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Estefano Felipe Marco

Directrizes para as políticas de gestão de documentos: caso biblioteca Universitária


da UniRovuma Niassa e a biblioteca pública provincial do Niassa (2019- 2021)

(Licenciatura em Ensino de História com Habilitações Documentação)

Universidade Rovuma

Extensão de Niassa

2021
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Estefano Felipe Marco

Directrizes para as políticas de gestão de documentos: caso biblioteca Universitária


da UniRovuma Niassa e a biblioteca pública provincial do Niassa (2019- 2021)

Projecto de Pesquisa Científica da


disciplina TCC a ser entregue no
Departamento de Letras e Ciências Sociais
para fins avaliativo sob orientação do
Mestre. Geraldo Cebola João Lucas

Universidade Rovuma

Extensão de Niassa

2021
Índice
1. Introdução.......................................................................................................4

1.1.Problema..........................................................................................................5

1.2. Justificativa.....................................................................................................6

1.3. Objectivos.......................................................................................................6

1.3.1 Objectivo Geral.............................................................................................7

1.3.2 Objectivos Específicos.................................................................................7

1.4 Hipóteses.........................................................................................................7

1.4.1 Relevância do estudo...............................................................................7

1.5 Delimitação do Tema.......................................................................................8

2. Literatura pertinente..........................................................................................8

2.1 Definição e histórico dos arquivos..................................................................8

2.2 O Documento de Arquivo e a Teoria das Três Idades...................................10

2.3 Gestão de Documentos..................................................................................11

2.3.1 Políticas de Gestão de Documentos............................................................13

3. Metodologia.....................................................................................................14

3.1 Caracterização da Pesquisa............................................................................15

3.2 Colecta dos dados..........................................................................................15

4. Cronograma.....................................................................................................16

4.1 Orçamento.....................................................................................................16

5. Referências......................................................................................................17
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1. Introdução

O presente projecto de pesquisa científica tem como tema: Directrizes para as


políticas de gestão de documentos: caso biblioteca Universitária da UniRovuma Niassa e
a biblioteca pública provincial do Niassa (2019- 2021), e tem como finalidade procurar
compreender com o processo de crescimento informacional que vem desde a metade do
século XX, com o aumento da produção de conhecimento e avanço tecnológico. Neste
contexto, as informações são apenas geradas, porem muitas vezes não são tratadas
adequadamente.

A produção de informação nas organizações materializa-se em documentos, que


são armazenados em sua memória nos arquivos. Para que haja o controlo desses
documentos e se possa recuperar as informações, existe o processo de Gestão de
Documentos, que provem da área de Ciência da Informação e trata a documentação desde
a sua fase de produção. Se um método eficiente de gestão for implementada e aplicada, as
informações tornam-se confiáveis e disponíveis mais rapidamente para quem dela necessite
para a tomada de decisões.

Na área pública, este problema se configura de forma grave, visto que existe a
interferência de factores políticos, económicos e a carência de pessoas capacitadas para
realização deste trabalho. Além da inconsciência de administradores sobre a consequência
da falta de organização da documentação de cunho público, ainda há o problema da grande
burocratização.

Com todas estas dificuldades neste campo do saber, estudados sobre políticas de
gestão de documentos se tornam importantes como uma iniciativa de construção de
conhecimento sobre a temática, importante para o gerenciamento e recuperação das
informações públicas.

A estrutura desta pesquisa está dividida em quatro partes.

A primeira parte apresenta a introdução ao tema, o problema abordado, a


justificativa para a realização da pesquisa bem como os objectivos gerais e específicos.

A literatura pertinente ao tema, abordando os assuntos necessários para a reflexão


em relação à teoria da área e melhor entendimento do que ocorre na pratica da gestão de
informação, é apresentada na segunda parte.
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A metodologia utilizada para desenvolvimento desta pesquisa composta por


caracterização da pesquisa, colecta dos dados e sistematização e análise, é descrito no item
três.

