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(nome, qualificação, endereço e CPF) por seu advogado in fine assinado, ut instrumento de
procuração em anexo (doc. n. ...), vem, respeitosamente, promover a presente AÇÃO
ORDINÁRIA DE DISSOLUÇÃO PARCIAL DE SOCIEDADE COM PEDIDO DE
TUTELA PROVISÓRIA DE URGÊNCIA contra (nome, qualificação, endereço e CPF) e, ...,
pessoa jurídica de direito privado, registrada sob o CNPJ n. ..., representado por seu sócio
majoritário e administrador ..., com sede na Rua ..., n. ..., sala ..., Bairro ..., cidade de ...,
CEP: ..., pelas razões de fato e direito adiante articuladas:
I- DILIGÊNCIAS PREPARATÓRIAS
1. Por primeiro, o autor informa ao d. juízo que o endereço atribuído ao requerido “...” no
preâmbulo da exordial está desatualizado, não sabendo informar o atual logradouro em que
reside, estando para todos os fins de direito, em local certo e não sabido.
3. O requerido não foi encontrado no endereço, vez que não reside mais no local (doc.n.02-
Notificação Extrajudicial de ...).
4. Necessário acrescer que a intenção do autor de se retirar da sociedade se deu desde os idos
de ..., manifestada através de outrora notificação extrajudicial remetida para a sociedade e ao
outro sócio ..., destinada ao endereço onde a sociedade se encontrava estabelecida, sito à
Rua ..., n. ..., sala n. ..., Bairro ..., cidade de ... (doc. n. ...)
5. Como se sabe a petição inicial indicará o domicílio e a residência do réu [CPC, art. 319,
inc. II]1.
1
Art. 319. A petição inicial indicará: (...)II. os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a
profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas ou no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica, o
endereço eletrônico, o domicílio e a residência do autor e do réu (...).
E em relação ao corréu/sócio quotista, o autor desconhece os endereços de seu domicílio ou
residência.
8. Portanto, com esteio nos arts. 6º; 319, caput, inc. II e §1º, todos do CPC, para fins de
superar esse obstáculo, evitando diligências inúteis e desnecessárias, como também para se
manter íntegro o ato citatório, afastando qualquer risco de nulidade sobre o feito, que de
chofre pede sejam oficiados à RECEITA FEDERAL DO BRASIL e ao TRIBUNAL
REGIONAL ELEITORAL, bem como para as concessionárias de serviços públicos ... e ...,
com a finalidade única de se obter o endereço atualizado dos ora demandados ...., CNPJ n. ...
e, ..., CPF n. ...
9. Em ..., foi constituída a sociedade ..., ora 2ª requerida, cujo registro perante a Junta
Comercial do Estado de Minas Gerais - JUCEMG ocorreu em ... Seu quadro societário era
composto pelos sócios ... e pelo 1º requerido ... (doc. n. ...)
10. Na data ..., foi registrada junto a JUCEMG a 1ª alteração do Contrato Social, na qual o
sócio ... se retirou da sociedade, transferindo suas quotas para os demais integrantes da
sociedade (doc. n. ...)
11. Dando sequência, no dia ..., foi registrada a 2ª alteração contratual, da qual se extrai a
retirada do sócio ... e a cessão de suas quotas para o novo integrante da sociedade ... (doc.
n. ...).
12. A 3ª alteração contratual, registrada em ..., não teve significativas modificações de dados
(doc. n. ...).
2
Art. 6º. Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se obtenha, em tempo razoável, decisão
de mérito justa e efetiva.
3
Art. 319. (...) §1º. Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o autor, na petição inicial,
requerer ao juiz diligências necessárias a sua obtenção (...).
2
13. Foi apenas na 4ª alteração do contrato social, datada de ..., que o autor ingressou na
sociedade. O então sócio ... vendeu parte de suas cotas sociais para o novo sócio ... e o
restante para o sócio ...4.
