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Relatório Técnico-Científico
OARS
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Índice
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Viana do Castelo, Janeiro de 2024
1. Pedido......................................................................................................................................................2
2. Alvo da Avaliação...................................................................................................................................3
5. Resultados...............................................................................................................................................4
6. Leitura Dinâmica................................................................................................................................8
7. Orientações............................................................................................................................................10
8. Referências Bibliográficas....................................................................................................................11
9. Anexos...................................................................................................................................................12
Índice de Anexos
Índice de Tabelas
Tabela 1: Pontuação das escalas......................................................................................................................5
Tabela 2: Dados sobre a utilização dos serviçoS.............................................................................................9
1. Pedido
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Considerando um recente acontecimento a nível de saúde, que levou a uma amputação, foi solicitado pelo
Centro Paroquial e Social de Lavradas, uma avaliação multidimensional a esse mesmo idoso. De modo a
compreender a sua condição a nível físico, mental, social, ambiental e económico e também de fornecer
orientações e intervenções e adequadas face às suas necessidade de forma a otimizar o seu bem-estar geral.
2. Alvo da Avaliação
O alvo da avaliação chama-se Manuel da Silva, tem 78 anos, é do sexo masculino e a sua nacionalidade é
Portuguesa. Vive em Nogueira, freguesia de Ponte da Barca do distrito de Viana do Castelo. Já viveu em
Ponte da Barca, em Paço Vedro e em Bocholt na Alemanha. Vive neste momento com o filho, a nora, os
dois netos e a mãe da nora, também ela, uma idosa com 94 anos.
É viúvo e tem dois filhos, um filho chamado José Manuel e uma filha chamada Paula, tem uma bisneta e
cinco netos. Está reformado mas exerceu trabalhou durante muitos anos na fabricação têxtil em duas
fábricas na Alemanha, esteve ainda na guerra do Ultramar e em toda a sua vida trabalhou na agricultura.
Este individuo possuiu doenças como hipertensão, diabetes e foi submetido a uma amputação da perna
esquerda devido a uma infeção.
Semanalmente frequenta o Centro Paroquial e Social de Lavradas, onde realiza atividades e interage com
outros utentes e funcionárias. Usufruiu do serviço de transporte, animação, alimentação e cuidados de
higiene pessoal.
3. Objetivos de avaliação
O objetivo principal da avaliação é compreender o processo de envelhecimento numa perspetiva geral e
compreender a qualidade de vida da pessoa idosa nesse mesmo processo. Os objetivos específicos são: (1)
avaliar a capacidade funcional, (2) avaliar a saúde mental e física dos idosos, (3) identificar e avaliar os
recursos sociais e os recursos económicos e por último, com base nos resultados, (4) avaliar as alternativas
de serviços a implementar em função da capacidade funcional. Com estes objetivos permitem desenvolver
recomendações específicas de forma a traçar um plano de cuidado individual, para contribuir a uma
melhoria da qualidade de vida e da qualidade dos cuidados prestados.
4. Materiais e Métodos
Para a realização deste trabalho foi utilizado o Questionário de Avaliação Funcional Multidimensional dos
Idosos (OARS – Older Americans Resources and Services). Foi desenvolvido no início da década de 80,
em 1981 por Fillenbaum e Smyer e adaptado para a versão portuguesa por Rodrigues em 2007. Este
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questionário é o resultado dos trabalhos desenvolvidos pelo Center for the Study Of Aging and Human
Development, desde 1972 na Universidade Duke (EUA), sendo que este é bastante complexo e extenso.
Avalia a funcionalidade das pessoas mais velhas e incluiu seis áreas: (1) recursos sociais, avalia a
quantidade e adequação da interação social e pela disponibilidade de ajuda no caso de doença ou
incapacidade, (2) recursos económicos, avalia os rendimentos e a autoavaliação da sua adequação às
necessidades, (3) saúde mental, avalia a presença de sintomas psiquiátricos e a autoavaliação de saúde
mental, (4) saúde física, inclui o uso de medicamentos, presença de patologias e a autoavaliação da saúde
física, e (5) atividades de vida diária – AVD, avalia as atividades da vida diária instrumentais e atividades
da vida diária físicas. E ainda é avaliada a utilização e a necessidade percebida de vários tipos de serviços e
as alternativas de serviços a implementar em função da capacidade funcional.
