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6222 - INTRODUÇÃO AO CÓDIGO DE

CONTAS E NORMAS CONTABILÍSTICAS


(1ªparte)
Introdução

Com adoção do SNC, houve alterações significativas na contabilização das contas e na forma como
se faz contabilidade. É muito importante que um técnico de contabilidade esteja preparado para
este novo cenário. Assim, os formandos, no final do módulo, deverão ser capazes de:

• Identificar e movimentar as contas das classes 1 a 8 do Sistema de Normalização


Contabilística (SNC);

• Executar lançamentos contabilísticos.


Regras de movimentação das contas

Considerando as noções de débito e de crédito e a necessidade de manter a igualdade entre


aplicações e origens de fundos (equação fundamental da contabilidade) é possível estabelecer
as seguintes regras de movimentação dos vários tipos de contas:
Principais operações do ciclo de exploração (ou operacional)

As operações ou actividades de uma entidade podem ser organizadas em três ciclos:

• Operações do ciclo de financiamento (ou actividades de financiamento)

• Operações do ciclo de investimento (ou actividades de investimento)

• Operações do ciclo de exploração (ou actividades operacionais)

Como veremos na Contabilidade Financeira II, o ciclo de financiamento ainda se divide em próprio e
alheio e o ciclo de investimento pode desdobrar-se em financeiro e não financeiro.

Sobre as definições de actividades de financiamento, de investimento e operacionais ver parágrafo 3


da NCRF 2 – Demonstração de fluxos de caixa.

De seguida iremos abordar as principais operações relacionadas com o ciclo de exploração (ou
operacional).
Meios financeiros líquidos

Esta classe destina-se a registar os meios financeiros líquidos que incluem quer o dinheiro e
depósitos bancários quer todos os activos ou passivos financeiros mensurados ao justo valor, cujas
alterações sejam reconhecidas na demonstração dos resultados (notas de enquadramento do CC do
SNC).

Inclui as contas seguintes:

• 11 Caixa

• 12 Depósitos à ordem

• 13 Outros depósitos bancários

• 14 Instrumentos financeiros

Caixa
Inclui os meios líquidos de pagamento (notas de banco, moedas metálicas, cheques e vales postais).

Não devem ser considerados como fazendo parte do saldo de caixa os selos de correio, vales de
caixa, cheques pré-datados, cheques devolvidos, etc..

Os valores em caixa expressos em moeda estrangeira devem ser actualizados com base na taxa de
câmbio da data do balanço (ver parágrafo 27 da NCRF 23).

A sua movimentação depende da existência ou não de um sistema de fundo fixo de caixa.


Movimentação sem sistema de fundo fixo de caixa

Debita-se pelas entradas de valores em caixa (vendas a dinheiro, recebimento de clientes,


levantamentos dos bancos, etc.) e credita-se pelas saídas de valores em caixa (pagamentos em
dinheiro, depósitos bancários, etc.).

Todos os recebimentos (cheques, vales postais, etc.) passam por caixa à excepção dos valores
recebidos directamente por bancos.

Folha de caixa

O elevado número de movimentos registados em caixa conduz à necessidade de registos auxiliares ⇒


As folhas de caixa.

Apresentam-se a seguir algumas estruturas possíveis de folhas de caixa:

Folha de Caixa em disposição bilateral

Folha de Caixa em disposição vertical

Folha de Caixa em disposição em escada

Movimentação com sistema de fundo fixo de caixa

A caixa neste caso mantém sempre o mesmo valor, sendo apenas movimentada na data de
constituição/reforço ou anulação/diminuição de um fundo fixo, sempre por contrapartida da conta
12 Depósitos à ordem.

É feito o depósito integral dos recebimentos, não sendo registados em caixa.

É reposto o valor das despesas documentadas, periodicamente ou sempre que solicitado.

Lançamentos correntes relacionados com caixa (sem sistema de fundo fixo)

Transferências de caixa (apenas quando existam várias subcontas de caixa)

11X Caixa A (por exemplo, caixa da sede)

a 11Y Caixa B (por exemplo, caixa da sucursal)

Falhas de caixa imputáveis ao tesoureiro

2382 Com o pessoal

a 11 Caixa
Neste caso, não raras vezes, o tesoureiro é compensado na sua remuneração com o
designado abono para falhas.

A conta 2382 será posteriormente saldada com a reposição dos valores em falta
(normalmente através de um acerto de contas no processamento de salários)

Falhas de caixa não imputáveis ao tesoureiro

6888 Outros não especificados

a 11 Caixa

Pagamentos por caixa (não considerando ainda o IVA)

Gastos/Compras/Contas a pagar (dependendo dos casos)

a 11 Caixa

Recebimentos por caixa (não considerando ainda o IVA)

11 Caixa

a Rendimentos/Vendas/Contas a receber (dependendo dos casos)

Lançamentos correntes relacionados com caixa (com sistema de fundo fixo)

Constituição/reforço de um fundo fixo de caixa

11 Caixa

a 12 Depósitos à ordem

Anulação/diminuição de um fundo fixo de caixa

12 Depósitos à ordem

a 11 Caixa

Reposição do fundo fixo de caixa

Gastos/Compras/Contas a pagar

a 12 Depósitos à ordem
Exercícios

EXERCÍCIO I

A empresa W apresenta em 15 de Novembro de n um saldo de caixa de € 2.752. Durante a 2ª

quinzena de Novembro verificaram-se os seguintes movimentos de caixa:

Dia 16 - Depósito na conta à ordem de cheques registados em caixa € 750

Dia 18 - Pagamento de despesas de reparação de uma viatura de mercadorias € 200 (+ IVA à taxa de
23%)

Dia 19 - Pagamento a um fornecedor para liquidação de facturas em dívida € 458

Dia 20 - Pagamento ao estado das retenções na fonte de impostos sobre rendimentos


realizadas no mês de Outubro € 1.200

Dia 21 - Levantamento em numerário da conta à ordem para reforço de caixa € 500

Dia 23 - Adiantamento a um empregado sobre as remunerações do mês € 250

Dia 25 - Pagamento de gasolina € 123 (inclui IVA não dedutível à taxa de 23%)

Dia 27 - Recebimento de cheque no valor de € 648 de um cliente para liquidação de facturas em


dívida

Dia 29 - Venda a dinheiro de mercadorias € 75 (+ IVA à taxa de 23%)

Dia 30 - Falha de caixa imputável ao tesoureiro € 15

a) Elabore a folha de caixa (em disposição vertical) referente à 2ª quinzena de Novembro.

b) Contabilize no diário o movimento de caixa referente à 2ª quinzena de Novembro reportado a


30/11/n.

EXERCÍCIO II

Na sociedade A, Lda. (que desenvolve uma actividade isenta de IVA) a conta caixa
apresentava em 1 de Fevereiro de n o saldo de € 4.538 correspondente a:

• Notas e moedas € 3.218

• Cheques € 1.320
Durante o mês de Fevereiro verificaram-se os seguintes movimentos de caixa:

Dia 2 - Depósito à ordem da totalidade dos cheques em caixa

Dia 10 - Pagamento de despesas de reparação de uma viatura € 1.750

Dia 12 - Pagamento ao fornecedor HH para liquidação de facturas em dívida € 1.450

Dia 15 - Levantamento em numerário da conta à ordem para reforço de tesouraria € 2.000

Dia 17 - Venda a dinheiro de mercadorias € 1200. Desconto de p. p. concedido de 3%

Dia 18 - Adiantamento a um empregado sobre as remunerações do mês € 200

Dia 21 - Compra a pronto de mercadorias € 550. Desconto de p. p. obtido de 2%

Dia 23 - Pagamento em dinheiro de gasóleo € 70

Dia 25 - Recebimento de cheque no valor de 2.700 do cliente KK para liquidação de factura

Dia 27 - Pagamento de comissões em dívida (já processadas) ao n/ vendedor JJ € 800

Dia 28 - Falha de caixa não imputável ao tesoureiro € 12

a) Elabore a folha de caixa (em disposição vertical) referente ao mês de Fevereiro de n da empresa A,
Lda.

b) Contabilize no diário o movimento de caixa referente ao mês de Fevereiro reportado a 28/02/n.

