Bosão de Higgs
Descoberta e Consequências
Gonçalo Baião, Gabriel Afonso, José Ferreira
Departamento de Física
Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa
Lisboa, Portugal
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I. INTRODUÇÃO
O Modelo Padrão da Física de Partículas é uma teoria que
descreve a matéria conhecida em termos dos seus
constituintes elementares e das suas interações. É uma
teoria amplamente comprovada e muito bem-sucedida na
física moderna. O bosão de Higgs é uma partícula
fundamental, observada pela primeira vez pelo ATLAS
(A Toroidal LHC ApparatuS) e pela CMS (Compact
Muon Solenoid) em 2012, embora teorizada na década de
1960. O bosão de Higgs é a partícula portadora do campo
de Higgs, um campo presente em todo o nosso universo,
que dá às partículas a sua massa. Quanto mais uma
partícula interage com o campo de Higgs, maior a sua
massa.
II. O QUE É O BOSÃO DE HIGGS
A. Bosão de Higgs
O bosão de Higgs é uma partícula elementar no Modelo
Padrão da Física de Partículas produzido pela excitação
quântica do campo de Higgs, um dos campos da teoria da física
das partículas, que, quando perturbado de uma determinada
forma, providencia massa a todas as outras partículas. Tal
forma de protuberância foi proposta por seis físicos em 1964,
um deles Peter Higgs (daí o nome Bosão de Higgs)”.
B. Mecanismo de Higgs
De acordo com o Modelo Padrão, as forças fraca e
eletromagnética começaram por ser uma só – a força
eletrofraca – transportada por bosões sem massa e de alcance
infinito. Mas hoje em fia só verificamos isto para a força
eletromagnética. Pouco depois do Big Bang, ocorreu uma
quebra espontânea de simetria do vácuo que criou o bosão de
Higgs. Esta quebra de simetria dá massa aos bosões W e Z,
portadores da força fraca, o que explica o curto alcance dessa
força. Todas as outras partículas elementares ganham massa se
interagirem com o campo de Higgs que preenche todo o vácuo.
III. A DESCOBERTA
Nas colisões de protões no LHC formam-se
ocasionalmente bosões de Higgs que imediatamente se
desintegram noutras partículas. Em alguns casos muitos
raros, o decaimento do bosão de Higgs origina um par de
fotões que é identificado pelos detetores ATLAS e CMS.
Os investigadores têm de fazer muitas colisões até que os
resultados sejam estatisticamente significativos e se
distingam de outras formas de produzir pares de fotões.
Em 2012, fizeram-se 8 000 biliões de colisões no LHC,
que produziram 800 000 bosões de Higgs, dos quais
apenas 4 000 puderam ser usados na descoberta.
A. Consequências da descoberta e interpretação dos mídia
Este feito levou a comunidade de física de partículas a
especular o que é este passo poderia significar para o mundo da
física moderna, sendo que, a importância do bosão de Higgs é,
em grande parte, que é capaz de ser examinado usando o
conhecimento existente e a tecnologia experimental, como
forma de confirmar e estudar toda a teoria do campo de Higgs.
Sendo a teoria correta e aceite, os físicos começaram a
ponderar as implicações que esta teria nas diversas teorias já
formuladas, nomeadamente no Modelo Padrão e na
Cosmologia.
1) Consequências no Modelo Padrão
Quanto ao Modelo Padrão esta descoberta valida-o através
do mecanismo de geração em massa. À medida que forem
efetuadas medições mais precisas das suas propriedades,
podem ser sugeridas ou excluídas extensões mais avançadas.
Como meios experimentais para medir os comportamentos e
interações do campo são desenvolvidos, este campo
fundamental pode ser mais bem compreendido. Se o campo de
Higgs não tivesse sido descoberto, o Modelo Padrão teria de
ser modificado ou substituído.
