2021
FACTORES DETERMINANTES DO STRESS OCUPACIONAL EM
Luanda, 2021
DECLARAÇÃO DE AUTORIA
Declaramos ainda que este trabalho de fim de curso não foi submetido em nenhum
momento, no seu todo ou em parte, em nenhuma universidade ou outra instituição
de ensino superior para qualquer grau académico nem está a ser apresentado para
obtenção de outro grau para além daquele a que diz respeito.
O candidato
Declaro que, tanto quanto me foi possível verificar, este trabalho de fim de curso é o
resultado da investigação pessoal e independente do candidato.
O professor orientador
---------------------------------------------------------------------
I
FOLHA DE APROVAÇÃO
Este Trabalho de Fim de Curso foi julgado adequado e aprovado na sua versão final
pela Direcção do Curso Superior de Psicologia no dia (...) de 2021.
Prof. Dr.
--------------------------------------------------------------------------------------
Banca Examinadora
1º Vogal_____________________________________ Assinatura____________
2º Vogal____________________________________Assinatura______________
II
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho a minha família em especial a minha querida Prima Ermelinda
Severina Armando Matari, aos meus sobrinhos e colegas pela força moral e que
muito nos prestaram na realização deste trabalha de uma forma direita ou endireita.
I
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus pela vida que me cedeu. Aos meus pais Raimundo Fernando e
Mariana Fernando, Alberto Canhanga, Eduardo Correia e Teresa Manico muito
obrigado pela atenção e educação que me deram e fizeram de mim um homem para
encarar essa vida da melhor forma possível.
Agradeço o meus Irmãos Fernando Raimundo, Eugénio Raimundo, Mateus Matari,
Lídia Matari, Justina Manico, Yara Canhanga, Abel Sercal, Yuri Canhanga, Márcia
Canhanga, Rosário Raimundo, Joel Matari, Carlos André, Eduardo Manico, Mariano
Manico, Finilson Manico, Rosalina Manico, Ramiro Manico, Arminda Manico,
Heldmira Manico e António Manico vocês que companham toda minha trajectória.
Meu coração tem dois nomes e tudo faço e pensando em eles minha princesa
Chelsea Fernando e o meu príncipe Fernandes Fernando.
Agradeço em especial Bento Zua, Laura Viegas, Samira, Viegas, Viena Viegas,
minha comadre Maria Mutange, Ariane Mpalanga e o meu Compadre Vasco
Mpalanga, os Har-nor que partilho muitos momentos, em especial ao Wendel Daniel
e Octávio Nascimento, aos grupo desportivo 8 Renovada, people do Distrito Urbano
do Rangel, Emanuel Agostinho, Castelo Branco, Domingos Kianda, Carlos
Sebastião, Gaspar Neto, Emanuel Francisco, Cristina Cláudia, Flávia Guerra,
Nemésio Caixa, Mauro Nascimento, Vasco Gilberto, Octavio Kapapa, Kani Caxala e
Flávio Barros. Agradeço aos colegas do Ensino Médio do Complexo Escolar 21 de
Janeiro FAN, membros da Igreja Católica e todos meus colegas do SIC-Porto,
especial Banza da Costa, José Quipaca, Joaquim Vunge, António Azevedo, Daniel
João, Firmino Máquina, Felipe Naval, Teófilo Lemos, Carlos Segunda.
Assim sendo, não queria deixar de parte a minha excelentíssima querida namorada
Branca Viegas. Que Deus continue concedendo muita Graça, na sua carreira
profissional e a sua vida pessoal.
II
EPÍGRAFE
III
RESUMO
IV
ABSTRACT
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eget sapien.
V
LISTA DE TABELAS
VI
SUMÁRIO
DEDICATÓRIA............................................................................................................................................
AGRADECIMENTOS..................................................................................................................................
EPÍGRAFE.................................................................................................................................................
RESUMO...................................................................................................................................................
ABSTRACT................................................................................................................................................
LISTA DE TABELAS.................................................................................................................................