EXERCÍCIO III

O órgão de gestão da empresa Z deliberou que a secção de pessoal fosse dotada com um fundo fixo
de € 500 com vista ao pagamento de pequenas despesas relacionadas com o pessoal, tendo sido
emitido, em 1/6/n, um cheque naquela importância sobre o banco A e à ordem da pessoa
responsável por tal fundo.

Foi ainda deliberado diminuir o fundo fixo da secção de vendas em € 200, por se considerar o valor
excessivo face ao volume de despesas da secção. O responsável pelo fundo restituiu o valor em
15/06/n, tendo a empresa efectuado imediatamente o seu depósito na conta à ordem do banco A.

Em 30/6/n (data de reposição do fundo), a secção de pessoal apresentou justificativos das seguintes
despesas:

• Refeições do chefe da secção € 125

• Multa por entrega de declaração fora de prazo € 150

• Compra e utilização de selos de correio € 45

A reposição foi feita através de cheque emitido à ordem do responsável do fundo.


a) Proceda ao registo no diário das operações relacionadas com os fundos fixos de caixa.

Depósitos à ordem
Depósitos à ordem

Aqueles em que os depositantes podem exigir, em qualquer momento e sem qualquer aviso prévio,
os valores depositados.

Debitam-se pelos aumentos de valores depositados (depósitos, transferências bancárias de clientes,


empréstimos obtidos, etc.) e creditam-se pelas diminuições de valores depositados (pagamentos em
cheque, transferências bancárias a favor de fornecedores, reembolso de empréstimos, etc.).

No banco a movimentação das contas de depósitos é exactamente ao contrário (porque as contas de


depósitos são passivos na contabilidade do banco), o que significa que:

• Avisos bancários de crédito correspondem a débitos na conta de depósitos na


contabilidade da empresa (aumentos)

• Avisos bancários de débito correspondem a créditos na conta de depósitos na


contabilidade da empresa (diminuições)

Existem dois tipos de datas nos movimentos das contas à ordem:

• Data-movimento: data em que o movimento é efectuado pelo banco

• Data-valor: data a que se reporta a operação, sendo a data relevante para contagem de juros e
de controlo do próprio saldo

As contas expressas em moeda estrangeira devem ser actualizadas com base na taxa de câmbio da
data do balanço (ver parágrafo 27 da NCRF 23).

Reconciliação bancária

Consiste na justificação da diferença existente entre o saldo apresentado pelo banco e o constante
dos registos contabilísticos.

Tal diferença resulta de muitas operações bancárias contabilizadas pelo banco e pela empresa
em momentos diferentes (por exemplo, o pagamento de cheques - na empresa quando são emitidos
e no banco quando são descontados).

Apresenta-se a seguir uma estrutura possível do mapa de reconciliação bancária:

Saldo segundo Extracto Bancário


1 - Movimentos a débito no Banco que ainda não foram contabilizados pela Empresa : (+)

2 - Movimentos a crédito no Banco que ainda não foram contabilizados pela Empresa : (-)

3 - Movimentos a débito na Empresa que ainda não foram contabilizados pelo Banco : (+)

4 - Movimentos a crédito na Empresa que ainda não foram contabilizados pelo Banco : (-)

5 - Saldo do Banco Conciliado (0+1-2+3-4)

Saldo segundo Contabilidade da Empresa

Outros depósitos bancários

Todos os que, considerando o grau de exigibilidade dos valores depositados, n ão possam ser
considerados depósitos à ordem.

Incluem os depósitos com aviso prévio e os depósitos a prazo.

Debita-se pela constituição ou reforço dos depósitos e credita-se pelo resgate, total ou parcial,
desses depósitos.

As contas expressas em moeda estrangeira devem ser actualizadas com base na taxa de câmbio da
data do balanço (ver parágrafo 27 da NCRF 23).

Lançamentos correntes relacionados com depósitos bancários

Constituição/reforço de uma conta à ordem

12 Depósitos à ordem

a 11 Caixa

Levantamento em numerário da conta à ordem

11 Caixa

a 12 Depósitos à ordem

Constituição/reforço de depósito a prazo por transferência da conta à ordem

13 Outros depósitos bancários

a 12 Depósitos à ordem

Juros obtidos de depósitos (juros credores)

12/13 Depósitos à ordem/Outros depósitos bancários (juro líquido)

241 Imposto sobre o rendimento (imposto sobre o rendimento retido pelo banco)
a 7911 De depósitos (juro bruto)

Exercícios

EXERCÍCIO IV

A sociedade K tem uma conta de depósitos à ordem no Banco BQP. Relativamente a esta
conta, constavam dos respectivos extractos, os seguintes saldos (ambos reportados a

30/09/n):

• Empresa € 17.905

• Banco € 13.830

Após da análise realizada verificou-se que:

• Não foi ainda contabilizada pela empresa a transferência bancária relativa a um


adiantamento (monetário) feito pelo cliente A no valor de € 2.460 (IVA incluído à taxa de 23%).

• Não foi ainda apresentado a desconto um cheque da empresa no valor de € 3.240 emitido a
favor do fornecedor B.

• Não foi ainda contabilizada pela empresa a transferência bancária a favor do Sr. C relativa à
renda do armazém no valor de € 4.175 (valor já deduzido da retenção na fonte de imposto sobre o
rendimento à taxa de 16,5%).

• Não consta do extracto bancário (por erro do banco) o depósito efectuado pela
empresa em 30 de Setembro no valor de € 5.600.

a) Efectue a reconciliação dos saldos apresentados.

b) Contabilize no diário as correcções às contas que considere convenientes reportadas a 30/09/n.

Exercício VI

A sociedade S, Lda. tem uma conta de depósitos à ordem no Banco E. Em 31 de Dezembro de n eram
os seguintes os saldos apresentados por cada uma das entidades:
• Empresa € 3.890,32

• Banco € 1.070,22
Após uma análise às contas constatou-se que:

• A empresa ainda não registou os juros do depósito à ordem no valor de € 50. Foi efectuada uma
retenção na fonte de IRC à taxa de 20%.

• Ainda não tinha sido contabilizada pela empresa o reembolso de um empréstimo bancário no
valor de € 2.000.

• Ainda não constava do extracto bancário o cheque n.º 123456 no valor de € 257,98 emitido a favor
do fornecedor M.

• O débito do custo da renovação do cartão de crédito do sócio L, ainda não foi registado
pela empresa. O valor da renovação ascende a € 25.

• Não foi igualmente registado pela empresa o recâmbio de uma letra descontada
anteriormente. O valor nominal do título é de € 500, tendo o banco debitado despesas de devolução
de € 5.

• Não consta do extracto bancário o depósito efectuado pela empresa em 30 de Dezembro de


n no valor de € 588,08. Da consulta aos documentos da empresa concluiu-se que deverá haver erro
do banco.

a) Efectue a reconciliação dos saldos apresentados.

b) Contabilize no diário o recebimento dos juros do depósito à ordem em 31/12/n.

Exercício VII

A empresa X apresentava em 31/12/n (data de encerramento das contas), entre outros os seguintes
saldos:

• 11 Caixa € 3.800

• 12 Depósitos à ordem € 14.200

• 13 Outros depósitos bancários € 30.000

A composição do saldo de caixa é a seguinte:

• Notas e moedas € 1.300

• Cheques € 1.600

• 1.000 USD € 700

• Vale do gerente € 200 (adiantamento por conta de remunerações)

A taxa de câmbio do USD é nesta data de € 0,65/USD


A conta de depósitos à ordem apresenta o seguinte desdobramento:

• 121 Banco A € 9.500

• 122 Banco B € 6.900

• 123 Banco C (€ 2.200)

A conta 13 refere-se a um depósito com o prazo de um ano realizado em 1/03/n com juros (ainda
não contabilizados) à taxa anual de 6% a receber no final do prazo.

a) Registe no diário os lançamentos que achar convenientes.

b) Determine o valor de caixa e depósitos bancários a apresentar no balanço da empresa X em


31/12/n.

c) Registe no diário em 28/02/n+1 a transferência do depósito a prazo para a conta à ordem e o


recebimento dos juros do depósito a prazo, admitindo uma retenção na fonte de imposto sobre o
rendimento de 25%.

