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Os Lusíadas

Reflexões do Poeta
● Canto I - Estâncias 105-106: Considerações do poeta sobre a insegurança da vida

- Acontecimento que motivou a reflexão: Chegada da armada portuguesa a


mombaça, após várias vicissitudes ocorridas em Moçambique e Quíloa, feitas por
Baco
- TEMA DE REFLEXÃO - Limites da condição humana
- efemeridade e circunstâncias da vida
- ESTÂNCIAS
105 : o engano
- os perigos a que o homem está sujeito
106 - o homem está cercado por múltiplos perigos
- a insegurança vivida num mundo hostil que se arma e se indigna contra o homem
- o combate desigual entre a pequenez humana contra um universo bem mais
poderoso
—pergunta retórica denuncia a fragilidade do homem e a vulnerabilidade da
condição humana
EM SUMA: Consciencialização do carácter terreno/mortal/efémero
da vida humana e da pequenez e fraqueza do ser humano (em
oposição à força dos perigos envolventes)

● Canto VIII- Estâncias 96-99 : Poder do dinheiro, corrupção, dinheiro motiva a


traição e falsidade, má gestão do dinheiro por parte dos reis
- Acontecimento que motivou a reflexão :As traições sofridas por Vasco da
Gama em Calecute, nomeadamente o seu sequestro, ultrapassadas pela
entrega de valores materiais.
- TEMA DE REFLEXÃO: Poder corruptor do dinheiro que tudo compra

- ESTÂNCIAS
97
- exemplos da mitologia e da antiguidade para evidenciar as consequências da
ganância e cobiça
- enfatização do efeito corruptor do dinheiro no ser humano e o quão ele pode causar
enormes danos.
98
- referência ao dinheiro, o qual conduz à mudança de caráter das pessoas uma vez
que ele refere que os amigos se tornaram traidores e falsos.
- Pessoas de carácter nobre e os capitães se entregam ao inimigo por interesse/
ganância,
- a cobiça e a hipocrisia daqueles que, debaixo da capa da virtude, procuram os
valores materiais em detrimento dos valores espirituais ao deixarem-se encantar
pelo poder do dinheiro.
99
- exemplos : torna reis tiranos, clero corruptor, o dinheiro desvirtualiza os atos do
governo

EM SUMA : Crítica aos efeitos gerados pela ambição do dinheiro


(rendição de fortalezas, transformação de nobres em pessoas vis,
promoção da deslealdade, corrupção do que é puro, deturpação da
justiça e da ciência)

● Canto X- Estâncias 145-156: Lamentação do poeta (desvalorização da arte) e


exortações a D. Sebastião
- Acontecimentos que motivou a reflexão: A chegada da armada de Vasco
da Gama a Portugal.

- ESTÂNCIAS
145 estado de espírito do poeta : cansado desiludido
- Lamento à musa, Calíope, pela falta de inspiração e a falta de
reconhecimento por parte do povo que está triste e com os olhos na cabeça pelo
dinheiro.
146
- O poeta apela ao rei D. Sebastião que reconheça a excelência
e singularidade dos seus vassalos + aconselha a mudar a
situação de tristeza porque os seus vassalos são excelentes.
147 - cita as qualidades dos portugueses: ledos, fortes, bravos, obedientes, leais
- enumera os obstáculos pelos quais os portugueses passaram
148 - lealdade e obediência dos portugueses perante o rei
- os vassalos estão dispostos a cumprir
- têm espírito de resiliência
149-aconselha o rei
- o rei deve estar sempre presente
- deve tornar as leis menos rigorosas
- deve estar rodeado daqueles com experiência, uma vez que são mais concretos e
próximos da realidade
- o rei deve alegrar os portugueses, motivando-os deixando as leis menos rigorosas
150- Fala do Clero
- o rei deve favorecer todos independentemente da sua classe social
- o clero deve atuar de acordo com o mandamento do monarca e rezar com disciplina
e dedicação pelos pecados da humanidade
- metáfora “ambição terão por vento”- deixar o vento levar a ambição pelo dinheiro
- o clero deve ter uma conduta ética, isto é, desprezar a glória do dinheiro
151- Fala da Nobreza :evidencia o poder da nobreza
- os cavaleiros defendem a pátria, estendem o império/conquistam território e passam
a apalavra de Deus
152- Aconselha o rei à experiência
- aconselha o rei a governar de modo a que os outros povos percebam o grande nível
de liderança dos portugueses
- refere de novo que o rei se deve rodear dos que são mais experientes, uma vez que
estes poderão aconselhar o rei
153- Apresentação de argumentos que justificam a est 152
- exemplo do filósofo Formião que discursou diante do general Aníbal sobre a arte de
combater ( aprende-se na prática e não teoricamente), as palavras eram bonitas
mas não serviram de nada
154- Centra o discurso em si
- pergunta retórica: sente-se indigno de aconselhar o rei , no entanto há que ter em
conta que é dos mais pequenos e simples que provêm os trabalhos mais perfeitos.
Exemplifica a sua legitimidade, enfatizando as suas características ( têm honesto
estudo, longa experiência, engenho ; características estas que raramente se
reuniam numa só pessoa
155- Continuação do auto retrato
- Afirma que já serviu na guerra ( no norte de áfrica)
- sente que falta o reconhecimento do rei (ânsia)
- não elogia só o rei pelas armas mas pela sua obra
- afirma que quer continuar a cantar os feitos portugueses e que o rei vai ter um
grande papel em portugal
156- Valoriza o rei
- Diz que o rei será temido e será uma inspiração

EM SUMA: As lamentações do poeta pela falta de reconhecimento


pátrio e a crítica amarga ao estado de decadência moral do país; o
incentivo ao rei para que seja monarca digno da grandeza do nome
de Portugal; a manifestação da disponibilidade para servir o país
pelas armas e pela escrita.

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