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Fotografia

Material Teórico
Origem da Fotografia e a Conquista do Cenário Artístico

Responsável pelo Conteúdo:


Prof. Ms. Claudemir Nunes Ferreira

Revisão Textual:
Prof. Ms. Fátima Furlan
Origem da Fotografia e a Conquista
do Cenário Artístico

• Introdução
• Fotografia: Primeiros Passos
• Fotografia e Arte

OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Conhecer os aspectos conceituais, históricos e estéticos da origem
da fotografia e de seus desdobramentos; desenvolver e realizar
pesquisas para atualização e autoformação.

ORIENTAÇÕES
Nesta Unidade, vamos conhecer um pouco sobre a origem e o desenvolvi-
mento histórico da fotografia destacando seus principais marcos, movimentos
e fotógrafos. Leia o conteúdo do material com atenção e não deixe de ampliar
seus estudos consultando os materiais complementares e pesquisando
mais imagens dos fotógrafos apresentados para enriquecer seu repertório.
Registre suas dúvidas, converse com seu professor-tutor, assista à videoaula
e não deixe de acessar a pasta de atividades.

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Bom Estudo!!!
UNIDADE Origem da Fotografia e a Conquista do Cenário Artístico

Contextualização
A fotografia surgiu um pouco antes da metade do século XIX em um contexto
de aceleração da vida cotidiana e cultural sem precedentes na Europa, quando
principalmente a Inglaterra e a França encontravam-se em um amplo processo
de industrialização, urbanização, generalização da economia de mercado e de
profundas mudanças sociais, sendo ao mesmo tempo um produto e um instrumento
de consolidação da sociedade moderna nascente.

Para esta sociedade, que via na máquina uma promessa de progresso e


prosperidade para todos, a nova tecnologia correspondia ao sistema de representação
mais condizente ao seu nível de desenvolvimento, grau de tecnicidade, organização
socioeconômica, novos valores e, principalmente, a democracia. A fotografia
tornou possível a qualquer pessoa a posse de imagens, principalmente de retratos,
antes executados por pintores e restritos a uma elite social.

A supremacia da fotografia sobre o desenho e a gravura foi prontamente


reconhecida em todas as áreas científicas, principalmente medicina, biologia e
topografia, já que a exatidão da imagem “mecânica” eliminava qualquer possível
grau de subjetividade do ilustrador na representação da realidade. Na imprensa,
a fotografia complementou e endossou a informação escrita, mais fácil de ser
assimilada pelo público e transpondo as barreiras do idioma e da alfabetização,
permitiu uma visão mais ampla de mundo e democratizou o conhecimento.

Já no mundo das artes, por estar estritamente ligada às novas práticas da


ciência, técnica e indústria, a fotografia chocou-se com os paradigmas da pintura
tradição - originalidade, unicidade, produção manual e subjetividade do artista, e tal
entusiasmo em sua recepção não foi unanimamente compartilhado.

“Nesses dias deploráveis, produziu-se uma nova indústria que muito


contribuirá para confirmar a idiotice da fé que nela se tem, e para arruinar
o que poderia restar de divino no espírito francês. (…) Um Deus vingador
acolheu as súplicas dessa multidão. Daguerre foi seu Messias. (…) A partir
desse momento, a sociedade imunda se lança, como um único Narciso,
à contemplação de sua imagem trivial sobre o metal. Uma loucura, um
fanatismo extraordinário se apodera de todos esses adoradores do sol”.
(BAUDELAIRE, 1859 apud ENTLER, 2007, p. 11-12 )

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Introdução
A recepção da fotografia pelo cenário artístico foi marcada por intensas
controversas. Teóricos e artistas mais tradicionais consideravam que uma imagem
produzida mecanicamente jamais poderia ser considerada uma linguagem artística
e equiparada à pintura e, os mais radicais, que a nova tecnologia corromperia a
própria arte, mais precisamente a pintura. Outros, mais visionários, viam a nova
tecnologia como uma verdadeira aliada da pintura, e capaz de libertar de sua função
representacional e a impulsionando-a a novas experimentações, alguns deles, aliás,
assimilaram algumas características próprias da fotografia em suas pinturas.

Enquanto as acaloradas discussões, sobre se a fotografia era ou não uma arte


legítima agitavam o cenário artístico, uma nova geração de fotógrafos procurava
transcender a nova linguagem de seu caráter meramente técnico e funcional - o
de documento, explorando o seu potencial para a expressão artística sob distintos
enfoques, ora aproximando-a dos princípios das belas-artes, ora voltando-se
exclusivamente para as características próprias do meio ou, ainda, inserindo-a em
uma nova dimensão – a social.

Essas produções ocuparam um espaço real na evolução histórica da fotografia.