1.1.1 Exercício VIII

A empresa Y apresentava em 31/12/n (data de encerramento das contas), entre outros os seguintes
saldos:

• 11 Caixa € 9.450

• 12 Depósitos à ordem € 16.800

• 13 Outros depósitos bancários € 30.000

A composição do saldo de caixa é a seguinte:

• Notas e moedas € 2.100

• Cheques € 3.800

• 2.500 USD € 1.500

• Vales de empregados € 700

• Cheque devolvido pelo banco por falta de provisão € 1.000

• Documentos de despesas particulares do sócio € 300

A taxa de câmbio do USD é nesta data de € 0,65/USD.

Os vales irão ser descontados no subsídio de férias do próximo ano.

O cheque devolvido aguarda acordo com o cliente para pagamento a prestações. Os documentos de
despesas do sócio estão a aguardar pagamento do mesmo.
As falhas de caixa são imputáveis ao tesoureiro e regularizadas no processamento de salários.

A conta de depósitos à ordem apresenta o seguinte desdobramento:

• 121 Banco A € 20.700

• 122 Banco B (€ 3.900)

A conta 13 refere-se a um depósito com o prazo de um ano realizado em 1/03/n com juros à taxa
anual de 6% já recebidos (no início do prazo) e contabilizados como rendimento do exercício n.

a) Registe no diário os lançamentos que achar convenientes.

b) Determine o valor de caixa e depósitos bancários a apresentar no balanço da empresa Y em


31/12/n.

c) Contabilize no diário em 28/02/n+1 a transferência do depósito a prazo para a conta à ordem e a


regularização do diferimento de juros efectuado no ano anterior.

Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA)

Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA)


O IVA é um imposto indirecto com as seguintes características:
• É suportado pelos consumidores finais (imposto sobre o consumo)

• Incide sobre todas as fases do circuito económico (imposto plurifásico)

• Permite a dedução (recuperação) do imposto suportado na aquisição de bens e serviços


(imposto não cumulativo)

• A soma do imposto entregue ao Estado em cada fase do circuito económico é igual

àquela que se cobraria se incidisse de uma só vez na última fase (imposto com pagamentos
fraccionados)

Imposto liquidado, suportado e dedutível

Apesar de ser suportado pelo consumidor final ao adquirir um determinado bem, o IVA vai sendo
cobrado ao longo de todo o circuito económico (através de todas as empresas que directa ou
indirectamente participaram no processo de produção desse bem) nos seguintes termos:

• As empresas recebem IVA dos seus clientes na venda de bens ou na prestação de serviços (IVA
liquidado que as empresas têm de entregar ao Estado)
• As empresas pagam IVA aos seus fornecedores nas aquisi ções de bens e de serviços

(IVA suportado que as empresas têm, em princípio, o direito de receber do Estado)

• As empresas fazem, periodicamente, um encontro de contas (apuramento do IVA),


donde resulta um pagamento ao Estado ou um recebimento do Estado, correspondente à
diferença entre o IVA liquidado e o IVA suportado

O IVA suportado que pode ser subtraído ao IVA liquidado no apuramento diz-se dedutível.

O IVA suportado é, em regra, dedutível. No entanto, o IVA suportado em certo tipo de despesas que
o fisco considera como desviáveis para consumos particulares, não poderá ser deduzido,
nomeadamente:

• Aquisição, locação e reparação de viaturas de turismo (qualquer veículo automóvel que não seja
destinado unicamente ao transporte de mercadorias ou a uma utilização com carácter agrícola,
comercial ou industrial ou que, sendo misto ou de transporte de passageiros, n ão tenha mais de
nove lugares, com inclusão do condutor), excepto se a venda ou exploração destes bens constituir o
objecto de actividade do sujeito passivo

• Na aquisição de combustíveis utilizados em viaturas automóveis, com excepção do gasóleo, caso


em que é dedutível em 50%

• Despesas com deslocações e estadas (despesas de transporte incluindo portagens, alojamento e


alimentação do pessoal ao serviço da empresa)

• Despesas de representação (despesas suportadas com recepções, refeições, viagens,


passeios e espectáculos oferecidos no País ou no estrangeiro a clientes ou fornecedores ou
ainda a quaisquer outras pessoas ou entidades)
• Despesas de divertimento e de luxo (aquelas que, pela sua natureza ou pelo seu montante, n ão
constituam despesas normais de exploração)

O IVA que não é dedutível deverá ser considerado como componente do custo de aquisição do bem
ou serviço. Por exemplo, na aquisição de gasóleo a parte do IVA que não é dedutível (50%), dever-
se-á contabilizar na conta 62 Fornecimentos e serviços externos, juntamente com o valor de
aquisição do gasóleo (metade do IVA suportado é custo para a empresa).

Controlo contabilístico do IVA

O controlo do IVA nas empresas faz-se na contabilidade através da conta 243 Imposto sobre o valor
acrescentado (IVA), sendo as três principais subcontas as seguintes:

• 2433 IVA - Liquidado, onde, principalmente, se contabiliza o IVA mencionado nas facturas (ou
documentos equivalentes) emitidas pela empresa, correspondente às vendas de bens (inventários,
activos fixos tangíveis, etc.) e às prestações de serviços no mercado nacional

• 2432 IVA - Dedutível, onde, principalmente, se contabiliza o IVA mencionado nas facturas (ou
documentos equivalentes) emitidas pelos fornecedores, correspondente

às aquisições de bens (inventários, activos fixos tangíveis, água, etc.) e de serviços

(honorários, transporte de mercadorias, etc.) no mercado nacional

• 2434 IVA - Regularizações, onde, principalmente, se contabiliza o IVA mencionado nas Notas de
Crédito/Notas de Débito emitidas pela empresa ou pelos fornecedores,
correspondentes a alterações do valor tributável de operações anteriores em

consequência de devoluções de mercadorias, descontos e abatimentos, etc.. Tais regularizações são


correcções ao IVA liquidado ou deduzido anteriormente e podem ser:

– A favor do Estado (estas regularizações são obrigatórias)

– A favor do sujeito passivo (estas regularizações são facultativas)

Operações com o exterior

O IVA não afecta apenas as operações realizadas no mercado interno, mas condiciona igualmente as
compras (aquisições intracomunitárias de bens) e as vendas (transmissões intracomunitárias de
bens) dentro da comunidade europeia e as importações e exportações para o mercado externo (não
comunitário).
Nestas operações com o exterior aplica-se o chamado princípio de tributação no país de destino, que
significa o seguinte:

• As vendas para fora da comunidade (exportações) e as vendas para países da


comunidade (transmissões intracomunitárias de bens) estão isentas de IVA em Portugal (não se
liquida IVA nas facturas)

• As importações estão sujeitas a IVA em Portugal (que é pago na alfândega pela empresa
importadora)

• As aquisições intracomunitárias de bens estão sujeitas a IVA em Portugal, mas como não há
alfândega (os controlos alfandegários dentro da comunidade foram abolidos em

1993) o imposto é liquidado pela empresa adquirente. No entanto, importa referir que este IVA tem
também a natureza de imposto suportado por esse adquirente, motivo pelo qual este tem direito à
dedução do imposto liquidado na aquisição. Significa tal

que as empresas quando realizam e contabilizam aquisições intracomunitárias de bens têm de


liquidar e deduzir o IVA, em simultâneo.

Operações excepcionais

Existem algumas operações excepcionais em que as empresas, apesar de não terem realizado
qualquer venda ou prestação de serviços, estão obrigadas a liquidar IVA:

• Autoconsumos e operações gratuitas

– Referem-se à afectação permanente de bens da empresa, a uso próprio do seu titular, do pessoal,
ou em geral a fins alheios à mesma, à transmissão gratuita

de bens, à afectação de bens por um sujeito passivo a um sector de actividade isento e à afectação
ao uso da empresa de bens que não conferem direito a dedução.

– Obrigatória a liquidação de IVA desde que, na sua aquisição tenha havido dedução, total ou
parcial, de imposto.

– Excluem-se as amostras e ofertas de pequeno valor (valor unitário inferior a 50 euros e valor
global inferior a 5 por mil do volume de negócio do ano anterior).

