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29/09/2021

Contabilidade Financeira I
3.3. Vendas e operações com clientes

IPCA/Susana Rua

CONTA 21 CLIENTES:

A - CONCEITO

“Regista os movimentos com os compradores de


mercadorias, de produtos e de serviços.” (SNC: Código
de Contas/Notas de enquadramento).

B - CONTAS DIVISIONÁRIAS

21 Clientes
211 Clientes c/c
212 Clientes – títulos a receber
218 Adiantamentos de clientes
219 Perdas por imparidade acumuladas

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C - MOVIMENTAÇÃO
A conta 21– Clientes, movimenta-se seguindo as regras
do ativo, a saber:

21 Clientes
Saldo inicial Cobranças sobre clientes
Vendas a crédito Notas de crédito
Notas de débito Adiantamentos de clientes
Reversões de perdas por imparidade Perdas por imparidade

Conta 211- Clientes c/c

Registam-se nesta conta todos os movimentos


ocorridos com clientes, desde que:
▫ não sejam titulados;
▫ sejam da atividade corrente da empresa.

211 Clientes c/c


Saldo inicial Pagamentos de clientes
Faturas Notas de crédito (descontos)
Notas de débito Devoluções de vendas
Anulação de letras Saques de letras
Anulação de adiantamentos

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Rédito
* Conceito:
“rendimentos que surgem no decurso das atividades ordinárias de
uma entidade” (§1 da NCRF nº 20)
§7 da NCRF nº 20:
“o influxo bruto de benefícios económicos durante o período
proveniente do decurso das atividades ordinárias de uma entidade
quando esses influxos resultarem em aumentos de capital próprio,
que não sejam aumentos relacionados com contribuições de
participantes no capital próprio”.

* Mensuração:
A NCRF nº 20, no §10, refere que o rédito “é mensurado pelo justo
valor da retribuição recebida ou a receber tomando em
consideração a quantia de quaisquer descontos comerciais e de
quantidades concedidos pela entidade”.

* Reconhecimento do rédito:

De uma forma simples, o §1 da NCRF nº 20 refere que o


rédito é reconhecido quando for provável que benefícios
económicos futuros fluirão para a entidade e esses
benefícios possam ser fiavelmente mensurados.

Contudo:
• §14 acrescenta as condições para reconhecimento de
um rédito resultante de vendas de bens;
• §20 acrescenta as condições para o reconhecimento de
um rédito resultante de prestações de serviços.

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A conta 211- Clientes c/c é normalmente movimentada por contrapartida da conta


71 – Vendas e 72 – Prestações de Serviços.

7 – Rendimentos
71 Vendas
711 Mercadorias
712 Produtos acabados e intermédios
713 Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos
714 Ativos biológico
… …
716 IVA das vendas com imposto incluído
717 Devoluções de vendas
718 Descontos e abatimentos em vendas

72 Prestações de serviços
721 Serviço A
722 Serviço B
……
725 Serviços secundários
726 IVA dos serviços com imposto incluído
……
728 Descontos e abatimentos

Situação 1: VENDAS A PRAZO DE INVENTÁRIOS


VENDAS A PRAZO
1) Pelo registo do rédito

711 Vendas merc. 211 Clientes c/c

X X
Fatura
(p.v.)

(2) Pelo custo das mercadorias vendidas

32 Mercadorias 611 CMVMC - Mercadorias

Y Y
(p.c.)

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Exemplo 1

N/ fatura nº 290, para JM, correspondente a mercadoria, no valor total de 870 €.


A empresa pratica uma margem de lucro de 20% sobre o preço de custo.

