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UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAIBA

FACULDADE DE EDUCAÇÃO E ARTES


CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

Importância da avaliação física para obtenção de resultados

Gisele Bianca de Sales

São José dos Campos/SP

2017
UNIVERSIDADE DO VALE DO PARAIBA
FACULDADE DE EDUCAÇÃO E ARTES
CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO

IMPORTÂNCIA DA AVALIAÇÃO FÍSICA PARA OBTENÇÃO DE RESULTADOS

GISELE BIANCA DE SALES

Relatório Final apresentado como parte das


exigências da disciplina Trabalho de Conclusão de
Curso a Banca Examinadora do curso de Educação
Física da Faculdade de Educação e Artes da
Universidade do Vale do Paraíba.

Orientador: Prof. Me. Cláudio Alexandre Cunha

São José dos Campos - SP


2017
Dedico este trabalho a todos que
contribuíram direta ou indiretamente em
minha formação acadêmica.
AGRADECIMENTOS

Agradeço a todos que contribuíram no decorrer


desta jornada, em especial:

Aos meus pais e familiares que sempre me


apoiaram nos estudos e nas decisões tomadas.

Ao orientador Prof. Claudio Alexandre Cunha que teve


papel fundamental na elaboração deste trabalho.

Aos meus colegas pelo companheirismo e disponibilidade


para me auxiliar em vários momentos.
RESUMO

O objetivo deste trabalho de conclusão de curso é realizar uma revisão


bibliográfica, aprofundando conhecimentos recebidos no curso de Educação Física,
sobre avaliação física e suas aplicabilidades. De acordo com a literatura pesquisada
foram abordadas fases de realização de uma avaliação física e sua importância no
controle corporal. Com isso foram apresentados protocolos e técnicas de avaliação
com indicação de como se orientar no momento de avaliar capacidades, utilizando
dela como parâmetro de saúde e desenvolvimento humano, visando esclarecer
passos de coleta, análise de informações, e processo de interpretação de resultados
tendo parâmetros para definir a melhor atividade, e programação de exercícios.

Palavras-chave: Avaliação Física, Análise Corporal, Medidas, Exercícios.


LISTA DE TABELAS

Tabela 1 – IMC...........................................................................................................18
LISTA DE FIGURAS

Figura 01 - Equação IMC...........................................................................................18

Figura 02 - Modelo de Panjabi 1992..........................................................................21

Figura 03 - Tipos de postura......................................................................................29


Sumário
1. Introdução ................................................................................................. 10

2. Objetivos ................................................................................................... 12

2.1. Objetivo Geral ................................................................................. 12

2.2. Objetivo Específico ......................................................................... 12

3. Justificativa ............................................................................................... 13

4. Metodologia .............................................................................................. 14

5. Revisão De Literatura ............................................................................... 15

5.1 Conceitos Importantes Para Avaliação Física .................................... 15

5.1.1. Testes........................................................................................ 15

5.1.2. Medidas ..................................................................................... 16

5.1.3. Avaliação .................................................................................... 16

5.1.4. Tipos De Avaliação .................................................................... 16

5.1.5. Atividade Física .......................................................................... 16

5.1.6. Aptidão Fisica ............................................................................ 17

5.1.7. Condicionamento Físico ............................................................ 17

5.1.8. Avaliação Física ......................................................................... 17

5.1.9. IMC – Indice De Massa Corporal .............................................. 18

5.2. Anamnese ....................................................................................... 19

5.3. Biomecânica Sistemica ................................................................... 20

5.4. Antropometria.................................................................................. 22

5.4.1. Circunferências .......................................................................... 23

5.4.2. Composição Corporal ............................................................... 24

5.4.3. Bioimpedância .......................................................................... 24

5.4.4. Plicometria .............................................................................. 25

5.5. Avaliação Postural .......................................................................... 27

5.5.1. Vista Anterior ............................................................................. 28


5.5.2. Vista Lateral ............................................................................. 28

5.5.3. Vista Posterior .......................................................................... 28

5.6. Flexibilidade .................................................................................... 29

5.7. Análises Práticas ............................................................................. 30

5.7.1 Capacidade Anaeróbia ................................................................ 30

5.7.2. Força Muscular ........................................................................... 30

5.7.3. Velocidade Motora .................................................................... 31

5.7.4. Agilidade.................................................................................... 31

5.7.5. Potência Aeróbia ....................................................................... 32

5.8. A Sequencia De Avaliações ............................................................ 32

5.8.1. A Segunda Avaliação ................................................................. 33

5.8.2. A Terceira Avaliação................................................................... 33

6. Discussão ................................................................................................. 34

7. Conclusão ................................................................................................. 35

8. Referências Bibliográficas......................................................................... 36
10

1. INTRODUÇÃO

Existe hoje uma grande busca pela pratica da atividade física, nas academias,
grupos de corridas, e outros. Entretanto, a falta de orientação acaba limitando os
resultados e pondo em risco a saúde do aluno, principalmente os que se enquadram
nos grupos de risco, o que torna a avaliação física um componente indispensável
para a elaboração de um eficiente e seguro programa de exercícios. Nesse sentido,
esta revisão literária bibliográfica colabora para a construção de padrões
conceituais, operacionais e metodológicos, tendo como foco prioritário a motricidade
humana, com ênfase nas capacidades e habilidades motoras e esportivas
(WORTHEN et al., 2004).

A definição comum de avaliação determina que avaliar é “Determinar ou


estabelecer o valor de; examinar e julgar”. Porém na área da educação física são
múltiplas as definições encontradas em bibliografia, tanto quanto como sua riqueza
em protocolos, o que diminui a padronização de definição em meio aos avaliadores.

