A malassezia pachydermatis é uma levedura que costuma habitar pele e canal
auditivo de animais saudáveis. É considerada por não ser dependente de lipídios, embora estudos mais recentes demostrem que o gene que codifica a sintase do ácido graxo está ausente em todos Malassezia espécies, indicando que todo o gênero é dependente de lipídios. Esse fato da não dependência de lipídios é que essa levedura consegue crescer em ágar Sabouraud-dextrose (SDA) sem adição de uma fonte de gordura.
Essa levedura quando encontra condições favoráveis no animal consegue se
multiplicar rapidamente e em granes quantidades e levar ao desenvolvimento de Malassezia otite e Malassezia dermatite, essas condições pode se apresentar distintas ou em conjunto. A levedura desse gênero acomete principalmente cães, mas também pode acometer gatos, mas são casos menos frequentes.
O tratamento é baseado em medicamentos que podem ser administrados por
sistêmica ou tópica. São utilizados antifúngicos sendo os mais comuns os derivados azólicos, esse medicamento atua na inibição do crescimento das leveduras e costumam apresentar bons resultados ao tratamento, no entanto, podem acontecer falhas ou recorrência rápida, que pode ser dada pela não identificação e resolução das principais causas e fatores predisponentes.
• Otite por Malassezia em cães
O aparecimento da otite se dá em razão dos aparecimentos de condições favoráveis
para o desenvolvimento da levedura, incialmente o canal auditivo pode apresentar uma inflamação primária por causa indefinida e levar a produção maior de secreção e sebo onde a levedura irá se aderir.
Existem fatores predisponentes para o desenvolvimento da otite que são: anatomias
anatômicas do canal auditivo, estenose do canal auditivo, aumento da secreção ou retenção do cerume, aumento da umidade ou dificuldade da circulação do ar. Podem haver também outras causas para a inflamação do ouvido com a presença de corpo estranho, presença de parasitas principalmente ácaros, distúrbios de queratinização e doenças autoimunes. Os sinais clínicos costumam se apresentar como a do animal apresentando eritemas, além da observação de secreção seborreica de coloração amarelada ou acastanhada.
• Dermatite por Malassezia em cães
As condições que levam ao aparecimento de infecções por MD em cães pode estar
relacionada a doenças de hipersensibilidade (dermatite atópica, reações cutâneas adversas aos alimentos, hipersensibilidade à picada de pulga e alergia de contato), distúrbios de queratinização, infecções ectoparasitárias, pioderma bacteriana, doenças endócrinas (hiperadrenocorticismo, hipotireoidismo, diabetes mellitus) e doenças autoimunes. Podem haver também causas subsequentes e algumas raças estão mais predispostas ao desenvolvimento, como: West Highland white terriers, Basset hounds, dachshunds, cocker spaniels, Shih Tzus e setters ingleses
Se caracteriza por apresentar reação pruriginosa, eritemas primários, escoriações,
placas seborreicas, liquenificação, hiperpigmentação, maceração e intertrigo. A pele pode se apresentar seca ou seborreica oleosa.
• Tratamento
O tratamento para ambas apresentações de infecção por Malassezia baseia-se no
uso de antifúngicos como o miconazol, clotrimzaol, econazol (uso tópico) cetoconzaol, intraconazol, e fluconazol ( uso tópico e oral0 e antissépticos como a clorexidina e sulfeto de selênio. Também pode ser utilizado por via oral a terbonafina ( alilamina) pata MD.
Quando há um supercrescimento de leveduras em casos de MO é utilizado o tiabenzol
que atua na inibição da montagem de microtúbulos nas células das leveduras.
• Resistência a medicamentos e testes in-vitro
Os mecanismos de resistências estão intimamente ligados a capacidade de de reduzir
o efeito antifúngico do fármaco, essa resistência pode se dar de forma intrínseca ou adquirida pelo patógeno fúngico.
O fenômeno de “resistência aos fármacos” está bem caracterizado na levedura
Malassezia, graças à existência de procedimentos padronizados para teste de susceptibilidade antifúngica in vitro (AFST). A resistência microbiológica ocorre quando um agente antimicrobiano inibe o crescimento do patógeno apenas em concentrações mais altas do que a faixa observada para cepas de tipo selvagem (WT) (o termo WT se refere a um isolado sem mecanismos de resistência adquiridos). Os pontos de corte definidos desta forma são conhecidos como valores de corte epidemiológicos (ECOFF ou ECV). A resistência clínica é determinada pela situação em que o organismo infectante é inibido apenas por uma concentração de um agente antimicrobiano que está associada a uma maior probabilidade de falha terapêutica. Em outras palavras, o patógeno só é inibido por uma concentração antimicrobiana maior do que poderia ser alcançada com segurança com a dosagem normal. Os pontos de interrupção definidos desta forma são conhecidos como pontos de interrupção clínicos (CBP).
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