2) Consequências na Cosmologia
Quanto á Cosmologia, tem havido uma investigação
científica considerável sobre possíveis ligações entre o campo
de Higgs e o insuflado – um campo hipotético sugerido como
a explicação para a expansão do espaço durante a primeira
fração de um segundo do universo (conhecida como a "época
inflacionista"). Algumas teorias sugerem que um campo
escalar fundamental pode ser responsável por este fenómeno;
o campo de Higgs é um campo, e a sua existência levou a que
os jornais analisassem se também poderia ser a inflação
responsável por esta expansão exponencial do universo
durante o Big Bang. Tais teorias são altamente provisórias e
enfrentam problemas significativos relacionados com a
unicidade, mas podem ser viáveis se combinadas com
características adicionais, tais como grandes acoplamentos não
mínimos, um escalar Brans-Dicke, ou outra física "nova", e
receberam tratamentos que sugerem que os modelos de
inflação de Higgs ainda são de interesse teoricamente. Esta
descoberta foi digna da atribuição de um prémio Nobel da
Física a dois dos seis físicos envolvidos na sua previsão, Peter
Higgs e François Englert.
3) Interpretação dos mídia
Nos principais meios de comunicação, o bosão de Higgs
tem sido muitas vezes chamado de “Particula de Deus” do
livro de 1993 The God Particle, do Nobel Leon Lederman,
embora a alcunha não seja apoiada por muitos físicos, uma vez
que não capta de forma correta o significado da descoberta.
B. Problemas levantados pela descoberta do Bosão de Higgs
1) Problema da hierarquia
O Modelo Padrão deixa a massa do bosão de Higgs como
um parâmetro a medir, em vez de um valor a calcular. Isto é
visto como teoricamente insatisfatório, particularmente porque
as correções quânticas (relacionadas com interações com
partículas virtuais) devem aparentemente fazer com que a
partícula de Higgs tenha uma massa imensamente superior à
observada, mas ao mesmo tempo o Modelo Padrão requer uma
massa da ordem de 100 a 1000 GeV para garantir a unicidade.
A conciliação destes pontos parece exigir explicar por que há
um cancelamento quase perfeito resultando na massa visível
de ~ 125 GeV, e não é claro como fazê-lo. Como a força fraca
é cerca de 1032 vezes mais forte que a gravidade, e (ligada a
isso) a massa do bosão de Higgs é muito menos do que a
massa de Planck ou a grande energia de unificação, parece que
ou há alguma ligação ou razão subjacente para estas
observações que é desconhecida e não descrita pelo Modelo
Padrão, ou alguma afinação inexplicável e extremamente
precisa dos parâmetros – no entanto, neste momento, nenhuma
destas explicações está comprovada. Isto é conhecido como
um problema de hierarquia. De uma forma mais geral, o
problema da hierarquia equivale à preocupação de que uma
futura teoria das partículas e interações fundamentais não deve
ter afinações excessivas ou cancelamentos indevidamente
delicados, e deve permitir que massas de partículas como o
bosão de Higgs sejam calculáveis. O problema é, de certa
forma, único em partículas de spin-0 (como o bosão de
Higgs), que podem dar origem a questões relacionadas com
correções quânticas que não afetam partículas com
centrifugação. Foram propostas várias soluções, incluindo a
supersimetria, soluções conformais e soluções através de
dimensões extra, como os modelos braneworld.
REFERENCES
[1] https://en.wikipedia.org/wiki/Higgs_boson
[2] https://en.wikipedia.org/wiki/Higgs_boson#The_Standard_Model
[3] https://www.lip.pt/index.php?section=dossiers&page=higgs-boson
[4] K. Elissa, “Title of paper if known,” unpublished
[5] R. Nicole, “Title of paper with only first word capitalized,” J. Name
Stand. Abbrev., in press.
[6] Y. Yorozu, M. Hirano, K. Oka, and Y. Tagawa, “Electron spectroscopy
studies on magneto-optical media and plastic substrate interface,” IEEE
Transl. J. Magn. Japan, vol. 2, pp. 740-741, August 1987 [Digests 9th
Annual Conf. Magnetics Japan, p. 301, 1982].
[7] M. Young, The Technical Writer’s Handbook. Mill Valley, CA:
University Science, 1989.