A avaliação formal ainda caminha em amadurecimento com desenvolvimento


de forma rápida nas últimas décadas mas não pode ser considerada “Adulta”, pois
ainda há um longo caminho até a maturidade plena, distancia essa que diferencia o
atingir de seu apogeu (WORTHEN et al., 2004).

É necessário reconhecer o fato de que a progressão é real e de rápida


maturação, concordando com estudiosos que afirmam ser uma disciplina ou
transciplina emergente (SCRIVEN, 1993 apud WORTHEN, et al., 2004).

Segundo Coll e Martín (2006), avaliar as evoluções de um indivíduo


corresponde a definir até que ponto ele desenvolveu as capacidades contempladas
nos objetivos gerais propostos.

A busca pela prática regular de atividade física encontra-se cada vez mais
frequente devido aos múltiplos benefícios físicos e sociais aos praticantes que notam
melhoras na saúde e qualidade de vida em geral, porém fica nítido que o
acompanhamento individualizado é deficiente, o que enfatiza a importância do
controle pela avaliação física que torna a prática da atividade responsável.
11

A ação de atribuir valores numéricos às variáveis é definida como medida. O


instrumento para obtenção de resposta observável sobre variáveis analisadas
especificamente é denominado teste (TRITSCHLER, 2003).

Pires (2010) indica que para um determinado programa de exercícios físicos


seja lógico, objetivo, eficaz e individualizado é indispensável que ele seja precedido
de um criterioso e qualificado processo de avaliação que interprete o conjunto de
dados e informações obtidas por meio da análise de testes, métodos e protocolos de
maneira que defina determinados exercícios e métodos mais adequados trabalhados
em individualidade que permita que o programa de exercícios seja realmente o mais
indicado reduzindo a probabilidade da atividade não promover resultados ou, até
mesmo, causar danos.

Portanto, segundo Pires (2010), a evolução da aptidão física implica, portanto,


em aprimorar parâmetros como força e resistência muscular, velocidade,
flexibilidade articular, coordenação motora global e fina, equilíbrio estático e
dinâmico, ritmo e coordenação espaço-temporal, o que torna a avaliação física uma
ferramenta essencial no processo de desenvolvimento, prescrição de exercícios no
âmbito de treinamento tendo condição de estabelecer cargas e formas especificadas
individualizadas e melhora da saúde, identificando fatores de risco para doenças,
como por exemplo, a circunferência abdominal que identifica grau de risco cardíaco
(WEINECK, 2000; BOMPA, 2001)

“Determina a importância ou o valor da informação coletada. Decisão:


classifica os testandos, reflete o progresso. Indica se os objetivos estão sendo
atingidos, indica se o sistema de ensino está sendo satisfatório, e outros. Deve
refletir a filosofia, as metas e os objetivos do profissional. Faz comparação com
algum padrão.” (MARINS e GIANNICHI, 2003)
12

2. OBJETIVOS

2.1. OBJETIVO GERAL

Elaborar uma revisão bibliográfica analisando se há a importância da


avaliação física num programa de treinamento.

2.2. OBJETIVO ESPECÍFICO

 Relatar se é possível amplificar evoluções de desenvolvimento do avaliado


com acompanhamento da avaliação física.
13

3. JUSTIFICATIVA

Levando em consideração a alta diversidade de trabalhos a respeito da


importância do controle corporal pela avaliação física, foi procurado em literaturas
existentes técnicas avaliativas eficazes e suas características, visto que, através da
análise do avaliado em sua individualidade, é possível atingir um grau de melhoras
através de mudanças personalizadas, tendo papel importante no processo de
construção de parâmetros e indicadores de desempenho.
14

4. METODOLOGIA

Trata-se de uma revisão bibliográfica baseada no aprofundamento literário


especializado através de consulta a artigos científicos e livros selecionados.
15

5. REVISÃO DE LITERATURA

5.1 CONCEITOS IMPORTANTES PARA AVALIAÇÃO FÍSICA

Pires (2010) diz que para que um determinado programa de exercícios seja
coerente, direto, eficiente e individualizado é necessário que seja acompanhado de
um qualificado processo de avaliação física, pois somente com ela pode se
acompanhar e discriminar características em sua individualidade, permitindo que o
programa de exercícios seja o mais indicado para determinado indivíduo, reduzindo
assim a probabilidade do programa não atingir seus resultados máximos, não
promover resultado algum ou até mesmo causar danos.
A avaliação física faz-se de extrema importância, visto que para uma melhor
análise de desenvolvimento há a necessidade de fracionar o corpo em diferentes
componentes, determinando de forma quantitativa o grau de desenvolvimento e
status dos componentes corporais, possibilitando a prescrição de exercícios
(GUEDES, 1989, apud GOMES; FILHO, 1995, p.34).

“O indivíduo que pratica o mesmo programa de musculação ou a


mesma aula de ginástica diariamente (...) e/ou a carga não seja
acrescida progressivamente ocorrerá o risco de simplesmente não
produzir uma adaptação desejável no organismo. Poderá até perder os
níveis de performance adquiridos anteriormente.” (GOMES;
FILHO,1995)

Testes são usados para obter medidas referenciais de composição corporal


para desenvolver métodos e equações (WANG, PIERSON; HEYMSFIELD 1992,
apud COSTA 2001).
Para melhor entendimento quanto a interpretação da avaliação de um modo
geral, é importante ter conhecimento de conceitos específicos.

