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Epiderme: é a camada mais externa da pele, sua espessura varia de acordo com a
região do corpo, sendo mais espessa em áreas sujeitas a pressão ou atrito, como a
planta dos pés e palma das mãos. Impermeável à água, ela funciona como uma
barreira protetora contra o meio ambiente. Esta camada é constantemente renovada
pela descamação das células mais superficiais e geração de novas na sua camada
mais profunda;
Derme: constitui em torno de 95% da espessura da pele, onde se encontram
estruturas importantes como vasos sanguíneos, terminações nervosas, folículos
pilosos e glândulas (sebáceas e sudoríparas);
Hipoderme: é a camada abaixo da derme, constituída da combinação de tecido
elástico e fibroso, bem como de depósitos gordurosos.
Mesmo sendo revestida de 3 camadas, a pele está exposta a diversos riscos, entre
eles estão as lesões causadas pela temperatura, neste caso, queimaduras. As
queimaduras são lesões frequentes e a quarta maior causa de morte por trauma.
Mesmo quando não levam a óbito, as queimaduras severas produzem grande
sofrimento físico e requerem tratamento que dura meses, e em alguns casos, até
anos.
Sequelas físicas e psicológicas são comuns. Pessoas de todas as faixas etárias estão
sujeitas a queimaduras, mas as crianças são vítimas frequentes, muitas vezes por
descuido dos pais ou responsáveis. O atendimento definitivo aos grandes queimados
deve ser feito preferencialmente em centros especializados.
Terceiro grau
Queimaduras profundas que acometem toda a derme e atingem tecidos
subcutâneos, com destruição total de nervos, folículos pilosos, glândulas sudoríparas
e capilares sanguíneos, podendo inclusive atingir músculos e estruturas ósseas. São
lesões esbranquiçadas/acinzentadas, secas, indolores e deformantes que não curam
sem apoio cirúrgico, necessitando de transplantes.
Devido à lesão nervosa, o estímulo de dor é pouco percebido, porém, ao redor de
queimaduras de 3° grau, haverá queimaduras de 1° e 2° grau, que frequentemente
serão motivos de fortes dores.
Extensão
A extensão da queimadura, ou a porcentagem da área da superfície corporal
queimada, é um dado importante para determinar a gravidade da lesão e o
tratamento a ser instituído tanto no local do acidente quanto no hospital. Utiliza-se
para esse cálculo a "regra dos nove”, nela são consideradas apenas as áreas
queimadas com profundidade de segundo e terceiro graus.
O resultado obtido é aproximado, mas suficiente para uso prático, ele é feito da
seguinte forma:
Regra dos nove para os adultos, crianças menores de 10 anos e bebês
A regra dos nove pode aparecer de uma forma mais detalhada, haverá algumas
fontes que irão indicar porcentagens diferentes para cada parte do corpo, mas como
consideramos que este cálculo se aplica por 9 ou múltiplos de 9, devemos utilizar o
anteriormente citado.
As crianças menores de 1 ano apresentam, proporcionalmente, cabeça maior que a
dos adultos, então essa regra altera somente a porcentagem da cabeça para 18% da
superfície corporal e cada membro inferior juntamente com a genitália para 14%, e
os outros membros continuam com as mesmas porcentagens para adultos.
Para fazer o cálculo para crianças de 1 até 10 anos, deve-se seguir o seguintes
passos:
para a cabeça devemos considerar 18% - a idade da criança
cada perna equivale a 14% + a metade da idade da criança
demais partes = adultos
Desta forma, a superfície corporal total de uma criança de 6 anos através da regra
dos nove se aplica assim:
cabeça: 18 - 6 = 12%
pernas: 14 + 3 = 17%
17+17 = 34%
braços: 18%
tronco frontal e dorsal: com 36%
total: 100%
Além deste cálculo, para avaliar a extensão de queimaduras menores pode ser
utilizado como medida a mão da vítima, que corresponde a aproximadamente 1% da
área da superfície corporal, mas é importante lembrar que a regra dos nove é mais
eficiente.
Atendimento à vítima de queimadura
A primeira preocupação do atendente de emergência deve ser com a sua própria
segurança, que se aplica a qualquer situação, mas devendo ser reforçada ao atender
vítimas de queimaduras em ambientes hostis. Sendo assim, é necessário ter cuidado
com as chamas, os gases tóxicos, a fumaça e o risco de explosões e desabamentos.
Ao se deparar com um acidente envolvendo queimaduras, o primeiro cuidado é
extinguir a fonte de calor, ou seja, impedir que permaneça o contato do corpo com o
fogo, líquidos e superfícies aquecidas, entre outras causas do acidente. Se as vestes
estiverem em chamas, é preciso que a vítima pare, deite e role no chão com as mãos
no rosto, o atendente de emergência pode jogar água ou abafar o fogo com um
cobertor, toalha ou jaqueta.
