Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Teo Rico
Teo Rico
do Trabalho
Material Teórico
Ergonomia e Segurança do Trabalho
Revisão Textual:
Profa. Ms. Fátima Furlan
Ergonomia e Segurança do Trabalho
• Conceito de Ergonomia
• Origem da Ergonomia
• Objetivos Básicos da Ergonomia
• Os Precursores da Ergonomia
• A Ergonomia, do Taylorismo até os Dias de Hoje
• A Abrangência da Ergonomia
OBJETIVO DE APRENDIZADO
· Apreender sobre o conceito de Ergonomia, sua origem, objetivos
básicos, seus precursores, sua evolução e abrangência.
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua
formação acadêmica e atuação profissional, siga
algumas recomendações básicas:
Conserve seu
material e local de
estudos sempre
organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
de se alimentar
Assim: e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte hidratado.
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e
horário fixos como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
UNIDADE Ergonomia e Segurança do Trabalho
Contextualização
Um dos principais objetivos no mundo de hoje é a produção máxima com um
custo mínimo. Isso vale tanto para os países subdesenvolvidos que buscam de alguma
maneira alternativas que possam melhorar os seus custos para eventualmente
alcançar o crescimento, quanto para os países desenvolvidos que buscam o controle
econômico, deixando, muitas vezes, de lado o bem estar do ser humano, sendo
necessário que exista algo que possa tratar da sua segurança.
Explor
8
Conceito de Ergonomia
O conceito de ergonomia está relacionado à concepção do trabalho, de todo
tipo de trabalho, e remonta a história do homem na Terra:
9
9
UNIDADE Ergonomia e Segurança do Trabalho
Para darem conta da amplitude dessa dimensão e poderem intervir nas atividades
do trabalho é preciso que os ergonomistas tenham uma abordagem multidisciplinar
de todo o campo de ação da disciplina, tanto em seus aspectos físicos e cognitivos,
como sociais, organizacionais, ambientais etc.
10
Contudo, pode dizer que ergonomia está apoiada em dois pilares fundamentais:
Origem da Ergonomia
A ergonomia surgiu em meados da Segunda Guerra Mundial em virtude da
complexidade de manuseio de armamento e dispositivos de ataque. Todo planeja-
mento e investimento feito no desenvolvimento de materiais bélicos seria inútil se
o “operador” (soldado) não soubesse como fazê-lo. E ainda, frente aos horrores da
guerra muitos soldados desenvolviam doenças psiquiátricas. Para amenizar o im-
pacto, tanto de manuseio como da saúde mental dos soldados e procurar “manter
a produtividade”, grupos multidisciplinares foram mobilizados para entrar como
“suporte” no cenário da guerra.
Figura 1
Fonte: historiaybiografias.com
11
11
UNIDADE Ergonomia e Segurança do Trabalho
Os Precursores da Ergonomia
Discorrendo sobre a ergonomia é imprescindível citar as definições, a origem,
mas, para um completo entendimento da aplicação da ergonomia nos dias de hoje,
não podemos deixar passar despercebido os precursores da ergonomia.
12
Vamos a eles!
Essa ideia também esteve presente na era da produção artesanal que antecedeu
a revolução industrial quando os artesãos procuravam adaptar as tarefas às
necessidades humanas.
Figura 2 – Frederick Wisnlow Taylor (1856 – 1915) Figura 3 – Cena do Filme Tempos Modernos - “Não sois
Fonte: The Henry Ford Museum, Greenfield Village máquinas; Homens é o que sois” – Charlie Chaplin
Fonte: Wikimedia/Commons
13
13
UNIDADE Ergonomia e Segurança do Trabalho
14
A Ergonomia, do Taylorismo
até os Dias de Hoje
Conforme citado anteriormente, o ícone da Administração Científica é o En-
genheiro americano, Frederick Winslow Taylor (1856 – 1915), todavia, devido à
importância de seus métodos, vamos conhecê-lo melhor.