INTRODUÇÃO............................................................................................................................................
Problema....................................................................................................................................................
Objectivos..................................................................................................................................................
Objectivo Geral:.........................................................................................................................................
Objectivos específicos:............................................................................................................................
Justificativa................................................................................................................................................
2.4 Amostragem..............................................................................................................26
CONCLUSÕES.........................................................................................................................................
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS.........................................................................................................
APÊNDICE..................................................................................................................................................
APÊNDICE II...............................................................................................................................................
ANEXO I.....................................................................................................................................................
VIII
INTRODUÇÃO
Em Luanda, constata-se essa realidade através das várias reportagens dos órgãos
de comunicação social sobre a problemática do atendimento inapropriado e
desmotivação por parte dos enfermeiros das várias instituições de saúde.
Considerando a abrangência do tema em estudo, procuramos na presente
monografia delimitar o tema.
1
Problema
A problematização se prende com o facto de que as transformações sociais,
económicas, jurídicas, organizacionais e técnicas do trabalho em saúde que
exercerem uma profunda influência sobre o processo de saúde/adoecimento e a
qualidade de vida nos contextos laborais (BARBOSA, 2007, p27). Para esse autor,
observa-se, no mundo, uma tendência crescente para se abordar os aspectos
negativos da experiência no trabalho, utilizando a perspectiva do stress ocupacional.
2
Objectivos
Os objectivos constituem a finalidade de um trabalho científico, ou seja, a meta que
se pretende atingir com a elaboração da pesquisa. São eles que indicam o que um
pesquisador realmente deseja fazer. A sua definição clara ajuda em muito na
tomada de decisões quanto aos aspectos metodológicos da pesquisa, afinal, temos
que saber o que queremos fazer, para depois resolvermos como proceder para
chegar aos resultados pretendidos (FREIXOS, 2010).
Objectivo Geral:
Objectivos específicos:
3
Justificativa
Em Luanda constata-se essa realidade através das várias reportagens dos órgãos
de comunicação social sobre a problemática do atendimento inapropriado e
desmotivação por parte dos enfermeiros das várias instituições de saúde.
4
CAPÍTULO I - FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
De acordo com Lazarus e Folkman (1984, p.19), o stress pode ser conceptualizado
como uma situação indutora de stress é toda aquela em que a relação estabelecida
entre o indivíduo e o meio ambiente é avaliada como excedendo os seus recursos
prejudicando, por isso, o seu bem-estar.
Segundo este modelo, perante uma situação (ameaça potencial) um indivíduo vai
evoluir ao longo de uma sequência processual, a qual tem início na percepção da
situação em causa, passando pela sua avaliação face aos recursos pessoais e
envolvendo, ainda, o desencadeamento de estratégias de coping para lhe fazer
frente. Esta concepção salienta, assim, uma dimensão cognitiva de classificação das
situações como ameaçadoras (avaliação), a qual é seguida de esforços cognitivos e
comportamentais para lidar com essas situações de stress (coping).
5
De acordo com Maslach (2003) a avaliação primária, que consiste na avaliação do
significado individual ou da relevância do acontecimento, vai conduzir à classificação
dos acontecimentos como: irrelevantes (o encontro com o ambiente não acarreta
implicações para o bem-estar da pessoa, não há perdas ou ganhos associados à
transacção), positivos (o encontro com a situação é classificado como positivo, isto
é, o bem-estar é mantido ou aumentado), ou ameaçadores (o encontro com a
situação inclui situações de perda, ameaça ou desafio).
De acordo com este autor, estes dois tipos de avaliação vão conduzir a respostas
fisiológicas (ex., aumento do ritmo cardíaco), cognitivas (e.g., crenças sobre as
consequências de um acontecimento), emocionais (ex., medo) e comportamentais
(ex., fuga), de stress.
Este é o chamado processo de coping definido por Lazarus e Folkman (1984, p.20)
como: “coping enquanto processo que implica uma constante mudança e adaptação
dos esforços cognitivos e comportamentais, com vista a gerir as exigências externas
e/ ou internas específicas, as quais são avaliadas como excedendo os recursos do
indivíduo.