É composto no total por 102 questões, sendo que 72 perguntas se aplicam ao idoso e no final do
questionário é reservado um conjunto de 15 questões reservadas ao entrevistador, sendo que as perguntas
87 a 96 permitem que o entrevistador avalie a situação do idoso.
O público-alvo deste questionário é a população idosa, as perguntas aplicadas são aplicadas através de uma
entrevista e são perguntas fechadas, o que permite respostas validamente comparáveis entre si e de fácil
respostas. O limite máximo de apelo à memória é de seis meses e no mínimo de um mês. Segundo Foddy
(1996), menciona que o período aceitável para a memória sobre acontecimentos é de um ano e de trinta
duas é o período credível para os momentos menos revelantes.
A escalas são classificadas numa escala de 1 a 6, 1 - “Muito Bom”, 2 - “Bom”, 3 – “Ligeiramente
insatisfatório”, 4 – “Moderadamente insatisfatório), 5 – “Fortemente insatisfatório” e 6 – “Totalmente
insatisfatório”. Quanto maior for a pontuação global e em cada escala maior será o nível de insatisfação.
No que diz respeito às características psicométricas, a consistência interna da OARS para as escalas de
avaliação funcional do instrumento apresenta um alfa de Cronbach que se situa entre o 0,64 a 0,91.
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5. Resultados
A avaliação iniciou-se com uma pequena conversa entre o individuo e a entrevistada de forma a salientar
que se ia iniciar uma avaliação de várias áreas e qual era a sua finalidade. O instrumento foi utilizado
através de uma entrevista, decorreu no dia 06 de Janeiro de 2024 no concelho de Ponte da Barca com
duração aproximadamente de 36 minutos. Os dados vão ser apresentados de forma quantitativa e na Tabela
1 indicando a pontuação e a interpretação de cada escala. Antes de realizar as perguntas sobre as escalas foi
realizado algumas questões preliminares, que permitiu avaliar o défice da função cognitiva de forma a
definir se o avaliado estava apto para continuar a responder o questionário. Segundo Rodrigues (2008),
mais de quatro erros indica que o entrevistado não pode prestar informações sendo que o avaliado apenas
teve um erro na questão 10, a subtração de um número mas corrigido no momento a seguir.
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Escala Classificação
Recursos Sociais 2
Recursos Económicos 1
Saúde Mental 2
Saúde Física 4
Atividades de Vida Diária 4
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5.3 Saúde Mental
A saúde mental concentra-se na avaliação da função cognitiva, avaliação da presença de sintomas
psiquiátricos e na auto avaliação de saúde mental. (Rodrigues, 2007) No Anexo 4 é possível observar a
tabela da escala de classificação de saúde mental.
O avaliado considera que se preocupa algumas vezes com assuntos em geral, que considera a sua vida
monótona e que é regular a sua satisfação com a vida, considerando de certa forma, boa o seu estado
emocional e mental mas que ao longo destes cinco anos tem piorado. Nas questões introduzidas na
pergunta 34, o avaliado respondeu negativamente nas: “é feliz a maior parte do tempo?”, “por vezes sente
que não serve para nada?” e “por vezes sentiu vontade de fugir de casa?”.
Mas o avaliado é capaz de demostrar senso comum, fazer juízos e tomar decisões, mas como avaliadora
não considero que este acha a sua vida interessante e divertida e que não é capaz de lidar com problemas
graves que possam surgir na sua vida. Por último, como avaliadora considerei que ao longo da entrevista
demonstrou sempre estar agradável e participativo.
Como podemos observar na Tabela 1 e segundo a escala de classificação de saúde mental pontuei o
avaliado com 2, saúde mental boa, ou seja, controla o quotidiano como os problemas graves da vida
satisfatoriamente e intelectualmente está intacto e livre de sintomas psiquiátricos. Nessa avaliação houve
algumas dúvidas na pontuação porque recentemente um avaliado sofreu uma amputação que deixou a sua
saúde mental mais frágil então houve questões difíceis de interpretar.