• Aquisição de determinados bens e serviços quando o imposto seja devido pelo


adquirente (o designado reverse charge), como acontece, por exemplo, com os serviços de
construção civil.

• Adiantamentos recebidos, sobre operações sujeitas a IVA.

Apuramento do imposto

O apuramento do IVA pode ser realizado mensal ou trimestralmente, dependendo do volume de


negócios da entidade.
Contabilisticamente consiste na transferência das contas 2432, 2433, 2434 e eventualmente

2437 (caso exista imposto a recuperar do Estado do período anterior, não se tendo realizado o
pedido de reembolso) para a conta 2435 IVA - Apuramento.

Após a transferência, se o saldo da conta 2435 for credor => Transferir para 2436 IVA – A pagar.

A conta 2436 IVA - A pagar será posteriormente saldada quando se proceder ao pagamento ao
Estado do imposto.

Se o saldo da conta 2435 for devedor:

• Transferir para a conta 2437 IVA - A recuperar (se se pretender fazer o reporte do imposto, isto é,
incluir esse imposto no apuramento do próximo período)

• Transferir para 2438 IVA - Reembolsos pedidos (se se pretender o reembolso do imposto)

A conta 2438 IVA - Reembolsos pedidos não participa no apuramento do próximo período e será
saldada quando a empresa receber o valor relativo ao reembolso pedido.

Inventários
A contabilização dos inventários está enquadrada por várias normas do SNC, das quais se destacam
as seguintes:

• NCRF 18 – Inventários

• NCRF 20 – Rédito

Os inventários (existências) são activos:

• Detidos para venda no decurso ordinário da actividade empresarial

– Bens comprados para venda, sem que sejam objecto de qualquer trabalho posterior de natureza
industrial (conta 32 Mercadorias)

– Bens produzidos ou resultantes da produção para venda

- Produtos principais provenientes da actividade produtiva e produtos que, embora reentrem no


fabrico, podem ser objecto de venda (conta 34

Produtos acabados e intermédios)

- Produtos de valor relativamente pequeno produzidos simultaneamente com os produtos principais


e que exigem muitas vezes gastos adicionais

para serem vendidos e restos resultantes da preparação das matérias-

primas ou do próprio processo de fabrico (conta 35 Subprodutos, desperdícios, resíduos e


refugos).

• No processo de produção para venda

– Bens em processo de fabrico que ainda não estão em condições de ser vendidos e, no caso
de prestadores de serviços, os trabalhos em curso que
ainda não foram reconhecidos como rendimentos (conta 36 Produtos e trabalhos em curso)

• Na forma de materiais ou consumíveis a serem aplicados no processo de produção ou

na prestação de serviços

– Bens que se destinam a ser incorporados nos produtos finais, bens que, embora
indispensáveis à produção, não são incorporados no produto final e
bens envolventes, recipientes ou produtos necessários ao seu acondicionamento e transacção
(conta 33 Matérias primas, subsidiárias e de

consumo).

Compras de inventários

As compras de inventários são registadas na conta 31 Compras (311 Mercadorias e/ou 312

Matérias-primas, subsidiárias e de consumo).


Trata-se de uma conta transitória (subsidiária das contas 32 e 33) que não aparece
explicitamente no balanço nem na demonstração de resultados.

A movimentação da conta 31 Compras é a seguinte:

• Debita-se

– Pelo custo de compra => preço de compra, direitos de importação e outros impostos, que não
sejam subsequentemente recuperáveis das entidades fiscais (o IVA, regra geral, não acresce ao custo
de compra), e custo de transporte,

manuseamento e outros custos directamente atribuíveis à aquisição (ver parágrafo 11 da NCRF


18)

• Credita-se

– Pelas devoluções (através da subconta 317)

– Pelos descontos e abatimentos comerciais (através da subconta 318)

– Pela entrada dos bens em armazém (SIP) e pelo apuramento do CMVMC (SII)

A contabilização das operações relacionadas com inventários depende do sistema de


inventário utilizado nas empresas.

Sistemas de inventários
Existem dois sistemas de contabilização dos inventários:

• Sistema de inventário intermitente ou periódico

• Sistema de inventário permanente

Sistema de Inventário Intermitente (SII)

No SII não existe contabilização das entradas e das saídas de armazém no decurso do período.

O valor das existências é determinado pela inventariação física, no final do período

O custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas é apurado com base nos inventários
inicial e final e nas compras efectuadas e ainda nas regularizações de inventários (variações não
relacionadas com compras, vendas ou consumos).

Sistema de Inventário Permanente (SIP)


Nos termos do artigo 12.º do DL n.º 158/2009 de 13 de Julho, as entidades a que seja aplicável o SNC
ou as normas internacionais de contabilidade adoptadas pela UE ficam obrigadas a adoptar o SIP na
contabilização dos inventários.

Esta obrigação não se aplica às entidades nele referidas que não ultrapassem, durante dois
exercícios consecutivos, dois dos três limites indicados no n.º 2 do artigo 262.º do Código das
Sociedades Comerciais (CSC), deixando essa dispensa de produzir efeitos no exercício seguinte ao
termo daquele período.

Os limites indicados no n.º 2 do artigo 262.º do CSC são:

• Total do balanço: € 1.500.000

• Total das vendas líquidas e outros proveitos: € 30. 00.000

• Número de trabalhadores empregados em média durante o exercício: 50

Cessa tal obrigação sempre que as entidades nele referidas deixem de ultrapassar, durante dois
exercícios consecutivos, dois dos três limites referidos no n.º 2 do artigo 262.º do Código das
Sociedades Comerciais, produzindo esta cessação efeitos a partir do exercício seguinte ao termo
daquele período.

Há ainda outras entidades que poderão ficar dispensadas da obrigação de adoptar o SIP (ver n.º 4, 5,
6 e 7 do artigo 12.º do DL n.º 158/2009 de 13 de Julho.

O SIP obriga à contabilização sistemática das entradas (compras, produção, devoluções de clientes,
sobras) e das saídas de armazém (vendas, consumos, devoluções a fornecedores, quebras, sinistros,
ofertas, afectação ao imobilizado) para que:

• A conta de inventário reflicta a todo o momento, o valor das existências em armazém

• Seja apurado, no decorrer do período, o custo dos bens vendidos e consumidos

Ficha de armazém

Neste sistema existe a necessidade de utilizar mapas auxiliares de controlo de quantidades e valores
dos bens em armazém => Ficha de armazém.
Fórmulas de custeio

Lançamentos correntes relacionados com compras de inventários

Compras a pronto (com IVA dedutível)

311/312 Mercadorias/Matérias-primas, subsidiárias e de consumo

2432 IVA - Dedutível

a 11/12 Caixa/Depósitos à ordem

Compras a crédito (com IVA dedutível)

311/312 Mercadorias/Matérias-primas, subsidiárias e de consumo

2432 IVA - Dedutível

a 221 Fornecedores c/c

P/ compra (com base na factura)

221 Fornecedores c/c

a 11/12 Caixa/Depósitos à ordem

P/ pagamento ao fornecedor (posteriormente com base no recibo)

Compras a pronto ou a crédito (com IVA não dedutível)

311/312 Mercadorias/Matérias-primas, subsidiárias e de consumo

a 11/12/221 Caixa/Depósitos à ordem/Fornecedores c/c

P/ compra (com IVA incluído)


A relevação contabilística das compras deve ser efectuada, desde que os bens tenham sido
entregues, independentemente da recepção da factura. Havendo um desfasamento significativo
entre a recepção dos bens e a recepção da factura, teríamos:

311/312 Mercadorias/Matérias-primas, subsidiárias e de consumo

a 225 Facturas em recepção e conferência

P/ recepção dos bens (com base na GR)

225 Facturas em recepção e conferência

2432 IVA - Dedutível

a 221 Fornecedores c/c

P/ recepção da factura (considerando o IVA dedutível)

Todos os lançamentos anteriores não dizem respeito apenas às compras propriamente ditas
(factura/VD do fornecedor dos inventários), mas também a todas as despesas relacionadas com
essas compras (por exemplo, factura/VD relativa ao transporte dos bens quando este for assumido
pelo comprador).