5.1.1. TESTES

São Instrumentos, procedimentos ou técnicas usadas para se obter uma


informação especifica (TRITSCHLER, 2003).
16

Exemplo: Teste de estatura (JOHNSON; NELSON, 1979)

5.1.2. MEDIDAS
Segundo Tritschler (2003) é o processo utilizado para coletar as informações
obtidas pelo teste, atribuindo um valor numérico aos resultados. As medidas devem
ser precisas e objetivas.

Exemplo: Medida em centímetros de estatura (JOHNSON; NELSON, 1979).

5.1.3. AVALIAÇÃO
Determina a importância ou valor de informação coletada. Classifica o
testando, reflete o progresso, indica se os objetivos estão ou não sendo atingidos e
faz comparação com algum padrão (MARINS; GIANNICHI 2003).

Exemplo: O testando é classificado como sendo de estatura média, alta ou


baixa (JOHNSON; NELSON, 1979).

5.1.4. TIPOS DE AVALIAÇÃO


 Diagnóstica – Define os pontos fortes e fracos do indivíduo. Seu
objetivo é o de identificar as necessidades, auxiliar a prescrição e
elaborar o planejamento.
 Formativa – Identifica o progresso do aluno, o sucesso do
planejamento, as metodologias, a qualidade do programa de
treinamento e correção de planejamento.
 Somativa – É a soma das avaliações realizadas ao fim do período de
planejamento. Obter um grau geral da evolução do indivíduo (MARINS;
GIANNICHI 2003).

5.1.5. ATIVIDADE FÍSICA


A definição apresentada pelo Manifesto do Cirurgião Geral dos Estados
Unidos em 1996, considera como atividade física qualquer movimento corporal
produzido por músculos esqueléticos que resultem em dispêndio de energia.
17

Segundo Bohme (1993) Atividade física é o caminho para a aptidão física,


proporcionando inúmeras melhoras para a saúde em todos os aspectos.

5.1.6. APTIDÃO FISICA


É definida como um grupo de atributos que pessoas têm ou atingem e que
são relacionados com a habilidade de desempenhar atividades físicas (CLARK,
1990).

5.1.7. CONDICIONAMENTO FÍSICO


Compreende a repetição de exercícios, durante períodos de semanas ou
meses, com o objetivo de melhorar a aptidão física (GUEDES, 1996).

5.1.8. AVALIAÇÃO FÍSICA


A avaliação da composição corporal tem sido utilizada, na prática clínica, para
identificação dos fatores de risco para a síndrome metabólica.

O ser humano, mesmo que de forma inconsciente, utiliza de testes para tomar
decisões, para agir. Segundo Tritschler (2003):

“[...] A maioria dos comportamentos humanos intencionais que


vinculam escolhas consistem em um processo de quatro passos:
Estabelecer um critério, realizar uma avaliação, fazer uma
interpretação dos dados da avaliação e escolher entre as possíveis
formas de ação [...]”.
18

5.1.9. IMC – INDICE DE MASSA CORPORAL

Tabela 1 – IMC (Fonte: WHO, 2007)

É o índice de massa corporal, fórmula matemática proposta em 1953 pelo


Metropolitan Life Insurance Company que classifica como ponto inicial de uma
avaliação se o peso do indivíduo está adequado, se apresenta baixo peso,
sobrepeso ou obesidade. O IMC não avalia o estado nutricional como um todo, e
precisa ser analisado por um profissional que interpretará outras diversas medidas e
características como gênero, idade, sexo, percentual de gordura, circunferências
específicas, entre outros para chegar a uma conclusão real, por isso a importância
de se fazer presente numa avaliação física.

O cálculo do IMC se faz através da divisão do peso (em quilos), pela altura
(em metros) elevada ao quadrado.

Figura 01 – Equação IMC (Fonte: Dicas de Saúde – Ministério da saúde – Governo federal)
19

A fórmula do IMC é a mesma para todas as pessoas, o que varia são os


valores considerados como referência para a classificação do peso (KEYS et al;
1972).
Para saber se o peso encontrado está adequado, é preciso ir além do IMC.
Para análise de forma mais precisa existem algumas técnicas e parâmetros como o
percentual de gordura, que indica a quantidade de gordura que o indivíduo tem no
corpo, definindo um percentual ideal de acordo com idade e sexo (GARN et al;
1986). E a bioimpedância que por meio de uma corrente elétrica detecta o peso de
massa magra, peso gordo e percentual de hidratação, que a partir das análises da
avaliação como um todo conclui-se a condição atual do indivíduo.
O monitoramento com um profissional da área se faz indispensável, mas o
indivíduo também pode monitorar seu peso independente disso, o que ajuda muito
no controle de sua saúde.

5.2. ANAMNESE

O interrogatório de pacientes é um método adotado desde a Grécia Clássica,


onde sua pratica tinha o intuito de aliviar o sofrimento de pessoas enfermas. Apenas
no último século a anamnese tomou forma como se aplica hoje, com interesse
diagnostico (Willian Harvey, 1628).

A anamnese é um interrogatório em formato de entrevista realizada pelo


avaliador com intuito de investigar minuciosamente o avaliado em relação a rotina de
atividade física, histórico de saúde, características e objetivos quanto a prática da
atividade, além de conhecer os limites de segurança a serem observados, sempre
informando o avaliado da importância da sinceridade nas informações transmitidas
(ACSM, 2000).