Resolução:
Venda a prazo:
Preço de venda: 211 (870) / 711 (870)
Preço de custo:
PV = PC + 0,2 PC (=) PV = 1,2 PC (=) PC = PV/1,2 (=)
PC = 870 / 1,2 (=) PC = 725
611(725) / 32 (725)

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DESPESAS COM AS VENDAS


a1) Despesas por conta da empresa vendedora
11/12 6253 Transportes de mercadorias

6263 Seguros

6268 Outros Serviços

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a2) Despesas por conta do cliente


(i) Bens transportados por uma terceira empresa
* Pagamento à transportadora
11 / 12 6253
X X

* Fatura enviada ao cliente


6253/7816 211
X X

(ii) Bens transportados pela própria empresa


* Fatura enviada ao cliente
725 Serv. secund. 211
X X

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Exemplo 2

Fatura-recibo nº 4789 de “Transportabem, Lda.”, no valor de 14,50 €, referente


ao transporte da mercadoria vendida ao cliente JM. Foi de imediato emitida a n/
fatura nº 291, para JM, referente ao transporte da mercadoria, conforme
acordado no ato da venda.

Resolução:
Transporte de mercadorias vendidas
Pela fatura-recibo da transportadora:
6253 (14,5) / 11 (14,5)

Pela fatura para o cliente:


211 (14,5) / 6253 ou 7816 (14,5)

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DEVOLUÇÕES DE VENDAS (CONTA 717)


* Pela diminuição do rédito
211 Clientes c/c 717 Dev. Vendas
X X
valor da devolução
(pv)

* Pelo custo da mercadoria devolvida

611 CMVMC 32 Mercadorias


X X
devolução pelo pc

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Exemplo 3

3.1. Fatura nº 3456, para Kapa, referente à venda de mercadorias por 250 €, que
haviam custado 200 €.

3.2. O cliente Kapa procedeu à devolução de 50€ das mercadorias que lhe
tinham sido vendidas (n/ nota de crédito nº 356).

Resolução:
3.1. Venda a prazo
Preço de venda: 211 (250) / 711 (250)
Preço de custo: 611(200) / 32 (200)

3.2. Devolução parcial


Preço de venda: 717 (50) / 211 (50)
Preço de custo: 32 (40) / 611 (40)
250 ---- 200
50 ---- X X = 40€

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DESCONTOS E ABATIMENTOS NAS VENDAS:

Tal como nas compras, nas vendas os descontos


podem ser um de dois tipos, a saber:
Descontos Comerciais: Descontos de quantidade;
Abatimentos; Bónus. Estes estão usualmente
relacionados com as quantidades vendidas. Este
tipo de descontos abatem ao preço da venda.

Descontos Financeiros: Descontos de pronto


pagamento ou de antecipação de pagamento. Estes
estão usualmente relacionados com o pagamento.
Este tipo de descontos não afetam o preço de venda
mas sim representam um gasto para a empresa que
os concede.

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Classificação dos Formas de concessão Contabilização


descontos
Incluídos na fatura Contabiliza-se a fatura
Descontos comerciais (211/71) pelo valor
liquido de descontos.
Fora da fatura (nota de 718/211 pelo valor do
crédito ao cliente) desconto
Contabiliza-se o rédito
total e o desconto
Incluídos na fatura diminui o valor a
Descontos Financeiros receber pela empresa:
682 e 211 / 71
Fora da fatura (nota de 682/211 – pelo valor do
crédito ao cliente) desconto

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Exemplo 4
Fatura nº 789, para J, referente a uma venda a prazo nas seguintes condições: - Preço de
venda: 300 €; - Desconto de revenda: 5%.
O preço de custo da mercadoria vendida é de 220 €.

Resolução:
Venda com desconto comercial incluído na fatura
Preço de venda líquido de desconto comercial = 300 – (300 x 5%) = 300 – 15 = 285
211 (285) / 711 (285)
Preço de custo = 220 €
611 (220) / 32 (220)

Exemplo 5

5.1. Fatura nº 790, para o cliente A, relativa a mercadorias no total de 450€. O preço de
custo das mercadorias foi de 350€.
5.2. Nota de crédito nº 478, para o cliente A, relativa a um desconto de revenda de 10 €.

Resolução:
5.1. Venda a prazo
pv: 211 (450) / 711 (450) pc: 611 (350) / 32 (350)
5.2. Desconto comercial fora da fatura
718 (10) / 211 (10)

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Exemplo 6
Fatura-recibo nº 592, para B, referente à venda de mercadorias nas seguintes condições: -
Preço de venda: 200 €; - Desconto de pronto pagamento: 5%.
O preço de custo da mercadoria vendida é de 150 €.

