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Neste artigo, propõe-se uma reflexão a respeito das peculiaridades do setting no tra-
tamento de adolescentes para
averiguar as condições que facilitarão o desenvolvimento do
processo analitico. Vale a pena notar que a literatura que discute o setting psicanalitico fo-
caliza patologias especificas ou o setting na análise de adultos ou de crianças, ao
não se tem estudado as peculiaridades do seu significado e construção na análise de ado-
passo que
lescentes. Na Argentina, Kalina aborda o
setting com adolescentes de uma 'perspectiva pre-
dominantemente prática, seguindo normas técnicas introduzidas por Melanie Klein e
modificadas e desenvolvidas por Arminda Aberasturi' (1967, p. 372).
Cada tratamento psicanalítico requer certas condiçðes para evoluir. Este conjunto de
condições determina o que designamos como situação analitica, uma idéia que inclui todos
os fenômenos que ocorrem durante a análise. Na situação analítica, o setting constitui o
conjunto de acordos estabelecidos entre paciente e analista que tornarão possível o apare-
cimento da estrutura de trabalho necessária ao desenvolvimento do processo analítico e,
conseqüentemente, do tratamento analítico. Essas regras constituem uma formulação cujo
objetivo é criar condições adequadas para facilitar um processo de duas faces: de um lado
OS pacientes poderão se expressar, escutar, incorporar e ter insight em sua busca de inte-
gração pessoal, por outro, os analistas poderão apreender, compreender e analisar, e assim
produzir as condiçðes que, por sua vez, darão surgimento ao processo analítico. O setting
condenatórias que delineiam os limites
abrange, então, tanto dimensões normativas quanto
contexto e significado às ações de cada
essenciais do trabalho psicanalitico, garantindo
deles. O setting precisa ser construído cuidadosa-
participante, bem como à inter-relação
desenvolver uma relação não estruturada entre os dois
mente, de tal modo que se possa mostrar e escla-
analitico. Essa relação permitirá aos pacientes
participantes do processo mundo emocional,
mundo interno, suas relaçoes objetais
e seu
recer progressivamente seu
interno do mundo externo em que os pacientes vivem
bem como o impacto nesse mundo
e se desenvolvem. da relação es-
Os analistas
sentir precisam se participes
Ao mesmo tempo, porém, constante entre trans-
pacientes e que produz um interjJogo
desenvolve com os
pecial que se
lransterencia e da
estudar o desenrolar
SCguinte, torne o tratamento possível. Só se pode tanto ao paciente quanto a0 ana-
d contratransferéncia em certo setting. O setting permite
lista pensar e sentir sem interferencia externa.
obra de 'reud:
Etchegoyen (1991) se refere às origens do seting na
com a menor
mento pudesse se desenvolver do melhor modo possivel,
possibilidade de perturbação. (p. 511)
Entre o processo analítico e o setting, portanto, desenvolve-se uma relação continente
contido, no sentido que Bion (1962) dá aos termos. O setting constituirá a estrutura que
facilitará a emergência de conteúdos, ou seja, do processo analitico.
abrirá caminho para que ocorram os fenômenos mentais caracteristicos do tratamento ana-
lítico. Refiro-me não só à atenção igualmente flutuante do analista e à ausência de atuações
com o paciente, mas também à capacidade de
oferecer uma mente
no contexto da relação
Essa atitude permitirá que os eventos ocor-
às
receptiva expressões e atuações do paciente.
rentes dentro do tempo e do espaço da anál1se gerem um espaço de crescimento constan-
te e que o par analitico progrida em busca do insight das verdades do paciente.
vessaram para atingir esse estágio e as flutuações experimentadas por suas subjetividades
a la-
ao deixar latência para trås e avançar para esse periodo novo e convulsivo. Durante
a
uma clivagem firmemente estabelecida, que se romppe
tência, pode-se observar a presença de
Os dissociação e a
formação reativa. meanb
problemas que aparecem no início da adolescência estão
jeto, enquanto do
final da adolescência estão
os ligados a relações de oD-
sOcial e de discriminação do associados a processos de diferenciaçao
meio familiar, processos que se estruturarão mais tarde.