Analisa-se o estado em que o indivíduo se encontra e como ele pretende ficar


para que se trace um caminho a ser percorrido, trabalhando na individualidade para
um aproveitamento efetivo do que realmente precisa ser trabalhado, além de ser
20

fator importante para determinar quais serão os testes realizados pelo avaliado, por
isso deve ser realizada com muita atenção.

Quando realizada de forma correta, é capaz de suprir em até 85% as


informações para o direcionamento adequado do treinamento, quanto maior o
número de informações, maior a especificidade.

Depois de coletada a informação, trabalhar em cima para sugar o máximo


dela. Ex.: Se o avaliado sente dor, perguntar a quanto tempo sente, se teve algum
motivo desencadeante, quando a dor aumenta/diminui, se é periódica ou constante.

Após a anamnese, realiza-se a primeira medida de pressão arterial (PA), em


caso de pressão arterial alterada, ou que a ausculta não tenha sido clara, realiza-se
mais duas aferições, após verificada, os dados colhidos servirão para determinar
quais testes o indivíduo poderá fazer, ou se entra em critério de exclusão em
determinadas partes da avaliação.

“A anamnese, o procedimento mais sofisticado da medicina, é uma técnica de


investigação extraordinária, pois em pouquíssimas outras formas de pesquisa o
objeto de estudo fala” (ALVAN FEINSTEIN,1926).

5.3. BIOMECÂNICA SISTEMICA

Segundo Cunha (1995), a análise do movimento é um recurso essencial


dentro do estudo da motricidade humana, com ela há a possibilidade não só de
descrever e medir o movimento como também compreender de que forma ele é
controlado.

É necessário compreender os mecanismos que garantem estabilidade


articular, pois a função e estabilidade natural dos segmentos corporais são
importantes para a definição de uma boa qualidade de vida na rotina cotidiana que
depende de um equilíbrio entre estruturas musculares e capsulo-ligamentares.
21

Figura 02 - Modelo de Panjabi 1992 (Fonte: Mover o ser: Modelo de Panjabi)

De acordo com o modelo de Panjabi (1992) a estabilidade decorre da


interação de três subsistemas:

 Passivo, que fornecem a maior parte da estabilidade pela limitação passiva


no final do movimento (Vértebras, discos intervertebrais, articulações, cápsula
e ligamentos).
 Ativo, que fornecem suporte e rigidez no nível intervertebral, para sustentar
forças exercidas no dia-a-dia (músculos e tendões).
 Controle, sistema neural que é composto pelos sistemas nervoso central e
periférico, que coordenam a atividade muscular em respostas às forças
esperadas ou não, fornecendo estabilidade dinâmica (neurais); Esse sistema
deve ativar os músculos corretos no tempo certo para prevenção de lesões e
permissão de movimento.

Esses subsistemas não agem sozinhos, mas são interdependentes e


harmônicos para, assim, criar estabilidade.

Thomas W. Myers desenvolveu um conceito de tensigridade (tensão +


integridade, ou seja, integridade das tensões). Utilizada por Richard Buckminster
Fuller, que a descreveu como "Uma propriedade presente em objetos cujos
componentes usam a tração e a compressão de forma combinada, o que
proporciona estabilidade e resistência, assegurando sua integridade global".
22

Desta forma, o termo define o fenômeno físico que relaciona o equilíbrio pela
ação conjunta de forças de compressão e de tensão.
Estes sistemas, independentes, têm elementos rígidos e elásticos que nunca
se tocam e que se adaptam às forças compressivas e tensionais a que o estão
sujeitos.
Então Donald E. Ingber, médico e pesquisador, aplicou o estudado por Myers
e Fuller nas estruturas biológicas e verificou que se tornam fortes, devido à soma
das partes tensionadas e comprimidas.

A posição errada das estruturas causa uma alteração de padrão de cadeias


cinéticas inteiras podendo ser a origem de dores que se expressarão em demais
pontos e baixa efetividade dos resultados

Levar um corpo para o próximo do mais funcional possível é o objetivo, e a


tensigridade é fator essencial para atingir qualquer demais meta.

5.4. ANTROPOMETRIA

“O termo cineantropometria é de origem grega sendo que KINES


significa movimento, anthropo significa homem e metry medida. Seu
conceito é o do uso da medida no estudo do tamanho, forma,
proporcionalidade, composição e maturação do corpo humano, com o
objetivo de ampliar a compreensão do comportamento humano em
relação ao crescimento, à atividade física e ao estado nutricional” (DE
ROSE, 1981).
A antropometria é a ciência que estuda e avalia medidas; Busca determinar
parâmetros de normalidade dos componentes corporais, com base em medidas de
perímetro e comprimento de segmentos, tecido de gordura subcutâneo, diâmetros
ósseos, massa corporal, estatura e proporções do corpo humano (FERNANDES,
1999).
Apresenta informações de extrema importância para definir os componentes
corporais podendo ser utilizada também para diagnósticos na área médica, sendo o
método mais utilizado devido a sua relativa simplicidade e baixo custo de
equipamentos.
23

É importante pois tem a capacidade de auxiliar o avaliador quanto a questão


de conhecer o avaliado relativo a quantificar dados importantes como tecido
adiposo, massa muscular, tecido ósseo e uma estimativa de líquidos corporais
(McARDLE et al., 2008).