Resolução:
Venda com desconto financeiro incluído na fatura-recibo
Preço de venda = 200€ Desconto financeiro = 200€ x 5% = 10€
Valor recebido = 200-10=190€
11 (190) e 682 (10) / 711 (200)

Exemplo 7

7.1. Fatura nº 790, para o cliente C, relativa a mercadorias no total de 500€. O preço de
custo das mercadorias vendidas foi de 400€.
7.2. Nota de crédito nº 479, para o cliente C, relativa a um desconto por antecipação de
pagamento no valor de 20€.

Resolução:
7.1. Venda a prazo
pv: 211 (500) / 711 (500) pc: 611 (400) / 32 (400)
7.2. Desconto financeiro fora da fatura
682 (20) / 211 (20)

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ESQUEMA DE MOVIMENTAÇÃO DAS CONTAS VENDAS E CUSTO


DAS MERCADORIAS VENDIDAS

As vendas liquidas são obtidas da seguinte forma:

71 Vendas
717 Devolução vendas 711 Vendas mercadorias
718 Desc. e abatimentos

O custo das vendas:

32 Mercadorias 61 CMVMC
Ei Custo venda Custo venda Custo devolução
Compras
Custo devolução

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Situação 2: PRESTAÇÕES DE SERVIÇOS

Conta 72 – Prestações de Serviços:


“Esta conta respeita aos trabalhos e serviços prestados
que sejam próprios dos objetivos ou finalidades
principais da entidade. Poderá integrar os materiais
aplicados, no caso de estes não serem faturados
separadamente (…)”. (SNC: Código de Contas/Notas de enquadramento).

REGRA GERAL: Os serviços são reconhecidos como


réditos nos períodos contabilísticos em que sejam
prestados (§21 da NCRF 20).

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a) Prestação de serviços a pronto

72x Prestação serv. 11 ou 12

X X

b) Prestação de serviços a crédito

72x Prestação serv. 211 Clientes c/c

X X

21

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Conta 218 e 276 - Adiantamentos

Os adiantamentos efetuados por terceiros podem ser:


Adiantamentos monetários: adiantamentos de clientes
relativamente a transações cujo preço não esteja
previamente fixado.

218 – Adiantamentos de Clientes

Adiantamentos não monetários: adiantamentos de


clientes relativamente a transações cujo preço esteja
previamente fixado.

276 – Adiantamentos por conta de vendas

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ADIANTAMENTO MONETÁRIO (preço não está previamente fixado)


(1) Pelo adiantamento
218 Adiantamentos de clientes 11 / 12

X valor do adiantamento
X

(2a) Pela contabilização da fatura (preço de venda)


711 Vendas/Mercadorias 211 Clientes c/c

Y Y
valor da fatura

(2b) Pela regularização do adiantamento, aquando da emissão da fatura


211 Clientes c/c 218 Adiantamentos de clientes

X X
pela regularização
do adiantamento

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ADIANTAMENTO NÃO MONETÁRIO (preço está previamente fixado)


(1) Pelo adiantamento
276 Adiant. por conta de vendas 11 / 12

X valor do adiantamento
X

(2a) Pela contabilização da fatura (preço de venda)


711 Vendas/Mercadorias 211 Clientes c/c

Y Y
valor da fatura

(2b) Pela regularização do adiantamento, aquando da emissão da fatura


211 Clientes c/c 276 Adiant. por conta de vendas

X X
pela regularização
do adiantamento

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Exemplo 8

8.1. O cliente A encomendou 200 unidades da mercadoria Kapa (s/ nota de encomenda nº
2345), procedendo a um adiantamento de 250€.
8.2. Fatura nº 50, para o cliente A, relativa a 200 unidades da mercadoria Kapa (s/ nota de
encomenda nº 2345), ao preço de venda unitário de 10 €. A mercadoria vendida
apresentava um preço de custo unitário de 8 €.