Esta definição tem inerente a ideia de que o coping se pode alterar de situação para
situação e de momento para momento, em função da reavaliação que a pessoa faz.
Isto significa que as estratégias de coping utilizadas pelo indivíduo podem ser
alteradas ao longo do tempo (por exemplo, a pessoa pode adoptar uma estratégia X
logo a seguir à ocorrência do acontecimento e, passado algum tempo, adoptar a
6
estratégia Y), e, também, são situacionais (por exemplo, a mesma pessoa pode
utilizar diferentes estratégias de coping perante as mesmas situações ameaçadoras
no trabalho, e outra em situações ameaçadoras familiares).
Desta forma, Lazarus e Folkman (1984) referem que pelo facto do processo de
coping requerer uma análise contextual da situação stressante, torna-se difícil e sem
sentido conceptualizar e avaliar o estilo de coping global da pessoa, mas sim
adoptar uma perspectiva situacional e contextual.
As características objectivas são causa das percepções, mas, contudo, esta relação
é imperfeita devido a possíveis distorções perceptivas e cognitivas, as quais poderão
ter origem, por exemplo, na capacidade de processamento limitada do ser humano
ou devido às estruturas organizacionais que limitam o acesso à informação objectiva
(MARQUES, 2000).
7
a) O primeiro é o ajustamento entre as exigências (exigências qualitativas e
quantitativas do trabalho, normas grupais e organizacionais) do ambiente e as
capacidades (competências, conhecimentos, tempo e formação) do indivíduo.
Dois conceitos estão presentes neste modelo: o de coping e o de defesa, sendo que
o coping refere-se aos esforços para melhorar o ajustamento indivíduo/ambiente de
forma objectiva, e a defesa envolve os esforços para melhorar o ajustamento
indivíduo/ambiente de forma subjectiva (RAMOS, 2001).
Por fim, esta teoria preconiza diferentes hipóteses de relação entre o ajustamento
pessoa/ambiente e a tensão psicológica, assumindo uma relação linear ou não
lineares e curvilinear em forma de U. Neste último caso, os níveis mais baixos de
tensão psicológica ocorrem quando existe um ajustamento entre as características
do indivíduo e do ambiente. A tensão aumenta quando há um desajustamento entre
uma das partes. Para além disso, este modelo prediz ainda relações em que,
apenas um défice no indivíduo ou um excesso no meio ambiente vai levar a tensões.
Este modelo não tem revelado evidências empíricas consistentes, não distingue
entre reacções a curto e longo prazo, e inclui todas as condições de trabalho numa
só categoria de stressores laborais, constituindo estas as principais críticas que lhe
são feitas (RAMOS, 2000).
8
1.3. Conceito de Stress Ocupacional
O stress ocupacional versa de uma expressão inglesa para indicar aquilo que deixou
de funcionar por esgotamento de energia. Esta expressão foi utilizada por Brandley
em 1969, mas veio a se tornar mundialmente conhecida na década de setenta, a
partir dos artigos de Freudenberger, médico, psicanalista, que segundo o autor teve
uma vida profissional permeada de frustrações e dificuldades que o levou a
exaustão física e mental, sendo o primeiro a investigar e descrever sobre a
Síndrome do Esgotamento Profissional (SEP), conceituando-a “como um sentimento
crónico de desânimo, de apatia, de despersonalização que atinge o trabalhador”
(AMARO, 2007, p. 223).
Já Maslach e Jackson citado por Garcia (2003), considera a SEP “uma reacção à
tensão emocional crónica caracterizada pelo esgotamento físico e/ou psicológico,
por uma atitude fria e despersonalizada em relação às pessoas e um sentimento de
inadequação em relação às tarefas a serem realizadas”.
Na opinião do autor, esse fenómeno não é recente. Nos anos 80, grupos de
profissionais que não eram considerados de risco, ou seja, profissionais com bons
níveis de satisfação pessoal e social, começaram a apresentar sintomas de stress.
