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&
VIDAS SECAS
Graciliano Ramos
ROMANCE:
Alfredo Bosi
Massaud Moisés
OBRA:
Vidas Secas,
de Graciliano Ramos
O CAMPO SEMÂNTICO DE “ROMANCE”
- Tipo de composição literária: cunho popular e folclórico. Eram obras de caráter imaginativo
e fantasista em prosa e verso.
HISTÓRICO DO ROMANCE
O MOVIMENTO DO ROMANTISMO:
O MOLDE DO ROMANCE:
“O romance emaranha-se ainda mais e assume o viés trágico que decorre de ser a epopeia
dos tempos modernos” (MOISÉS, 1997).
CONCEITOS
ROMANCE:
- O romance da década de 30 aos dias atuais: romance de tensão mínima, tensão crítica,
tensão interiorizada e tensão transfigurada. – O herói se opõe e resiste às pressões da
natureza e do meio social. Possui um mal-estar permanente. (BOSI, 2006, p. 419).
• Saída em busca de uma nova chance: “Na planície avermelhada os juazeiros alargavam
duas manchas verdes. Os infelizes tinham caminhado o dia inteiro, estavam cansados e
famintos. Ordinariamente andavam pouco, mas como haviam repousado bastante na
areia do rio seco, a viagem progredira bem três léguas. Fazia horas que procuravam uma
sombra. A folhagem dos juazeiros apareceu longe, através dos galhos pelados da catinga
rala” (RAMOS, 2005, p. 5).
• Choque entre realidades: “Sinha Vitória desejava possuir uma cama igual à de seu Tomás
da bolandeira. Doidice. Não dizia nada para não contrariá-la, mas sabia que era doidice.
Cambembes podiam ter luxo?” (RAMOS, 2005, p.11).
ESTRUTURA
ESPAÇO:
- Caracteriza-se pela pluralidade geográfica (deslocamento topográfico= exposição do
drama).
“Num extremo, pode fazer que as personagens viajem constantemente, e noutro, que fiquem
encerradas numa casa e mesmo num só cômodo. Dentro dessas fronteiras, o romancista caminha
à vontade (liberdade integral). Entretanto, há que ponderar o seguinte: quanto mais desloca
topograficamente as personagens, mais fica sujeito a fazer um exame rápido e superficial do seu
drama, sem o qual o romance não se organiza. E como o deslocamento físico implica novas
aventuras, o narrador corre o risco de prender-se mais ao anedótico que ao dramático” (MOISÉS,
1997, p. 176).
ESPAÇO NA OBRA:
• Descrição da paisagem que os cercavam enquanto ainda vagavam sem rumo: “A catinga
estendia-se, de um vermelho indeciso salpicado de manchas brancas que eram ossadas. O
vôo negro dos urubus fazia círculos altos em redor de bichos moribundos” (RAMOS, 2005,
p.5).
• Fazenda abandonada encontrada no caminho: “Estavam no pátio de uma fazenda sem
vida. O curral deserto, o chiqueiro das cabras arruinado e também deserto, a casa do
vaqueiro fechada, tudo anunciava abandono. Certamente o gado se finara e os moradores
tinham fugido” (RAMOS, 2005, p. 10).
• Momento em que a família se encontra na igreja: “Fabiano estava silencioso, olhando as
imagens e as velas acesas, constrangido na roupa nova, o pescoço esticado, pisando, em
brasas. A multidão apertava-o mais que a roupa, embaraçava-o. De perneiras, gibão e
guarda-peito, andava metido numa caixa, como tatu, mas saltava no lombo de um bicho e
voava na catinga” (RAMOS, 2005, p. 41).
ESTRUTURA
TEMPO:
- O romancista planeja o tempo à sua maneira para produzir humanidade no interior da obra.
Protagonistas e antagonistas.
À biografia do autor;
“O romancista pode utilizar vários pontos de vista numa mesma obra, certo de estar enriquecendo as
possibilidades de acesso aos dramas focalizados, e de oferecer um painel humano mais diversificado e
amplo” (MOISÉS, 1997, p. 283).
“Mais do que expediente narrativo, o ponto de vista empregado traduz o desacordo com o ludismo
romântico e com o cientificismo realista, em favor do compromisso com o próprio homem, onticamente
considerado” (MOISÉS, 1997, p. 288).
Romance de Drama