Enquanto, por um lado, desenvolvia-se a prática profissional da fotografia comercial,
restrita às leis do mercado e à função documental, de outro, uma nova abordagem
essencialmente estética, livre das imposições de sua utilidade e focada em suas
especificidades técnicas e/ou qualidades expressivas, inseria gradativamente a
fotografia no mundo das artes.

Fotografia: Primeiros Passos


A câmera escura
A grande descoberta que sinalizou a possibilidade do registro mecânico de uma
imagem - a câmera escura, nada mais é do que uma caixa ou um cômodo com um
pequeno orifício em uma de suas paredes. A luz refletida pelo ambiente externo
que atravessa este orifício reproduz uma imagem com cores e perspectiva idênticas
à da cena exterior. A imagem era projetada invertida, na parede interna oposta do
orifício. Quanto mais afastada a parede estiver do orifício, maior será a imagem
projetada. (Fig.01)

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Figura 01 – Ilustração de uma câmera escura


Fonte: commons.wikimedia.org

Os primeiros comentários esquemáticos a respeito da câmera obscura datam


de V a.C, quando gregos e chineses formulavam os princípios básicos da óptica
e o filósofo Aristóteles descreveu o fenômeno óptico da imagem projetada de um
objeto real. A partir do século XIII, foi correntemente utilizada na observação de
eclipses solares e, no Séc. XVI, Leonardo Da Vinci descreveu minuciosamente seu
princípio, sem limitar sua utilização à observação do sol. Nesta época, a câmera
obscura passou a ser utilizada como um instrumento auxiliar por desenhistas
e pintores, que esboçavam suas obras sobre a imagem projetada. Nos séculos
seguintes, o dispositivo foi aperfeiçoado, ganha lentes para melhorar a nitidez e
espelhos para corrigir a imagem invertida.

Embora a propriedade dos sais de prata escurecer em contato com a luz fosse
conhecida desde a antiguidade, apenas no século XVIII pesquisas físico-químicas
relacionadas a câmera obscura conseguiram fixar o contorno de imagens projetadas
sobre papéis impregnados de sais de prata no interior do dispositivo. Porém, como
faltava um fixador, essas imagens só permaneciam na escuridão já que, em contato
com a luz, todo o papel continuava a ser impressionado.

Figura 02 - Ponto de vista da janela de Gras (1826) - de Joseph Nicéphore Niépce


Fonte: commons.wikimedia.org

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Em 1826, após anos de experiências, Joseph Nicéphore Niépce encontrou
o primeiro processo químico capaz de fixar permanentemente uma imagem, ao
aplicar sobre uma placa de estanho o betume da Judéia como material fotossensível,
que endurecia e branqueava quando exposto à luz de uma projeção da câmera
obscura por cerca de 8 horas. Como revelador, utilizou uma espécie de essência/
óleo de alfazema, que dissolvia o betume irregularmente nos vários pontos da placa,
conforme a maior ou menor ação da luz (as áreas mais expostas, agora claras e
endurecidas, não eram dissolvidas), na sequência espalhava um ácido que corria as
partes desprotegidas e, por fim, removia o restante do betume obtendo uma imagem
fotográfica gravada em baixo relevo sobre a placa. Este processo, conhecido como
Heliografia, tinha dois inconvenientes: o grande tempo de exposição necessário
para a captação e a baixa qualidade de imagem obtida.

Heliografia: Processo químico que registrou a primeira imagem gravada pela luz e fixada
Explor

permanentemente sobre uma placa metálica exposta por 08 horas em uma câmera escura.
Ponto de vista da janela de Gras, de Joseph Nicéphore Niépce, é considerada a primeira
fotografia da história.

Em 1829, com o propósito de aperfeiçoar a heliografia, Niépce firma uma


sociedade com Louis Jacques Mandé Daguerre. Após a morte de Niépce, em 1833,
Daguerre deu continuidade do seus estudos e aperfeiçoou o processo substituindo
o betume por iodeto de prata e descobrindo, acidentalmente, a possibilidade de
revelar imagens latentes (ainda invisíveis, após 20 ou 30 minutos de exposição)
com a ação do vapor de mercúrio, que agia apenas sobre as áreas expostas pela luz
formando as áreas claras da imagem. Mais tarde, quando descobriu como fixar a
imagem, utilizando uma solução salina capaz de eliminar os sais de prata residuais.

Figura 03 - Paris Boulevard, 1839 – Louis Jacques Mandé Daguerre


Fonte: commons.wikimedia.org

Daguerreotipia (1839) Processo químico que reduziu o tempo de exposição e aumentou a


Explor

qualidade das imagens impressas pela ação da luz.