9
Apesar de divulgada desde a década de 70, é pouco o seu conhecimento em
Angola, sendo raras as pesquisas realizadas no nosso país.
De acordo com Carlotto, (2002), o stress ocupacional vai além do simples stress,
sendo encarada como uma reacção ao stress crónico, ou seja, como consequência
da grande exaustão sentida, em decorrência do desgaste físico e mental, percebe-
se que nada mais podem oferecer aos seus clientes, pacientes, alunos, colegas de
trabalho, etc.
10
emocional e despersonalização com a carga horária realizada e negativa com o
salário recebido, ou seja, quanto menor a renda do profissional, maior era a
tendência a apresentar comportamentos de indiferença e cepticismo na relação com
o usuário e colegas de trabalho (AMARO, 2007).
Os estudos mais recentes, diz o mesmo autor, mostram que está associado a
factores relacionados com o trabalho, tais como sobrecarga laboral, baixo nível de
suporte, conflitos interpessoais, contacto com a morte e preparação inadequada
(TEIXEIRA, 2007).
11
1.4. Causas Gerais do Stress Ocupacional
Também, Murofuse e Rosa (2005) referem que quanto maior o desfasamento entre
o sujeito e o trabalho, mais elevado é o risco de desenvolver esta síndrome. Os
autores ainda identificaram seis fontes de stress ocupacional que contribuem para o
desfasamento entre a pessoa e o trabalho: sobrecarga de trabalho, controlo,
comunidade, recompensa, justiça e valores.
Para estes autores, o facto de a pessoa sentir que não tem uma recompensa justa
pelo seu trabalho, que não é reconhecida, quer financeira, quer socialmente, que o
seu empenho é desvalorizado ou ignorado pelos outros é um indicador de
desfasamento. Estes autores afirmam, ainda, que a falta de recompensa está
directamente associada a sentimentos de ineficácia.
12
o conflito que, se não for resolvido pode tornar-se crónico e destrutivo das relações
de trabalho, aumentando assim, os sentimentos de frustração, ansiedade, raiva,
desrespeito e suspeição, diminuindo o sentimento de entreajuda entre colegas em
situações de dificuldade (MUROFUSE e ROSA, 2005).
Assim, quando existe salários desiguais para o mesmo cargo, ascensão de colegas
sem merecimento e desigualdade na carga de trabalho, perde-se a confiança numa
organização que não mostra imparcialidade no tratamento dos trabalhadores
(MASLACH & LEITER, 1997).
Maslach (1998; 2003) refere que as três dimensões do stress ocupacional (exaustão
emocional, despersonalização e baixa realização pessoal) relacionam-se com as
variáveis do contexto de trabalho de distintas formas. Segundo esta autora, a
exaustão emocional e a despersonalização tendem a aparecer do conflito social e da
sobrecarga de trabalho e a baixa realização pessoal surge da falta de recursos para
desempenhar o trabalho com qualidade.
Esta autora menciona ainda que elevados níveis de conflito pessoal se relacionam a
elevados níveis de exaustão emocional e por sua vez, elevados níveis de realização
pessoal relacionam-se com a participação activa na tomada de decisões partilhada,
relações interpessoais de apoio e aumento de competências profissionais.
14
- Fisiológicos (fadiga, irritabilidade, dores de cabeça, problemas gastrointestinais,
insónias, dores nas costas e alterações de peso);
Por outro lado, Rodrigues e Trigo (2007), enumeram possíveis sintomas de stress
ocupacional e agrupam-nos em cinco categorias: sintomas afectivos, cognitivos,
físicos, comportamentais e motivacionais, sendo que segundo estes autores estes
sintomas surgem a nível individual, interpessoal e a nível organizacional.
15
úlceras, perturbações gastrointestinais, constipações frequentes e prolongadas,
lesões por comportamentos de risco, aumento do risco de problemas cardíacos,
hipertensão, aumento de problemas dérmicos, aumento dos níveis de colesterol
sérico (TRIGO, 2007, p98).