Resolução:
8.1. Adiantamento monetário (o preço não está previamente fixado)
11 (250) / 218 (250)
8.2. Pela fatura e regularização do adiantamento
Fatura: pv = 200 x 10€ = 2.000€ pc = 200 x 8€ = 1.600€
pv: 211 (2.000) / 711 (2.000) pc: 611 (1.600) / 32 (1.600)

Regularização do adiantamento:
218 (250) / 211 (250)
Valor da dívida do cliente (saldo devedor da 211) = 2.000 – 250 = 1.750€

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Exemplo 9

9.1. O cliente B encomendou 150 unidades da mercadoria BETA (s/ nota de encomenda nº
1365), procedendo a um adiantamento de 150 €, correspondente a 10% do valor da
mercadoria encomendada.
9.2. Fatura nº 51, para o cliente B, relativa a 150 unidades da mercadoria BETA (s/ nota de
encomenda nº 1365). A mercadoria vendida apresentava um preço de custo unitário de 8€.

Resolução:
9.1. Adiantamento não monetário (o preço está previamente fixado)
11 (150) / 276 (150)
9.2. Pela fatura e regularização do adiantamento
Valor da fatura (pv): 150€ ------ 10%
X ------ 100% X= 1.500€
Fatura:
pv: 211 (1.500) / 711 (1.500)
pc: 611 (1.200) / 32 (1.200) pc = 150 x 8€ = 1.200€
Regularização do adiantamento:
276 (150) / 211 (150)
Valor da dívida do cliente (saldo devedor da 211) = 1.500 – 150 = 1.350€

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Mensuração das dívidas a receber em moeda


estrangeira

Transações em moeda estrangeira


(por ex. vendas a prazo a países da União Europeia que não aderiram
ao euro,
ou a países terceiros)

Podem gerar dívidas a receber em moeda estrangeira,


caso o preço de venda tenha sido fixado em moeda
estrangeira

Podem gerar diferenças de


câmbio

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A- ENQUADRAMENTO

A NCRF nº 23 – “Efeitos de alterações em taxas de câmbio”, vem


regular a forma como as transações, e os saldos, em moeda
estrangeira devem ser incluídas nas demonstrações financeiras.
Mensuração Inicial:
§20 da NCRF nº 23 - as transações em moeda estrangeira devem ser
registadas pelo valor que resultar da aplicação da taxa de câmbio da
data da transação.

Mensuração subsequente:
De acordo com o §22 da NCRF nº 23, à data de balanço (normalmente
31/12) os valores monetários em moeda estrangeira devem ser
expressos ao câmbio em vigor nessa data.
Na data do recebimento das dívidas deveremos atender também à
taxa de câmbio em vigor nessa data.

As diferenças de câmbio apuradas devem ser reconhecidas nos


resultados dos períodos em que ocorram
(§26 da NCRF nº 23).

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B – CONTABILIZAÇÃO
(considerando atividade operacional)
B1 - Diferenças de câmbio favoráveis

7887 Dif. Camb. Fav. 211 clientes c/c

X X

B2 - Diferenças de câmbio desfavoráveis

211 clientes c/c 6887 Dif Camb. Desf.

X X

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Exemplo 10 30

10.1. Fatura nº 3234, com data de 20/11/n, para o cliente D, com sede em Londres,
referente a mercadorias no valor de 5.000 GBP. O preço de custo da mercadoria vendida é
de 5.800 €. Câmbio a 20/11/n: 1€ = 0,79658 GBP
10.2. Sabendo que a 31/12/N a referida fatura ainda não se venceu para pagamento.
Efetue o lançamento de retificação que considere necessário, atendendo ao disposto na
NCRF 23 e à taxa de câmbio a 31/12/n: 1€ = 0,79672 GBP

Resolução:
10.1. Data da fatura (20/11/n):
Preço de venda:
1€ ----- 0,79658 GBP
X ----- 5.000 GBP X = 6.276,83€ 211 (6.276,83) / 711 (6.276,83)
Preço de custo:
611(5.800) / 32 (5.800)

10.2. Data de balanço ou fecho (31/12/n):


1€ ----- 0,79672 GBP
X ----- 5000 GBP X = 6.275,73€

Em 20/11/n: 6.276,83 €
Em 31/12/n: 6.275,73 €
1,10€ Diferença de câmbio desfavorável: 6887 (1,1) / 211 (1,1)
Assim, 31/12/n, a 211 fica com saldo devedor de 6.275,73€.

