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Nome: Marcela Flandoli Moura

RA: N585692

Supervisora: Aspasia Papazanakis

ICB: Psicanálise

REFERÊNCIA: O Setting: A Criação de um Novo Espaço- cap. 5


ZIMERMAN, D. E. Manual de Técnica Psicanalítica: uma re-visão. Porto
Alegre: Artmed, 2004.

RESUMO

Neste capítulo do livro é abordado tudo relacionado ao Setting e suas


funções terapêuticas. Começando pela significação do setting, o que é o
Setting? Ele é a criação de um novo espaço, completamente conquistado pelo
pacinte, um espaço acolhedor, empático, respeitoso, porém firme. Um espaço
que possibilita ao paciente reexperienciar com o analista vivencias antigas,
marcantes, experiências emocionais conflituosas e muitas vezes mal
compreendidas pela criança que habita o adulto.

Esse Setting, chamado também de enquadre, possuem uma junção de


aspectos que formam sua estrutura para funcionar, nesta estrutura temos as
regras, as atitudes tomadas tanto pelo analista como pelo paciente, temos os
combinados entre eles e o contrato analítico pré-estabelecido.

O Setting é o mesmo para todos, porém quando se trata de pacientes


muito regressivos, o Setting tende a se adequar a eles, se tornando uma
incubadora para aqueles que são prematuros de forma psicológica, oferecendo
gratificações básicas, calor, compreensão, amor e paz. O analista se
comportara de forma maternal frente a esta demanda, servindo de
suplementação de falhas e vazios originais, possibilitando a internalização de
uma figura materna faltante.

As regras do setting ajudam a estabelecer limites essenciais entre o "eu"


e os outros. Isso desfaz a indiferenciação e facilita o desenvolvimento das
capacidades adultas de diferenciação, separação e individuação. Por isso, uma
vez estabelecido, o setting deve ser mantido ao máximo

O enquadre ajuda a desfazer as fantasias do paciente de se igualar ao


analista em questões de valores, funções e capacidades, por isso as regras
são necessárias para definir as noções de limites, lugares e diferenças entre
eles. Outro ponto importante é a questão da rigidez e permissividade na
relação do analista com o paciente. O analista deve equilibrar e fazer
manutenção das condições combinadas dentro dos limites dos dois.

Quanto as frustrações durante o Setting, são algo inevitável, um bom


analista frustra adequadamente quando necessário e sabe colocar limitações,
evocando o lado adulto. Ao evitar essas frustrações e mudanças no Setting se
assemelha a uma conduta sedutora a serviço de seu narcisismo e medo de ser
rejeitado pelo paciente.

A expressão de sentimentos de natureza negativa pelo analisando pode


ser complicada a partir do momento em que o analisando não sabe estabelecer
uma diferença entre a agressividade boa e construtiva, que traz garra e
ambição e a agressividade destrutiva com predominância de inveja. Isso tudo
reflete um possível episódio traumático vivenciado que irá influenciar diversos
comportamento mais tarde, que deverão ser ressinificados por meio do
trabalho analítico.

É perceptível que todo paciente foi simplesmente um sujeito que passou


a vida toda sendo condicionado a mandamentos e expectativas, ordens e
ameaças as quais vieram de forma exterior até ele e foram internalizadas no
decorrer do tempo no psiquismo.

Em suma, fica claro que a relação entre analista e paciente é complexa,


e o setting terapêutico oferece um espaço para explorar emoções profundas e
transformadoras.

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