16
Por último ao nível organizacional, segundo o mesmo autor, na categoria de
sintomas afectivos encontra-se a insatisfação no trabalho.
Para Maslach et all (2003, p. 234), é unânime que o stress ocupacional surge na
fase final de um processo longo, produto da exposição do indivíduo a tensões
laborais. Também, relativamente aos critérios de diagnóstico desta síndrome, existe
consenso em considerar-se cinco critérios:
17
1.6. Diagnóstico do Stress Ocupacional
Para além disto, Ramos (2000), alerta para o facto do auto-reporte puder ter
associados alguns enviesamentos, derivados da desejabilidade social, de respostas
aleatórias, da falsificação e do estilo de resposta. Estão disponíveis instrumentos
que avaliam um número considerável de factores que podem ser avaliados no
âmbito do diagnóstico.
18
segundo o mesmo autor, é pouco usual comparativamente ao auto-reporte, mas
está em franca expansão, por dificuldade de acesso e custos de outros métodos.
Neste contexto é fundamental a análise de documentos disponibilizados pela
organização, como sejam os relatórios únicos (antigos balanços sociais), os
organigramas, os relatórios de actividades, o website da empresa, entre outros que
se considerem pertinentes. Estes documentos possibilitam traçar as tendências em
termos de absentismo, turnover, sinistralidade e baixas médicas, bem como das
políticas e práticas organizacionais (RAMOS, 2001).
Segundo ainda esse autor, poderão focalizar-se nos preditores, nos moderadores ou
nas consequências. As intervenções preventivas têm por objectivo geral abrandar,
parar ou inverter a progressão de uma doença ou fenómeno.
19
A prevenção primária do stress destina-se, ao nível da organização, a modificar as
fontes de stress, quer eliminando-as quer reduzindo a sua intensidade. Estas
mudanças poderão implicar mudanças na estrutura, nos conteúdos e nos
procedimentos habituais da organização e do trabalho. Inclui-se aqui, por exemplo, a
re-concepção do trabalho promovendo o enriquecimento das tarefas, variabilidade
de competências, significado, identidade, autonomia e feedback (RAMOS, 2001).
Silva et all (2000), mencionam que nos últimos tempos identificaram-se práticas
organizacionais de alto desempenho (promoção de segurança no trabalho, formação
centrada na promoção de competências técnicas e genéricas, trabalho em equipa,
partilha de informação) que promovem, quer o desempenho quer a saúde e
segurança no trabalho.
20
trabalhadores que já mostram alguns sinais de stress pretendendo-se aumentar a
sua capacidade de lidar com os stressores (SILVA, 2000).
Este nível de intervenção é mais voltado para o indivíduo, dado que existem
determinadas situações organizacionais indutoras de stress que não podem ser
alteradas. Desta forma, impede-se a degenerescência das respostas de stress e
fortalece-se a resistência dos indivíduos (Ramos, 2001). Estas estratégias de
prevenção secundária têm como objectivo controlar as respostas de stress, tanto
individuais como organizacionais, sendo disso exemplo a criação de grupo de apoio
dentro da organização.
Estas são as estratégias mais vulgares que, segundo Chambel (2005), procuram
modificar a avaliação que a pessoa faz do contexto organizacional, pois, por
exemplo, ensina-se ao indivíduo a olhar para o lado positivo das situações, ou que
procuram aumentar a resistência a essas condições, desenvolvendo, por exemplo,
crenças de auto-eficácia e de auto-estima.
De acordo com Ramos (2001), estas intervenções podem ser alvo de críticas, no
sentido que tendem a colocar a ênfase e responsabilização nas pessoas,
desresponsabilizando as organizações e para além disso, as condições de trabalho
não são modificadas não contribuindo, desse modo, para o bem-estar a médio e
longo prazo.
22
mudanças envolvem habitualmente a reestruturação dos processos de trabalho e
produzem resultados significativos com a implementação de acções com a duração
de um ano.