O item quatro diz respeito à análise e discussão dos resultados, obtidos por meio de
questionários aplicados aos responsáveis pelas instituições em estudo bem como aos
relatórios de visitas realizadas na biblioteca Universitária da UniRovuma Niassa e a
biblioteca pública provincial do Niassa.

1.1.Problema
BRUN (1996, p.36). ‘’Qualquer que seja uma pesquisa de qualquer área do
conhecimento científico antes de comunicar aquilo que pensa ter descoberto tende
começar por determina-lo”.

Neste caso o autor pretende dizer que antes de a quilo que ainda não tens certeza
precisa primeiro ir no terreno descobrir a verdade depois comunicar.
Com o crescente número de informações que surgem todos os dias nas plataformas
digitais nas organizações, necessita-se de métodos para sistematizar a produção, o
armazenamento e descarte de documentos gerados pelas diversas actividades
desempenhadas. A documentação produzida na esfera pública em sua maioria, não é
tratada adequadamente, e quando há esta preocupação é sob o ponto de vista de
preservação histórica, não é dada importância à informação contida no documento, a
instituição recebe os documentos e depois armazenam no arquivo.
Porem, há arquivos na biblioteca pública com grandes quantidades de documentos
dispersos, em processo de deterioração, sofrendo acção do tempo, sem nenhum método de
organização ou classificação.
Com base em estudos académicos que demostram a carência de informações sobre
esta temática e nesta explanação uma questão de pesquisa a ser resolvida seria:
Quais são as directrizes para estabelecer uma política para a Gestão de
Documentos na Biblioteca Universitária da UniRovuma Niassa e a Biblioteca Pública
Provincial do Niassa?
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1.2. Justificativa
Pode se dizer que a justificativa é apresentação dos motivos que levam o
pesquisador a desenvolver um dado tema.

Segundo LAKATOS & MARCON (1991, p. 103) a justificativa “consiste numa


exposição suscita, porem completa das razões de ordem teórica e, aos motivos de ordem
prática que tomam importante a realização da pesquisa e responde a questão porquê ”.

Todas as organizações, sejam elas públicas ou privadas, desempenham actividades,


e estas actividades por sua vez geram documentos de ordem diversa, nos mais variados
suportes. A produção de documentos sem o tratamento adequado faz com que as
organizações públicas sobrecarreguem seus sectores e arquivos com grandes quantidades
de documentos. Se não houver um gerenciamento adequado, as actividades realizadas na
organização e a recuperação de informações de cunho relevante ficam inconscientes ou até
mesmo se perdem.

A pesquisa justifica-se por representar um campo de estudo importante para a vida


de uma organização pública, pois uma política de gestão de documentos, elaborada
adequadamente, além de optimizar o processo de gerenciamento e de recuperação de
informações dentro das organizações, também permite que a história da instituição e da
acção de cada governo seja preservada.

Outra questão relevante a ser considerada, é que as políticas de gestão de


documentos evitam a reinvenção de conhecimentos já existentes nas organizações. As
informações produzidas que recebem organizações e tratamento adequados, podem ser
fonte de informação para a geração de novos conhecimentos bem como para a tomada de
decisões.

A motivação da pesquisa vem por meio do interesse pessoal do pesquisador no


assunto, para contribuir e reafirmar um dos possíveis campos de actuação do gestor da
informação e ainda como estudo de um assunto que carece de informações estruturadas no
campo empírico.

1.3. Objectivos
Os objectivos deste trabalho se desdobram em um objectivo geral e três específicos.
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1.3.1 Objectivo Geral


Constituir as directrizes necessárias para estabelecer as políticas de Gestão de
Documentos nas bibliotecas.

1.3.2 Objectivos Específicos


 Identificar na literatura e legislação os processos de gestão de documentos em
ambientes públicos;
 Comparar os procedimentos elencados na literatura com a prática nas
bibliotecas públicas;
 Propor uma política de gestão de documentos para os arquivos da biblioteca
Universitário da UniRovuma Niassa e a biblioteca pública provincial do Niassa.