5.4.1. CIRCUNFERÊNCIAS

As medidas de circunferências são indicadoras de massa magra, porém,


algumas circunferências são também associadas ao componente de gordura, o que
confirma que as circunferências exibem tanto massa magra quanto peso gordo
(JAKSON; POLLOCK, 1978).
O equipamento cuja função principal utilizado para coleta de dados das
circunferências são as fitas métricas de antropometria.
Braço: Braço posicionado em 90º em relação ao tronco, e ao antebraço. A fita
deve ser colocada no ponto mesoumeral de maior circunferência após a contração
muscular (McARDLE, KATCH; KATCH, 1985).
Antebraço: O posicionamento da fita deverá ser feito no ponto de maior
perímetro do antebraço. (McARDLE, KATCH; KATCH, 1985).
Tórax: Com a fita em um plano horizontal, utiliza-se como ponto de referência
a linha dos mamilos (McARDLE, KATCH; KATCH, 1985).
Abdômen: No plano transversal, tendo como ponto de referência a cicatriz
umbilical (McARDLE, KATCH; KATCH, 1985).
Quadril: Essa medida é realizada no plano transversal, no ponto de maior
circunferência aparente dos glúteos, com o avaliado em pé, com pés unidos.
(McARDLE, KATCH; KATCH, 1985).
Coxa: Com as pernas levemente afastadas e mantendo o peso do corpo
igualmente distribuído nos dois pés, a trena é posicionada transversalmente,
imediatamente abaixo da última prega glútea (McARDLE, KATCH; KATCH, 1985).
Perna: Com as pernas levemente afastadas, mantendo o peso do corpo
igualmente distribuído nos dois pés, posiciona-se a trena transversalmente no ponto
de maior circunferência da perna (McARDLE, KATCH; KATCH, 1985).
De acordo com SEIP & WELTMAN, 1991 apud HEYWARD; STOLARCZYK
(2000) as equações antropométricas usando apenas circunferências como forma de
24

avaliação estimam a gordura corporal de indivíduos obesos com maior precisão do


que equações de aferição de dobras cutâneas.

Ambos os lados devem ser aferidos na mesma indicação de ponto, sendo


respectivamente, lado direito e esquerdo. A lateralidade é mencionada por Cairo
(1999) aos hemisférios cerebrais: direito e esquerdo, onde o primeiro se refere a
aspectos emocionais e o segundo, aos intelectuais.

5.4.2. COMPOSIÇÃO CORPORAL

A avaliação da composição corporal é a proporção entre os componentes


corporais totais, realizada para quantificar os principais componentes do organismo:
Peso gordo, massa magra (Musculatura), percentual de gordura (Gordura corporal).
Dessa forma, a análise da composição corporal possibilita compreender as
modificações metabólicas e identifica riscos à saúde. (HEYWARD, 1998; KISS,
BÖHME; REGAZZINI, 1999; NIEMAN, 1999, apud COSTA, 2001).

Para essa análise é possível se utilizar de dois métodos: Bioimpedância e


Dobras cutâneas (Plicometria).

5.4.3. BIOIMPEDÂNCIA
“Superestima os valores do percentual de gordura e massa de gordura
quando comparados com equações de regressão e PH” (OPPLIGER et al., 1991;
CONTARSY et al., 1990; PETROSKY et al., 1994; GLANER et al.,1996).

O método traz como benefício o fato de não ser invasivo, aferições com
rapidez na medida e facilidade para interpretação de resultados.

Para sua efetividade é necessário seguir as devidas recomendações antes da


realização do teste, não comendo ou bebendo por um período de 2 a 3 horas, não
fazer exercício 12 horas antes, urinar 30 minutos antes do teste, não consumir álcool
por 48 horas antes, não usar diurético 7 dias antes do teste, não aplicar o teste em
mulheres durante o ciclo menstrual. (PITANGA, 2004 ; HEYWARD, 2000).
25

5.4.4. PLICOMETRIA – O mapeamento da composição corporal


A gordura subcutânea corresponde a 50% da gordura armazenada do corpo,
e pode refletir de maneira acurada o conteúdo de gordura corporal total. Desse
modo, a plicometria1 avalia, indiretamente, a quantidade de gordura contida no
tecido celular subcutâneo (LOHMAN (1992).

A espessura da dobra cutânea reflete a espessura da pele e tecido adiposo


subcutâneo. As medidas são aferidas em pontos anatômicos específicos do
organismo com o auxílio de um compasso chamado de: adipômetro, plicômetro,
paquímetro, espessímetro ou cáliper (HEYWARD; STOLARCZYK, 2000).

Os valores de pregas cutâneas em combinação com equações matemáticas


também são destinados a predizer a densidade corporal ou o percentual de gordura.
As equações são especificas para determinada população e predizem a adiposidade
com bastante exatidão em amostras de indivíduos semelhantes àquelas das quais
se derivam as equações (ACKLAND et al., 2012).

De acordo com Fernandes, (2003):

“A mensuração das pregas cutâneas, por


ser uma técnica simples, pouco onerosa e de fácil
manuseio e, sobretudo, por apresentar alta
fidedignidade, correlaciona-se otimamente com
técnicas mais sofisticadas, tem sido o método
preferido dos pesquisadores na área do exercício
físico e nos esportes”.

Limitações quanto as aferições

 Abertura demasiada do compasso.


 Alto percentual de gordura (>45%).
 Na eventualidade de ocorrerem discrepâncias superiores a 5% entre uma das
medidas e as demais, no mesmo local, uma nova série de três medidas
deverá ser realizada (FERNADES FILHO, 2003).

1
Aferição de Dobras Cutâneas
26

 A habilidade do técnico é responsável pela maior quantidade de erros nas


medidas de dobras cutâneas (PITANGA, 2004).
 Particularidades sobre adipômetro de dobras. Diferentes adipômetros
apresentam valores significativamente diferentes a respeito da espessura das
dobras cutâneas e consequentemente nos valores de gordura relativa.
(CYRINO e cols. (2003) e GUEDES (2006).