Silva (2000) foca, por outro lado, acções direccionadas à comunidade. Estas
poderão fazer sentido especialmente para profissionais que estão em contacto com
a comunidade, mas não de forma exclusiva para estes. Estas estratégias passam
por campanhas informativas destacando a importância da função exercida pelos
profissionais em causa, campanhas que contribuirão para diminuir o sentimento de
pressão e exigência social e aumentar o reconhecimento e apoio social.
23
avaliar cuidadosamente a indicação de afastamento do trabalho por meio de licença
para tratamento. O psicólogo deve envolver o paciente nessa decisão, procurando
ajudá-lo tanto a afastar-se do trabalho, se necessário para o tratamento, quanto a
voltar para o trabalho quando recuperado.
Segundo Chambel (2005), a equipa de saúde dever estar apta a orientar o paciente
e os seus familiares quanto a esses direitos e orientar os familiares, colegas de
trabalho, patrões, chefes e gerentes a lidar com a situação da doença do paciente
até que este retome a sua capacidade de trabalho. Especial atenção deve ser dada
à realização de laudos, pareceres e atestados, visando ao reconhecimento social
(incluindo dos seguros de saúde e/ou da Previdência Social) de um padecimento
que, mesmo não apresentando lesão física aparente, compromete a capacidade de
trabalhar.
24
CAPÍTULO II ˸METODOLOGIA DE PESQUISA
O tipo de pesquisa distingue-se quanto aos meios e quanto aos fins: Quanto
aos meios utilizamos, a pesquisa bibliográfica e estudo de caso. Quanto aos fins a
pesquisa descritiva.
O estudo caracterizaou-se com base a pesquisa descritiva na perspectiva de
Kauark, Manhães e Medeiros (2010), afirmam que a pesquisa descritiva visa
descrever as características de determinada população ou fenómeno, ou o
estabelecimento de relações entre variáveis.
25
A amostra ocorre quando não há necessidade de investigar toda a população,
deixando assim que os resultados de pesquisa obtidos por um pequeno grupo
seleccionado sejam considerados como o todo.
Todavia, para esta pesquisa, tivemos uma população estimada em 200
trabalhadores do Hospital funcionários do Hospital Geral de Luanda e uma amostra
de 36 enfermeiros, que nos auxiliaram a obter informações pertinentes sobre o tema
em estudo.
2.4 Amostragem
26
escolhido oferece, mais que ainda assim o justificam como o mais adequado aos
propósitos da investigação.
Para o presente trabalho tivemos dificuldades no que diz respeito a:
27
Mulheres 28 78%
Homens 8 22%
Total 36 100%
Pode-se verificar pelos dados obtidos de que uma grande maioria (78%) dos
enfermeiros participantes, são mulheres. De salientar que de um universo de quinze
enfermeiros, apenas três são homens. Para Costa (2005), no que concerne ao sexo,
é importante realçar o conflito de papéis como uma das fontes de stress vivenciadas
pelas mulheres na procura de conciliar a vida familiar com a profissional. Esse autor
realça o facto de as mulheres estarem expostas às mesmas fontes de stress que os
homens e para além destas, a fontes de stress especificas e únicas de pressão
relativamente aos colegas homens.
Total 36 100%
28
sujeitos não conseguirem lidar com estas dificuldades, poderão abandonar a
profissão, sendo que os sujeitos mais velhos podem ter conseguido ultrapassar a
situação nos primeiros anos da profissão.
Casado 18 50%
Solteiro 7 19,5%
Total 36 100
No nosso estudo verifica-se que 50% dos participantes são casados, enquanto que
30% vivem maritalmente e apenas 19%, dois indivíduos são solteiros. Relativamente
ao estado civil, Maslach e Jackson (1981; in Teixeira, 2008) verificaram que
indivíduos solteiros e divorciados experienciavam níveis mais elevados de stress do
que os casados, mais concretamente na dimensão exaustão emocional.