Pelo fato de Taylor iniciar sua vida profissional como simples operário, nessa
função, teve a oportunidade de vivenciar o que a sociologia do trabalho chama de
código de trabalho. Código de trabalho é quando os funcionários de um determinado
setor de uma empresa definem regras próprias quanto ao ritmo de trabalho e,
muitas vezes, regras próprias para o método de trabalho também. Por isso, mais
tarde, Taylor definiu os funcionários de “indolentes”; oportunamente retornaremos
a essa afirmação.
Ao receber sua primeira promoção, Taylor, como qualquer líder, inclusive nos
dias de hoje, passou a ser cobrado por resultados. Como era conhecedor de
como o trabalho era realizado em sua empresa, sabia que era vital para seu suces-
so profissional organizar a parte feia, suja e desorganizada da empresa chamada
de produção.
15
15
UNIDADE Ergonomia e Segurança do Trabalho
sequência de atividades que deveriam ser feitas ou como essas atividades deveriam
ser feitas. Cada um fazia, mais ou menos, o que queria da forma que queria e
com a “carga de trabalho” que achava justa pelo seu ganho diário. Ou seja, um
funcionário que trabalhava muito ganhava o mesmo dinheiro que um funcionário
que trabalhava pouco; logo, a realização do trabalho era nivelada por baixo. E
Taylor sabia disso, sabia que havia uma boa parcela de ineficiência aceita pelo
formato de trabalho da época. Foi nesse cenário que Taylor, ao dividir o trabalho,
impôs uma sequência de trabalho, posto a posto de trabalho. Definiu que, em cada
posto de trabalho, as tarefas deveriam ser feitas de maneira simples e repetitivas.
Foi uma maneira inteligente de definir um fluxo contínuo de produção além de
tentar garantir que o trabalho fosse feito, sempre, da mesma maneira e, como
consequência distribuiu a carga de trabalho uniformemente entre os operários em
cada um dos seus postos der trabalho.
Taylor foi muito criticado em sua obra, pois afirmava-se que ele rebaixava o
homem a condição de animal. Taylor dizia que o estudo do método de trabalho
deveria ser executado por uma parte da empresa composta por pessoas que
deveriam ser estudadas e devidamente preparadas para isso. Não deveria, jamais,
ser dado ao simples funcionário a autonomia de decidir o que, como e quando
fazer. Falava-se, com essa afirmação, que Taylor definia o simples funcionário
como “acéfalo”, ou, pouco dotado de inteligência e incapaz de tomar decisões
racionais. Taylor dizia também que o trabalho deveria ter um método definido com
ritmo a fim de “impedir” que funcionário “burlasse intencionalmente” os índices
de eficiência esperados, hoje em dia poderíamos dizer que Taylor não queria que
o simples funcionário “encostasse o corpo”, e, com essa situação, afirmava-se que
Taylor havia rotulado o simples funcionário de indolente, ou se preferir, vagabundo.
16
Todavia, nem sempre os princípios de Taylor eram devidamente empregados.
Muitas vezes o tempo definido para execução da tarefa e, muitas vezes o próprio
método eram definidos por quem sequer conhecia a fábrica e, muitas vezes,
impossíveis de ser cumpridos. Os funcionários sentiam-se oprimidos pela gerência
da fábrica e, muitas vezes, reagiam descumprindo as normas (prescrição da tarefa)
e danificando, intencionalmente, os equipamentos além de não se sentirem
minimamente comprometidos com a qualidade.
Por sentirem-se vítimas de um ambiente absolutamente coercitivo, houve recla-
mações generalizadas por todo país (EUA), envolvendo inclusive os sindicatos. O
descontentamento era tão grande que Taylor foi chamado a se explicar no Con-
gresso Nacional Americano sob o argumento de que, nesse “novo método de
trabalho”, trabalhava-se mais (produzia-se mais) e ganhava-se a mesma quantidade
em dinheiro além de ser coercitivo.
17
17
UNIDADE Ergonomia e Segurança do Trabalho
Importante! Importante!
