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ESTUDO DE CASO

Módulo B – Fase I – Ano 2022

Cursos da Área de Humanidades

Fonte: ESE

Cursos da Área de Humanidades


Escola Superior de Educação
Centro Universitário Internacional UNINTER
Cursos da Área de Humanidades

O que é o ESTUDO DE CASO?


É uma metodologia de pesquisa e estudo de determinado campo, que inclui observação,
entrevistas, fontes midiáticas (fotografia, gravação etc.) e anotações. Busca-se o
idiossincrático, ou seja, situações incomuns, inusitadas, pouco exploradas, isto é, a
compreensão de eventos particulares. Os estudos de caso visam retratar a realidade de
maneira completa, crua, profunda e historicamente contextualizada. O ponto focal de
discussão no estudo de caso acontece a partir dos Objetivos do Desenvolvimento
Sustentável (ODS), conforme as proposições da Agenda 2030, afinal acreditamos na
possibilidade da cidadania, da preservação da vida para as novas gerações a partir do
empreendedorismo de cada ser social.
Fundamentos da metodologia estudo de caso:

Apresentar determinado caso (fato, evento ou dado) que possa gerar a


descoberta.
Interpretar de maneira contextualizada e sistemática do caso que possibilite
compreensão aprofundada do caso.
Estabelecer, com base em diferentes fontes de pesquisa e vários pontos de
vista, múltiplos olhares e resolução sistêmica.
Apresentar resultados por meio de diferentes linguagens, como colagens,
dramatizações, fotografias, gravações e textos narrativos.
Suscitar a possibilidade de desenvolver uma nova realidade por meio daquele
caso.
Qual é o objetivo de estudar por meio da metodologia de estudo de caso?
FUNDAMENTOS: reconhecer teorias e práticas que podem ser aplicadas em
diferentes realidades.
OPORTUNIDADES: propor oportunidades de melhoria ou verificar ameaças na
realidade local.
FATOS: identificar “casos” ocorridos em diferentes cenários que geram uma
odisseia de dados que podem ser analisados com múltiplos olhares.
APRENDIZADO: fortalecer, por meio de questões orientadoras, o
desenvolvimento de conhecimentos, habilidades, atitudes, valores e condições
socioemocionais para agir diante de determinada situação.
Quando acontece o estudo de caso em 2022?
Acontece em todas as fases, conforme demonstrado a seguir:

Módulo A Módulo B Módulo C


FASE I FASE II FASE I FASE II FASE I FASE II
Estudo de Portfólio Estudo de Portfólio Estudo de Portfólio
caso caso caso
ODS 16 - Paz, justiça e ODS 3 - Boa Saúde e ODS 10 - Redução das
instituições eficazes Bem-Estar desigualdades

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O estudo de caso faz parte do sistema de avaliação? Quanto representa na


média?
Sim, faz parte do sistema de avaliação. Corresponde a 40% da média, ou seja, 40
pontos na sua média.
Quais são as características do estudo de caso na metodologia do curso?
Individual.
O período de realização inicia na 2ª e finaliza na última semana de provas da
fase.
Necessita de conhecimento de várias áreas – interdisciplinar.
Trata da triangulação do caso com o global e o local.
Obrigatoriamente exige análise de um caso com propostas de oportunidades.
A resposta deve obrigatoriamente ter entre 3000 e 5000 caracteres com
espaços.
A resposta deve obrigatoriamente conter todos os itens solicitados.
A resposta deve obrigatoriamente ser digitada no AVA.
Não necessita de apresentação no polo de apoio presencial.
OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM AO TÉRMINO DO ESTUDO DE CASO
C = CONHECIMENTO Compreender o ODS 3, em especial, analisar sobre
como à desigualdade social e racial atingem à mulher
brasileira.
H = HABILLIDADE Capacidade de identificar os contextos sociais,
culturais e econômicos nos quais irá atuar.
A = ATITUDE Identificar por meio de estudos e reflexões à
desigualdade social e racial, também com relação à
saúde da mulher, em especial, mulheres negras.
V = VALORES Valorizar o direito à saúde e à igualdade racial.
E = EMOÇÕES Desenvolver o sentimento de alteridade,
compreendendo às demandas das mulheres, em
especial, mulheres negras. .