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Conta 212 – Clientes títulos a receber

Nesta conta são registadas as dívidas de clientes que se


encontram representadas por letras ou outros títulos de
crédito.

212 Clientes títulos a receber


Saldo inicial Recebimento letras
Saques a clientes Anulação (reforma)

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Contabilização de letras a receber:


SAQUE DA LETRA
211 clientes c/c 212 clientes tit. Receber

X X

ENDOSSO

212 clientes tit. Receber 221 / 27

X X

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COBRANÇA

(A) COBRANÇA DIRETA


212 clientes tit. Receber 11 ou 12

X X

(B) COBRANÇA BANCÁRIA

212 clientes tit. Receber 12 D.O. 691/8

X X Y Y
cobrança da letra encargos debitados
pelo banco

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DESCONTO
251 – Financiamentos obtidos 12 Dep. à ordem
Valor
Valor líquido
do 691/8
saque
Juros e
encargos
Encargos debitados ao cliente : 211 / 691ou 698

PROTESTO
212 clientes tit. receber 211 clientes c/c

Anulação
do saque

11 / 12
despesas
protesto


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REFORMA DO SAQUE
A - REFORMA TOTAL OU INTEGRAL
A1 - Com juros e restantes encargos incluídos na nova letra
(1) Pela anulação do saque inicial
212 clientes tit. receber 211 clientes c/c

X X

(2) Pelos juros e restantes encargos a incluir na nova letra


791/8 211 clientes c/c

Y Y

(3) Pelo novo saque


211 clientes c/c 212 clientes tit. receber

X+Y X+Y

A2 - Com juros e restantes encargos não incluídos na nova letra


Antes da emissão da nova letra : 11 / 211
A nova letra não inclui os encargos, será apenas por x.

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B - REFORMA PARCIAL
B1 - Com juros e restantes encargos incluídos na nova letra
(1) Pela anulação do saque inicial
212 clientes tit. receber 211 clientes c/c
X X

(2) Pelo pagamento parcial do cliente


211 clientes c/c 11 / 12
Z Z

(3) Pelos juros e restantes encargos a incluir na nova letra


791/8 211 clientes c/c

Y Y

(4) Pelo novo saque


211 clientes c/c 212 clientes tit. receber
X-Z+Y X-Z+Y

B2 - Com juros e restantes encargos não incluídos na nova letra


Antes da emissão da nova letra : 11 / 211
A nova letra não inclui os encargos, será apenas por x-z.

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Imparidades de Ativos Financeiros: Dívidas a receber

Enquadramento:
IMPARIDADE

Inclusão de um certo grau de precaução face às


Prudência incertezas que rodeiam muitos acontecimentos.

Imparidade de ativos financeiros

NCRF 27
À data de relato, uma entidade deve avaliar a imparidade de todos os ativos
financeiros que não sejam mensurados pelo justo valor através de
resultados, como é o caso, por exemplo, das dívidas a receber, que à data de
relato devem estar mensuradas ao custo, ou ao custo amortizado, menos
qualquer perda por imparidade.

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DÍVIDAS A RECEBER: são um ativo financeiro, designadamente, um direito


contratual de receber de uma outra empresa dinheiro ou outro ativo
financeiro.

Existe risco de Reconhecer perda


incobrabilidade por imparidade

Aspetos que podem chamar a atenção de imparidade (§24):


significativa dificuldade financeira do devedor,
quebra contratual,
probabilidade que existe de o devedor entrar em falência, etc.