1.4 Hipóteses

Com base na problematização exposta, objectivo geral e específicos formulados,


bem como da justificativa enunciada, a pesquisa identificou as seguintes hipóteses:

H1. Deve-se optimizar a criação de documentos, evitando-se a produção daqueles


não essenciais e de conteúdo repetitivo, diminuindo o volume a ser manuseado, controlado,
armazenado e eliminado, garantindo assim o uso adequado dos recursos de reprografia e
automação.

H2. Devem ser asseguradas acções de levantamento documental como actividade


prévia obrigatória à análise e selecção de documentos visando estabelecer prazos de guarda
nas fases corrente e intermediária e sua destinação final, ou seja, eliminação ou
recolhimento para a guarda permanente.

H3. A aplicação dos critérios de avaliação deve efectivar-se na fase corrente, a fim
de se distinguirem os documentos de valor eventual (de eliminação sumária) daqueles de
valor informativo ou probatório.

H4. Os colaboradores devem ser continuamente capacitados para o uso das técnicas
de Arquivo e dos sistemas informatizados de controlo, tramitação e acesso a documentos
de arquivo e demais tecnologias que porventura venham a ser adoptadas.

1.4.1 Relevância do estudo


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Acredita-se que o estudo pode ser relevante devido ao facto de ser um tema de
âmbito organizacional, que pode ajudar os colaboradores e as instituições públicas a
compreender a importância de estabelecer uma política para a Gestão de Documentos
nas Bibliotecas Públicas. Também o estudo pode fazer compreender que a gestão de
documentos pode ser importante porque traz um nível de desenvolvimento que Deve ser
garantida a preservação e guarda de documentos de valor histórico, informativo e
probatório, dando suporte a Memória Organizacional.

1.5 Delimitação do Tema

A pesquisa vai se limitar em falar sobre as directrizes para as políticas de gestão


de documentos: o caso da biblioteca Universitária da UniRovuma Niassa e a biblioteca
pública provincial do Niassa no espaço temporal de três anos que parte de 2019 a 2021.
Será realizada na província de Niassa concretamente no distrito e cidade de Lichinga. A
escolha do tema a ser pesquisado vem por meio do interesse pessoal do pesquisador,
visto que foram as bibliotecas que mais frequentou no período de quatro anos.

2. Literatura pertinente
A literatura pertinente desta pesquisa contempla temas relacionados ao problema
de estudo, tais como: conceito e histórico dos arquivos, o documento de arquivo e a
teoria das três idades documentais, gestão de documentos, gestão de documentos e
impactos na administração pública.

2.1 Definição e histórico dos arquivos


A palavra arquivo vem do latim archivum, e significa palácio, tribunal, arquivo,
lugar onde se guardam papéis e documentos antigos, cartório, ainda pode ser uma
adaptação da palavra grega arkheion “residência dos principais magistrados, onde se
guardavam os arquivos de Atenas” (HOUAISS, 2009).

Arquivos podem ser definidos como:

 Conjunto de documentos produzidos e acumulados por uma entidade


colectiva, pública ou privada, pessoa ou família, no desempenho de suas
actividades, independente da natureza dos suportes.
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 Instituição ou serviço que tem por finalidade a custódia, o processamento


técnico, a conservação e o acesso a documentos.

Os arquivos públicos podem ser conceituados também como conjunto de


documentos acumulados em decorrência das funções executivas, legislativas e
judiciárias do poder publico no âmbito estadual e municipal, bem como o conjunto de
documentos de entidades de direito privado encarregadas de serviços públicos.
(MACHADO e CAMARGO, 2000 P.14).

O surgimento dos arquivos aconteceu, praticamente, na mesma época em que o


homem começou a desenvolver a escrita, em torno do Século VI a. C. (RIBEIRO, 2005
P.19).

A Arquivologia é uma ciência recente, se comparada ao surgimento de arquivos.


Desde a antiga Grécia entre os século V e IV a. C, os gregos guardavam seus
documentos em um local denominado “centro da mãe dos deuses”. Havia a guarda de
documentos como: “tratados, leis, minutas da assembleia popular, e demais documentos
oficiais”, a documentação permitia neste local para sua conservação.
(SCHELLEMBERG, 2002 P.25).