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O novo processo químico, além de reduzir o tempo de exposição de horas


para minutos, proporcionou um ganho considerável na qualidade da imagem. Em
1839, Daguerre patenteou seu invento e o vendeu para a monarquia Francesa por
uma pensão vitalícia, a partir daí, a fotografia deixa a esfera da classe científica e
intelectual para atingir a média e pequena burguesia, classe que buscava no retrato
uma forma de visibilidade e ostentação social. Como o invento era de domínio
público, inúmeros fabricantes aperfeiçoaram e tornaram o Daguerreótipo cada vez
mais acessível, com uma grande aceitação de público, rapidamente o equipamento
invadiu todos os centros urbanos da Europa e surgia assim uma geração de fotógrafos
retratistas. Ao mesmo tempo em que era acusada por vários pintores de “matar” a
pintura, a fotografia impulsionava o surgimento das vanguardas artísticas.

Você Sabia? Importante!

O termo fotografia foi utilizado pela primeira vez da história nos documentos de
Hercules Florence, um inventor, desenhista e polígrafo Francês erradicado no Brasil.
Longe do circuito Paris-Londes, suas primeiras experiências com a fotografia utilizando a
câmera obscura e o nitrato de prata, similares as pesquisas europeias, estão registradas
no manuscrito Livre d’Annotations et de Premier Matériaux e datam de 1833.

Em 1840, foi inaugurado o primeiro estú-


dio fotográfico em Paris e, no ano seguinte,
já eram numerosos os estúdios em todas
as grandes cidades do ocidente. Apesar
do constante aperfeiçoamento técnico do
daguerreótipo, os primeiros retratos em
estúdio exigiam longos tempos de exposição
sob intensa luz para a captação da imagem
(15, 8, 2 minutos e, por fim, 24 segundos).
Se a pessoa fotografada se movesse enquanto
a foto era realizada, a imagem revelada sairia
“tremida” ou “borrada”. Para assegurar que o
retrato não fosse arruinado pelo movimento
(mínimo que fosse), alguns fotógrafos usavam,
além da câmera sobre um tripé, uma pequena
estrutura de ferro chamada de headclamps
(prendedores de cabeça) para ter certeza de Figura 04 – Ilustração de headclamps
que a pessoa retratada não se moveria. Fonte: fotonostra.com

O francês Felix Nadar foi o mais importante fotógrafo de retratos do século XIX. Seu estúdio
Explor

em Paris, era um ponto de encontro dos grandes intelectuais e artistas daquela época. Nadar
fotografou muitas celebridades de sua época com maestria. Nadar também foi o primeiro
fotógrafo a captar imagens aéreas de Paris, a bordo de um balão, em 1958.

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Enquanto o Daguerreótipo produzia uma imagem única sobre uma placa
metálica, em 1841, o inglês William Henry Fox-Talbot patenteou o calótipo,
no qual a imagem era captada em negativo sobre um papel sensibilizado com
cloreto de prata. O original negativo permitia a reprodução de inúmeras cópias
positivas por contato sobre papel, um processo semelhante ao das futuras câmeras
fotográficas analógicas.

A princípio, o grão do papel tornava


a nitidez da imagem muito inferior a do
Daguerreótipo e o público continuava a
preferir a nitidez de imagem metálica.
Ainda assim, o calótipo de Talbot teve
adeptos fervorosos e inúmeras pesquisas
aprimoraram o processo, o tempo de
exposição foi reduzido de 30 minutos
para 1 segundo (ao sol), o negativo
passou a ser impresso em vidro (o que
duraria até a invenção da película), e
os papéis para impressão dos positivos
foram aperfeiçoados. O baixo custo
tornava o calótipo mais acessível e a
suavidade dos meio tons da imagem sobre
papel o tornaram o processo preferido
nas produções fotográficas de cunho Figura 05 - Sarah Bernhardt (1860) - Felix Nadar
mais artístico. Fonte: commons.wikimedia.org

Figura 06 - William Henry Fox-Talbot (1841) Talbótipo ou Calótipo.


O negativo (matriz) – à esquerda – e o positivo, à direita
Fonte: commons.wikimedia.org

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UNIDADE Origem da Fotografia e a Conquista do Cenário Artístico

Talbotipia ou Calotipia (1841): Primeiro processo de captação e reprodução de imagens


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pela ação da luz a partir de um original negativo que permitia a reprodução de inúmeras
cópias positivas por contato sobre papel de um mesmo original.

Em 1881, George Eastman, o funda-


dor da Kodak, substituiu a chapa de vidro
por um rolo de papel e lançou a primei-
ra câmera Kodak 100 vistas. Quando os
cem fotogramas, circulares com 5 cm de
diâmetro, eram impressionados, o fotó-
grafo mandava a câmera para a fábrica,
lá o rolo era substituído por um novo e
revelado, a câmera novamente carrega-
da, os negativos revelados e as cópias
impressas. You press the botton, we do
the rest (você aperta o botão, nós faze-
mos o resto) era o slogan e a estratégia
comercial da Kodak que colocava a foto-
grafia ao alcance de todos.