29
4 – 5 Anos de serviço 5 14%
Total 36 100
Licenciatura 22 61%
Pós-graduação 8 22%
Total 36 100%
Em relação a questão, a maioria dos inquiridos, isto é cerca de 14% assinalou que
sente-se emocionalmente esgotado, e 11% assinalou que sente-se frustrado, 3%
sente-se frustrado em relação ao trabalho e 6% sentem tenso. Em suma verificamos
que os funcionários em estudo na sua maioria sente-se esgotado emocionalmente.
31
esforço, 3% assinalaram que pensam que as vezes penso " eu não aguento mais
isto e por 6% último tenho dificuldades para concentrar-me no trabalho
CONCLUSÕES
32
Com base nos resultados obtidos através do questionário sobre o stress ocupacional
aplicados aos enfermeiros do hospital geral de Luanda, concluímos que, embora os
enfermeiros estejam naturalmente expostos aos factores potenciadores de stress, a
incidência do stress ocupacional é baixa na população estudada, visto que apenas
uma pequena parcela dos participantes (média 24%), apresentou alguns sintomas
do stress ocupacional sem preencher os critérios necessários para significância do
disgnóstico.
É de reconhecer que o estudo em causa poderia ser mais enriquecido com a
participação de um maior número de elementos. Assim, temos a sublinhar que
consideramos o nosso trabalho limitado, necessitando de contributos para o seu
enriquecimento. Assim, esperamos ter contribuído com uma síntese de alguns dos
muitos estudos que circulam nesta área, sem a intuição de neste momento propor
algo novo a respeito do fenómeno do stress ocupacional em enfermeiros, mas sim
de primeiro compreendê-lo, para depois se debruçar sobre uma manifestação do
mesmo, trazendo luz sobre este objecto que está a ser gradualmente iluminado por
muitos pesquisadores.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
33
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BOFF VB, Bernardi GC, Saraiva FBS, Cogo MAMC, Scherer CG. A incidência da
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Reunião Anual da SBPC, Florianópolis. 2006.
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jun. 2000.
TRIGO TR, Teng CT, Hallak JEC. Síndrome de burnout ou estafa profissional e os
transtornos psiquiátricos. Revista de Psiquiatria Clínica da USP. 2007.
36
APÊNDICE
APÊNDICE I
Assino:__________________________________________________________
APÊNDICE II
Dados Sociodemográficos e Profissionais
1.Sexo:
Masculino Feminino
2. Idade: _______(anos)
3. Habilitações escolares:
Ensino médio Bacharel Licenciatura Pós graduação
4. Estado Civil:
Solteiro(a) Casado(a) Divorciado(a) Viúvo(a) vive maritalmente
Separado(a)
5. Tem Filhos: Não Sim Se respondeu sim, quantos ____ Outros Dependentes:
Não Sim Quantos? _______ Quem? __________________________________
8. Cargo desempenhado:_____________________________________________
Coloque um X no quadrado que melhor reflete como você se tem sentido nos
últimos meses. Não existem respostas certas nem erradas. Seja sincero(a) nas suas
respostas.
F S N R
1 Sinto-me esgotado (a)
2 Sinto-me frustrado (a) em meu trabalho.
3 Meu trabalho me deixa exausto (a).
4 Tenho me tornado mais insensível com as pessoas
5 Perco o sono ou só consigo dormir poucas horas
6 Tenho dificuldades para concentrar-me
7 Trabalhar com pessoas o dia todo me exige um grande esforço
8 ) Sinto-me competente na realização de meu trabalho
9 Sinto-me irritado (a), impaciente, com desejo de abandonar o
trabalho
10 Sinto-me frágil e susceptível a ficar doente
11 Sinto-me com energia suficiente para a família e os amigos no
tempo de lazer
12 Considero o meu trabalho emocionalmente desgastante
13 Acho difícil trabalhar com utentes
14 Às vezes penso " eu não aguento mais isto
15 Cada hora de trabalho é cansativo para mim
ANEXO