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TECNOLOGIA QUÍMICA

TECNOLOGIA DO ETANOL

Profa. Dra. Albanise Enide


RECAPITULANDO....
DESTILAÇÃO
TIPOS DE ÁLCOOL
Na produção fermentativa do álcool é possível obter diversos tipos de
produtos, tais como:

➢ Álcool Hidratado Carburante: álcool combustível (92,5 – 93,8 INPM ou


95,1 – 96,3 ° GL).

➢ Álcool Anidro: usado como aditivo aos combustíveis. Composto por 99,3%
INPM de álcool puro e 0,7% de água. É menos poluente e se adicionado na
proporção correta, não afeta o desempenho do motor.

➢ Álcool Extra Neutro: é isento de impurezas (aldeídos), o que torna seu


odor suave e agradável. É destinado como matéria-prima na fabricação de
bebidas como vodka e conhaque. Também é usado pra as indústrias
farmacêutica e de cosméticos.
TIPOS DE ÁLCOOL
➢ Álcool Refinado e Neutro: aplicam-se as mesmas finalidades do extra
neutro, distinguindo-se deste pelo odor mais acentuado. Por ter custo
mais baixo, é utilizado pelas indústrias de bebidas e cosméticos mais
populares.

➢ Álcool Iso-Amílico: subproduto (óleo fúsel), de odor acentuado, usado como


solvente na indústria em geral, matéria prima para acetato de amila
(essências). Principais aplicações: na indústria de tintas e vernizes;
plastificantes , perfumaria, para a reconstituição de óleos e essências;
síntese de fragrâncias e aromas; na produção do salicilato de isoamila,
aplicado largamente em sabonetes e fragrâncias cosméticas;
TIPOS DE GRAUS
ºINPM

o INPM: Instituto Nacional de Pesos e Medidas.

o Grau INPM - é a fração em massa.

 °INPM: quantidade em gramas de álcool absoluto contida em 100 gramas


de mistura hidro-alcoólica.

 É uma unidade utilizada pelo Instituto de Pesos e Medidas, para informar


o volume de álcool etílico contido em cada litro em qual percentual ele foi
diluído.

 Ex: 46° INPM equivale 46% de massa de Álcool, e 54% de Massa de Água.
TIPOS DE GRAUS

ºGL

 GL – Gay Lussac;

 O grau GL é a fração em volume.

 °GL = quantidade em mililitros de álcool absoluto contida em 100


mililitros de mistura hidro-alcoólica.

 Um frasco de álcool com 90° GL tem 90% em volume de álcool, e 10% em


volume de água.
DESTILAÇÃO

o É o processo físico de separação


usado para extração do etanol do
vinho delevedurado.

 O princípio de destilação consta do


fenômeno de fracionamento dos
líquidos, onde os mais voláteis, com
pontos de ebulição mais baixos,
separam-se em primeiro lugar,
seguido pelos outros componentes em
sequência correspondente às suas
respectivas volatilidades.
DESTILAÇÃO
A zona da coluna acima da alimentação
designa-se por Zona de Retificação.

A concentração do componente mais


volátil aumenta à medida que se sobe na
coluna, quer na fase vapor quer na fase
líquida.

A zona da coluna abaixo da alimentação


designa-se por Zona de Esgotamento.

A concentração do componente menos


volátil aumenta à medida que se desce na
coluna, seja na fase líquida seja na fase
vapor.
DESTILAÇÃO
o As colunas de destilação, de uma
maneira geral, são constituídas por
uma série de caldeiras de destilação
superpostas, as quais recebem a
denominação de bandejas.

o A reunião de uma ou mais bandejas de


destilação forma um gomo, que se liga
a outros por meio de flanges.

o As bandejas possuem um grande


número de orifícios, aos quais se
encontram acoplados tubos
denominados chaminés, munidos
lateralmente de janelas (fenestras)
sobre as quais se apresentam as
calotas.
BANDEJAS
APARELHO DE DESTILAÇÃO

Aparelho de destilação é o conjunto de colunas e troncos com seus


respectivos condensadores e acessórios, interligados estrategicamente, de
maneira a se produzir álcool dentro de especificações pré-estabelecidas.
APARELHO DE DESTILAÇÃO PARA OBTENÇÃO
DE ÁLCOOL HIDRATADO

A – DESTILAÇÃO B - RETIFICAÇÃO
COLUNA DE DESTILAÇÃO
O tronco A é composto por três colunas superpostas: coluna A, coluna A1 e
coluna D.
COLUNA DE DESTILAÇÃO

Coluna A1

o Composta por 8 bandejas;

o Onde é feita a elevação do teor alcoólico e a


epuração do vinho que consiste na evaporação
dos produtos mais voláteis;

o A alimentação é feita no topo desta coluna.