Em 1887, o rolo de papel foi substi- Figura 07 – George Eastman tira


tuído pelo de celuloide, nascia a película fotos com sua câmera Kodak
fotográfica. Fonte: commons.wikimedia.org

A primeira fotografia colorida foi produzida pelo físico James Clerk Maxwell, em 1861,
Explor

a partir de três imagens monocromáticas captadas através de filtros vermelhos, verdes e


azuis que, quando projetadas com lanternas (cada uma com um filtro de cor diferente) e
sobrepostas, formavam uma imagem colorida (o principio do padrão RGB utilizado tanto
nas câmeras analógicas quanto nas digitais atuais).
Em 1869, o francês Louis Ducos Du Haurun, pioneiro nas técnicas de fotografia colorida,
escreveu a obra Couleurs en Photographie. Entre seus inventos destaca-se a Tricromia,
processo de fotografar a cores a partir das cores primarias aditivas. O processo desenvolvido
por Haurun exigia três exposições, ou seja, um original para cada cor primária – vermelho,
verde e azul.
A fotografia colorida só se tornou comercialmente viável a partir de 1907, quando chegou
ao mercado o Autochrome, primeiro filme positivo para revelação em cores, a partir de uma
única exposição, patenteado pelos irmãos August e Louis Lumiére, C.

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Figura 08 - James C. Maxwell. Tartan Ribbon (1861)
Fonte: commons.wikimedia.org

Figura 10 – Lumiere Brothers.


Figura 09 - Louis Ducos du Hauron. Untitled (1907-15) Autochrome
Natura morta con gallo, 1869-1879 Fonte: erenae.tumblr.com
Fonte: commons.wikimedia.org

Em 1925, chegou ao mercado a primeira câmera de 35mm portátil, precursora de todas as


Explor

câmeras profissionais, produzida pela empresa alemã Ernst Leitz Optische Werke.
Bem diferente da abordagem comercial da Kodak, a aposta da Laica I estava na alta qualidade
da imagem e a câmera foi rapidamente adotada por fotógrafos profissionais impulsionando
a fotografia documental e o fotojornalismo.
Em 1930, foi lançado o primeiro modelo com lentes intercambiáveis.
Em 1948, o físico Americano Edward H. Land desenvolve a câmera Polaroid, embora
limitada era capaz de apresentar resultados instantâneos. A primeira câmera reflex, surge
em 1957 a Pentax, e 1959 a Nikon produz uma câmera totalmente automática.
Em 1973, a Fairchild Imaging lançou a primeira versão comercial do chip CCD, capaz de
capturar imagens com resolução de 0,01 megapixels (100 pixels). Baseada no CCD da
Fairchild, a primeira câmera totalmente digital surgiu de um experimento desenvolvido pela
Universidade de Calgary, no Canadá. A fotografia digital chegou efetivamente ao mercado
em 1981, quando a Sony lançou sua primeira câmera digital - a Mavica, que capturava
imagens de 0,3 megapixels (300.000 pixels) e custava algo em torno de 12 mil dólares.
Em 1988, a Sony lançou a Mavica C1 por 230 dólares, tornando a tecnologia digital mais
acessível ao consumidor. Já na década de 90, inúmeras câmeras digitais foram lançadas por
diversos fabricantes e tornaram-se populares e desenvolvendo-se até os dias atuais.

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Fotografia e Arte
Picturialismo
O Picturialismo foi um movimento artístico, essencialmente fotográfico, que
desenvolveu-se na França, Inglaterra e EUA, a partir de meados da década de
1880, sua pretensão era conferir à fotografia o mesmo prestígio e respeito das
linguagens artísticas convencionais, libertando-a de suas amarras documentais e
técnicas exclusivamente mecânicas através da aplicação de alguns princípios das
belas-artes à nova linguagem.

Henry Peach Robison, o maior expoente do movimento, estabeleceu as bases


da representação picturialistas: uma mistura de arte, natureza, autenticidade e
beleza com o uso de artifícios de estúdio como lentes defeituosas, manipulação de
negativos, uso de papéis rugosos e viragens, entre outros.

Figura 11 - Henry Peach Robinson. Bringing home the may (1862)


Fonte: nationalmediamuseum.org.uk

Com base em uma experiência artística, a corrente picturialista propunha uma


junção do real com o fictício em uma imagem híbrida, cuja visibilidades procuravam
imitar a aparência de pinturas, desenhos, gravuras ou litografias, acreditando que a
intervenção do fotógrafo na manipulação da objetiva, do negativo e da impressão
poderia aprimorar a natureza tecnológica do meio e agregar-lhe um status artístico.
Por toda a Europa e EUA, artistas e fotógrafos artísticos amadores e abastados
criaram grupos independentes ou associações multinacionais ligados ao movimento,
lançando periódicos influentes e organizando exposições anuais ou salões.

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Frank Meadow Sutcliffe, um membro fundador do grupo Linked Ring
Brotherhood junto com Henry Peach Robinson em Londres, trabalhou a maior
parte de sua vida registrando o estilo de vida dos habitantes de Whitby, a maioria
de suas obras consiste de impressões em carvão marrons ou cinza. George
Davison, também do Linked Ring, aboliu o uso da objetiva, obtendo um foco suave
impressionista sem nenhum ponto de nitidez em suas imagens.