Existem em média noventa e três pontos anatômicos em que dobras


cutâneas podem ser destacadas, encontradas na literatura especializada, sendo de
Lohman (1988) as mais difundidas.

Protocolos utilizados:

Petrosky (1995): 4 dobras: Homens (subescapular, triceptal, supra-ilÍaca e


panturrilha) e Mulheres (Média axilar, supra ilíaca, coxa e panturrilha)

Guedes (1994): 3 dobras: Homens (Tríceps, supra-ilÍaca e abdômen) e


Mulheres (subescapular, supra-ilÍaca e coxa)

Pollock (1994): 7 dobras: Iguais para homens e mulheres (subescapular,


triceptal, peitoral, média axilar, supra-ilÍaca, abdômen e coxa).

Wetman (1988): Utilizado para avaliar percentual de gordura em obesos. Não


utiliza pregas cutâneas para o cálculo e sim circunferência abdominal e peso.

Slaughter (1988): Utilizado para avaliar percentual de gordura em crianças.


Utiliza as pregas triceptal e subescapular como base de cálculo.

Thorland (1984): Protocolo utilizado para atletas. Utiliza como base de cálculo
7 dobras.

Os valores de gordura corporal ideal recomendado por Lohman (1992), são


de 15% para homens e 23% para mulheres, em média. O padrão de obesidade que
coloca o indivíduo em risco de doenças é acima de 25% para homens e 32% para
mulheres. Os níveis mínimos saudáveis de percentual de gordura são estimados em
5% para homens e 8 a 12% para mulheres. (HEYWARD; STOLARCZYK, 2000).
27

Conforme Guedes e Guedes (1998) a praticidade da técnica e a interpretação


dos resultados influenciam para seu uso nos programas de avaliação física.

5.5. AVALIAÇÃO POSTURAL

Nossa postura pode ser definida como a posição que nosso corpo adota no
espaço, bem como a relação direta de suas partes com a linha do centro de
gravidade (VIEIRA; SOUZA, 1999).

Para que possamos estar em boa postura, é necessária uma harmonia e


equilíbrio do sistema neuromusculoesquelético (MAGEE (2002).

Cada indivíduo apresenta características individuais de postura que podem vir


a ser influenciada por vários fatores: anomalias congênitas e/ou adquiridas, má
postura, obesidade, alimentação inadequada, atividades físicas sem orientação e/ou
inadequadas, distúrbios respiratórios, desequilíbrios musculares, frouxidão
ligamentar e doenças psicossomáticas (JÁ PALMER; APLER (2000).

Tribastone (2001) descreve que as alterações morfológicas podem ocorrer


por questões psicológicas, hábitos posturais, paramorfismos 2 e os dismorfismos3.

A boa postura é aquela que melhor ajusta nosso sistema musculoesquelético,


equilibrando e distribuindo todo o esforço de nossas atividades diárias, favorecendo
a menor sobrecarga em cada uma de suas partes. (MAGEE, 2002)

A avaliação postural se faz importante para que possamos mensurar os


desequilíbrios e adequarmos a melhor postura a cada indivíduo, possibilitando a
reestruturação completa de nossas cadeias musculares e seus posicionamentos no
movimento e/ou na estática. A partir deste procedimento, estaremos com certeza
promovendo a prevenção de muitos males causados inicialmente pela má postura,
fruto de ausência de controle e informação.

Devemos observar o avaliado globalmente como um todo, pois um


desequilíbrio postural jamais se apresenta de forma isolada, portanto, devemos
estabelecer critérios de adaptação morfológica e funcional quanto ao equilíbrio e a
coordenação dos movimentos do corpo. Não importando o plano que esteja sendo
analisado, deve estar associado sempre a linha de gravidade. Os segmentos que

2
Hábitos posturais entre os limites da normalidade e da patologia.
3
Alterações patológicas
28

não estiverem compatíveis com o eixo perpendicular ao solo estarão em


desequilíbrios.

5.5.1. Vista anterior


Deve ser analisado como referência o ponto que fica a meio caminho entre os
calcanhares e representa o ponto básico do plano médio sagital do corpo em
alinhamento, passando pela sínfise púbica, esterno, ápice do nariz e etc.

Observar se há assimetria facial e torácica, inclinação lateral da cabeça,


posicionamento das clavículas, se um ombro é mais baixo ou elevado que o outro,
inclinação de tronco, assimetria triangulo de Tales, assimetria pélvica (rotação e/ou
desnivelamento), rotação coxo-femoral, varismo/valgismo joelhos, posicionamento
patelar (convergente/divergente), posicionamento tibial (varismo, torção tibial
externa/interna), pés aduzidos ou abduzidos, se há aumento ou queda do arco
plantar e finalmente se hálux valgo ou varo (KENDAL, 1995).

5.5.2. Vista lateral


Devemos considerar a linha de referência vertical, divide o corpo em secções
anterior e posterior de igual peso.

Como duas metades simétricas anterior e posteriormente em relação à linha


da gravidade, esta deve passar pelo lobo da orelha, corpos das vértebras cervicais,
acrômio, linha média do tórax, corpos das vértebras lombares.

Ligeiramente posterior à articulação do quadril, ligeiramente anterior ao eixo


do joelho, imediatamente anterior ao maléolo lateral (KENDALL, 1995).