Na Idade Media, havia a existência de arquivos secretos onde se guardava


apenas documentação de príncipes e eclesiásticos. (FRANCO, 1984).

A evolução dos arquivos ocorreu a partir da Revolução Francesa, no século


XVIII, quando se estabeleceu a criação de um Arquivo Nacional na França com intuito
de expor todos os actos gerados pela assembleia. No ano seguinte, este se tomaria o
primeiro arquivo oficializado no mundo, intitulado Archives Nationales de Paris. Os
revolucionários radicais queriam destruir a documentação do antigo regime, pois nela
estavam consolidados os direitos do estado. Outros argumentavam que a documentação
era de património publico e por isto deveria ser preservada (SCHELLEMBERG, 2005
P. 30).

Pela primeira vez um Estado assumiu a responsabilidade pela documentação e a


tornou acessível à população (FRANCO, 1984).

Os países europeus como frança Espanha e Itália, juntamente com os Estados


Unidos, são considerados por Schellemberg (2002), como os precursores da preservação
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de documentos em Arquivos Nacionais. Os motivos que levaram a implementação de


arquivos por parte destes países foram:

 Necessidade de eficiência governamental;


 Preservação da cultura;
 Interesses políticos (a França por exemplo, queria destruir toda a
documentação feudal, para que não ficasse qualquer direito deste regime
reservado a ninguém, além de ressalvar os direitos de novo estado sobre as
propriedades confiscadas);
 Ordem social (os documentos reflectem a acção de cada governo).

Somente após a Segunda Guerra Mundial, no ano de 1950, nos Estados Unidos,
iniciou-se a ideia de racionalizar e tratar as massas documentais, estabelecendo o
controle sobre a documentação desde sua produção até o momento de destinação final,
um embrião do que viria a se tornar o conceito de gestão de documentos (FRANCO,
1984).

2.2 O Documento de Arquivo e a Teoria das Três Idades


Os documentos de arquivos podem ser definidos como a “unidade de registo de
informações, qualquer que seja o suporte ou formato” (ARQUIVO NACIONAL, 2005
P. 73).

Ainda pode se definir como as peças que integram um todo e lhes conferem
sentido, no que se refere à administração pública (CASTILHO, 1991).

Com relação ao tipo de suporte, pode-se salientar que o documento de arquivo


tem como característica ser um exemplar único. O conjunto documental forma os
chamados fundos nos quais os documentos estão unidos pela origem. Para que o
processamento técnico dos documentos seja efectivo, utiliza-se: o Registro, arranjo e
descrição (por meio de instrumentos como guias e catálogos) (BELLOTO, 1991).

Atrelada às características muito específicas dos documentos de arquivos, as


mudanças realizadas nesses ambientes a partir da metade do século XX, à grande
burocratização no meio público, ao uso de novas tecnologias, a consciência da
preservação da memória, surge a “Teoria das Três Idades” segundo a qual a
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documentação de arquivo passa por três fases distintas (RONCAGLIO; SZVARÇA;


BOJANOSKI, 2004):

 1ª Idade: Corrente. São documentos que estão tramitando ou estão


arquivados, mas possuem uso frequente;
 2ª Idade: Intermediário. São documentos que possuem algum valor
administrativo ou probatório, e aguardam o processo de recolhimento ou
eliminação;
 3ª Idade: Permanente. Os documentos com valor histórico, cultural ou
científico ou que tenham algum outro valor secundário são encaminhados
aos arquivos permanentes para receberem cuidados de preservação e
guarda. (RONCAGLIO: SZVARÇA AND BOJANOSKI, 2004, citados
por LUQUETTA, 2009, P. 17).

A Teoria das Três Idades é um dos princípios fundamentais para o gerenciamento


de documentos e deve ser aplicada também aos documentos de arquivo em formato
electrónico, que são definidos como documentos arquivístico processado por um
computador. Algumas características que este tipo de documento pode apresentar com
relação à forma são: links, nome do criador, meta dados, assinatura e certificação digital;
com relação a anotações: data, endereço de transmissão, anexos e com relação ao contexto:
software necessário para preservar e abrir o documento (ROCHA et al 2006).