maneiras de canalizar a rebeldia As
dependem do tipo de mecanismos de defesa que o
desenvolver para se proteger da egO
ansiedade que irrompe no início da adolescencia. 0spouc Jo-
vens
sofrem processo de diferenciação, entre a imagem atual e a de si
um
crianças. E um periodo critico, durante o próprios enquanto
qual há uma pressão para buscar e adquirir uma
Identidade nova. A passagem
para a adolescência põe os jovens diante de inúmeros
sos de luto (Aberasturi e proceS
Knobel, 1971), que provocam muita ansiedade e confusãoe po-
dem levar tanta
a
desorientação que todo o seu ser entra em crise. Para se diferenciar, os
adolescentes precisam pôr frente a frente tudo o que já esteja estabelecido, gerando insta-
bilidades que os mergulham num verdadeiro caos. Surge uma onda de desejos genitais in-
fantis, sem as modificações características do adulto. Essa crise pode estar combinada com
a falta de modelos de
identificação, no passado dos adolescentes, que lhes teria permitido
produzir um mundo interno em que a introjeção de objetos suficientemente continentes teria
proporcionado meios de enfrentar e dominar a ansiedade e gerar atitudes que moderassem
os impulsos.
Adolescentes que vêm para análise freqüentemente tendem a se defender projetando
no tratamento e no analista seus medos e ansiedades, recorrendo a mecanismos de defe-
sa, tais como a retaliação, contra as experiências que tiveram em criança. Esse tipo de ati-
tude desafia os analistas e os coloca à prova, buscando abalar qualquer estrutura sentida
como rígida e atacando a 'instituição'* do setting. A instabilidade e a confusão caracteris-
ticas da adolescencia derivam das dificuldades que os jovens experimentam em se diferenciar
e se discriminar em sua busca, como antes mencionado, devido à falta do senso de iden-
tidade. Os adolescentes podem viver sua aceitação da necessidade de crescer- isto é, de
se tornar outro- como o seu próprio desaparecimento ou o desaparecimento de seus ob
aumento da
jetos internos, que, na sua fantasia, estão sendo atacados. por isso que há o
E
necessidade de confiar no analista e de verificar várias vezes se este é capaz de conter as
suas identificações projetivas. Portanto, ao construirmos 0 setting, precisamos levar em
do narcisismo do adulto ou da eriança, o narcisismo
conta o fato de que, diferentemente
transferencias do paciente quanto o narcisismo do
do adolescente põe em ação tanto as
dos adolescentes como parte do seu selfe, acima de tudo,
analista. Precisamos ver os atos
uma vinculação melhor
como uma fonte de comunicação
que, por sua vez, nos permitirá
com eles.
e esse medo é devasta-
a temer as Suas proprias projeções,
Os adolescentes tendem de ansiedades persecutórias.
analitico, devido a prevalencia
dor no início do tratamento de continência
nesse momento
e preciso um tempo que o ana-
Como Bion (1970) sugere, os pacientes adolescentes põem defe-
da ansiedade paranoide,
lista deve fornecer. Diante analista aja c o m o continente. Esses pacientes
que o
Sas maníacas em jogo, exigindo
PCCISam testar constantemente os seus objetos, para verilicar que na0 os destruíram.
que esses objetos continuam a existir e podem aceitá-los e conté-los. Esse tipo de atitud.
movimenta, nos analistas, as suas próprias experienciase lembranças, e e por isso que elec
devem conseguir entender tanto a sua própria transferéncia quanto a contratransferência
gerada durante o processo analítico. Nesse contexto, o analista deve evitar 0 risco de se
cruzadas em
tabuleiro. (N. da T.)