5.5.3. Vista posterior


Devemos analisar como referência o ponto que fica a meio caminho entre os
calcanhares e representa o ponto básico do plano médio sagital do corpo em
alinhamento ideal. Observar se há inclinação lateral da cabeça, um ombro mais
baixo que o outro e proeminências ósseas na escápula, acusam um desnivelamento
escapular. Observar existência de pregas lombares, aproximação medial do joelho
ou afastamento lateral dos joelhos, posicionamento de retropés.(KENDALL, 1995)
29

Um modelo semelhante foi proposto por Basmajian e De Luca (1985) apud in


Shumway-Cook e Wollacott, 2000).

EXEMPLOS DE ASSIMETRIA

Figura 03 – Tipos de postura (Fonte: Clinica Vittal)

5.6. FLEXIBILIDADE

Flexibilidade pode ser definida como uma “Qualidade motriz que depende da
elasticidade muscular e da mobilidade articular, expressa pela máxima amplitude de
movimentos necessária para a perfeita execução de qualquer atividade física eletiva,
sem que ocorram lesões anatomopatológicas4” (PAVEL; ARAUJO, 1980 apud
ARAUJO, 1983).

Desempenha um papel importante em numerosas modalidades desportivas,


além de exercê-lo também na vida diária, pois está diretamente relacionada à
realização de tarefas simples do dia-a-dia e à manutenção da autonomia. Um único
teste não é capaz de avaliar generalizadamente a flexibilidade corporal total.

Sua identificação como parte da definição de aptidão física é antiga e popular


(HOLLAND, 1968). Apenas a partir da segunda metade do século XX passaram a
estudar a flexibilidade de forma sistemática, direcionada a saúde e ao desempenho
esportivo (FARINATTI; MONTEIRO, 1992).

4
Pertencente ou relativo à anatomia, patologia ou à anatomia patológica.
30

Assim, a flexibilidade vem sendo incorporada cada vez mais nas discussões e
estudos sobre atividade física.

Quanto ao esporte, evidencias estatísticas e cientificas garantem que certos


tipos de atividades físicas exigem graus avançados de flexibilidade para seu melhor
desempenho (HOLLAND, 1968; ARAÚJO, 1987, 1999).

Leighton (1957) investigou em dois estudos os perfis de flexibilidade de


praticantes de alto nível de setes modalidades esportivas diferentes (natação,
baseball, luta greco-romana, basquetebol, atletismo, levantamento de peso e
ginástica). Seus resultados demonstraram de forma inequívoca a especificidade da
flexibilidade para a prática esportiva.

Travers & Evans (1976) obtiveram resultados similares ao avaliar a


flexibilidade passiva de 29 movimentos em 231 atletas do sexo masculino. Os
resultados do estudo indicaram limitações importantes e específicas para cada uma
das modalidades esportivas testadas.

5.7. ANÁLISES PRÁTICAS

Para que uma avaliação física seja completa, devem ser realizadas análises
práticas especificas.

5.7.1 CAPACIDADE ANAERÓBIA


A capacidade anaeróbia está relacionada a termos de potência e capacidade
de produção de ATP (Energia) do sistema musculoesquelético e número de fibras de
contração rápida dos músculos.

As reações que consistem a capacidade citada, constituem a via metabólica


glicolítica lática que predominam em atividades que duram mais do que dez
segundos executadas em altas intensidades, sintetizadas no metabolismo anaeróbio
lático (FLECK, 1999).

5.7.2. FORÇA MUSCULAR


Fisiologicamente, força muscular é a capacidade de resistência externa,
dependente da quantidade de pontes cruzadas entre actina e miosina que reflete
fisicamente a quantidade de massa recrutada para uma determinada aceleração.
31

Pode se manifestar de diversas formas como força máxima, resistência de força e


potência muscular (KNUTTGEN e KRAEMER, 1987).

5.7.3. VELOCIDADE MOTORA


Capacidade relacionada a habilidade do indivíduo se deslocar a máxima
distancia no menor espaço de tempo possível, e maneira cíclica ou acíclica,
podendo ser dividida em velocidade de antecipação e velocidade de reação, que
pode ser discriminativa, sendo comum a utilização de tomadas de três tempos para
testes de velocidade motora (FAUCONNIER, 1978).

“A velocidade motora resulta, portanto, da


capacidade psíquica, cognitiva, coordenativa e
do condicionamento, sujeitas às influências
genéticas, do aprendizado, do desenvolvimento
sensorial e neuronal, bem como de tendões,
músculos e capacidade de mobilização
energética.” (WEINECK, 1999).

Segundo Elliot & Mester (2000) instruções podem ser aplicadas á pratica do
treinamento. A ciência do esporte indica o caminho para as análises e a pratica atua
como maneira promissora de efetividade do treinamento da velocidade.

Na literatura é encontrado com facilidade avaliações sobre velocidade de


reação, o que não acontece com velocidade de antecipação.

5.7.4. AGILIDADE
A capacidade de alterar o sentido de um deslocamento ou realizar mudanças
de direção num determinado movimento, em seu tempo máximo, é definido como
agilidade; Que como as outras, encontra-se intimamente relacionada a habilidade de
tomada de decisões, reflexo e capacidade de velocidade, força, equilíbrio, entre
outros. A amplitude articular e potência muscular também interferem no
desenvolvimento da capacidade. (BRUGHELLI et al., 2008).
32

5.7.5. POTÊNCIA AERÓBIA


A potência aeróbia só pode ser mensurada com precisão em laboratório,
sendo definida como a capacidade máxima do organismo consumir oxigênio. Mesmo
com menor precisão, existem testes de campo pouco complexos em que se pode
calcular o consumo máximo de oxigênio, valor este que reflete o condicionamento da
capacidade, podendo ser medida em duas unidades diferentes, litros por minuto e
milímetro por quilo minuto (McARDLE, 1992).