A Abrangência da Ergonomia
Conforme já citado anteriormente, a amplitude do conceito de ergonomia vem
sendo ampliado dia após dia. Quanto maior o conhecimento das pessoas em geral
sobre o que vem a ser ergonomia e suas respectivas aplicações, não só o conceito
fundamental se consolida como também se aperfeiçoa de acordo com a resposta
da sociedade.
No Brasil, não há cursos de graduação que forme ergonomistas, todavia, há
uma grande variedade de cursos de pós-graduação nessa área para os mais di-
versos profissionais que vão desde a engenharia até disciplinas ligadas à saúde e
psicologia e sociologia.
A maioria das empresas que aplica a ergonomia não possui uma área com-
posta de ergonomistas, mas, possui um grupo de profissionais ligados, direta ou
indiretamente, à execução do trabalho e suas derivações. Esse grupo deve ser
multidisciplinar, ou seja, composto por profissionais de áreas diversas, com apti-
dões e competências diferentes e complementares. Isso permite que grupos mul-
tidisciplinares de ergonomia possam e devam agir ergonomicamente em qualquer
tipo trabalho e em qualquer segmento de mercado no que diz respeito à atividade
ocupacional. Todavia, conforme citado anteriormente, a ergonomia é uma discipli-
na comportamental, ou seja, depende da sensibilização para o tema e treinamento
para posterior aplicação. Seguindo esse princípio, sua aplicação depende do ser
humano. O trabalhador, em qualquer profissão / ocupação tem o lado profissional
e o lado pessoal. Há uma outra dimensão da ergonomia que se apoia na assimila-
ção dos conceitos e premissas ergonômicas e, sua aplicação extrapola os limites
da empresa, acontece na vida quotidiana, no ambiente doméstico, na escola, com
os amigos.
18
Na organização moderna, em um ambiente cada vez mais competitivo, não é
raro as empresas “incorporarem” a preocupação com a ergonomia e segurança do
trabalho até porque existem normas brasileiras que regulamentam a relação em-
pregador x empregado. Mais adiante, em uma unidade próxima, veremos as NR’r,
normas regulamentadoras brasileiras que regulamentam a aplicação da ergonomia,
NR 17, de trabalhos salubres, NR 15 e de máquinas eletromotrizes, NR 11.
19
19
UNIDADE Ergonomia e Segurança do Trabalho
20
parar devidamente o trabalhador por meio de palestras de informação e cons-
cientização da sua própria responsabilidade para manutenção da sua própria
saúde e motivação no ambiente de trabalho. Altos investimentos são feitos
por parte das organizações e, sem a devida participação do trabalhador, todos
esses esforços bem como os investimentos mobilizados por parte da empresa
de NADA valem. A dor vai existir, o assédio moral vai existir, o afastamento e
o aumento nos custos bem como a perda de eficiência vai persistir. Por mais
que seja oneroso “parar” a operação para palestras, ainda é bem mais barato
do que perder os investimentos de energia, tempo e dinheiro para “aplicar
devidamente a ergonomia”.
• Ergonomia de participação: é quando o trabalhador ou usuário participam
do processo de desenvolvimento de máquinas, equipamentos, mobiliário e
processo de fabricação e/ou prestação de serviços. A ergonomia de participação
é efetiva quando o trabalhador ou usuário já possui conhecimentos prévios
sobre o que vem a ser ergonomia.
21
21
UNIDADE Ergonomia e Segurança do Trabalho
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Vídeo sobre Revolução Industrial - I
https://youtu.be/meSQG6bNvOM
Fábrica da Ford e o Modelo – T
https://youtu.be/8caU8gvD6Dc
Toyota – Produção enxuta parte I
https://youtu.be/hj-FvgCf0VQ
Toyota – Produção enxuta parte II
https://youtu.be/nGS0av1MC7I
Elton Mayo e a Escola das Relações Humanas
https://youtu.be/KOGrcLx5W-g
Filme: Tempos Modernos – Charles Chaplin
https://youtu.be/XolZOPk533w
22
Referências
ABERGO. Associação Brasileira de Ergonomia. Disponível em: http://www.
abergo.org.br/. Acesso em: 12 de julho de 2012.
23
23