Saúde e Bem-estar
Objetivos Desenvolvimento Sustentável (ODS) 3
Metas da Agenda 2030
3.1 - Até 2030, reduzir à taxa de mortalidade materna global para menos de 70 mortes
por 100.000 nascidos vivos.
3.7 Até 2030, assegurar o acesso universal aos serviços de saúde sexual e reprodutiva,
incluindo o planejamento familiar, informação e educação, bem como a integração da
saúde reprodutiva em estratégias e programas nacionais
FATO – CASO
Garantir à vida digna de mulheres e meninas, assegurando o respeito a seus
direitos sexuais e reprodutivos, bem como a promoção da redução da taxa de
mortalidade materna, são ações ligadas à Agenda 2030 e ao sistema de direitos
humanos, documentos que o Brasil assumiu perante à comunidade internacional.

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Quando esses direitos não são garantidos, pode ocorrer a denominada violência
obstétrica, ou seja, um tipo específico de violência praticada contra às mulheres.
Essas informações, Ricardo encontrou depois de iniciar uma pesquisa sobre à
mortalidade materna e violência obstétrica no Brasil. Seu interesse por este tema, que
até aquele momento considerava apenas uma preocupação feminina, deu-se depois que
sua colega, da turma de Teologia, teve de interromper os seus estudos por conta de
complicações durante à gravidez e atendimento inadequado. Dedicando-se a investigar
mais sobre o assunto, compreendeu que à violência obstétrica se configura por condutas
evitáveis que afetam física ou psiquicamente às mulheres grávidas, em trabalho de parto
ou no puerpério (fase pós-parto que tem duração variável e no qual sua condição física
e psíquica está impactada).
Ricardo descobriu o caso ocorrido com Alyne Pimentel, mulher negra moradora
da Baixada Fluminense, no estado do Rio de Janeiro, mãe de uma criança de 05 anos,
que estava grávida de 06 meses em novembro de 2002 quando procurou o sistema de
saúde por se sentir mal. Atendida, foi medicada e orientada a voltar para casa. Na manhã
de 13 de novembro, dois dias depois do primeiro atendimento, retornou com os sintomas
agravados sendo que, após exames, constatou-se a morte de seu bebê e a necessidade
de indução de parto para retirada do feto morto. Apesar do conhecimento pela equipe
médica da situação de Alyne, o “parto” só aconteceu efetivamente à noite. Parte da
placenta e do feto não foram expelidos e um novo procedimento foi necessário no dia
seguinte, pois o quadro de Alyne se agravou drasticamente. Sem acompanhante na casa
de saúde, a família de Alyne desconhecia seu quadro, pois, por telefone seus familiares
foram informados que ela estava bem. Com o agravamento de sua saúde, a casa de
saúde procurou hospitais mais adequados para a transferência da paciente que só
aconteceu no fim da noite do dia 15 de novembro. A demora, a imprudência e a
negligência no atendimento levaram ao falecimento de Alyne no dia 16 de novembro de
2002.
Ricardo descobriu que esse caso é emblemático no Brasil, porque os familiares
de Alyne ajuizaram pedido de indenização por danos morais contra o estado do Rio de
Janeiro, mas a primeira decisão só foi proferida em 2013, onze anos após a morte de
Alyne. Em razão de disso, em 2008, a mãe de Alyne, Sra. Maria de Lourdes da Silva
Pimentel, apresentou comunicação individual contra o Estado brasileiro junto ao Comitê
sobre a Eliminação de Discriminação contra a Mulher (Comitê CEDAW) da Organização
das Nações Unidas (ONU). Ao final do processo, o Comitê reconheceu que Alyne faleceu

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em razão da má prestação do serviço público em relação à sua condição gravídica e,


desse modo, colocou o Brasil em situação de destaque como violador dos direitos das
mulheres, especialmente em relação à saúde e direitos sexuais e reprodutivos.
A violência obstétrica pode atingir qualquer mulher, mas, no Brasil atinge
predominantemente mulheres como Alyne – jovem, de condição socioeconômica
precária e negra – e dessa forma, para compreender a realidade brasileira, é necessário
trazer informações acerca de outras categorias que conferem concretude ao estudo de
caso. Em 2018, o Ministério da Saúde divulgou informação de que mulheres pretas e
pardas totalizaram 65% dos óbitos maternos no Brasil e, entre 1996 e 2018, aconteceram
38 mil mortes maternas sendo que, desse total, 67% em decorrência de causas
obstétricas diretas, ou seja, negligência e imprudência no atendimento de mulheres e
meninas durante a gestação, parto ou puerpério.
Ricardo que até então desconhecia essas informações sobre a saúde materna e,
em especial, a denominada violência obstétrica, decidiu conversar com o coordenador
do curso e a diretora da instituição de forma que uma atividade de formação sobre esta
temática fosse oferecida à comunidade interna e externa à IES, afinal, de contas, Ricardo
estava convencido que o direito à saúde é um direito fundamental garantido pela
Constituição da República brasileira bem como pelos tratados internacionais ratificados
pelo Brasil, destacadamente os objetivos da Agenda 2030. Desse modo, a saúde das
mulheres e meninas grávidas, parturientes ou puérperas deve ser tratada como
prioridade e, para isso, o modelo de atendimento deve ser repensado pela sociedade
brasileira e todos devem conhecer suas demandas.