De acordo com a literatura, protocolos incremental ou com distâncias fixas


conseguem ser mais confiáveis do que protocolos que utilizam de tempos fixos.
(CURREL; JEUKENDRUP, 2008).

A respeito dos testes de esforço anaeróbio máximo "É altamente provável que
o escore de um indivíduo num teste desse tipo seja influenciado pelo nível de
automotivação, assim como pelo meio ambiente do teste" (McARDLE, 1992).

Quanto aos programas de exercícios para indivíduos com patologias:


“(...) Determinando-se, a intervalos regulares, a frequência de pulso, a
pressão sanguínea e a intensidade da atividade física.
Esses dados devem ser mantidos numa ficha de registro individual e
checados periodicamente para se avaliar o progresso obtido dentro do programa.
(...) O local destinado à condução dos programas de exercícios
supervisionados pode estar fora dos domínios imediatos de um centro médico.
(...) Estes programas devem contar obrigatoriamente com os equipamentos e
suprimentos necessários para as emergências médicas.” (POLLOCK E WILMORE)

5.8. A SEQUENCIA DE AVALIAÇÕES

As avaliações devem ser periódicas e sucessivas, permitindo uma


comparação para que possa ser acompanhado o progresso do avaliado com
precisão, o que permite conhecer se houve evolução positiva ou negativa quanto ao
programa de treinamento proposto. Dessa forma, é possível atualizar e estabelecer
novas metas. (PIRES, 2010)
33

5.8.1. A SEGUNDA AVALIAÇÃO


A segunda avaliação, recomendada após 3 meses atuará como suporte,
mostrando ao avaliado que o processo de treinamento tem a atenção dos
profissionais que o acompanham. Segundo Volpe e Volpi (2001), as frustrações e
falta de suporte acarretam ao indivíduo a sensação de vazio e abandono, que geram
decepção.

5.8.2. A TERCEIRA AVALIAÇÃO

É recomendada após seis meses, onde Gomes e Filho (1995) afirmam que o
desempenho do treinamento é obtido. Nesta fase é importante que o avaliado
perceba a evolução que seu organismo atingiu. À luz de Volpi (1995), diz que essa
etapa é um dos alicerces do autocontrole no desenvolvimento humano.
34

6. DISCUSSÃO

“A linguagem do corpo é chamada de comunicação não-verbal. Há, hoje em


dia, um investimento considerável de atenção nesse problema depois que se
percebeu a enorme quantidade de informações que é transmitida ou pode ser obtida
pela expressão corporal. (...) Por seu turno, a linguagem corporal não pode ser
empregada para enganar, se o observador souber lê-la.” (LOWEN, 1982)
O conceito de avaliação formulado por Marins e Giannicchi (1996), indica que
a avaliação é o meio para observação da evolução em um determinado programa de
treinamento. Afirmam também que o teste é uma ferramenta, método ou técnica
utilizada para obtenção de informações. Medidas é a forma utilizada para colher
elementos do teste.

Segundo Pires (2010), o fato de que os profissionais de educação física


acreditam estar realizando uma avaliação suficiente quando mensuram somente
parâmetros antropométricos (peso, estatura, circunferências) não a torna completa,
pois sem a investigação e o conhecimento dos parâmetros funcionais, não é
possível ter conhecimento sobre o que o indivíduo é capaz de fazer, o que ele
necessita melhorar de forma efetiva, o quanto suas habilidades específicas devem
ser melhoradas e qual o prazo estimado para que essas melhoras aconteçam,
respeitando assim a individualidade dos avaliados.
Pollock e Wilmore (1993) sugerem que a prescrição de atividades físicas,
deve ser de acordo com as necessidades físicas e os objetivos da pessoa.
Guedes e Guedes (1998) afirmam que a ausência de avaliação pode conduzir
a prática de esforços físicos inadequados, desestimulando o indivíduo a participar
das atividades planejadas, levando a desistência do programa devido à falta de
resultados.
A importância de um material amplo direcionado ao tema, fortalece a cultura
da avaliação que o eleva a um patamar diferenciado de eficiência, que comprova
que “Avaliar significa rever caminhos e ganhar espaços, no lugar de punir e criticar o
que tem sido feito” (WORTHEN et al., 2004).
35

7. CONCLUSÃO

De acordo com o analisado, enfatiza-se a importância da avaliação física


como fator fundamental para obtenção de resultados e meio de controle evolutivo,
que a partir da coleta de dados, se define o estado em que o avaliado se encontra e
traça metas para um determinado período de tempo, onde será possível a partir de
retestes perceber o que está sendo eficiente, e o que pode ser substituído.
É possível perceber que as formas da aplicação de testes e medidas
modificam-se gradualmente, de maneira a se adaptar ao processo evolutivo do ser
humano.
Unidades de medidas foram padronizadas para que respondam a
individualidade de modalidades e objetivos, o que cobra uma atenção diferenciada
dos avaliadores, que devem ser conhecedores de testes e a especificidade de cada
um deles dentro da avaliação, identificando características de cada indivíduo,
classificando-o. Conhecendo os dados é possível interferir com eficiência no
processo de evolução, potencializando ganhos e eliminando erros.
A avaliação física é considerada uma parte da avaliação geral de um
treinamento esportivo, levando em consideração o movimento humano, tendo papel
indispensável no processo de construção de parâmetros, desempenho motor, saúde
e desenvolvimento humano.
36

8. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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