Jogo de palavras
162 SARA ZAC DE FILC
mudará na medida em que o analista possa manter um contexto estavel que torneça o sen-
mento de continência e de aceitação necessários para que o processO anantico se desen-
volva.
setting é determinado na situação analitica, mas é construido em Conjunto com o
paciente, pois, ainda que os analistas devam assegurar constânciae estabilidade relativas
a0 lugar e ao tempo (em termos dos horários das consultas e da duração das sessões), é
preciso permitir o surgimento do sentimento de confiança no paciente, ou seja, a confian-
ça no analista. Os pacientes precisam sentir que os analistas podem realmente 'estar' láe
que, ao estar sempre lá, possibilitarão o início do tratamento e, dai, o desenvolVimento do
processo analítieo.
Portanto, nem todos os settings são iguais. Ainda que certas regras sejam recorren-
Tes, acredito que os analistas precisem propor regras condizentes com as condições, es
tado e possibilidades de cada paciente. A capacidade do analista de conter e aceitar cada
paciente desempenha um papel importante no tratamento de adolescentes e na capacidade
aele de reconhecer suas próprias mudanças, que ocorrem junto com as do paciente. En-
rentamos outro problema, ou seja, os próprios sentimentos emergentes do analista, que
Precisam passar por auto-análise para não obscurecer o tratamento. Todos os terapeutas
Tem as suas próprias constâncias, que dependem de seus traços pessoais, formação e teo-
rias (Zac de File, 1971), mas, ao mesmo tempo, surgirão novas constâncias em cada si-
Tuaçao analitica e em cada par analitico, em decorrência da interação paciente-analista.
Por todos esses motivos, e devido às mudanças pelas quais o paciente adolescente está
passando, é principalmente o analista quem deve manter o setting. Os analistas devem in-
corporar as mudanças que os pacientes adolescentes podem criar no setting, porque se eles
se aferarem rigidamente a um conjunto predeterminado de regras que não passaram pela
concordância do par analitico, o paciente pode ficar rígido e inacessível ao trabalho analí-
tico, e pode até impedi-lo. A capacidade de entender essa situação e de se ajustar às pos-
sibilidades do adolescente permitirá ao analista entender melhor a realidade interna do
paciente, bem como o jeito do paciente lidar com a realidade externa. Lembro-me de um
paciente de 15 anos que tive a chance de supervisionar. Diante da exigência de usar o div
o paciente adormecia e se retirava para dentro de si. Depois de um tempo, o analista su-
geriu que, se ele quisesse, poderia sentar. O paciente sentou e começou a desenhar e a di-
zer tudo o que não conseguira dizer antes. Levou muito tempo para que esse paciente
pudesse confiar no analista e usar o div.2
A construção, junto com o adolescente (especialmente os perturbados), de um setting
que forneça o espaço adequado para que o trabalho analitico evolua, é indispensável, e esse
setting se construirá na medida em que a análise progrida. Os atos e a presença do analis-
ta transformarão o seting aos poucos no holding ou continente descritos por Winnicott
(1965), que também tende a funcionar, de acordo com Bick (1968), comouma segunda
pele. Green, expondo as idéias de Winnicott a respeito do holding da mãe, descreve a trans-
formação do objeto matern0 primario, unido a um setting estruturante que serve de conti-
nente para o espaço representativo. Nas palavras de Green (1975):
. assim como o sono é contido dentro de certos limites (a abolição dos pólos
opostos de percepção e de atividade motora), a sessão também é contida pelas con-
dições das formalidades analiticas. Essa continéneia ajuda a manter o funcionamen-
to especilico dos diversos elementos da realidade psíquiea. 8)
(p.
2. o div se torna um instrumento que contribui para o desenvolvimento da situação analitica, mas so
pode cumprir essa função se os pacientes adolescentes se sentirem confiantes no tratamento. Neste
caso, deitar no div os ajudara a se expressar melhor, evitando as fantasias paranóides que gera
mente surgem.
ADOLESCENTES 163
REFLEXOES A RESPEITO DO SETTING NO TRATAMENTO DE
reconhecer e ll-
dramento mental simbólico-verbal do analista. Os analistas não só devem
teoricas,
dar com essa distância, como também retrabalhar as suas próprias pré-concepções
evitando projeta-las ao analisarem a transferênciae a contratransfer ncia, levando espe
Cialmente em conta que a contratransferência tende a ser muito estimulada, nesses cas
ao processo analitico.