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5.5 Atividades de Vida Diária
A avaliação da área de atividades de vida diária são divididas por duas escalas, (1) atividades de vida diária
instrumentais e (2) atividades de vida diária físicas, ainda avalia a presença de incontinência. (Rodrigues,
2007) No Anexo 6 é possível observar a tabela da escala de classificação do desempenho das atividades
de vida diária.
Na maior parte das perguntas o avaliado respondeu com alguma ajuda, nomeadamente a questões
relacionadas com fazer compras, preparar refeições, realizar tarefas de casa, vestir-se e lavar-se. Respondeu
que precisava de ajuda à questão: “pode andar” e sem ajuda às questões: “é capaz de utilizar o telefone?”,
“é capaz de tomar os seus medicamentos?” e “é capaz de lidar com o dinheiro?”.
Que as suas maiores ajudas são os dois filhos e os netos, visto que mora com um filho e a família do
mesmo, considerou esses como as pessoas que mais o ajudam.
Como podemos observar na Tabela 1 e segundo a escala de classificação do desempenho das atividades da
vida diária pontuei o avaliado com 4, capacidade para as AVD moderadamente insatisfatória, pois requer
assistência regular em pelo menos quatro AVD mas pode passar um dia sem ajuda.
Recolhe informações sobre a utilização de serviços nos últimos seus meses ou até mesmo de um conjunto
de serviços que sejam indispensáveis para o avaliado. Este escala não apresenta uma tabela de classificação
em comparação com as outras escalas. Mas segundo Rodrigues (2007), os serviços são agrupados em seis
grupos (Anexo 7).
6. Leitura Dinâmica
Ao analisar os resultados e as respostas dadas ao longo da avaliação foi possível identificar como
necessidades do idoso, os cuidados de saúde física, o apoio nas atividades da vida diária, como é caso os
cuidados de higiene e conforto, a confeção das refeições, as tarefas domésticas e por último apoio e
supervisão na deambulação. Foi também possível identificar a capacidade cognitiva, os recursos
económicos e a personalidade como potencialidades do idoso. Não deixando de parte a manutenção no que
toca à saúde mental e os recursos sociais.
Pontuou dois nas áreas dos recursos sociais, recursos económicos e na saúde mental, na área da saúde
física e nas atividades da vida diária, pontuou quatro. A sua pontuação total foi de 13 pontos sendo que a
pontuação máxima é 30. Segundo os pontos de corte de Sobral (2015), o avaliado é considerado
moderadamente dependente.
É possível verificar a existência da diminuição da saúde física, do desempenho nas atividades da vida
diária e das relações sociais, apesar de ainda serem boas e suficientes para o avaliado, todos estes fatores
são e foram influenciados pela amputação que limitou o idoso, a nível motor e da mobilidade.
Inicialmente na saúde física, os problemas fisiológicos, doenças crónicas e outros eventuais problemas de
saúde têm grande probabilidade de interferir no estado de saúde e qualidade de vida com o avançar da
idade, sendo que o avaliado apresenta as patologias de hipertensão, doença crónica e diabetes. Que
segundo Rodrigues (2007), são as principais doenças que aparecem na velhice juntamente com a
hipertensão, a artrite, os diabetes, o cancro, a osteoporose e doença de alzheimer. A doença crónica está
presenta na vida do avaliado, essa patologia surgiu depois da amputação que sofreu, torna-se também um
fator que influencia o desempenho do indivíduo em viver o seu dia-a-dia de forma independente e seguro,
existindo assim uma diminuição das capacidades funcionais, perda de independência e perda de autoestima
(Rodrigues, 2007). De forma ajudar na saúde física e no seu dia-a-dia, o avaliado utiliza vários auxiliares
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de marcha, a bengala, as muletas e a cadeira de rodas, e futuramente irá utilizar uma prótese. Estes
auxiliares são utilizados com o objetivo de melhorar o desempenho e independência nas atividades diárias
e com a principal finalidade de promover a saúde de forma a não necessitarem de ajuda de terceiros,
podendo ainda receber supervisão médica e fisioterapia.