Em qualquer dos casos, no SIP, devemos ainda relevar a entrada dos bens no armazém.

321/331/332/333/334 Armazém (a criar)/Matérias-primas/(…)

a 311/312 Mercadorias/Matérias-primas, subsidiárias e de consumo

P/ entrada dos bens em armazém (apenas no SIP)

Por vezes verifica-se que existem compras facturadas sem que os respectivos bens tenham dado
entrada em armazém (por exemplo, nas importações de bens). Neste caso, no SIP, o registo anterior
dever-se-ia fazer através de uma subconta de mercadorias em trânsito/matérias em trânsito.

325/335 Mercadorias em trânsito/Matérias em trânsito

a 311/312 Mercadorias/Matérias-primas, subsidiárias e de consumo

P/ mercadorias/matérias em trânsito (apenas no SIP)

321/331/332/333/334 Armazém/Matérias-primas/(…)
a 325/335 Mercadorias em trânsito/Matérias em trânsito

P/ posterior entrada em armazém (apenas no SIP)

Devoluções de compras
Devoluções de compras (considerando a regularização de IVA)

221 Fornecedores c/c

a 2434 IVA - Regularizações

a 317 Devoluções de Compras

Embora não seja obrigatória, considerou-se a regularização do IVA por ser habitual fazer-se em
termos práticos.

317 Devoluções de compras

a 321/331/332/333/334 Armazém/Matérias-primas/(…)

P/ saída dos bens do armazém (apenas no SIP)

Descontos e abatimentos em compras


Devemos considerar dois tipos de descontos:

• Financeiros

– Todos os que dependem do momento do pagamento, por exemplo, descontos de pronto


pagamento ou descontos por antecipação de pagamento

– Não devem afectar o custo dos inventários (ver parágrafo 11 da NCRF 18)

– São contabilizados na conta 782 Descontos de pronto pagamento obtidos,


independentemente de serem incluídos ou não na VD)

• Comerciais

– Os que não dependem do momento do pagamento, por exemplo, descontos de quantidade ou


descontos de revenda

– Devem ser deduzidos no custo dos inventários (ver parágrafo 11 da NCRF 18)

– São deduzidos ao valor ilíquido da compra (neste caso a compra é registada pelo valor líquido)
quando estão incluídos na factura ou VD ou contabilizados a
crédito da conta 31 Compras (através da subconta 318 Descontos e

abatimentos em compras) quando não estão incluídos na factura ou VD (são emitidas notas de
crédito que corrigem o valor das facturas ou VD anteriores).

311/312 Mercadorias/Matérias-primas, subsidiárias e de consumo

2432 IVA - Dedutível


a 11/12/221 Caixa/Depósitos à ordem/Fornecedores c/c

P/ compra com desconto comercial incluído na factura/VD

321/331/332/333/334 Armazém (a criar)/Matérias-primas/(…)

a 311/312 Mercadorias/Matérias-primas, subsidiárias e de consumo

P/ entrada dos bens em armazém (apenas no SIP) pelo custo líquido de compra

221 Fornecedores c/c

a 2434 IVA - Regularizações

a 318 Descontos e abatimentos em compras

P/ desconto comercial não incluído na factura (nota de crédito)

Embora não seja obrigatória, considerou-se a regularização do IVA por ser habitual fazer-se em
termos práticos.

318 Descontos e abatimentos em compras

a 321/331/332/333/334 Armazém/Matérias-primas/(…)

P/ correcção do valor de compra dos bens em armazém (apenas no SIP)

311/312 Mercadorias/Matérias-primas, subsidiárias e de consumo

2432 IVA - Dedutível

a 11/12/221 Caixa/Depósitos à ordem/Fornecedores c/c

a 782 Descontos pronto pagamento obtidos

P/ compra com desconto financeiro incluído na VD

321/331/332/333/334 Armazém (a criar)/Matérias-primas/(…)

a 311/312 Mercadorias/Matérias-primas, subsidiárias e de consumo

P/ entrada dos bens em armazém (apenas no SIP) pelo custo ilíquido de compra

221 Fornecedores c/c

a 782 Descontos pronto pagamento obtidos


P/ desconto financeiro não incluído na VD (recibo)

Neste caso, optou-se por não fazer a regularização do IVA (não é obrigatória), por não ser habitual
fazer-se em termos práticos.

Adiantamentos a fornecedores
Podemos considerar dois tipos de adiantamentos:

• Com preço fixado (não monetários)

– A contabilizar na conta 39 Adiantamentos por conta de compras

• Com preço não fixado (monetários)

– A contabilizar na conta 228 Adiantamentos a fornecedores

228/39 Adiantamentos a Fornecedores/Adiantamentos por conta de compras

2432 IVA - Dedutível (se for caso disso)

a 12 Depósitos à ordem

P/ adiantamento monetário/não monetário (com IVA incluído)

Quando a compra se efectuar devemos regularizar o adiantamento.

311/312 Mercadorias/Matérias-primas, subsidiárias e de consumo

2432 IVA - Dedutível

a 221 Fornecedores c/c

P/ compra

321/331/332/333/334 Armazém (a criar)/Matérias-primas/(…)

a 311/312 Mercadorias/Matérias-primas, subsidiárias e de consumo

P/ entrada dos bens em armazém (apenas no SIP)

221 Fornecedores c/c

a 228/39 Adiantamentos a Fornecedores/Adiantamentos por conta de compras a 2434 IVA -


Regularizações (se for caso disso)

P/ regularização do adiantamento (considerando a consequente regularização de IVA)

221 Fornecedores c/c


a 11/12 Caixa/Depósitos à ordem

P/ pagamento ao fornecedor do remanescente (se for caso disso)

Envio de bens à consignação


Quando o proprietário dos bens (comitente) os envia para um terceiro (consignatário) para que este
promova a sua venda, em troca de uma remuneração (comissão a registar na contabilidade do
comitente na conta 6225 Comissões).

Apesar de fisicamente não se encontrarem no seu armazém, os bens são propriedade do comitente.

No SIP o envio de bens à consignação implica o registo da saída dos bens do armazém.

326/346 Mercadorias em poder de terceiros/Produtos em poder de terceiros

a 321/341 Armazém/Armazém (a criar)

P/ envio de bens à consignação (apenas no SIP)

321/341 Armazém/Armazém (a criar)

a 326/346 Mercadorias em poder de terceiros/Produtos em poder de terceiros

P/ devolução pelo consignatário dos bens não vendidos (apenas no SIP)

Consumos de matérias-primas, subsidiárias e de consumo


No SIP temos de contabilizar todas as saídas de armazém de matérias em consequência dos
consumos por parte da produção.

612 Matérias-primas, subsidiárias e de consumo

a 33 Matérias-primas, subsidiárias e de consumo

P/ consumo de matérias (apenas no SIP)

Variações nos inventários da produção


Os inventários da produção são os bens produzidos ou resultantes da produção para venda

(contas 34 e conta 35) e os bens em processo de fabrico e /ou os trabalhos em curso (conta 36).

No SIP temos que registar ao longo do exercício as alterações que vão ocorrendo nos inventários da
produção para que estes reflictam a todo o momento o respectivo valor dos bens.
34 Produtos acabados e intermédios

35 Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos

36 Produtos e trabalhos em curso

a 731 Produtos acabados e intermédios

a 732 Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos.

a 733 Produtos e trabalhos em curso

P/ aumentos do valor dos inventários da produção (apenas no SIP)

Estes aumentos resultam de consumos (produtos e trabalhos em curso) e entradas em armazém


(subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos e produtos acabados e intermédios)

731 Produtos acabados e intermédios

733 Produtos e trabalhos em curso

a 34 Produtos acabados e intermédios

a 36 Produtos e trabalhos em curso

P/ diminuições do valor dos inventários da produção (apenas no SIP)

Estas diminuições resultam de saídas para armazém de produtos acabados (produtos e trabalhos
em curso) e saídas de produtos intermédios pela reentrada no processo de fabrico (Produtos
acabados e intermédios).

As saídas em consequência de vendas de subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos e de


produtos acabados e intermédios serão tratadas adiante quando se enquadrarem as vendas de
inventários.