Um caso clínico
pealdo, projetando toda a sua confusão em mim. (Esse tipo de identificação projetiva
in-
ensa seria uma característica constante e fundamental do tratamento dessa paciente.) M
disse que não sabe realmente por que está ali e reitera que veio porque , amigo da fami
lia, e a esposa do sócio do pai a encaminharam, acrescentando que só virá uma ou duas
vezes e não voltará mais. Essa fachada agressiva e arrogante esconde um verdadeiro ter-
ror de não ser aceita. Também tem medo de que eu só queira atendë-la uma ou duas ve.
zes e depois me dedique a outros membros da sua familia, como os demais terapeutas.
M. fica de pé, anda, senta, e conta que teve diversos tratamentos, desde os três anos
de idade, mas os terapeutas começaram tratando-a e depois atendendo suas irms e primos,
e ela fugia: 'Você também é assim?' Quando Ihe digo que, se chegarmoS a um acordo, pre-
tendo tratá-la, e que provavelmente terei de conversar com os pais, mas que ela pode es-
tar presente a esa entrevista, ela me conta que quer estar al1, 'mas meus pais não vão
querer, e você sabe por que? Por que vão ter de me escutar'. A paciente acusa não só os
analistas anteriores, mas também a família. Faz bolas de chiclete tentando dissipar a ansie-
dade e mostra toda a sua fragilidade com essas bolas, que são grandes e arrebentam rapi-
damente. Ela me avisa que ficará calada.
M. levanta-se de repente e começa a andar de maneira ritmada em volta da sala, olhan-
do-me vez ou outra, como se me avaliassee testasse a minha capacidade de aceitá-la e de
contë-la. Olha para o div e me avisa para não lhe pedir que o use, pois não pretende faze-
lo: 'porque todos te mandam para o diva, já sei disso, conheço os psicólogos'. Quando lhe
digo que é a primeira vez que ela me vê, então não me conhece, ela diz: 'Ha-ha! Muito en-
graçado!" Senta-se, repentinamente no divã e me conta que tem uma irm quatro anos mais
velha e outra dois anos mais nova. A entrevista ocorre entre estouros de bolas de chiclete,
levantadase sentadas, um relato entrecortado de que sua familiaé uma 'mistureba'" já que
moram todos juntos e devido ao fato de a avó paterna cuidar da sobrinha de M. Também
fui criada pela minha avó; minha måe sempre estava na loja, nunca conosco'. M.
centa que chora e grita muito, nunca está satisfeita. Antes de ela sair, marcamos um novo
acres
horário para ela e outro para a entrevista com os pais, da qual ela participará e que sera
na manh seguinte.
No dia seguinte, ao abrir a porta para receber M. e os pais, só encontro M., que n
forma que tinha trocado os horários. Digo-lhe que tinhamos combinado outra coisa e que
eu a esperaria no horário dela. M. grita furiOsa
que não vai voltar, que já combinara con
os pais, e quem sou eu para querer mauter nosso combinado anterior? Acredito que essa
reação exCessiva tivesse a intenção de testar tanto a minha conliabilidade quanto a minna
capacidade de conté-la, absorvendo a grande ansiedade-raiva que M. sentiu sem icar des
truida pelas palavras que ela me atirou. Achei que devia me ater ao nosso acordo, SC
deixar amedrontar, para que ela pudesse sentir conliável.
Depois que ela saiu, o pai me telefonou para dizer que eu seria culpada se Cla nao vic
se mais. Quando eu disse que talvez fosse papel dele ajudá-la a voltar, cle se recusou a Co
tinuar a conversa. Senti-me realmente preocupada c ansiosa. Teria feito a coSa certa
Mostrar-he que eu respeitava nossos acordos daria realmente um sentimento de seguran
ea? Suponho que seja unm ponto dificil de determinar e, na verdade, discutivel. Ainda as
S I u d d naureza dos pontos de vista de M. a respeito de nossa relação, considere
prioritário manter o acordo.