Fig. 12. Frank Meadow Sutcliffe. Stern Realities, 1890


Fonte: commons.wikimedia.org

Fig. 13 -Charles Emile Constant Puyo. Chant sacré, 1915


Fonte: commons.wikimedia.org

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Robert Demachy e Emile Joachim


Constant Puyo, membros do Photo-Club
de Paris, dominavam o processo da goma
bicarbonada, manipulando o negativo
durante a revelação para acrescentar
efeitos pictóricos às suas fotografias.

Na virada do século XX, o Picturialismo


tornou-se mais sombrio, simbólico e
pessoal, reflexo da ascensão da arte
modernista e dos estudos sobre a psique
de Sigmund Freud e Carl Jung, muitos
de seus fotógrafos abandonaram os
temas bucólicos e voltaram-se para temas
urbanos ou para as profundezas interiores
que poderiam ser reveladas pelo retrato.
Entre eles, Alfred Stieglitz, o primeiro
americano a tornar-se membro Linked
Ring; o francês Pierre Dubreuil, Alvin
Langdon Coburn e Clarence H.White, Fig. 14. Robert Demachy. Nude, 1906
Frank Eugene e Edward Steichen. Fonte: commons.wikimedia.org

Foto-secessão
Em nova York, Alfred Stieglitz criou
um movimento nacional de secessão
com o objetivo de reunir integrantes do
Picturialismo em solo americano junto
de novos fotógrafos e promover o re-
conhecimento da fotografia como um
meio de expressão artística autônomo.

Figura 15 - Alfred Stieglitz. A terceira classe, 1907 Figura 16: Alfred Stieglitz. The Terminal, New York,1892
Fonte: commons.wikimedia.org Fonte: commons.wikimedia.org

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Alfred Stieglitz foi uma figura chave para a divulgação da arte moderna e para o
desenvolvimento da fotografia artística nos EUA. Além de fotógrafo, foi editor das revistas
American Amateur Photographer (1893-96) e Camera Notes (1897-1902) e, em 1903,
publicou, dirigiu e editou a influente e luxuosa revista Camera Work, dedicada à publicação
de imagens e monografias tanto de integrantes da Foto-secessão quanto de Picturialistas
europeus, que posicionou a fotografia como um objeto precioso. Em 1915, fundou com
Edward Steichen a 291 Gallery que exibiu em solo americano, além de fotografias, obras de
expoentes artistas modernistas como Rodin, Matisse, Picabia, Picasso, Braque, a fotografia
do lendário ready-made de Marchel Duchamp, A Fonte (1917), além de obras de jovens
artistas americanos. Tanto a Camera Work quanto a 291 encerraram suas atividades em
1917, Stieglitz concentrou-se na arte moderna, abraçando-a em sua prolífera produção
fotográfica, e abriu mais duas galerias mais voltadas para a arte moderna europeia e
americana do que para a fotografia propriamente dita.

As obras dos foto-secessionistas distanciaram-se cada vez mais das cenas bu-
cólicas e atemporais e da imitação das belas-artes, características do Picturialismo,
refletindo a decadência do estilo, e voltaram-se para temas mais urbanos e cotidianos,
além de objetos. Nas duas últimas edições da Camera Work, destacaram-se as
diretas e reais fotografias de Paul Strand, muito diferentes das imagens picturialistas
etéreas e suaves publicadas nas primeiras edições da revista e o embrião de uma
nova tendência artística da fotografia americana, a Fotografia Pura.

A Fotografia Pura ou Direta


Alfred Stieglitz, Paul Strand, Edward Steichen e os fotógrafos que, posteriormente,
viriam formar o grupo F/64 foram os maiores expoentes da fotografia direta nos
EUA, uma corrente artística contrária às intervenções ou manipulações de negativos
e cópias que valorizava imagens puras, espontâneas e sem truques, obtidas pelo
contato direto da câmera com a realidade. Com uma atitude modernista, captaram
diretamente a vida e as coisas do dia a dia, destinando-se a inspiração simbolista,
em fotografias em preto e branco ricas em detalhes, texturas e gradações de cinzas.
Historiadores são unanimes em considerar a fotografia “barreira Branca”, de Paul
Strand como imagem que rompe definitivamente com as paisagens picturialistas.
Para Strand: “O ato de fotografar requer do individuo um verdadeiro respeito pela
coisa a sua frente expressa em termos de claro-escuro (cor e fotografia não tem
nada em comum) por uma gama quase infinita de valores tonais que ultrapassam a
habilidade da mão humana. A mais plena realização disso é conseguida sem truques
de processo ou manipulação, graças ao uso de métodos fotográficos diretos”.
Assumindo atitude moderna, Strand defende a pureza do uso dos meios fotográficos
e se mostra critico em relação à fotografia híbrida, nas quais “a introdução do trabalho
manual e da intervenção é simplesmente a expressão de um desejo impotente
de pintar”. (FABRIS, 2010: 56-57)