Reclassificação e regularização de inventários


Destinam-se ao registo de quaisquer variações verificadas nas existências que não sejam derivadas
de compras, vendas ou consumos:

• Saídas por ofertas (conta 6884)


• Quebras e sobras (contas 6842 e 7842)

• Sinistros (contas 6841 e 7841)

6884 Ofertas e amostras de inventários


a 382/3/4/5/6 Reclassificação e regularização de inventários

P/ oferta de inventários (sem liquidação de IVA)

6884 Ofertas e amostras de inventários a 2433 IVA - Liquidado

a 382/3/4/5/6 Reclassificação e regularização de inventários

P/ oferta de inventários (com liquidação de IVA)

6842 Quebras

a 382/3/4/5/6 Reclassificação e regularização de inventários

P/ quebra de inventários

6841 Sinistros

a 382/3/4/5/6 Reclassificação e regularização de inventários

P/ sinistro relacionados com inventários (sem seguro)

6841/7841 Sinistros

a 382/3/4/5/6 Reclassificação e regularização de inventários

P/ sinistro relacionado com inventários (com seguro)

Neste caso temos ainda que registar o recebimento/processame nto da indemnização da seguradora.

11/12/278 Caixa/Depósitos à ordem/Outros devedores e credores

a 6841/7841 Sinistros

P/ valor da indemnização da seguradora

382/3/4/5/6 Reclassificação e regularização de inventários

a 32/33/34/35/36 Mercadorias/(…)

P/ saída de bens do armazém/correcção negativa do valor dos bens em armazém (apenas no SIP)

382/3/4/5/6 Reclassificação e regularização de inventários


a 7842 Sobras

P/ sobra de inventários

32/33/34/35/36 Mercadorias/(…)

a 382/3/4/5/6 Reclassificação e regularização de inventários

P/ correcção positiva do valor dos bens em armazém (apenas no SIP)

Vendas e Prestações de Serviços

As vendas são registadas na conta 71 Vendas.

A movimentação da conta 71 Vendas é a seguinte:

• A débito

– Pelas devoluções (através da conta 717)

– Pelos descontos e abatimentos comerciais (através da conta 718)

– Pela transferência para efeitos de apuramento do resultado líquido do período

• A crédito
– Pelo valor do rédito proveniente da venda de bens (justo valor da retribuição recebida ou a
receber - ver parágrafo 9 da NCRF 20)

As prestações de serviços são registadas na conta 72 Prestações de serviços. A movimentação da


conta 72 Prestações de serviços é a seguinte:

• A débito

– Pelos descontos e abatimentos comerciais (conta 728)

– Pela transferência para efeitos de apuramento do resultado líquido do período

• A crédito

– Pelo valor do rédito proveniente da prestação de serviços (justo valor da retribuição


recebida ou a receber - ver parágrafo 9 da NCRF 20)

As prestações de serviços realizadas por empresas individuais estão, regra geral, sujeitas a retenção
na fonte de imposto sobre o rendimento quando os adquirentes disponham ou devam dispor de
contabilidade organizada. Tal retenção é efectuada no momento do pagamento ou da colocação à
disposição dos rendimentos.

Lançamentos relacionados com vendas e prestações de serviços


Vendas/prestações de serviços (não sujeitas a retenção na fonte) a pronto (sujeitas a IVA)

11/12 Caixa/Depósitos à ordem

a 71/72 Vendas/Prestações de serviços (subconta adequada)

a 2433 IVA - Liquidado

P/ VD ou recibo verde (nos casos de serviços prestados por profissionais liberais)

Vendas/prestações de serviços (não sujeitas a retenção na fonte) a crédito (sujeitas a IVA)

211 Clientes c/c

a 71/72 Vendas/Prestações de serviços (subconta adequada)

a 2433 IVA - Liquidado

P/ factura

11/12 Caixa/Depósitos à ordem

a 211 Clientes c/c

P/ recebimento do cliente (posteriormente com base no recibo)


Venda/prestações de serviços (não sujeitas a retenção na fonte) a pronto ou a crédito (não sujeita a
IVA/isenta de IVA)

11/12/211 Caixa/Depósitos à ordem/Clientes c/c

a 71/72 Vendas/Prestações de serviços (subconta adequada)

P/ VD, factura ou recibo verde (nos casos de serviços prestados por profissionais liberais)

Existem circunstâncias em que se permite que certos sujeitos passivos não descriminem o IVA nos
talões de venda/prestação de serviços e registem as operações pelo valor total com o IVA incluído.
Neste caso, teríamos:

11/12 Caixa/Depósitos à ordem

a 71/72 Vendas/Prestações de serviços (subconta adequada)

P/ venda com IVA incluído

716/726 IVA das vendas com imposto incluído/IVA dos serviços com imposto incluído

a 2433 IVA - Liquidado

P/ transferência do IVA liquidado (mensal ou trimestralmente)

No SIP em consequência de vendas temos ainda de contabilizar a saída dos inventários do armazém
pelo custo respectivo.

611 Custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas – Mercadorias

a 321 Armazém (*)

P/ saída de mercadorias do armazém/custo das mercadorias vendidas (apenas no SIP)

731 Produtos acabados e intermédios

a 341 Armazém (*)

P/ saída de produtos acabados e intermédios do armazém/custo dos produtos acabados e


intermédios vendidos (apenas no SIP)

732 Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos

a 351/352 Subprodutos/Desperdícios, resíduos e refugos (*)


P/ saída de subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos do armazém/custo dos
subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos vendidos (apenas no SIP)

(*) Caso os bens estejam em poder de terceiros (por exemplo, bens à consignação) a
contrapartida é a subconta 326/346/356 Mercadorias em poder de terceiros/(…)

No caso das prestações de serviços estarem sujeitas a retenção na fonte teríamos:

Prestações de serviços a pronto (sujeitas a IVA)

11/12 Caixa/Depósitos à ordem

241 Imposto sobre o rendimento

a 721/722/725 Prestações de serviços

a 2433 IVA - Liquidado

P/ VD ou recibo verde (no caso do serviço ser prestado por profissionais liberais)

Prestações de serviços a crédito (sujeitas a IVA)

211 Clientes c/c

a 721/722/725 Prestações de serviços

a 2433 IVA - Liquidado

P/ factura

11/12 Caixa/Depósitos à ordem

241 Imposto sobre o rendimento

a 211 Clientes c/c

P/ recebimento do cliente (posteriormente com base no recibo)

Prestações de serviços a pronto (não sujeita a IVA/isenta de IVA)

11/12 Caixa/Depósitos à ordem

241 Imposto sobre o rendimento

a 721/722/725 Prestações de serviços

P/ VD ou recibo verde (no caso do serviço ser prestado por profissionais liberais)

Prestações de serviços a crédito (não sujeita a IVA/isenta de IVA)


211 Clientes c/c

a 721/722/725 Prestações de serviços

P/ factura

11/12 Caixa/Depósitos à ordem

241 Imposto sobre o rendimento

a 211 Clientes c/c

P/ recebimento do cliente (posteriormente com base no recibo)

Devoluções de vendas de inventários (considerando a regularização de IVA)

717 Devoluções de vendas

2434 IVA Regularizações

a 211 Clientes c/c

321 Armazém

a 611 Custo das mercadorias vendidas e das matérias consumidas - Mercadorias

P/ reentrada de mercadorias em armazém/custo das mercadorias devolvidas (apenas no SIP)

341 Armazém

a 731 Produtos acabados e intermédios

P/ reentrada de produtos acabados e intermédios em armazém/custo dos produtos


acabados e intermédios devolvidos (apenas no SIP)

351/352 Subprodutos/Desperdícios, resíduos e refugos

a 732 Subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos

P/ reentrada de subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos em armazém/custo dos


subprodutos, desperdícios, resíduos e refugos devolvidos (apenas no SIP)

Descontos e abatimentos em vendas e prestações de serviços


Tal como nas compras, devemos considerar dois tipos de descontos:

• Financeiros -São contabilizados na conta 682 Descontos de pronto pagamento concedidos,


independentemente de serem incluídos ou não na VD)
• Comerciais - São deduzidos ao valor ilíquido da venda/serviço (neste caso a operação é
registada pelo valor líquido) quando estão incluídos na factura ou VD ou contabilizados a
débito da conta 71 Vendas/72 Prestações de serviços (através

da subconta 718 Descontos e abatimentos em vendas/728 Descontos e abatimentos) quando n ão


estão incluídos na factura ou VD (são emitidas notas de crédito que corrigem o valor das facturas ou
VD anteriores).