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A - RECONHECIMENTO E MENSURAÇÃO DA PERDA POR


IMPARIDADE

À data de relato os ativos financeiros mensurados ao custo


amortizado, e como tal as dívidas a receber, devem ser
mensurados pela quantia escriturada (§11)

Quantia escriturada = Custo amortizado - perdas por imparidade acumuladas

PI= Quantia Escriturada (-) Valor Presente (atual) dos fluxos de


caixa estimados descontados à taxa de juro efetiva original do
ativo financeiro (§28)

651- Perdas por imparidade: em dívidas a receber


6511 Clientes
6512 Outros devedores

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Perda por imparidade é um gasto que se regista:


651- Perdas por imparidade: em dívidas a receber
6511 Clientes
6512 Outros devedores

 Pela perda por imparidade em dívidas a receber:

Descrição Conta a débito Conta a Crédito Valor


219 ou 269 ou
Perda por imparidade 651x X
279

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B – REVERSÃO DA PERDA POR IMPARIDADE


Quando se procede à reversão:
 Sempre que se deixem de verificar as situações que originaram a
perda por imparidade.

Limite da reversão:
 A reversão não poderá resultar numa quantia escriturada do ativo
financeiro (dividas a receber) que exceda aquilo que seria o custo
amortizado do ativo, caso a perda por imparidade não tivesse sido
anteriormente reconhecida.

Tratamento da reversão:
A reversão é reconhecida em resultados.

7621 Reversões: De perdas por imparidade


7621 Em dívidas a receber
76211 Clientes
76212 Outros devedores

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 Pela reversão da perda por imparidade em dívidas a receber

Descrição Conta a débito Conta a Crédito Valor


Reversão (total ou parcial) da 219 ou 269 ou
7621 X
perda por imparidade 279

NOTA: Ainda que apenas se fale em imparidade de ativos, neste caso ativos
financeiros tratados pela NCRF 27, as contas de fornecedores e de pessoal também
podem representar direitos a receber (ex.: adiantamentos) e, portanto, nessas
situações, deve ser testada a imparidade desses ativos financeiros. Por isso o SNC
criou também as contas:
229 – Fornecedores: Perdas por imparidade acumuladas
239 – Pessoal: Perdas por imparidade acumuladas

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Créditos Incobráveis
Crédito incobrável decorre:
• processos de execução
• falência ou insolvência de clientes
• processos especiais de recuperação da empresa e proteção de
credores
• deliberação da administração/gerência
 Quando uma dívida a receber é dada como incobrável e em
relação à qual:
• não havia sido considerada perda por imparidade:
- pela dívida incobrável: 683 / 211
• havia sido considerada perda por imparidade:
-Pelo valor da PI já considerada: 219 / 211
-Pelo remanescente (dívida incobrável – PI): 683/211

Há possibilidade de dívidas já incobráveis virem a ser objeto de


realização total ou parcial:
- pela recuperação da dívida: 211 / 783
- pelo recebimento da dívida: 11 ou 12 / 211

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Exemplo 11

A empresa A apresenta, a 31/12/N, as seguintes situações de clientes, para as quais ainda


não foi reconhecida quaisquer perda por imparidade:
Cliente A: Para este cliente o valor em dívida é de 15.000€ e admite-se que o risco de
perda seja de 75% sobre esse montante.
Cliente B: Relativamente a este cliente, cujo valor em dívida é de 5.000€, ainda não foi
contabilizado o recebimento de um cheque no valor de 2.200€. A restante dívida
considera-se incobrável.
Pedido: Determine e registe a perda por imparidade necessária a 31/12/N, e demais
registos necessários, admitindo que a empresa A segue os critérios de gestão.

Resolução:
Perda por imparidade necessária para cliente A = 15.000€ x 75% = 11.250€
Perda por imparidade necessária para cliente B = ---------------------- 0€

Perda por imparidade total necessária a 31/12/N = 11.250€ + 0 = 11.250€


Perda por imparidade existente a 31/12/N = --------------------------- 0€
PI a constituir a 31/12/N = 11.250€
6511 (11.250) / 219 (11.250)
Em relação ao cliente B terá de se registar o seguinte:
 Recebimento parcial: 11 (2.200) / 211 (2.200)
 Dívida incobrável = 5.000 – 2.200 = 2.800€
683 (2.800) / 211 (2.800)

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