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Figura 17- Paul Strand. A Cerca Branca, 1916 Figura 18 - Paul Strand. Wall Street, 1915
Fonte: commons.wikimedia.org Fonte: commons.wikimedia.org

A Fotografia Social
Enquanto correntes artísticas reivindicavam a ascensão da fotografia no cenário
artístico, outros fotógrafos inseriam-na na dimensão social. O registro dos efeitos
das mudanças socioeconômicas da virada do século XIX sobre as classes menos
privilegiadas era impulsionado pela ascensão da imprensa ilustrada, porém,
enquanto está apelava por uma abordagem mais sensacionalista e sentimentalista,
alguns fotógrafos destacaram-se por abordagens mais factuais. Jacob Riis e Lewis
Hine são os pioneiros mais expoentes do gênero Fotografia Social, um registro
factual e fixo de tempo-espaço da realidade representado pela tríade: verdade,
objetividade, credibilidade.

Enquanto cobria a informação criminal na imprensa de Nova York, entre 1877


e 1888, o fotógrafo de origem dinamarquesa Jacob Riis registrou as condições de
trabalho, os meliantes e os núcleos de imigrantes dos bairros pobres de NY. A série
de fotografias foi publicada em 1890 com o título Como vive a outra metade.

Lewis Hine, ativista do movimento progressista em NY, não tinha o simples


propósito de documentar ou causar comoção, mas de mudar a opinião pública.
Fotografias de seus ensaios Trabalho infantil na Carolina e Dias de trabalho
antes do tempo (1909) tornaram-se uma bandeira e foram publicadas em cartazes,
boletins e revistas que defendiam a reforma das leis do trabalho infantil, seu trabalho
contribuiu para a elaboração de uma lei que limitou muitas formas de trabalho
infantil nos Estados Unidos.
“Talvez vocês estejam cansados de fotos de trabalho infantil. Bem, nós
também estamos, mas nós propomos fazer vocês e o resto do país ficar
tão enjoados desse trabalho que quando a hora (de lutar) chegar, o trabalho
infantil será apenas registros do passado.” (Lewis Hine).

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Fig. 19 – Jacob August Riis, Lodgers in a Crowded Bayard Street Tenement – Five Cents a Spot, 1889
Fonte: sfmoma.org

Fig. 20 – Jacob August Riis, Night in Gotham Court, ca. 1894


Fonte: sfmoma.org

Fig. 21 Lewis W. Hine, Tenement Child Handicapped in Every Way, 1910


Fonte: geh.org

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UNIDADE Origem da Fotografia e a Conquista do Cenário Artístico

Fig. 22 Lewis W. Hine, Minas de carvão, 1910


Fonte: loc.gov

Em 1935, a FSA (Farm Security Administration), um projeto governamental


criado pelo presidente F. Roosevelt com o objetivo de auxiliar a vida nas áreas rurais
durante a Grande Depressão (1929-1940) causada pela quebra da bolsa de 1929,
empregou 20 profissionais em sua divisão fotográfica, entre eles Walker Evans,
Dorothea Lange, Margareth Bourke White e Arthur Rothstein, que produziram um
acervo com mais de 70 mil imagens de fotografia social.

As imagens dos fotógrafos da FSA criaram a identidade de uma sociedade


americana resistente em um momento de crise, utilizando a unidade familiar para
promover os valores tradicionais e apresentando o agricultor como a espinha dorsal
da sociedade.

Fig. 23 - Dorothea Lange, Fig. 24 - Arthur Rothstein. Farmer and Sons Walking in the
Migrant Mother, 1936 Face of a Dust Storm, Cimarron County, Oklahoma, April 1936
Fonte: commons.wikimedia.org Fonte: commons.wikimedia.org

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Fig. 25 - Walker Evans, Bud Fields com sua família, Alabama 1936–37
Fonte: global.britannica.com

Fig. 26 - Margaret Bourke-White, Fila do pão durante a inundação de Louisville, 1937


Fonte: commons.wikimedia.org

A Nova Objetividade
No início da década de 1920, influenciada pelo desenvolvimento econômico do
pós-guerra e pela crença positivista na tecnologia e na produção industrial, surge na
Alemanha uma nova tendência artística figurativa, denominada Nova Objetividade
que, contrária à subjetividade e à carga emocional do expressionismo, volta-se para
a ordem e para o realismo, propondo uma reaproximação da arte com contexto
social da época através de uma representação objetiva da realidade, aproximando-
se do grupo americano f/64.
O movimento teve uma grande repercussão no campo da fotografia já que muitos
fotógrafos adotaram seus principais valores e, com uma postura radicalmente
antipicturialista, propunham uma arte especificamente fotográfica, voltada para
suas próprias características técnicas e formais, ligadas à máquina e à ciência,
e dissociada de qualquer princípio das artes plásticas, como a subjetividade e a
intervenção manual do fotógrafo.

