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ESCRITORES EM FORMAÇÃO:

PRÁTICAS DE CRIAÇÃO LITERÁRIA


NO ENSINO FUNDAMENTAL

Felipe Hilan Guimarães Santos (PPGL/UFPA/SEDUC)


contexto & justificativa
- Pesquisa sobre escrita literária
- Aulas de Língua Portuguesa em uma turma de 9º ano
- Escola E. E. F. M. Julia Seffer (situada em Ananindeua)
- Projeto de criação e divulgação literárias entre abril e maio/2022

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objetivo
- Discutir os modos de apropriação da escrita literária produzida por
estudantes da rede pública.

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pressupostos teóricos
- Escrita e subjetividade (Barzotto, Battaglia, Belintane, Geraldi)
- Escrita como trabalho (Abed, Barzotto, Cavalcanti)
- Escrita espelhada (Riolfi e Andrade)
- Discurso literário (Maingueneau)

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metodologia
- Estudo sobre sentido denotativo e conotativo; figuras de linguagem
- Leitura e interpretação de minicontos
- 1º momento de escrita e reescrita de minicontos (tema: morte)
- 2º momento de escrita e reescrita de minicontos (tema: chuva)
- Ilustração do livro
- Divulgação literária (convite para o lançamento)
- Montagem do livro
- Lançamento e distribuição dos livros de minicontos

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corpus
- 31 minicontos

- Recorte: 3 textos produzidos

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TEXTO 1 / AUTOR 1
O VARAL
Logo que começou a chover, minha mãe me mandou tirar
do sol pra não feder. Eu, indignado e com preguiça, nem
dei bola, até porque esses corpos já estavam fedendo há
um bom tempo.

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TEXTO 2 / AUTOR 2
DESLIZAMENTO DOS CORPOS
Esses dias teve um deslizamento de terra, e muitas
pessoas foram engolidas pela tragédia. Casas foram
derrubadas com muita força e muitas pessoas morreram.
Depois de dois dias, os bombeiros foram ao local e
começaram a procurar por sobreviventes. De repente,
corpos puxaram cada bombeiro pro fundo da terra. Os
bombeiros começaram a pedir socorro, mas não deu em
nada.
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TEXTO 3 / AUTOR 3
TEMPESTADE REVOLTADA
Me assustei com a tempestade que estava acontecendo à
noite. Quando saí da cama, vi que minha sala estava um
rio e, nesse rio, havia um jacaré destruindo minhas coisas.

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apontamentos
- Há diferentes formas de apropriação da escrita: de uma escrita mais
espelhada a uma escrita mais singular.
- Os processos de escrita e reescrita podem levar a uma escrita mais
elaborada.
- Uma escrita melhor instituída pode ser resultado de uma mudança
de posicionamento subjetivo que ressignifica a produção textual.

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REFERÊNCIAS
ABED, Carolina Zuppo. Como escrever mesmo estando em pânico. São Paulo: Editora Europa, 2022.
BARZOTTO, Valdir. Leitura, escrita e relação com o conhecimento. Campinas, SP: Mercado das Letras, 2016.
BATTAGLIA, Laura. Das memórias narrativas às representações míticas: arte e desafios na alfabetização. São Paulo: FEUSP/Tese de
doutorado, 2013.
BELINTANE, Claudemir. A alienação e a separação na paródia: estratégia para a produção de texto com alunos de nove anos. In:
CALIL, E.; BORÉ, C. Criação textual na sala de aula. Maceió: Edufal, 2015.
BELINTANE, Claudemir. Oralidade e alfabetização: uma nova abordagem da alfabetização e do letramento. São Paulo: Cortez, 2013.
CAVALCANTI, Jauranice. Professor, leitura e escrita. São Paulo: Contexto, 2010.
GERALDI, J. Wanderley. A aula como acontecimento. São Paulo: Pedro e João Editores, 2015.
MAGALHÃES, Mical. Lições dos dados: para além do narcisismo. In: BARZOTTO, V.; RIOLFI, C (org.). O inferno da escrita:
produção escrita e psicanálise. Campinas, SP: Mercado das Letras, 2011.
MAINGUENEAU, Dominique. Discurso literário. São Paulo: Contexto, 2006.
RIOLFI, Claudia. Lições da coragem: o inferno da escrita. In: BARZOTTO, V.; RIOLFI, C (org.). O inferno da escrita: produção escrita
e psicanálise. Campinas, SP: Mercado das Letras, 2011.
RIOLFI, Claudia [et al.]. Ensino de língua portuguesa. São Paulo: Thomson Learning, 2008.

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lançamento

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