1) Weber analisa as perspectivas de carreira para jovens cientistas na Alemanha e Estados Unidos no início do século 20.
2) Ele argumenta que a carreira acadêmica depende muito da sorte e condições financeiras pessoais.
3) Apesar disso, a paixão pela ciência e uma ideia inspiradora podem motivar os cientistas, desde que estejam cientes que seu trabalho nunca terá um fim definitivo.
1) Weber analisa as perspectivas de carreira para jovens cientistas na Alemanha e Estados Unidos no início do século 20.
2) Ele argumenta que a carreira acadêmica depende muito da sorte e condições financeiras pessoais.
3) Apesar disso, a paixão pela ciência e uma ideia inspiradora podem motivar os cientistas, desde que estejam cientes que seu trabalho nunca terá um fim definitivo.
1) Weber analisa as perspectivas de carreira para jovens cientistas na Alemanha e Estados Unidos no início do século 20.
2) Ele argumenta que a carreira acadêmica depende muito da sorte e condições financeiras pessoais.
3) Apesar disso, a paixão pela ciência e uma ideia inspiradora podem motivar os cientistas, desde que estejam cientes que seu trabalho nunca terá um fim definitivo.
O problema do texto “ A ciência como vocação” se resume na seguinte pergunta
– a qual Weber já nos introduz no primeiro parágrafo -: quais são as perspectivas de alguém se dedicar à ciência, no âmbito da vida universitária? Inicialmente, ao fazer um balanço comparativo entre a carreira universitária da Alemanha e dos Estados Unidos, Weber chega a uma constatação interessante, o qual surge na América e vem atravessando o Atlântico para chegar ao país germânico: os institutos de ciência se transformaram em empresas de capitalismo estatal. A primeira tese que o sociológico abstraí desse fenômeno é de que a posição do assistente é tão precária quanto de qualquer outro proletário. Portanto, a carreira do jovem cientista depende de sua condição financeira pessoal. Embora este aspecto esteja invadindo o meio acadêmico da Alemanha, Weber reconhece que há um permanência entre a velha atmosfera e nova nas carreiras universitárias: o papel do acaso. Segundo Weber, a seleção pela qual o assistente enfrenta a fim de assumir a posição de professor titular, não são investidas de razões puramente objetivas, mas sim, entregues ao acaso. O sociólogo cita, a título de exemplo, o julgamento que se faz quando o jovem cientista a ser avaliada se trata de um judeu. Após a análise desses fatores, Weber parte para aquilo que será o coração do texto: a vocação. Esta vocação tem relação tanto com as condições externas do trabalho (especialização) e internas (a paixão). Porém, mais do que isso, o fato decisivo para o jovem cientista é a inspiração, atrelada a uma ideia precisa, à uma tese. A inspiração surge da conjugação da especialização e da paixão. Não obstante, Weber afirma que o sentido de um obra científica acabada, advinda daquela inspiração, não tem outra sentido senão fazer surgir novas indagações e proceder a sua própria superação. Este fenômeno advem do que o sociólogo chama de lei do progresso e é típico ao trabalho científico. Nesse âmbito, Weber emerge com um questão fundamental: se nos entregamos a uma tarefa que jamais terá fim, qual é a significação dessa ciência? Max Weber responde a esta pergunta diante de duas dimensões: uma externo e outra interna. Por um lado, reveste-se de significação para o homem prático, para a técnica, por exemplo; por outro lado, o homem se dedica à ciência pela ciência. Para responder à pergunta de forma mais apropriada, Weber discorre sobre o processo de intelectualização e chega à conclusão que sua significação essencial é permitir que o ser humano recorra à técnica e à previsão. Respondida a esta questão, Weber realiza nova pergunta: tem a ciência outra significação que ultrapasse a meta técnica e prática? Aqui, o sociólogo emerge na dimensão existencialista e resgata Leon Tolstói e Platão, com suas alegorias, das quais surgem o objetivo de conhecer a verdade, o conceito, a morte sem sentido. Depois faz um balanço histórico geral perpassando pela Idade Média, na qual a verdade seria o caminho que conduz à Deus; pelo Renascimento com sua experimentação racional, como meio capaz, inclusive, de conduzir à arte verdadeira; ao final, discorre sobre o irracionalismo, como tentativa de livrar-nos no intelectualismo. Tendo em vista todos os diferentes sentidos que a história da humanidade atribuiu à categoria da verdade dentro da ciência, qual é, afinal, o sentido da ciência como vocação? Weber, enfim, nos responde que os pressupostos que estruturam o trabalho científico variam de acordo com cada ciência, especificamente com os fins de cada ciência. A principal diferença é que uns pressupõe uma ciência sem pressupostos – como as ciências naturais - enquanto outros se valem desses pressupostos – como a teologia. Weber acredita que àqueles para quem a ciência só serve como uma tomada de posição prática e desprezam os fatos, trata-se de uma atitude absurda, pois “as diversas ordens de valores se defrontam no mundo, em luta incessante”. Por fim, Max Weber finalmente nos responde qual a contribuição positiva da ciência para a vida prática e pessoal. O sociólogo responde em fases. Primeiro, é possível constatar, como afirmado anteriormente, que a ciência nos permite dominar tecnicamente a vida por meio da previsão. Em segundo lugar, ela nos proporciona métodos de pensamento, de modo a contribuir para a clareza; assim, “diante de tal problema de valor, é possível adotar, na prática, esta ou aquela posição”. Diante disso, é possível apontar um tese fundamental deste texto de Weber: há sempre uma tomada de valor pelo cientista. Por isso a ciência não é uma revelação, mas sim uma vocação “alicerçada na especialização e na tomada de consciência de nós mesmos e do conhecimento das relações objetivas”.
Max Weber e A Objetividade Do Conhecimento Nas Ciências Da Cultura - Um Breve Guia para o Texto A Objetividade' Do Conhecimento Na Ciência Social e Na Ciência Política (1904) PDF