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UNIDADE Origem da Fotografia e a Conquista do Cenário Artístico

Desta maneira, o real valor artístico do meio não estaria na fotografia híbrida
dos picturialistas, mas na fotografia pura que, segundo o maior expoente desta
corrente, Albert Renger-Patzsch, iria “restituir a magia da realidade”, através da
exatidão técnica, da nitidez e dos detalhes do “resultado mecânico das formas”,
sem qualquer subjetivação do processo fotográfico. A singularidade e a força destas
imagens, segundo alguns críticos, estaria no fato de possuírem um valor descritivo
extraordinário e serem capaz de revelar mais intensamente as coisas, além do que
são geralmente vistas.

A coletânea de Patzsch, O mundo é belo (1928), apresenta 100 imagens de


plantas, animais, rostos, objetos, máquinas, fábricas, prédios etc., todas fotografadas
com a mesma naturalidade e objetividade.

Fig. 27 - Albert Renger Patzsch. Glasses. 1927


Fonte: cs.nga.gov.au

Fig. 28 - Albert Renger-Patzch. Beech Forest, 1936


Fonte: facweb.cs.depaul.edu

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Fig. 29 - Albert Renger Patzsch.
Botões, 1928 Fig. 30 - Albert Renger Patzsch. Isolatorenkette, 1925
Fonte: mutualart.com Fonte: van-ham.com

F/64 Group
O F/64 foi um grupo norte americano
formado em 1932 pelos fotógrafos
Edward Weston, Ansel Adams e Imogen
Cunningham, entre outros jovens fotógrafos
que buscavam uma fotografia cada vez
mais exigente do ponto de vista técnico. O
propósito básico do grupo era a execução
de imagens de grande nitidez mediante o uso
do diafragma mais reduzido, daí o nome do
grupo (f/64), empregando com impressões
lisas e brilhantes.
Fig. 31 Edward Weston, Nude, 1936
Após seu encontro com as obras de Fonte: edward-weston.com
Stieglitz e Strand, em 1922, Edward Weston
renunciou tanto à estética picturialista quanto
abandonou a prática da fotografia comercial
- retratos infantis, que exercia desde seus 25
anos de idade para dedicar-se a uma busca
formal. Com uma nova abordagem do olhar
sobre o cotidiano e uma visão objetiva da
realidade, a proposta de Weston foi tornar
o lugar comum inusitado principalmente em
temas como nú, objetos e natureza morta.
O ponto de vista peculiar é a característica
central de suas imagens. Composições em
fundo preto e sem referências de escala
proporcionam uma monumentalizarão do
tema fotografado e apresentam limites sutis Fig. 32 - Edward Weston, Neil Weston, 1922
entre a abstração e figuração. Fonte: artnet.com

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UNIDADE Origem da Fotografia e a Conquista do Cenário Artístico

Fig. 33 - Edward Weston, Pepper, 1930 Fig. 34 - Edward Weston, Cabbage Leaf, 1931
Fonte: edward-weston.com Fonte: edward-weston.com

Ansel Adams é reconhecido por suas fotografias de paisagens com composições


depuradas de extremo rigor técnico e harmonia. Todo o trabalho de Adams une
sensibilidade e criatividade a um controle preciso das variáveis técnicas, como a
escolha do equipamento, o tempo de exposição e o uso dos químicos, na busca dos
contrastes e tons ideais na cópia.

Fig. 35 - Ansel Adams. Nascer da lua, Hernandez, Novo México (1941)


Fonte: commons.wikimedia.org

Fig. 36 -Anselm Adams Snake River, 1942


Fonte: commons.wikimedia.org

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Fig. 37 - Ansel Adams.Tenaya Creek, Dogwood, Rain,Yosemite Valleyc (1948)
Fonte: nationalmediamuseum.org.uk

Fig. 38 - Ansel Adams. Aspens, Northern New Mexico, 1958


Fonte: artnet.com

A obra mais significativa da fotografa Imogen Cunninghan são os seus primeiros


planos de flores, mas representou outras formas com a mesma delicadeza.

Figura 39 - Imogen Cunninghan. Figura 40: Imogen Cunninghan.


Magnolia Blossom, 1925 Flowering Cactus, about 1930
Fonte: imogencunningham.com Fonte: imogencunningham.com

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UNIDADE Origem da Fotografia e a Conquista do Cenário Artístico

Figura 41 -Imogen Cunninghan. Figura 42: Imogen Cunninghan.