Texto de autoria da professora Dra. Valéria Pilão

FUNDAMENTOS – REFERENCIAL TEÓRICO


IDOETA, Paula Adamo. Insultos a mulheres no parto são 'ponta do iceberg' da
violência obstétrica no Brasil, diz médica. Folha de São Paulo, São Paulo, 16
dez. 2021. Disponível em:
https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2021/12/insultos-a-mulheres-no-
parto-sao-ponta-do-iceberg-da-violencia-obstetrica-no-brasil-diz-medica.shtml.
Acesso em: 16 dez. 2021.
IPEA. Objetivos de desenvolvimento sustentável – 3: Saúde e Bem-Estar.
Disponível em: https://www.ipea.gov.br/ods/ods3.html. Acesso: em 06 dez.
2021.
LEAL, Maria do Carmo. Nascer no Brasil: Inquérito nacional sobre parto e
nascimento (2011 a 2012). Disponível em:

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https://nascernobrasil.ensp.fiocruz.br/?us_portfolio=nascer-no-brasil. Acesso
em: 16 dez. 2021.
OMS. Prevenção e eliminação de abusos, desrespeito e maus-tratos
durante o parto em instituições de saúde. Disponível em:
https://apps.who.int/iris/bitstream/handle/10665/134588/WHO_RHR_14.23_por.
pdf. Acesso em: 17 dez. 2021.
RAMOS, Raphaela. Racismo obstétrico: violência na gestação, parto e
puerpério atinge mulheres negras de forma particular. Portal Geledés, São
Paulo, 15 jul. 2020. Disponível em: https://www.geledes.org.br/racismo-
obstetrico-violencia-na-gestacao-parto-e-puerperio-atinge-mulheres-negras-de-
forma-particular/. Acesso em: 15 dez. 2021.
APRENDIZADO – QUESTÕES ORIENTADORAS

Considerando o contexto mencionado acima e os referenciais teóricos fornecidos,


elabore uma resposta-texto argumentativa (contendo de 3000 a 5000 caracteres),
contemplando os seguintes aspectos:

ELABORE SUA RESOLUÇÃO CONSIDERANDO OBRIGATORIAMENTE TODOS OS


ITENS ABAIXO:
(A norma culta corresponde 0,5 da nota de 4,0 pontos)

1. Faça uma pesquisa e explique com suas palavras à necessidade do ODS número
3, em especial, a meta 3.1: Até 2030, reduzir à taxa de mortalidade materna
global para menos de 70 mortes por 100.000 nascidos vivos. Atentem, a partir do
site do IPEA (2021) que esta meta no Brasil foi readequada em função das taxas
de mortalidade materna no país. (0,5 ponto)
2. Após compreender a relevância do ODS 3, em especial, de sua meta 3.1,
apresente dados internacionais atuais que apontem para à relevância deste
objetivo. Neste caso, traga informações ou situações de dois a três países e
analise se as informações demonstram uma adequação ou não à referida meta
da ONU. (1,0 ponto)
3. Agora, observando a sociedade brasileira, investigue a relação existente entre à
violência obstétrica e à desigualdade social e racial no país. Após ler as suas
investigações, os seus achados jornalísticos, informativos e/ou dados
quantitativos, você deve os expor, sempre referenciando os autores. (1,0 ponto)
4. Por fim, busque informações na sua comunidade, no seu município, na sua região
ou no seu Estado sobre à mortalidade materna e à violência obstétrica. Relacione
as informações encontradas com as suas pesquisas já apresentadas até o
momento. (Atente que a falta de referências sobre à mortalidade materna e à

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violência obstétrica também são dados significativos para serem analisados). Ao


final do texto, apresente de que maneira a sua formação em curso na Área de
Humanidades relaciona-se a tal temática. (1,0 ponto).
OPORTUNIDADES – RESPOSTA

(Acesse no AVA em uma das disciplinas vigentes da fase, o ícone Trabalho, Link
Comentário e redija no formato de resposta-texto argumentativo entre 3.000 e 5.000
caracteres com espaço)

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