As vestes da vítima devem ser retiradas, desde que não estejam aderidas à pele, do
contrário, só devem ser removidas sob anestesia no momento da limpeza da ferida.
Em casos de queimaduras elétricas, deve-se providenciar a interrupção da corrente
antes do contato com a vítima ou, se isso não for possível, tentar afastá-la com um
objeto isolante, como madeira seca. Uma queimadura por choque elétrico é sempre
pior do que parece, por isso, é necessário que o atendimento seja urgente.
Se a vítima estiver em casa e houver queimadura causada por agentes químicos,
deve-se tirar toda roupa da vítima e colocá-la debaixo do chuveiro ligado enquanto o
socorro estiver a caminho. Porém, se o agente for térmico, é necessário apenas
colocar água corrente em temperatura ambiente sobre o ferimento, de preferência
por tempo suficiente até que a área queimada seja resfriada.
O resfriamento, nunca deve ser feito com água gelada ou outros produtos
refrescantes, como creme dental ou hidratantes. A água fria promove a limpeza da
ferida removendo agentes nocivos da pele, além de ser capaz de interromper a
progressão do calor e limitar o aprofundamento da lesão, desde que o resfriamento
seja realizado nos primeiros segundos ou minutos. Ela também pode aliviar a dor da
queimadura mesmo se aplicada após alguns minutos, assim como pode reduzir o
edema.
Portanto, o resfriamento com água corrente deve ser realizado o mais cedo possível,
durante cerca de 10 minutos, podendo chegar a 20 minutos caso seja
necessário. Porém, devido ao risco de hipotermia, o resfriamento deve ser mais
breve quanto mais extensa for a queimadura, não sendo recomendável em
queimaduras superiores a 15% da superfície corporal.
Se a área queimada for menor do que 5% da superfície corporal, ela pode, após o
resfriamento, ser protegida com gazes, compressas ou toalhas de algodão úmidas, e
em seguida coberta por plástico ou outro material impermeável. Por fim, o paciente
deve ser envolvido com uma manta ou cobertor. Aqui cabe a lembrança: resfriar a
queimadura mas aquecer o paciente.
NOTA: Quando não for possível utilizar água corrente, curativos, compressas ou
outras opções utilizadas para resfriamento da queimadura, é recomendado
internacionalmente, cobrir a queimadura com filme plástico novo e limpo até que a
vítima possa receber o devido tratamento avançado.
É importante ressaltar que lavar a lesão com água fresca corrente pode aliviar a dor
e diminuir a extensão dos danos, no entanto, a exposição prolongada ao frio pode
provocar hipotermia. Se a temperatura da vítima ficar abaixo de 32°C a condição
pode ficar crítica ou até fatal.
Também é necessário buscar o auxílio de um profissional de saúde no posto de
atendimento mais próximo do local do acidente, assim poderão ser tomadas as
providências essenciais para o sucesso da recuperação e também para evitar o
agravamento da lesão. Se não houver Unidade de Saúde nas proximidades, deve-se
acionar os serviços de socorro do SAMU e do Corpo de Bombeiros ou procurar uma
Emergência hospitalar.
Insolação e Intermação
Algumas doenças podem dificultar que o corpo disperse o calor, ou que a pessoa
consiga sair do local de temperatura intensa, tais como doenças neurológicas,
cardiovasculares, psiquiátricas ou obesidade. O quadro de insolação merece
atenção, porque o aumento da temperatura faz com que o corpo perca muita água,
sais e nutrientes necessários para que o organismo funcione normalmente.
A intermação e insolação podem ser causados por situações como:
•Usar roupas quentes e pesadas no calor;
•Ficar muito tempo exposto ao sol sem protetor solar;
•Praticar atividades que causam esgotamento físico;
•Ficar muito tempo sem se hidratar;
•Permanecer em locais com pouca ventilação e temperatura elevada
Dependendo do local onde estiver e do nível de calor, uma pessoa que está sofrendo
insolação ou intermação irá apresentar diferentes tipo de sintomas, entre eles:
•Pele seca e quente
•Aumento da temperatura corporal
•Dor de cabeça intensa
•Dar água fria ou gelada ou qualquer líquido não alcoólico para que a vítima beba se
estiver lúcida/consciente;
•Mantê-la em repouso com as costas para baixo e com a cabeça e ombros elevados;
•Se o banho frio não for possível, borrifar água fria (não gelada) em todo o corpo da pessoa
ou aplicar compressas de água fria na testa, pescoço, axilas e virilhas;
Estes procedimentos são simples, mas extremamente necessários para que a vítima
possa se recuperar sem nenhum tipo de complicação. Os fenômenos de insolação e
intermação são comuns, mas ainda sim perigosos, podendo levar a vítima à morte se
não receber o socorro adequado, por isso é importante estar sempre atento ao
aparecimento de sintomas nas pessoas ao redor, além de agir com rapidez em casos
como estes.