Na perspectiva dos autores, não há diferença entre a gestão arquivística de


documentos em suporte convencional e em suporte digital, porem para a manutenção dos
documentos electrónicos é necessário um bom sistema de gestão arquivística de
documentos. A afirmação supõe que além dos procedimentos levados em consideração
para o suporte físico é preciso planificar a manutenção deste tipo de arquivo para garantir a
recuperação ao longo do tempo, visto que as mudanças tecnológicas estão em processo de
evolução constante (ROCHA et al, 2006).

2.3 Gestão de Documentos


A gestão documentaria surgiu como necessidade de administração pública em gerir
a messa documental crescente. Os arquivos eram vistos, anteriormente, como espaços
apenas de guarda e conservação de documentação de cunho histórico (JARDIM, 1987
apud RODRIGUES, 2006 p. 102).
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No Brasil, o conceito de gestão documental para os arquivos públicos e privados é


definido pela Lei 8. 159 em seu artigo 3º, como: “o conjunto de procedimentos e operações
técnicas à sua produção, tramitação, uso, avaliação e arquivamento em fase corrente e
intermediária, visando a sua eliminação ou recolhimento para guarda permanente”.
(BRASIL, 1991).

A mesma definição é apresentada no Dicionário de Terminologia Arquivística com


o acréscimo da informação que a expressão “gestão de documentos” é sinónimo de
“administração de documentos” (ARQUIVO NACIONAL, 2005).

A mesma definição é no Boletim da República de Moçambique com acréscimo da


expressão: havendo necessidade de redefinir a natureza, atribuições e competências do
Centro Nacional de Documentação e Informação de Moçambique, definidas no Decreto n.º
40/77, de 27 de Setembro, de forma a ajustá-las ao quadro legal vigente bem como à nova
dinâmica e aos desafios relativos à Gestão de Documentos e Arquivos do Estado e ao
Acesso à Informação de interesse Público, ao abrigo do dispostos nos n.ºs 1 e 2 do artigo
82 da Lei n.º 7/2012, de 8 de Fevereiro (CEDIMO, 2017).

A Estratégia para a Gestão de Documentos e Arquivos do Estado aprovada pela


Resolução nº 46/2006, de 26 de Dezembro, preconiza como princípios de gestão
documental, a uniformização de métodos de trabalho; a acessibilidade aos documentos e
informação pelos utentes (CEDIMO, 2008).

A gestão de documentos pode ser um instrumento de apoio ao gerenciamento


organizacional, visto que quando a documentação dos arquivos correntes ee tratada e
organizada adequadamente, as informações administrativas são obtidas e acessadas mais
rapidamente. (RIBEIRO, 2005).

A função da gestão de documentos (economia e eficácia) e dos arquivos nos


sistemas nacionais de formação é definida por três fases distintas:

Produção: concepção e gestão de formulário, preparação e gestão de correspondência,


gestão de informes e directrizes, fomento de sistemas de gestão da informação e
aplicação de tecnologias modernas a esses processos;

Utilização e conservação: criação e melhoramento dos sistemas de arquivos e de


recuperação de dados, gestão de correio e telecomunicações, selecção e uso de
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equipamento reprográfico, análise de sistemas, produção e manutenção de programas de


documentos vitais e uso de automação e reprografia nestes processos;

Destinação: a identificação e descrição das séries documentais, estabelecimento de


programas de avaliação e destinação de documentos, arquivamento intermediário,
eliminação e recolhimento dos documentos de valor permanente às instituições
arquivísticas (RHOADS, 1983 apud JARDIM, 1987).

Outros aspectos com relação aa gestão de documentos devem ser levados em


considerações, tais como: garantia de que as politicas e actividades dos governos sejam
registadas, redução do numero de documentos que não possuem valor histórico, garantia
da organização adequada da documentação, controle sobre a parcela de documentos que
passarão a compor “o património arquivístico de um pais ou seja de 2 a 5% da massa
documental produzida segundo a UNESCO” (JARDIM, 1987).

