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UNIVERSIDADE DO ESTADO DE MINAS GERAIS

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM CIÊNCIAS AMBIENTAIS


DISCIPLINA LIMNOLOGIA

Discente: Adriana Duneya Díaz Carrillo

Decomposição e fluxos biogeoquímicos


Os corpos d'água como rios e lagos, desde a antiguidade têm sido utilizados como fontes de
diluição dos diversos poluentes gerados pela sociedade, muitos resíduos, tanto orgânicos
quanto inorgânicos, acabam principalmente no fundo aquático na forma de sedimentos. Um
exemplo disso são as águas residuais da aquicultura e da pecuária (KATAR ZYT et al., 2018;
EVANS et al., 2019), que ameaçam as áreas agrícolas, pois podem conter uma alta
concentração de E. coli (JIANG et al., 2015). E. coli pode se reproduzir em habitats
secundários (JANG et al., 2015; SADOWSKY e WHITMAN, 2011), incluindo águas
superficiais e sedimentos (BERGHOLZ et al., 2011). Da mesma forma, alguns estudos
mostram que a tolerância ambiental de E. coli melhora em geral, incluindo o processo de
sucessão secundária da comunidade bentônica, fato que aumenta a duração e intensidade dos
danos ao ecossistema aquático (XIAO et al., 2016; MAAL-BARED et al., 2013). Nesse
sentido, existem agentes microbianos procarióticos (arquéias e bactérias) que desempenham
um papel importante na eliminação e circulação de nutrientes essenciais (carbono, nitrogênio,
fósforo e enxofre) (LE et al., 2016) e ajudam a manter a estabilidade de a biosfera aquática
(MENDONÇA et al., 2017). No entanto, foi demonstrado que os efeitos combinados do
fornecimento contínuo de nutrientes e contaminação por E. coli desencadeiam a resposta ao
estresse da comunidade procariótica bentônica (MONDAV et al., 2017). Um estudo recente
(LI GU et al., 2021), considerou avaliar o estresse causado por e. coli em ecossistemas
aquáticos, por meio da decomposição de plantas, consideraram três espécies de plantas
aquáticas (M. aquaticum, P. australis e N. tetragona), representativas de ecossistemas de
lagoas de água doce em dois tratamentos: um com contaminação por E. coli e um sem ele.
Os autores concluíram que durante a decomposição das plantas aquáticas, a liberação de
nitrogênio redutor (NH4 þ-N, NO2 -N e N orgânico) impulsionou o grupo da comunidade
procariótica bentônica tanto no nível de diversidade quanto filogenético. A composição das
arquéias bentônicas foi mais significativamente correlacionada com a alteração do nitrogênio
do que a comunidade bacteriana bentônica. A contaminação de E. coli exógena promoveu
primeiro a rotação da comunidade bacteriana, depois a comunidade de arquéias. Durante a
circulação do elemento bentônico, E. coli alterou a estrutura do nicho de amonificação
bentônica, acumulação de fósforo e comunidades de redução de enxofre, regulando
diretamente as variações da biomassa dos gêneros funcionais Dechloromonas, Pseudomonas,
Bacteroides, Candidatus_Methanofastidiosum e Desulfomicrobium. Em geral, a E. coli
regulou as funções geoquímicas bentônicas por meio de várias vias durante o processo de
decomposição da planta. Portanto, os resultados deste estudo forneceram novos novas
percepções sobre o ciclo e gerenciamento de nutrientes aquáticos, especificamente em
ecossistemas de lagoas agrícolas.

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