11/12/211 Caixa/Depósitos à ordem/Clientes c/c

a 71/72 Vendas/prestações de serviços (subconta adequada)

a 2433 IVA - Liquidado

P/ venda/prestação de serviços (sem retenção na fonte) com desconto comercial incluído na


factura/VD

718/728 Descontos e abatimentos em vendas/Descontos e abatimentos


2434 IVA – Regularizações

a 211 Clientes c/c

P/ desconto comercial não incluído na factura/VD (nota de crédito)

Embora não seja obrigatória, considerou-se a regularização do IVA por ser habitual fazer-se em
termos práticos.

11/12/211 Caixa/Depósitos à ordem/Clientes c/c

682 Descontos de pronto pagamento concedidos

a 71/72 Vendas/Prestações de serviços

a 2433 IVA – Liquidado

P/ venda/prestação de serviços (sem retenção na fonte) com desconto financeiro incluído na VD

682 Descontos de pronto pagamento concedidos

a 211 Clientes c/c

P/ desconto financeiro não incluído na VD (recibo)

Neste caso, optou-se por não fazer a regularização do IVA (não é obrigatória) por não ser habitual
fazer-se em termos práticos.

Adiantamentos de clientes
• Com preço fixado (não monetários)

– A contabilizar na conta 276 Adiantamentos por conta de vendas

• Com preço não fixado (monetários)

– A contabilizar na conta 218 Adiantamentos de clientes

11/12 Caixa/Depósitos à ordem

a 218/276 Adiantamentos de clientes/Adiantamentos por conta de vendas

a 2433 IVA - Liquidado

P/ adiantamento

Quando a venda se efectuar devemos regularizar o adiantamento.

211 Clientes c/c

a 71/72 Vendas/Prestações de serviços a 2433 IVA - Liquidado

P/ Venda/prestação de serviços

Tal como vimos anteriormente, no SIP em consequência de vendas temos ainda de


contabilizar a saída dos inventários do armazém pelo custo respectivo.

218/276 Adiantamentos de clientes/Adiantamentos por conta de vendas

2434 IVA – Regularizações

a 211 Clientes c/c

P/ regularização do adiantamento

11/12 Caixa/Depósitos à ordem

a 211 Clientes c/c

P/ recebimento do cliente do remanescente (se for caso disso)


Aquisições de bens consumíveis e de serviços

Os bens consumíveis são aqueles bens de consumo considerados pela maior parte das empresas
como não armazenáveis.

São contabilizados directamente em contas de gastos, normalmente subcontas das contas

623 Materiais e 624 Energia e fluidos (ambas subcontas da conta 62 Fornecimentos e serviços
externos), nomeadamente:

• 6231 Ferramentas e utensílios de desgaste rápido

• 6232 Livros e documentação técnica

• 6233 Material de escritório

• 6234 Artigos para oferta

• 6241 Electricidade

• 6242 Combustíveis

• 6243 Água

Podem existir outros materiais que pela sua natureza devem integrar as contas relativas a serviços
(por exemplo, peças de reparação na conta 6226 Conservação e reparação, material de limpeza na
conta 6267 Limpeza, higiene e conforto, etc.).
Os serviços são igualmente contabilizados em contas de gastos (exceptuam-se aqueles que foram
incluídos no custo de compra dos inventários), conta 621 subcontratos ou subcontas das contas 622
Serviços especializados, 625 Deslocações, estadas e transportes e 626

Serviços diversos (todas subcontas da conta 62 Fornecimentos e serviços externos),

nomeadamente:

• 6221 Trabalhos especializados

• 6222 Publicidade e propaganda

• 6223 Vigilância e segurança

• 6224 Honorários

• 6225 Comissões

• 6226 Conservação e reparação

• 6251 Deslocações e estadas

• 6252 Transportes de pessoal


• 6253 Transportes de mercadorias

• 6261 Rendas e alugueres

• 6262 Comunicação

• 6263 Seguros

• 6264 Royalties

• 6265 Contencioso e notariado

• 6266 Despesas de representação

• 6267 Limpeza, higiene e conforto

As correcções às facturas relacionadas com aquisições de bens consumíveis e serviços (devoluções


de bens, descontos e abatimentos comerciais em bens ou servi ços, etc.) são contabilizadas
directamente (a débito ou a crédito) nas respectivas contas de gastos.

Os descontos financeiros obtidos são contabilizados na conta 782 Descontos de pronto pagamento
obtidos.

Aquisições de bens consumíveis a pronto (com IVA dedutível)

62X Fornecimentos e serviços externos

2432 IVA – Dedutível

a 11/12 Caixa/Depósitos à ordem


Aquisições de bens consumíveis a crédito (com IVA dedutível)

62X Fornecimentos e serviços externos

2432 IVA - Dedutível

a 221 Fornecedores c/c

P/ factura

221 Fornecedores c/c

a 11/12 Caixa/Depósitos à ordem

P/ pagamento ao fornecedor (posteriormente com base no recibo)

Aquisições de bens consumíveis a pronto ou a crédito (com IVA não dedutível)

62X Fornecimentos e serviços externos

a 11/12/221 Caixa/Depósitos à ordem/Fornecedores c/c

Não sujeitos a retenção na fonte


Aquisições de serviços a pronto (com IVA dedutível)

62X Fornecimentos e serviços externos

2432 IVA - Dedutível

a 11/12 Caixa/Depósitos à ordem

P/ VD ou recibo verde (no caso do serviço ser prestado por profissionais liberais)

Aquisições de serviços a crédito (com IVA dedutível)

62X Fornecimentos e serviços externos

2432 IVA - Dedutível

a 221 Fornecedores c/c

P/ factura

221 Fornecedores c/c


a 11/12 Caixa/Depósitos à ordem

P/ pagamento ao fornecedor (posteriormente com base no recibo)


Aquisições de serviços a pronto ou a crédito (com IVA não dedutível)

62X Fornecimentos e serviços externos

a 11/12/221 Caixa/Depósitos à ordem/Fornecedores c/c

P/ VD, factura ou recibo verde (no caso do serviço ser prestado por profissionais liberais)

Sujeitos a retenção na fonte


Aquisições de serviços a pronto (com IVA dedutível)

62X Fornecimentos e serviços externos

2432 IVA - Dedutível

a 11/12 Caixa/Depósitos à ordem

a 242 Retenção de impostos sobre rendimentos

P/ VD ou recibo verde (no caso do serviço ser prestado por profissionais liberais)

Aquisições de serviços a crédito (com IVA dedutível)

62X Fornecimentos e serviços externos

2432 IVA - Dedutível

a 221 Fornecedores c/c

P/ factura

221 Fornecedores c/c

a 11/12 Caixa/Depósitos à ordem

a 242 Retenção de impostos sobre rendimentos

P/ pagamento ao fornecedor (posteriormente com base no recibo)

Aquisições de serviços a pronto (com IVA não dedutível)

62X Fornecimentos e serviços externos

a 11/12 Caixa/Depósitos à ordem

a 242 Retenção de impostos sobre rendimentos

P/ VD ou recibo verde (no caso do serviço ser prestado por profissionais liberais)

Aquisições de serviços a crédito (com IVA não dedutível)


62X Fornecimentos e serviços externos

a 221 Fornecedores c/c

P/ factura

221 Fornecedores c/c

a 11/12 Caixa/Depósitos à ordem

a 242 Retenção de impostos sobre rendimentos

P/ pagamento ao fornecedor (posteriormente com base no recibo)

Exercícios

Exercício IX

A empresa A comercializa, entre outras, a mercadoria W. Em 30 de Novembro de n existiam


em armazém 8.000 unidades da mercadoria W adquiridas a € 18. Durante o mês de
Dezembro de n registou-se os seguintes movimentos relativamente àquela mercadoria:

Dia 4 - Compra a B (V/ factura n.º 3550/12) de 16.000 unidades ao preço de € 20 (+ IVA à taxa de
20%), relativamente às quais foi concedido um desconto comercial (incluído na factura) de 10%+5%.
Esta compra originou despesas de transporte no valor de € 26.400 (+ IVA à taxa normal), pagas
através de cheque sobre o Banco H.