14. O capital social nominal foi de R$ ... (...), representado por ... quotas no valor de R$ ...
(...) cada, ficando assim distribuídas:
16. Passados poucos meses do seu ingresso na sociedade ... em ... 5, houve a quebra da
“affectio societatis’ entre os sócios, o que levou o autor a notificar extrajudicialmente os
litisconsortes passivos em ... de sua manifesta intenção de se retirar da sociedade, conferindo
também o prazo de ... dias para fins de proceder a imediata alteração contratual com a retirada
do autor da sociedade6, dentro dos permissivos dos arts. 1.029 e 1.033, inc. V do Código Civil
e art. 5º, XX da CF.
17. A administração da sociedade sempre coube ao litisconsorte passivo Luiz ... no curto
período de ... meses entre o ingresso do autor [data] e o seu pronunciamento no sentido firme
da sua retirada [data], ou seja, não praticou qualquer ato de gestão fora dos limites impostos
no contrato social e na legislação pátria.
18. Tanto que em ..., novamente o autor notificou extrajudicialmente o outro sócio quotista,
ora co-demandado, ..., no mesmo sentido, declarando sua intenção de se retirar da sociedade7.
19. E, inobstante ter frustrada essa segunda notificação de ..., o fato concreto do ajuizamento
da presente ação judicial faz presumir o conflito de interesses a justificar a intervenção do
poder Judiciário para se buscar num primeiro momento a ruptura parcial da sociedade
limitada e a apuração de haveres, tudo na forma legal8.
4
Registro perante a JUCEMG.
5
4ª Alteração Contratual - vide doc.8.
6
Vide doc.3 - notificação extrajudicial/2.008.
7
Vide doc.2 - notificação extrajudicial/2.016.
8
Dissolução parcial de sociedade por quotas. Notificação premonitória. Honorários de advogado. Precedentes da
Corte.
1. STJ: Na ação de dissolução parcial de sociedade com a devida apuração de haveres é desnecessária a
notificação prévia e os honorários devem seguir o que estabelece o art. 20, § 4°, do Código de Processo Civil
(STJ, Resp 687.679/PRDJ 26/02/2007, p. 584). TJMG: AGRAVO DE INSTRUMENTO - AÇÃO DE
DISSOLUÇÃO DE SOCIEDADE - NOTIFICAÇÃO PRÉVIA - DESNECESSIDADE - IRREGULARIDADE
DE PROCURAÇÃO - VÍCIO SANÁVEL. Na ação de dissolução de sociedade a notificação prévia aos demais
sócios constitui mera faculdade, e não é pressuposto para o ingresso em juízo (TJMG, Agravo de Instrumento n.
1.0024.10.173379-8/001, Des. Rel. Tiago Pinto, DJ 29.06.2012). DISSOLUÇÃO DE SOCIEDADE - FALTA
DE NOTIFICAÇÃO PREMONITÓRIA - DESNECESSIDADE. O sócio que pretende sair da sociedade não está
obrigado a esgotar a via extrajudicial para posteriormente ajuizar a ação judicial, ou seja, a notificação
premonitária não é condição de procedibilidade da ação de dissolução de sociedade. Pelo contrário, depreende-se
que a notificação e conseqüente dissolução da sociedade pela via extrajudicial é tão somente uma faculdade que
foi conferida ao sócio que pretende se retirar voluntariamente. Tal modalidade não pode ser confundida com a
quebra dissolução judicial da sociedade. Nos termos do artigo 5º, inciso XX, da Constituição Federal, ninguém
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20. Desaparecida a affectiosocietatis desde ..., impondo-se anotar que o autor jamais praticou
ou teve conhecimento de qualquer atividade da sociedade.
21. E a retirada da sociedade limitada por prazo indeterminado tem autorização expressa do
art. 1.029, caput do Código Civil em interpretação conjunta com o art. 5º, XX da Constituição
Federal9.