Segundo Sobral (2015), a promoção da saúde do idoso deve ser estimulado nos serviços de saúde e na
família, isto é, em todos os ambientes sociais devem estimular para promover a autonomia.
No que toca ao desempenho das atividades de vida diária, a saúde física relaciona-se com esta área, sendo
que a capacidade de a realização das mesmas de forma autónoma é um fator essencial e importante
associado ao estado de saúde das pessoas idosas (Rodrigues, 2007).
É possível entender que a diminuição da capacidade funcional é baseado na ideia de que a autonomia está
comprometida devido às limitações resultantes da vulnerabilidade do processo de envelhecimento, seja a
nível físico como a nível psicológico. É importante que com base nestas questões a nível da saúde física e
das atividades de vida diária, seja possível prevenir, adiar e equilibrar o declínio funcional que afeta a
autonomia do idoso em especial no desempenho das suas atividades (Rodrigues, 2007). Está ainda
associada a saúde mental que surge como um determinante para o desempenho (Gribsby et al, 1998 citado
por Rodrigues, 2007). Segundo Ambo et al (2001), na área da saúde mental, o autor identificou certos
elementos ligados à ocorrência de depressão no idosos, sendo eles, o isolamento social, a fragilidade física
e a diminuição de atividades de vida diária. Em contrapartida, identifica também fatores de proteção contra
a depressão em idosos incluindo viverem na sua própria casa, poderem contar com o apoio da família,
terem a presença de crianças e a participação de atividades sociais. O avaliado situa-se neste panorama,
visto que possui estes fatores, dai ter pontuado dois na escala de classificação de saúde mental.
Nos recursos sociais, as relações com amigos e família são elementos importantes para melhores condições
de vida na sociedade e numa melhor qualidade de vida, pois com avançar existem transformações nessas
estruturas que contribuem para um agravamento social. Estes recursos têm uma importância determinante
para o bem-estar do idoso ao longo da sua vida e por isso é essencial, que estes sintam-se satisfeitos com as
suas vidas, apesar do avaliado ter sofrido a amputação continua a receber apoio da família e dos amigos e
estar no Centro de Dia permite que mantenha maiores relações e atividades sociais. O mesmo se observa
nos recursos económicos, o avaliado não apresenta necessidades, pois garante uma vida saudável e com
qualidade no que toca aos seus rendimentos (Sobral, 2015).
Segundo Sobral (2015), no seu estudo, a maioria dos idosos são independentes sendo que as mulheres são
as que apresentam maiores níveis de dependência moderada. Os idosos avaliados pontuaram
significativamente bem , nos recursos sociais, nos recursos económicos, nos recursos sociais, na saúde
física e nas atividades de vida diária Para Sobral (2015) “Envelhecer e manter a funcionalidade significa
menos problemas para o idoso/sociedade. Os problemas só iniciam quando surgem as incapacidades”
(p.28)
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Os idosos avaliados no estudo de Rodrigues (2007) pontuaram de forma negativa em todas as áreas,
nomeadamente na saúde física, na saúde mental, atividades de vida diária, nos recursos sociais e nos
recursos económicos.
7. Orientações
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8. Referências Bibliográficas
Ambo, H., Meguro, K., Ishizaki, J., Shimada, M., Yamaguchi, S., Sekita, Y., & Yamadori, A. (2001).
Depressive symptoms and associated factors in a cognitively normal elderly population: the Tajiri Project.
Journal of Geriatric Psychiatry, 16(8), 780-788.
Grigsby, J., Kaye, K., Baxter, J., Shetterly, S. M., & Hamman, R. F. (1998). Executive cognitive abilities
and functional status among community-dwelling older persons in the San Luis Valley Health and Aging
Study. Journal of the American Geriatrics Society, 46(5), 590-596.
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9. Anexos
Anexo 1: OARS preenchido
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Anexo 2: Escala de Classificação de Recursos Sociais
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Anexo 3: Escala de Classificação de Recursos Económicos
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Anexo 4: Escala de Classificação de Saúde Mental
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Anexo 5: Escala de Classificação de Saúde Física
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Anexo 7: Serviços incluídos no OARS
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