Roncaglio et al (2004, p. 5) para a importância de uma política arquivística de


documentos há autores que a resumem em três passos essenciais: identificar as
actividades desenvolvidas,

Diferenciar as actividades-meio e actividades-fim (actividades-meio são aqueles


que todas as organizações realizam, como por exemplo, actividades administrativas;
actividades-fim são aquelas realizadas em função da finalidade organização, por
exemplo em uma escola, a actividade fim é o ensino e educação;

Verificar os documentos gerados para cada actividade desenvolvida.

2.3.1 Políticas de Gestão de Documentos


As políticas públicas arquivísticas vêm sendo discutidas tanto na esfera
académica como fora dela, este debate se deve a falta destas políticas. As discussões
revelam que a implantação da política arquivística é cercada de complexidade, e ainda
que a implementação ultrapassa as questões legais e governamentais (JARDIM, 2009).

Sousa (2006), no mesmo sentido ao especto legal afirma que dentro da área de
Ciência Política, há uma nova tendência de que a construção de políticas públicas não
deve partir apenas do governo, mas devem ser uma construção de todos os atores
inseridos na sociedade. Os trabalhos nesta área também desmistificam a ideia de que as
políticas públicas estão atreladas apenas a aspectos legais.
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Entende-se por política pública arquivística o conjunto de premissas, decisões e


acções produzidas pelo Estado e inseridas nas agendas governamentais em nome do
interesse social que contemplam os diversos aspectos (administrativo, legal, científico,
cultural, tecnológico, etc.) relativos à produção, ao uso e à preservação da informação
arquivística de natureza pública e privada (JARDIM, 2009 P.47).

Existem três momentos distintos pelos quais a política arquivística perpassa:

 Formulação ou levantamento de dados;


 Implementação;
 Análise.

A fase de formulação da política arquivística, envolve a formulação de dados e


informações que são consideradas relevantes (regimentos, estatutos organograma), a
combinação de ideias e valores (género de documentos, estado do acervo) e a
transformação de conhecimento empírico e normativo (manuais, código de
classificação) em acções públicas.

A fase da implementação pode ser vista sob a óptica da administração em que são
envolvidos atores (recursos humanos, especialistas para as diversas funções) e normas
para a aplicação das actividades.

A fase de análise serve para avaliação das actividades já realizadas e auxilia o


processo de tomar decisões e implementar acções futuras (PAES, 1997; MICELI 2002
apud SOUSA, 2006).

A realidade arquivística na Biblioteca Publica Provincial do Niassa aponta, para a


necessidade de sistematização dos processos de tratamento, controle, guarda e acesso
aos documentos. As tentativas empreendidas no sector público demostram que as
dificuldades param implantação de políticas arquivísticas nos órgãos públicos são
inúmeras.

3. Metodologia
Os procedimentos metodológicos que serão aplicados para o desenvolvimento
estudo desdobram-se em: caracterização da pesquisa, colecta dos dados e sistematização
e análise.
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3.1 Caracterização da Pesquisa


Para responder ao problema e aos objectivos propostos na pesquisa, optou-se pela
pesquisa qualitativa do estilo descritivo, que visa descrever as características de
determinada população ou fenómeno ou o estabelecimento de relações entre variáveis.
Envolvem o uso de técnicas padronizadas de colecta de dados: questionário e observação
sistemática. Assume, em geral, a forma de Levantamento.

Esta pesquisa pode ser classificada como quantitativa (os dados serão colectados
junto aos responsáveis pelas bibliotecas o que ira permitir que a analise seja realizada de
forma indutiva e sem o uso de técnicas estatísticas) e descritiva quanto aos seus
objectivos. Neste trabalho o objecto de estudo são as duas bibliotecas, da UniRovuma
Niassa e a biblioteca publica provincial do Niassa.

Quanto aos métodos de procedimento, a pesquisa apoiara-se em múltiplos


estudos de caso. Um estudo de caso é definido por Yin (2005, p.32) como: uma
investigação empírica que investiga um fenómeno contemporâneo dentro do contexto da
vida real.