22. Sobre a matéria preleciona RUBENS REQUIÃO com a autoridade que se lhe é
reconhecida:
“O princípio dominante em nosso direito comercial é o de que o sócio não pode permanecer
prisioneiro da sociedade. Socorre-lhe o direito de recesso, dela se retirando quando lhe
aprouver. Apenas na sociedade a prazo determinado sujeitou-se previamente, no contrato, ao
seu termo. Na sociedade a prazo indeterminado, porém, tem ele o direito de se retirar, a
qualquer instante, apurando seus haveres. Não se dissolve com isso a sociedade, que o
Judiciário não mais admite, a não ser em casos especiais”.10
III- PEDIDOS
24. Ab initio, importante bisar que o autor nunca, jamais, em tempo algum exerceu qualquer
ato de administração da sociedade ..., tendo suas atividades sido dirigidas apenas pelo outro
sócio, ...
está obrigado a associar-se ou a manter-se associado. (TJMG, Apel. Cível n. 1.0518.07.123880-3/001, Des. Rel.
Sebastião Pereira de Souza, DJ 15.01.2010). APELAÇÃO CÍVEL - AÇÃO DE DISSOLUÇÃO DE
SOCIEDADE - SÓCIO REMANESCENTE E SOCIEDADE - LITISCONSÓRCIO PASSIVO NECESSÁRIO -
CITAÇÃO REGULAR - NOTIFICAÇÃO PREMONITÓRIA - DESNECESSIDADE - QUEBRA DA
AFFECTIO SOCIETATIS - SÓCIO-GERENTE - PAGAMENTO - INTEGRALIDADE DAS DÍVIDAS -
DESCABIMENTO - RECURSOS NÃO PROVIDOS. Havendo a regular citação dos sócios e da sociedade para
integrarem o pólo passivo da ação de dissolução de sociedade como litisconsortes passivos necessários não há
que se falar em nulidade do processo. - A notificação premonitória é dispensável como condição de
procedibilidade da ação de dissolução da sociedade comercial baseada na extinção da affectiosocietatis. É
incabível a condenação do sócio-gerente ao pagamento da integralidade das dívidas da sociedade, quando não
ficou provado que praticou excesso de mandato (TJMG, Apel. Cível n. 1.0518.04.070769-8/002, Des. Rel. José
Flávio de Almeida, DJ 18.08.2007).
9
CC, art. 1.029. Além dos casos previstos na lei ou no contrato, qualquer sócio pode retirar-se da sociedade; se
de prazo indeterminado, mediante notificação aos demais sócios, com antecedência mínima de sessenta dias; se
de prazo determinado, provando judicialmente justa causa. (...)
CF, art. 5º (...). XX. ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; (...).
10
Curso de Direito Comercial, 22ª ed., Saraiva, 13ª ed. atual., 2009, p. 351.
11
TJMG, Apel. Cível n. 1.0024.14.208121-5/003, Des. Rel. Veiga de Oliveira, DJ 30.09.2015.
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25. E que a perda da affectio societatis entre os sócios foi expressamente manifestada pelo
autor desde a notificação extrajudicial promovida em ..., na qual pontuou seu completo
desinteresse em se retirar da sociedade [vide doc. n. ...].
27. O que o autor almeja e lhe é de direito, rogata venia, é uma "tutela antecipada de urgência
de natureza cautelar", para que de pronto, liminarmente, initio lide, seja-lhe deferido o seu
afastamento do quadro social da sociedade ..., vez que presentes os requisitos legais
autorizadores, quais sejam:
- E mais. Na recente notificação extrajudicial de ... não foram localizados nem a sociedade e
muito menos o sócio ..., ou seja, não se sabe os paradeiros dos mesmos
- Ora, o risco manifesto de figurar numa sociedade administrada exclusivamente pelo outro
sócio que não respondeu ao seu pleito de retirada da sociedade; mudando o local de
funcionamento da sociedade sem comunicar esse fato na JUCEMG ou ao próprio autor; não
havendo prestações de contas ou nenhum elemento, mínimo que fosse, desaparecida por
completo a affectiosocietatis, impõe-se, por ser de direito, dentro do juízo cautelar que
confere o comando do art. 301 em conjugação com os arts. 294, 296, 297, 299 e 300, todos do
CPC, a possibilidade da concessão de tutela de urgência de natureza cautelar em caso de
"medida idônea para asseguração de direito":13
12
CC, art. 1.033, inc. IV.
