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P2 – REDAÇÃO – 2ªSÉRIE

TEXTO
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Uma escola ‘nem-nem’ José Renato Nalini*
12 de março de 2022 | 12h00
Tem-se chamado a geração que não estuda e não trabalha de “geração nem-nem”. Cheguei a acrescentar um terceiro
“nem”: “não estar nem aí”. Outros, têm dito que essa faixa é a dos “sem-sem”: sem escola e sem trabalho. Mas, na, na
verdade, quem deveria merecer tais títulos é a escola brasileira. Nem educa, nem forma. O ensino conteudista é sem
interesse para os millenials e sem futuro para eles.
O fenômeno da evasão sempre existiu. É algo característico ao Ensino Médio. Há uma razão. A criança na primeira idade
ainda não tem vontade. Fica dentro da classe, embora nem sempre entenda qual o motivo de a obrigarem a decorar
informações que hoje são encontradas com um clique nos mobiles. Já o jovem, na adolescência, ele não suporta aquela
prisão na qual precisa ficar enfileirado e ouvindo coisas completamente desvinculadas de seus interesses, que não atendem
à sua curiosidade e nada acrescentam aos seus sonhos.
Esse o pecado mortal da educação brasileira. Não ter percebido que escola tem de ser um lugar sedutor, atraente,
convidativo. É o espaço em que poderá projetar sua vida, descobrir aquilo de que realmente gosta, como adquirir
conhecimento nas áreas que o motivem.
Numa era em que a tecnologia desvenda o infinito, ouvir preleções ou ter de acompanhar textos escritos na lousa é
totalmente insano. Há educadores que perceberam o descompasso entre nossa geração e aquelas que vieram depois. Por
isso eles são bem-sucedidos. Mas são poucos. Até porque não há incentivo para se devotar à criatividade, aprimorar-se
em técnicas pedagógicas, dominar a psicologia infanto-juvenil, aprender a transmitir de forma lúdica e eficiente os
parâmetros para que o educando se torne um adulto realizado e feliz.
Como a humanidade é heterogênea, cada indivíduo é irrepetível, não se pode confiar numa padronização. O ideal seria o
ensino individualizado. Para aproveitar melhor as potencialidades de todos, mas a cada um, tratar de acordo com
seus talentos e preferências.
Mas há alguns núcleos comuns. Os jovens que se interessam por atividades dinâmicas. Mostrar o cenário do trabalho e
fazer com que, além de aulas convencionais, ele possa frequentar empresas ou organismos pelos quais mostre
afinidade.
Existem os imaginativos, os criativos, aqueles que poderão brilhar no design, nas artes, em atividades que necessitem de
genialidade, originalidade e ousadia. Um segmento imprescindível é o da informática, telemática, cibernética, a imersão
irreversível no mundo virtual e digitalizado em que fomos inseridos. Há carência de jovens que militem nessa área de
crescente abrangência. Países como a Índia resolveram seus problemas de trabalho rentável e atrativo para sua
juventude, incentivando-a a dominar um setor em que a obsolescência é a regra. Manter-se atualizado é questão de
sobrevivência, mas é um desafio a que os moços se devotam com entusiasmo.
Se a escola não mudar – e com urgência – os adolescentes continuarão a se afastar dela. E o que se oferece a eles,
em lugar da vida digna? A ilicitude. Algo organizado no Brasil é a criminalidade. Ela tem sabido empolgar serviços
negligenciados pelo Estado, mais interessado em Fundo Eleitoral, Fundo Partidário, Orçamento Secreto, eleição,
reeleição, eternização no poder, fortalecimento do nepotismo, formação de oligarquias políticas, domínio do Poder Público
em todas as esferas.
Esse cálculo não entra no discurso vazio, pretensioso, arrogante, dos que se dizem especialistas em educação, que
ditam regras, publicam artigos, vendem consultorias, querem tirar um naco dos recursos públicos destinados à educação,
mas nunca estão numa sala de aula.
A falta de um sistema educacional sério e eficiente já produziu uma legião de iletrados que não leva a sério sua
responsabilidade pela educação. Aquilo que está na Constituição da República, artigo 205: educação, direito de todos e
dever do Estado e da família, em colaboração com a sociedade.
É a escola nem-nem-nem: nem educa, nem forma, e parece não estar nem aí.
*José Renato Nalini é reitor da Uniregistral, docente da pós-graduação da Uninove e presidente da Academia Paulista de
Letras – 2021-2022.
Fonte: https://politica.estadao.com.br/blogs/fausto-macedo/uma-escola-nem-nem/. (Adaptado)
TEXTO
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Fonte: Charge de Gilmar, site blog do Gilmar, acessado em Março de 2022.

PROPOSTA | CARTA DO LEITOR


Amparado na coletânea anterior, redija, na condição de um leitor, uma CARTA ARGUMENTATIVA para a seção Painel do
Leitor, do site Estadão (texto 1), expondo seu ponto de vista acerca de população nem-nem no Brasil. Apresente
argumentos e fatos que explicitem seu ponto de vista e não se esqueça de ser autônomo na construção da carta.
Mínimo de 20 e máximo de 30 linhas (assinar como João ou Maria).
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