Dia 9 - Oferta de 1.000 unidades ao cliente G (+ IVA liquidado à taxa de 20%).


Dia 11 - Venda a G (n/ factura n.º 7895) de 8.000 unidades ao preço de € 25 (+ IVA liquidado à taxa
de 20%).

Dia 14 - Nota de crédito n.º 99 de B relativa à devolução de 5.000 unidades adquiridas no dia 4 (com
regularização de IVA à taxa de 20%).

Dia 18 - Um acidente no armazém originou a destruição de 3.000 unidades, existindo já a


confirmação da seguradora de que irá pagar a indemnização de € 60.000.

Dia 22 - N/ nota de crédito n.º 137 relativa à devolução de 3.000 unidades vendidas no dia 11 (com
regularização de IVA à taxa de 20%).

Dia 26 - Envio à consignação de 2.000 unidades ao cliente O.

Dia 30 - Factura n.º 3670/12 da empresa B relativa à compra de 18.000 unidades ao preço de € 20 (+
IVA à taxa de 20%), na qual foi obtido um bónus de 2.000 unidades. A pedido da n/ empresa as
20.000 unidades apenas serão entregues em 3/1/n+1.

Dia 31 - A inventariação física efectuada nesta data revelou a existência de 7.800 unidades.

Admitindo que a empresa A adopta o SIP e utiliza como fórmula de custeio o CMP:

a) Elabore a ficha de armazém da mercadoria W.

b) Contabilize as operações no diário da empresa A.

Exercício X

A empresa A comercializa a mercadoria Z. No dia 1 de Outubro de n existiam em armazém 100


unidades da mercadoria Z adquiridas ao preço unitário de € 40. Durante o mês de Outubro de n
ocorreram as seguintes operações relacionadas com a mercadoria Z:

Dia 3 - Compra a prazo à empresa B, Lda. de 150 unidades ao preço unitário de € 43,75 + IVA à taxa
de 23% (V/ factura), tendo obtido ainda um desconto comercial de 4%.

Dia 6 - Oferta de 20 unidades ao cliente C, Lda., tendo a empresa liquidado IVA à taxa de 23%.
Dia 10 - Venda a pronto de pagamento de 180 unidades ao cliente D, Lda. ao pre ço unitário de € 50
+ IVA à taxa de 23%, tendo concedido um desconto financeiro de 5% (N/ factura/recibo).

Dia 13 - Compra a prazo à empresa E, Lda. de 400 unidades ao preço unitário de € 41,50 + IVA à taxa
de 23% (V/ factura). O transporte foi assegurado pela transportadora F, Lda. (V/ factura/recibo no
valor de € 738, IVA incluído à taxa de 23%).

Dia 15 - Devolução de 25 unidades adquiridas no dia 13 ao fornecedor E, Lda. (V/ nota de crédito
com regularização de IVA à taxa de 23%).

Dia 16 - Venda a crédito de 350 unidades ao cliente G, Lda. ao preço unitário de € 49 + IVA à taxa de
23% (N/ factura).

Dia 17 - Devolução de 15 unidades vendidas no dia 16 ao cliente G, Lda. (N/ nota de crédito com
regularização de IVA à taxa de 23%).

Dia 30 - Um acidente no armazém destruiu 10 unidades, existindo já a confirmação da seguradora


de que irá pagar a indemnização de € 300.

Admitindo que a empresa A adopta o SIP e utiliza a fórmula de custeio FIFO:

a) Elabore a ficha de armazém da mercadoria Z relativa ao mês de Outubro de n.

b) Registe no diário as operações atrás mencionadas.

1.1.1 Exercício XI

A empresa W comercializa, entre outras, a mercadoria AA. Em 1/3/n existiam em armazém

200 unidades adquiridas ao preço unitário de € 1,05. Durante o mês de Março registaram-se as
seguintes operações (todas sujeitas a IVA à taxa de 20%) relativas à mercadoria AA:

Dia 2 - Factura da empresa JJ relativa à aquisição de 2.000 unidades a € 1,25.

Dia 4 - Nota de crédito de JJ no valor de € 100 real tiva a desconto comercial que, por lapso, não foi
incluído na factura anterior.

Dia 5 - Devolução a JJ de 200 unidades.


Dia 13 - Venda a pronto de 600 unidades à empresa YY ao valor unitário € 3,75, tendo ainda
concedido um desconto de p.p. de 2%

Dia 15 - V. D. da empresa ZZ referente a 700 unidades ao preço unitário de € 1,30, tendo ainda
beneficiado de um desconto de p.p. de 3%.

Dia 20 - Venda a crédito de 1.500 unidades à empresa HH ao preço unitário de € 4

Dia 21 - Envio de nota de crédito a HH relativa a desconto comercial de 5% que, por lapso, não foi
incluído na factura anterior.

Dia 23 - Devolução de 200 unidades por parte do cliente HH.

Dia 24 - Oferta de 50 unidades ao cliente KK.

Admitindo que a empresa W adopta o SIP e utiliza como fórmula de custeio o FIFO:

a) Elabore a ficha da mercadoria AA e determine o custo da mercadoria AA vendida durante o m ês


de Março de n.

b) Contabilize as operações no diário da empresa W.

Exercício XIII

As empresas A (grossista) e B (retalhista) comercializam a mercadoria X. São ambas sujeitos passivos


de IVA no regime geral mensal. Durante o mês de Abril de n ocorreram as seguintes operações entre
as duas empresas:

Dia 2/04/n - Adiantamento (através de cheque) com preço fixado da empresa B à empresa A no
valor de € 36.000 (IVA incluído à taxa de 20%),por conta do próximo fornecimento de mercadoria X.

Dia 14/04/n - Venda a crédito da empresa A à empresa B de 5.000 unidades de mercadoria X a € 16


(+ IVA à taxa de 20%). O adiantamento foi regularizado nesta data.

Dia 18/04/n - Nota de crédito da empresa A relativa a descontos de revenda de 10% (com
regularização de IVA à taxa de 20%), por lapso, não incluídos na factura anterior.
Dia 20/04/n - A empresa A pagou (em cheque) o transporte da mercadoria no valor de € 2.400 (+
IVA à taxa de 20%), conforme factura/recibo do transportador e enviou nota de débito à empresa B
no valor de € 1.200 (+ IVA à taxa de 20%,) respeitante a 50% do valor do frete (de acordo com o
combinado).

Dia 25/04/n - A empresa B pagou (por transferência bancária) 30% do valor em dívida.

Admitindo o SII, registe os lançamentos que achar convenientes nos diários das empresas A e B.

Operações com títulos a pagar e títulos a receber

Titular uma dívida significa substituir uma dívida respeitante a uma ou várias facturas por outra
dívida agora representada por um título de crédito (a chamada letra comercial).

Funções do título de crédito (letra comercial):

• Permite ao devedor (comprador) diferir o pagamento


• Dá ao credor (vendedor) uma maior garantia da dívida possibilitando-lhe receber o
crédito antes do vencimento através de uma instituição de crédito, mediante a operação
bancária do desconto

As principais operações relacionadas com letras são:

• Saque - Emissão da letra pelo vendedor ou credor (letra a receber)

• Aceite - Compromisso assumido pelo devedor de a pagar na data do vencimento (letra a pagar)

• Reforma - Consiste na substituição de uma letra por outra com vencimento posterior

• Desconto - Consiste no recebimento antecipado do valor da letra através de uma


instituição de crédito (modalidade de financiamento bancário abordado na Contabilidade
Financeira II)

• Cobrança - Consiste em receber (ou pagar) o valor da letra na data de vencimento

Fornecedores - Letras a pagar - Aceite de letra


Fornecedores - Letras a pagar - Reforma
Clientes - Letras a Receber - Saque
Clientes - Letras a Receber - Recâmbio
Clientes - Letras a Receber - Reforma

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