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Fonte: ESE
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Cursos da Área de Humanidades
Saúde e Bem-estar
Objetivos Desenvolvimento Sustentável (ODS) 3
Metas da Agenda 2030
3.1 - Até 2030, reduzir à taxa de mortalidade materna global para menos de 70 mortes
por 100.000 nascidos vivos.
3.7 Até 2030, assegurar o acesso universal aos serviços de saúde sexual e reprodutiva,
incluindo o planejamento familiar, informação e educação, bem como a integração da
saúde reprodutiva em estratégias e programas nacionais
FATO – CASO
Garantir à vida digna de mulheres e meninas, assegurando o respeito a seus
direitos sexuais e reprodutivos, bem como a promoção da redução da taxa de
mortalidade materna, são ações ligadas à Agenda 2030 e ao sistema de direitos
humanos, documentos que o Brasil assumiu perante à comunidade internacional.
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Quando esses direitos não são garantidos, pode ocorrer a denominada violência
obstétrica, ou seja, um tipo específico de violência praticada contra às mulheres.
Essas informações, Ricardo encontrou depois de iniciar uma pesquisa sobre à
mortalidade materna e violência obstétrica no Brasil. Seu interesse por este tema, que
até aquele momento considerava apenas uma preocupação feminina, deu-se depois que
sua colega, da turma de Teologia, teve de interromper os seus estudos por conta de
complicações durante à gravidez e atendimento inadequado. Dedicando-se a investigar
mais sobre o assunto, compreendeu que à violência obstétrica se configura por condutas
evitáveis que afetam física ou psiquicamente às mulheres grávidas, em trabalho de parto
ou no puerpério (fase pós-parto que tem duração variável e no qual sua condição física
e psíquica está impactada).
Ricardo descobriu o caso ocorrido com Alyne Pimentel, mulher negra moradora
da Baixada Fluminense, no estado do Rio de Janeiro, mãe de uma criança de 05 anos,
que estava grávida de 06 meses em novembro de 2002 quando procurou o sistema de
saúde por se sentir mal. Atendida, foi medicada e orientada a voltar para casa. Na manhã
de 13 de novembro, dois dias depois do primeiro atendimento, retornou com os sintomas
agravados sendo que, após exames, constatou-se a morte de seu bebê e a necessidade
de indução de parto para retirada do feto morto. Apesar do conhecimento pela equipe
médica da situação de Alyne, o “parto” só aconteceu efetivamente à noite. Parte da
placenta e do feto não foram expelidos e um novo procedimento foi necessário no dia
seguinte, pois o quadro de Alyne se agravou drasticamente. Sem acompanhante na casa
de saúde, a família de Alyne desconhecia seu quadro, pois, por telefone seus familiares
foram informados que ela estava bem. Com o agravamento de sua saúde, a casa de
saúde procurou hospitais mais adequados para a transferência da paciente que só
aconteceu no fim da noite do dia 15 de novembro. A demora, a imprudência e a
negligência no atendimento levaram ao falecimento de Alyne no dia 16 de novembro de
2002.
Ricardo descobriu que esse caso é emblemático no Brasil, porque os familiares
de Alyne ajuizaram pedido de indenização por danos morais contra o estado do Rio de
Janeiro, mas a primeira decisão só foi proferida em 2013, onze anos após a morte de
Alyne. Em razão de disso, em 2008, a mãe de Alyne, Sra. Maria de Lourdes da Silva
Pimentel, apresentou comunicação individual contra o Estado brasileiro junto ao Comitê
sobre a Eliminação de Discriminação contra a Mulher (Comitê CEDAW) da Organização
das Nações Unidas (ONU). Ao final do processo, o Comitê reconheceu que Alyne faleceu
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https://nascernobrasil.ensp.fiocruz.br/?us_portfolio=nascer-no-brasil. Acesso
em: 16 dez. 2021.
OMS. Prevenção e eliminação de abusos, desrespeito e maus-tratos
durante o parto em instituições de saúde. Disponível em:
https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/134588/WHO_RHR_14.23_por.
pdf. Acesso em: 17 dez. 2021.
RAMOS, Raphaela. Racismo obstétrico: violência na gestação, parto e
puerpério atinge mulheres negras de forma particular. Portal Geledés, São
Paulo, 15 jul. 2020. Disponível em: https://www.geledes.org.br/racismo-
obstetrico-violencia-na-gestacao-parto-e-puerperio-atinge-mulheres-negras-de-
forma-particular/. Acesso em: 15 dez. 2021.
APRENDIZADO – QUESTÕES ORIENTADORAS
1. Faça uma pesquisa e explique com suas palavras à necessidade do ODS número
3, em especial, a meta 3.1: Até 2030, reduzir à taxa de mortalidade materna
global para menos de 70 mortes por 100.000 nascidos vivos. Atentem, a partir do
site do IPEA (2021) que esta meta no Brasil foi readequada em função das taxas
de mortalidade materna no país. (0,5 ponto)
2. Após compreender a relevância do ODS 3, em especial, de sua meta 3.1,
apresente dados internacionais atuais que apontem para à relevância deste
objetivo. Neste caso, traga informações ou situações de dois a três países e
analise se as informações demonstram uma adequação ou não à referida meta
da ONU. (1,0 ponto)
3. Agora, observando a sociedade brasileira, investigue a relação existente entre à
violência obstétrica e à desigualdade social e racial no país. Após ler as suas
investigações, os seus achados jornalísticos, informativos e/ou dados
quantitativos, você deve os expor, sempre referenciando os autores. (1,0 ponto)
4. Por fim, busque informações na sua comunidade, no seu município, na sua região
ou no seu Estado sobre à mortalidade materna e à violência obstétrica. Relacione
as informações encontradas com as suas pesquisas já apresentadas até o
momento. (Atente que a falta de referências sobre à mortalidade materna e à
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(Acesse no AVA em uma das disciplinas vigentes da fase, o ícone Trabalho, Link
Comentário e redija no formato de resposta-texto argumentativo entre 3.000 e 5.000
caracteres com espaço)