COLUNA DE DESTILAÇÃO

Coluna A

o Possui de 15 a 20 bandejas.

o É essencialmente uma coluna de esgotamento


do vinho epurado na coluna A1.

o O produto de fundo, a vinhaça, deve


apresentar uma concentração máxima de
0,03°GL, enquanto os vapores gerados nesta
coluna, o flegma propriamente dito,
constitui-se na alimentação principal da
coluna retificadora “B”.
COLUNA DE DESTILAÇÃO
Coluna D
o Esta coluna é chamada também de coluna
concentradora de produto de cabeça.

o É composta por 6 bandejas sobreposta à


coluna A1 e separada por uma bandeja cega.

o A função da coluna D é concentrar o álcool de


segunda, mistura dos produtos de cabeça rica
em aldeídos e ésteres, com teor alcoólico de 90
a 92°GL.

o A interligação desta coluna (A1 e D) é feita


através de tubulação com válvula borboleta de
regulagem.
ACESSÓRIOS DA COLUNA DE DESTILAÇÃO

Condensador R é um trocador de
calor casco-tubo responsável pela
condensação parcial dos vapores
alcoólicos dos leves, obtidos na coluna
D. Desta forma, promove o refluxo da
coluna. Os vapores circulam no casco,
enquanto a água nos tubos.

Condensador R1 é semelhante ao R,
só que é responsável pela condensação
dos gases não condensados no
condensador R e promove a remoção
dos incondensáveis (CO2 e CH4)
através da trombeta de degasagem.
ACESSÓRIOS COLUNA DE DESTILAÇÃO
Trocador K

o É composto por vários trocadores de


calor tubulares ligados em série. É
responsável pelo aquecimento final do
vinho antes de entrar na coluna.

o Localiza-se na base da coluna A e usa


como fluido de aquecimento a vinhaça.

o O vinho é aquecido de 78°C a 98°C. O


vinho apresenta uma temperatura já
elevada porque sofre um prévio
aquecimento que será mais detalhado
adiante.
ACESSÓRIOS COLUNA DE DESTILAÇÃO
COLUNA DE RETIFICAÇÃO

A coluna de retificação ou tronco B é, análoga ao tronco A, composto pela


superposição de outras 2 colunas. A saber, coluna B e coluna B1.
COLUNA DE RETIFICAÇÃO

o Coluna de esgotamento B1 (seção inferior),


com cerca de 13 bandejas;

o Coluna de concentração B, composta por


mais de 48 bandejas (seção superior).

o O flegma obtido na coluna A serve de


alimentação da coluna B.

o Nesta coluna o flegma é concentrado, havendo


ainda separação dos produtos de fundo (óleo
fúsel e flegmaça) e de cabeça (álcool hidratado,
aldeídos e ésteres).
ACESSÓRIOS COLUNA DE RETIFICAÇÃO

Condensador E

Este condensador é responsável pela


condensação parcial dos vapores
alcoólicos provenientes da coluna B,
através da troca de calor com o
vinho, que circula dentro dos
tubos, proporcionando um pré-
aquecimento do mesmo.
ACESSÓRIOS COLUNA DE RETIFICAÇÃO

Condensador E1
Semelhante ao condensador E, é um
condensador parcial de vapores
alcoólicos. Funciona como condensador
dos vapores excedente do condensador
E, através da troca de calor com água,
promovendo também refluxo para a
coluna B.

Opera a quente, de modo a eliminar o


máximo de incondensáveis.
ACESSÓRIOS COLUNA DE RETIFICAÇÃO
Condensador E2
o Semelhante ao condensador E1, com
função de complementar a
condensação e promover a remoção
dos gases incondensáveis através de
trombetas de degasagem.

o Opera geralmente frio.