13
Art. 294. A tutela provisória pode fundamentar-se em urgência ou evidência. Parágrafo único. A tutela
provisória de urgência, cautelar ou antecipada, pode ser concedida em caráter antecedente ou incidental.
Art. 296. A tutela provisória conserva sua eficácia na pendência do processo, mas pode, a qualquer
tempo, ser revogada ou modificada. Parágrafo único. Salvo decisão judicial em contrário, a tutela provisória
conservará a eficácia durante o período de suspensão do processo.
Art. 297. O juiz poderá determinar as medidas que considerar adequadas para efetivação da tutela
provisória.
Parágrafo único. A efetivação da tutela provisória observará as normas referentes ao cumprimento provisório da
sentença, no que couber.
Art. 299, caput. A tutela provisória será requerida ao juízo da causa e, quando antecedente, ao juízo competente
para conhecer do pedido principal (...).
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade
do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo. § 1º. Para a concessão da tutela de
urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a
outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não
puder oferecê-la. § 2º. A tutela de urgência pode ser concedida liminarmente ou após justificação prévia. § 3º. A
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"Art. 301. A tutela de urgência de natureza cautelar pode ser efetivada mediante arresto,
sequestro, arrolamento de bens, registro de protesto contra alienação de bem e qualquer
outra medida idônea para asseguração do direito."14
28. Noutra senda, o deferimento da tutela de urgência antecipada cautelar, para o afastamento
imediato do autor do quadro societário se afigura uma providência provisória, cuja eficácia
poderá ser revogada ou modificada a qualquer tempo, se o panorama processual legal for
diverso do descrito nesta peça de ingresso [CPC, arts. 294 e 296, caput].
29. Outrossim, o fato de sua retirada imediata do quadro social não afastará a questão
envolvendo a fase de apuração de haveres.
31. E em situações como a ora esquadrinhada, amparada por um direito visível, perceptível,
respaldado por documentação idônea, adicionado pelo fato de não se saber os paradeiros dos
demandados [o que provocou o pedido de diligências para localização no primeiro pleito
dessa exordial], suma venia, que se requer:
b) como ato preparatório da citação, diante da realidade do caso em apreço, dentro do enredo
de cooperação incidido e para ser aplicado pela lei instrumental civil, sejam expedidos ofícios
direcionados à RECEITA FEDERAL DO BRASIL e ao TRIBUNAL REGIONAL
ELEITORAL, bem como para as concessionárias de serviços públicos ... e ..., com a
tutela de urgência de natureza antecipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos
efeitos da decisão.
14
"Pela própria extensão do dispositivo supracitado, tem-se uma amplitude de medidas cautelares de forma
ilimitada, quando o legislador expressa ´qualquer outra medida idônea para asseguração do direito´. Assim,
apenas a título exemplificativo, teríamos ´admissão de exercício provisório de servidão de passagem´, quando
objeto de litígio; ´proibição de dispor´ como medida conservativa da posse do dono, interditando tão somente a
possibilidade de alienação da coisa ou mesmo conteúdos deveras conhecidos como ´sustação de protesto de
títulos´, ´medidas destinadas a prevenir riscos de dilapidação de fortuna´, ´proibição de utilização de nome
comercial´, dentre muitas" (A TUTELA PROVISÓRIA NO NOVO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL, Antonio
Pereira Gaio Júnior, apud http://www.rkladvocacia.com/tutela-provisoria-no-novo-codigo-de-processo-civil-
brasileiro-2/ acessado em 24.02.2017.
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Art. 300, § 2º.
6
finalidade única de se obter os endereços atualizados dos demandados: ..., CNPJ n. ... e, ...,
CPF n. ...
P. Deferimento.
(Local e data)
(Assinatura e OAB do Advogado)
Documentos Anexados:
doc. n. ...