No dia seguinte, M. voltou no horário marcado. Entra, senta no divã, e diz: "Nunca
sei se posso confiar em ninguém'. Esse modo de dizer, usando uma dupla negativa, ilus
tra a linguagem pessoal (Zac de Filc, 1992) que essa paciente iria desenvolver gradativa-
constituía realmente a reafirmação da sua dúvida. Era o
mente,em que a dupla negação
modo de M. quase assegurar que não podia confiar em ninguém. O que surgiu, no acesso
histrionico do dia anterior, foi a luta entre o terror da mudança e a busca de uma ordem
era verdade que não tinha mesmo estado em consulta comigo; em outras palavras, pode
que
sentir que estava sendo tratada na sua singularidade.
sessões semanais e che-
Durante meses, M. faltava a duas e às vezes a três das cinco
do meu proprio
tal ponto que comecei a pensar acerca
gava atrasada na maioria delas, a e
contratransferencial, senti inquietude, cansaço
comportamento. De uma perspectiva em primei-
preocupação. Não era só resultado das projeções da paciente- estava ligado,
sentimento que M.
respeito tanto do meu papel (devido
ao
ro lugar, à minha inquietação a
de continuar qualquer tipo de tra-
transmitia de apenas ser aparência) e a possibilidade
uma
analista desempenham
eles diante do leva-iOS a sentir que
tem um lugar no qual expri-
consultório da casa e de
de dissociar o
mir seu mundo interno.
mundo e x t e r n 0 .
E um ser social que repetirá, no con-
e
mundo interno que terão de
analisa-
O indivíduo é no seu ambiente
e ser
aprendidos
Sultório, regras e
comportamento
I r u i l e r a . No caso que contei,
M. pôde falar com
a analise seja
dos e elaborados, para que cO1Sas neleS. De
certa maneira, ela me usou
nem Jogar
OS pais, na entrevista,
sem gritar ter consciência de que ela
es-
e eu precISava
transicional)
ao mesme
positiva e, ao
tava fazendo isso. A mediacão proporciona
uma
transierencia
mesmo tem-
negativa, quando
esta uindo a anál:
aparece. Seguindo
análise de
pO, Tacilita a análise da transferência M. puder discriminar
dizer que, se .
pode-se
Dn da relação original mãe-criança, é vivido c o m o catastrófico e Ihe dne
metaboliza o que evol
util, serei pessoa que
Puucr ser a
do que e Sinistro.
Sentimentos massivos e destrutivos despojados
Como construimos o setting, com esse tipo de paciente? Em que medida ele contri.
sar a ser outro f a z o crescimento ser vivido como desaparecimento ou morte. Quando
a ansiedade de separação reaparece, durante a adolescência, o analista precisa funcionar
como o marco metabolizador que criará as condições necessárias para que o adolescente
possa construir e criar. Aqui é que as identificaçöes serão vitais. Há uma revivência narci-
sica, durante a adolescéncia, que provoca grande sofrimento. Segundo Meltzer (1973).
ocorre uma grande cisão do self e de seus objetos, similar ao período pré-edipico e pre
genital da primeira infäncia. Essa cisão torna possível ao adolescente reagir diante da grande
invasão de desejos genitais (ainda pouco modificados pelo self adulto ou por identificação
introjetiva) nas suas formas infantis, polimorfas e perversas. (Esse processo dä margem
à procura de um grupo). Essas condições nos levam à busca de novas pontes de comuni-
cação, que nem sempre se estabelecem facilmente e que nos defrontam com a necessida-
de de encontrar outras vias de comunicação e novas maneiras de considerar noss0 setting
e de enfocar o tratamento analitico. Devemos buscar um modo de nos colocarmos pard
compreender a dificuldade especifica do adolescente e entender suas significaçöes pro
fundas.
Resumo
A autora
aestaca importância
a
do setting
mente no Caso de
adolescentes desenvolvimento do
no
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JOU OF P
PSYCHO
Publicado para
The British Psycho-Analytical Society
Comitê Editorial da América Latina do
International Journal of Psycho-Analysis
por
Editora Escuta Ltda.
São Paulo - Brasil