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Nome: Juliana Alves Rodrigues/ TIA: 31827985/ Turma: 5D

Controle de Constitucionalidade e Processo Constitucional


Semana 1
Ação Popular

1. Pode um parlamentar propor ação popular sem representação por


advogado? Justifique.
Conforme a tese elaborada no REsp 292.985-RS, Rel. Min. Garcia
Vieira, julgado em 27/3/2001 e contida no Informativo n. 90 do STJ (26 a 30 de
março de 2001, Primeira Turma), parlamentar não pode ajuizar ação popular
sem representação de advogado.
O recurso especial, tratava-se de Deputado Federal que interpôs ação
popular, objetivando impedir o Governador do Estado do Rio Grande do Sul de
praticar atos referentes ao orçamento participativo e, em emenda à inicial,
incluiu aquele Estado no polo passivo.
Os argumentos levantados pelos ministros contra o parlamentar foram: i.
não há que se confundir a capacidade postulatória com a legitimidade para
propor ação popular, ou seja, todos os cidadãos, que estejam de acordo com
as obrigações eleitorais, tem legitimidade para propor ação popular, porém é
vedado o exercício de direito de ação sem procuração outorgada ao advogado
(art. 133/ CR); ii. Não pode o próprio parlamentar, na condição de advogado,
interpor ação como signatário único, uma vez que os membros do poder
legislativo são impedidos de exercer a advocacia contra pessoas jurídicas de
direito público (Lei 8.906/94, art. 30, II); e iii. Deputados e Senadores não
podem patrocinar causa em que seja interessada pessoas jurídicas de direito
público, autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou empresa
concessionária de serviço público, salvo quando o contrato obedecer a
cláusulas uniformes (art. 54, II, c, CR).
Nesse sentido, Uadi Lammêgo Bulos afirma que o autor popular deve
possuir legitimidade processual para ingressar em juízo e capacidade
postulatória. Este último é outro requisito a ser observado, pois, para o
ajuizamento da ação popular, deve inexistir impedimento ou incompatibilidade
para advogar (RTJ, 89:240).
Por todo o exposto, conclui-se que parlamentares devem ser
representados por advogado para interpor ação popular.

Análise do Vídeo Público

2. O que significa plenitude dos direitos políticos para fins de ajuizamento da


ação popular?

O pleno gozo dos direitos políticos para ajuizar ação popular, significa
que o cidadão, seja nato ou naturalizado, deve comprovar possuir título
eleitoral, mediante apresentação, e a votação nas últimas eleições, de modo
que o termo “cidadão”, é empregado, aqui, em seu sentido político próprio.
Tal requisito se faz necessário, já que a ação popular é um instrumento
de exercício da democracia direta, que por sua vez está adequada a ideia de
cidadania social e participação política ativa do cidadão na vida em sociedade,
assim a ação popular está intimamente ligada com os direitos fundamentais
individuais e políticos.
Segundo o ilustre André Ramos Tavares:

A ação popular é um dos instrumentos de participação


política do cidadão na gestão governamental. Se a ação é
uma forma de participação política, então se pode dizer que
seu exercício é também o exercício de um direito, o de
participação, e não apenas o exercício de uma garantia
(ação judicial). Assim, embora tenha a natureza jurídica de
ação judicial, consiste, em si mesma, numa forma de
participação política do cidadão (TAVARES, André Ramos.
Curso de Direito Constitucional. 10 ed. São Paulo: Saraiva,
p. 983, 2012)
Outrossim, a doutrina e a jurisprudência, encaram o autor da ação
popular como substituto processual, pois ele postularia, em nome próprio,
direito alheio, de toda coletividade, cujo patrimônio foi ou ameaça ser lesado.
Portanto, atrelado a estes ideais, a ação popular deve ser ajuizado por
cidadão, na plenitude dos direitos políticos, como votar, ser votado, prover
cargos públicos, etc. Dado que, são eles que permitem a fiscalização da vida
pública e participação efetiva na boa gestão da República, mecanismos estes,
que caracterizam a ação popular.

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