A pesquisa ira se basear em diferentes fontes de evidencias (questionários,


visitas e observação) e descreveram-se previamente proposições técnicas para conduzir
a colecta e analise dos dados.

3.2 Colecta dos dados


A colecta dos dados será realizada no distrito de Lichinga concretamente na
cidade de Lichinga e no bairro de Nangʹala, onde se localizam as duas bibliotecas. Por
meio de levantamento prévio, realizado em pesquisa feito pelo autor.

Para colecta de dados o autor ira utilizar um questionário com perguntas


relacionadas à identificação, estrutura, gestão de documentos, tratamento de
documentos electrónicos e físicos, registos das actividades e aplicação de teoria na
instituição, o qual será aplicado à pessoa responsável pela biblioteca. A aplicação do
questionário se dera pessoalmente, sendo que o representante terá a oportunidade de
tirar qualquer dúvida durante o processo de resposta.
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4. Cronograma
Período 2021 a 2022

No Actividades Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março

01 Escolha do tema

02 Elaboração do projecto

03 Recolha de dados

04 Análise e interpretação de dados

05 Correcção do trabalho

06 Entrega de trabalho

Fonte: Autor, 2021.

4.1 Orçamento
Material Quantidades Custos (em Mts)

Resma 1 250

Esferográfica 6 60

Flech 1 650

Transporte Ida e Regresso 100x6= 600

Alimentação 1 100x6=600

Imprevistos ---------------- 500

Total ---------------- 2660 Mts

Fonte: Autor, 2021.


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5. Referências
ANTUNES, Jaime, (1996). Por uma política Nacional de Arquivos. Rio de
Janeiro: Arquivo Nacional.

ARQUIVO Nacional, (2005). Dicionário Brasileiro de Terminologia


Arquivística. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional.

BELLOTTO, Heloísa Liberalli, (1991). Arquivos permanentes: tratamento


documental. São Paulo: T.A.Queiroz.

BERNARDES, Ieda Pimenta, (1998). Como avaliar documentos de arquivo. São


Paulo: Arquivo do Estado.

CASTILHO, Ataliba Teixeira, (1991). A sistematização de arquivos públicos.


São Paulo: UNICAMP.

FRANCO, Celina do Amaral, (1984). Uma política de gestão de documentos:


preparar a documentação do século XX para o século XXI. Cadernos FUNDAP.

JARDIM, José Maria, (1987). Diversidade arquivística e políticas de arquivos.


Ponto de Acesso, Salvador. Disponível em: www.pontodeacesso.ici.ufba.br . Acesso
em: 07 Novembro 2021.

LAKATOS, Eva M; MARCONI, Mariana. A, (1986). Fundamentos de


metodologia científica. São Paulo: Atlas.

LOPES, Luís Carlos. (1996). A informação: teorias, documentos e arquivos. In:


a informação e o arquivo: teorias e práticas. Niterói: Eduff.

MACHADO, Helena Correa and CAMARGO, Ana Maria de Almeida, (2000).


Como implantar arquivos públicos municipais. São Paulo.

ROCHA, Cláudia Lacombe et al, (2004). Gestão arquivística de documentos


electrónicos: Câmara Técnica de Documentos Electrónicos. Rio de Janeiro. Arquivo
Nacional.

RODRIGUES, Ana Márcia Lutterbach, (2006). A teoria dos arquivos e a gestão


de documentos. Perspectivas Ciência da Informação. Belo Horizonte.
19

RONCAGLIO, Cynthia; SZVARÇA, Décio. R.; BOJANOSKI, Silvana. F,


(2004). Arquivos, Gestão de Documentos e Informação. Encontros Bibli. Florianópolis.

SCHELLEMBERG, Theodore R, (2002). Arquivos modernos: princípios e


técnicas. Rio de Janeiro: FGV.

SOUSA, Renato Barbosa, (2006). Classificação de documentos arquivísticos:


trajectória de um conceito. Arquivistica.net: Rio de Janeiro.

YIN, Robert K, (2005). Estudo de caso: planeamento e métodos. Porto Alegre:


Bookman.

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