Atenuando ao mínimo a perda de
etanol na degasagem.

o Usualmente o refluxo deste


condensador (E2) é mínimo por
apresentar um maior teor de
impurezas.
ACESSÓRIOS COLUNA DE RETIFICAÇÃO
Decantador de óleo fúsel

o O decantador de óleo fúsel é responsável pela


separação do óleo baixo e alto ou simplesmente,
óleo fúsel, uma mistura de álcoois superiores com
ponto de ebulição de cerca de 135°C.

o O óleo fúsel é miscível em álcool, mas insolúvel em


água. Em princípio tenderia a subir na coluna B
devido à solubilidade com o álcool, mas devido ao
seu alto ponto de ebulição tende a descer.

o Por outro lado, por ser insolúvel em água o óleo


fúsel não chega a descer ao fundo da coluna,
mantendo-se numa região intermediária da
coluna B, correspondente à sexta ou sétima
bandeja acima do ponto de alimentação da
mesma.
ESTOCAGEM E CARREGAMENTO

o Após o álcool ser resfriado ele é estocado nos tanques medidores;

o Quando um tanque enche, o laboratório coleta uma amostra para posterior


averiguação dos parâmetros;

o Se o ºGL estiver abaixo da especificação, o operador retira parte do volume


do álcool para outro tanque e dilui os dois tanques com álcoois com um ºGL
maior, isto será feito até que o etanol esteja dentro da especificação;

o Depois de analisado e, se necessário, corrigido seus parâmetros, o álcool está


liberado a ser bombeado para os tanques de estocagem.
ESTOCAGEM E CARREGAMENTO

Tanques medidores
Tanques de estocagem
ESPECIFICAÇÕES DO ÁLCOOL HIDRATADO
Controles realizados pelos laboratórios usinas:
o Aspecto visual
o Cor visual / APHA
o Acidez total (como ácido acético)
o Condutividade elétrica
o Massa específica a 20º C
o Teor alcoólico (INPM)
o Potencial hidrogeniônico (pH)
o Resíduo por evaporação;
o Teor de etanol (% vol.)
RECAPITULANDO....
OBTENÇÃO DE ETANOL ANIDRO
OBTENÇÃO DE ÁLCOOL ANIDRO
O álcool hidratado, produto final dos processos de epuração (destilação)
e retificação, é uma mistura binária álcool-água que atinge um teor da ordem
de 96°GL. Isto ocorre devido à formação de uma mistura azeotrópica,
fenômeno físico no qual os componentes não são separados pelo processo de
destilação.

É preciso, então usarmos uma outra substância, chamada de


arrastador ou corpo trator, para retirar a água da mistura binária (água +
álcool) e obtermos o álcool anidro.

Dependendo do processo, o arrastador pode ser: a glicerina, o benzol,


tricloroetileno, o cicloexano, entre outros.
OBTENÇÃO DE ÁLCOOL ANIDRO
Ciclohexano

o O ciclohexano é um composto orgânico formado por 6 átomos de carbono, e


12 átomos de hidrogênio, de fórmula: C6H12 .

o Este processo utiliza uma coluna de desidratação, sendo o ciclohexano


alimentado no topo da coluna e o álcool a ser desidratado alimentado a um
terço abaixo do topo da coluna.

o Neste processo, o ciclohexano tem a característica de formar com o álcool e


a água uma mistura ternária (azeótropo) com um ponto de ebulição
de 63ºC. Este menor ponto de ebulição da mistura em relação ao do álcool
(78ºC), faz com que a água seja retirada no topo da coluna.
APARELHO DE DESTILAÇÃO PARA OBTENÇÃO DE
ÁLCOOL ANIDRO
OBTENÇÃO DE ETANOL ANIDRO
o A obtenção do álcool anidro é realizada por meio de destilação azeotrópica.
Usa-se uma substância (arrastador) pra “sequestrar” a água do etanol
hidratado.
OBTENÇÃO DE ÁLCOOL ANIDRO

A desidratação do álcool hidratado ocorre na coluna de desidratação, coluna C.


OBTENÇÃO DE ÁLCOOL ANIDRO

o A coluna C é composta normalmente por 42


bandejas.

o No topo tem-se um decantador acoplado a coluna;

o A alimentação do álcool hidratado é feita abaixo do


decantador, geralmente 1/3 abaixo.

o O ciclohexano é injetado na cabeça da coluna


formando o ternário. O ternário irá circular dentro
da coluna.
OBTENÇÃO DE ETANOL ANIDRO

o A aplicação do arrastador forma duas misturas: uma mistura azeotrópica


ternária (álcool, água e arrastador) e mistura binária (álcool e arrastador).
Assim, a coluna C fica dividida em três zonas
OBTENÇÃO DE ÁLCOOL ANIDRO

o O álcool anidro é retirado pela base da coluna e


parte do ciclohexano+água+álcool é vaporizado,
condensado e segue para o decantador do ternário.