Cemetery in France, 1961 Two Sisters 2, 1928
Fonte: imogencunningham.com Fonte: imogencunningham.com

Fotografia Subjetiva
Numa Alemanha traumatizada pelo nazismo e em reconstrução, Otto Steinert
funda o grupo Fotoform e, na sequência, inspirado pela escola da Bauhaus, o
movimento da Fotografia Subjetiva que, defendendo a experimentação dos
meios propriamente fotográficos e uma visão pessoal de mundo, posicionando a
personalidade criativa do fotógrafo como o elemento central do fotografia e uma
necessidade da época.
Recusava o documento. Para contornar uma realidade muito pesada para ser
vista fotograficamente, esta corrente buscava novas visibilidades que excluíssem a
realidade material e sociocultural da Alemanha pós-guerra, combinando o visto
e não visto, a partir das experimentações técnicas e da visão pessoal de mundo
que o fotógrafo colocaria sobre a realidade exterior. A abstração, não era uma
característica essencial do movimento, mas tornou-se um de seus resultados,
testemunhando a desvinculação entre a fotografia e as coisas do mundo.

A Exposição Internacional de Fotografia Moderna, organizada por Steinert em


1951, deu uma grande repercussão ao movimento. Com o objetivo de favorecer o
surgimento de uma nova geração de artistas fotógrafos e de reatar os elos rompi-
dos pelo nazismo, a exposição reuniu fotógrafos europeus e americano e circulou
pela Europa e NY.

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Fig. 43 - Otto Steinert, Boulevard St Michel, Paris, 1952
Fonte: theredlist.com

Fig. 44 - Otto Steinert, Lamps of


the Place de la Concorde III, 1952. Fig. 45 – Peter Keetman, 1001 Faces, 1957
Fonte: tate.org.uk Fonte: lempertz.com

Fig. 46 - Peter Keetman, Spiegelnde Tropfen


Fonte: van-ham.com

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UNIDADE Origem da Fotografia e a Conquista do Cenário Artístico

Nos Estados Unidos, O Chicago Institute of Design teve um papel fundamental


para desenvolvimento da fotografia subjetiva no país. Aaron Siskind, professor do
departamento de fotografia da instituição, abstraiu a paisagem urbana em suas
imagens de acordo suas próprias visões artísticas, mas também fez uma série de
experiências fotográficas com o corpo humano.

Minor White, editor da revista Aperture e professor na Carolina School of


Fine Arts, encorajava seus leitores e alunos a pensar na fotografia como uma
unidade de significado independente, capaz de ir além da realidade superficial e
intuir o campo metafórico e expressivo. Muitos fotógrafos abraçaram a ideia de
que, além de oferecer um registro fiel do mundo, a fotografia poderia comunicar
sentidos metafóricos.

Fig. 47 - Aaron Siskind, Pleasures Fig. 48 - Aaron Siskind, Pleasures


and Terrors of Levitation#99, 1961 and Terrors of Levitation#492, 1961
Fonte: mocp.org Fonte: mocp.org

Fig. 49 - Aaron Siskind, Rome 101, 1973 Fig. 50 - Aaron Siskind, San Luis Potosi 16, 1961
Fonte: mocp.org Fonte: http://www.mocp.org/

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Fig. 51 - Minor White, Ritual Branch Variant, 1950 Fig. 52 - Minor White, Windowsill Daydreaming, 1958
Fonte: mocp.org Fonte: artblart.com

Fig. 53 - Minor White. Surf Vertical,1947 Fig. 54 - Minor White. Capitol Reef, Utah,1962
Fonte: masters-of-photography.com Fonte: Minor White. Capitol Reef, Utah

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UNIDADE Origem da Fotografia e a Conquista do Cenário Artístico

Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:

 Vídeos
História da Fotografia
http://goo.gl/ZvDK8y
História da fotografia
http://goo.gl/3ShDmu
Ansel Adams A Documentary Film
http://goo.gl/Ra2SuP
Edward Weston: A Precursor | Andreas Scholl, Delerium
http://goo.gl/OBNwZv

  Sites
Imogen Cunningham
http://www.imogencunningham.com/
Aaron Siskind Foundation
http://www.aaronsiskind.org/
Edward Weston
http://edward-weston.com/

 Filmes
As vinhas da ira. The Grapes of Wrath (1940) John Ford.

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Referências
HACKING, J. Tudo Sobre Fotografia. São Paulo: Sextante, 2013.

AMAR, P. História da fotografia. 2. ed. ,v. ,Lisboa: Edições 70, 2011.

BAURET, G. A Fotografia: História, Estilos, Tendências, Aplicações. Lisboa:


Edições 70, 2006.

FELICI, J. M. Como se Lee Una fotografia: Interpretaciones de La Miranda. 2.


ed. ,v. ,Madrid: Catedra, 2009.

KUBRUSLY, C. A. O Que e Fotografia. 4. ed. São Paulo: Brasiliense, 2003.

ROUILLE, A. A Fotografia: Entre Documento e a Arte Contemporânea. São


Paulo: Editora Senac São Paulo, 2

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