o Na região do topo é que se processa a destilação do


ternário, que vai eliminar a água do álcool no
decantador.
ACESSÓRIOS DA COLUNA C
DECANTADOR

o É o principal acessório da coluna C.

o É um equipamento circular, que envolve o


topo da coluna C e está acoplado na mesma,
como mostra a Figura.

o Localizado na região entre as bandejas 33 e


41. Na bandeja 41 existe uma entrada da
mistura ternária na fase líquida no
decantador e, na bandeja 40, uma outra
ligação para a saída do arrastador do
decantador para a coluna C.
ACESSÓRIOS DA COLUNA C

DECANTADOR

o A água é separada por decantação na parte


inferior do decantador, formando uma
camada rica em água, com álcool e
arrastador. Esta camada constitui 16% do
volume da mistura ternária que vai para
coluna P.

o A parte superior do decantador, que


corresponde a 64% do ternário, contém
muito pouca água e sai do decantador
retornando para a coluna C.
ACESSÓRIOS DA COLUNA C
CONDENSADORES H E H1

o O topo da coluna C está ligado a dois condensadores,


H e H1, que possuem características idênticas aos
demais condensadores do aparelho de destilação e
trabalham em série.

o O condensador H condensa parcialmente os


vapores do ternário que saem do topo da coluna C. A
fração condensada serve de refluxo para a coluna,
enquanto a fração não condensada alimenta o
condensador H1.

o A saída de gases de H1 serve de alimentação para o


condensador I1, da coluna P (que será visto adiante).
ACESSÓRIOS DA COLUNA C

Vaporizador L: a caldeira da coluna C é


aquecida através da circulação do álcool anidro
em um vaporizador, aquecido com vapor vegetal.

Este vaporizador é do tipo tubular vertical, com a


parte inferior ligada ao fundo da caldeira da
coluna C e a parte superior, ligada à região
superior da mesma caldeira.
ACESSÓRIOS DA COLUNA C

Resfriadeira J: o álcool anidro é retirado da


parte inferior da caldeira da coluna C, que
trabalha com nível controlado por meio de
visores, sendo levado à mesma resfriadeira J, que
serve ao aparelho quando em marcha de
hidratado.

A resfriadeira J é um trocador de calor cilíndrico


tubular fechado, que tem como fluido de
resfriamento a água, circulando no interior dos
tubos e o álcool por entre eles.
ACESSÓRIOS DA COLUNA C
COLUNA P
o A coluna P tem normalmente 20
bandejas e possui dois
condensadores, I e I1.

o A camada inferior do decantador é


retirada continuamente e enviada
para a coluna P, para recuperação do
arrastador.

o Na caldeira da coluna P obtém-se o


líquido sem o arrastador, isto é, uma
mistura de álcool e água, que é
enviada à coluna B1, entrando
através de sifão.
ACESSÓRIOS DA COLUNA C

CONDENSADORES I E I1:

o Os vapores resultantes da coluna P são


condensados em I, cujo líquido refrigerante
é a água.

o Este condensador possui uma garrafa


(trombeta de degasagem) de extração dos
condensados e de não condensados.

o A saída inferior conduz o arrastador


recuperado ao coletor de retrogradação,
juntamente com os condensados de H e H1
para a coluna C.
ACESSÓRIOS DA COLUNA C

CONDENSADORES I E I1:

o A saída superior da garrafa está ligada ao


coletor de gases de H1, que alimenta o
condensador I1. A saída lateral do
condensador I faz retrogradação da coluna
P, entrando na última bandeja através de
um sifão.
APARELHO DE DESIDRATAÇÃO
OUTROS MÉTODOS

 Adsorção via peneira molecular: Trata-se do único método não


destilativo de desidratação. Este método emprega sólidos porosos,
denominados zeólitos, os quais em função de sua estrutura porosa e
grande área superficial são capazes de aprisionar as moléculas menores
de água, purificando o etanol hidratado.

 Destilação extrativa: Desidratação por MEG (Mono Etileno Glicol).

http://revistarpanews.com.br/ed/61-edicao2015/edicao-180/798-industrial-
desidrata
VÍDEOS

 https://www.youtube.com/watch?v=zFfpQsne_bg
 https://www.youtube.com/watch?v=Ymk-WYPXYZY

 https://www.youtube.com/watch?v=FXLgQP0Txp4

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