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Os 12 principais métodos de estudo

Desde sempre e adotada pela maioria dos estudantes, a maneira de estudar, sozinho ou
não, e memorizar as matérias dadas em sala de aula consiste em ler o conteúdo ensinado
após a aula e, um tempo depois, antes das provas, usar alguns métodos, como ler para si
mesmo ou fazer resumos das matérias, além de escrever fórmulas em cartões a serem
espalhados pela parede do quarto a fim de serem memorizados. Se você se enxerga nesse
perfil, saiba que isso está prestes a mudar, ao menos para você. Isso porque há
alguns métodos de estudo (alguns deles bem antigos) que nunca ninguém contou que
existiam, mas que fazem muita diferença para quem quer se dar bem no vestibular e nas
provas do Enem. Acredite, eles são vários e valiosos e podem ser usados até por quem já
entrou na faculdade. Vamos mostrar e explicar cada um deles agora mesmo. Mas, antes,
vamos apresentar o que a sapiência do filósofo grego Sócrates ensinou.

Os momentos do aprendizado
Segundo Sócrates, há três momentos em que o conteúdo estudado é aprendido:

• momento de aprender: esse é o momento do primeiro contato com o texto ou


com a aula;
• momento de apreender: nessa hora, é feita uma revisão da matéria, que é quando
você faz resumos, anotações e mapas mentais e começa a refletir sobre o que foi
aprendido;
• momento de praticar: aqui, é quando você já consegue praticar o conhecimento
adquirido.

Os métodos de estudo abaixo passeiam pelos três momentos do aprendizado de Sócrates


e vários deles se encaixarão em sua personalidade e no seu estilo de estudo. Então,
passemos aos métodos de estudo propriamente ditos!

Os 12 métodos de estudo eficazes


Apresentaremos, aqui, vários métodos de estudo. O que se recomenda é que você faça

testes com eles, pois uns podem funcionar melhor do que outros.

1. GTD

A sigla vem do inglês Getting Things Done (fazendo coisas). Esse método de estudo parte
de cinco princípios importantes para você organizar seu tempo. Veja-os na ordem a
serem seguidos:

• capture tudo o que for importante e que mereça atenção e organize;


• agregue valores de importância e observe se são necessárias ações imediatas ou
não;
• organize as tarefas segundo a ordem de prioridade elaborada na fase anterior;
• reflita, quantas vezes julgar necessário, sobre o valor atribuído para cada uma
das tarefas, para ter certeza de que o raciocínio foi correto;
• engaje com o que foi aprendido executando as tarefas.

2. Pomodoro

Baseada na troca cronometrada entre estudo e relaxamento, em que o tempo é


um aliado do estudante, a técnica prevê que os períodos de esforço precisam ser
recompensados com alguns minutos de distração. Criado na década de 80 pelo
italiano Francesco Cirilo, o método nasceu quando o então estudante de
graduação notou que sua produtividade era maior quando ele mesclava minutos
de trabalho com períodos bem curtos de descanso. O tempo usado por
Francesco era: para cada 25 minutos de estudo, cinco de descanso. No quarto
tempo de descanso, ele parava por 15 minutos em vez de cinco e, então,
começava tudo de novo. O nome Pomodoro se deve à forma como ele
cronometrava o tempo. Ele usava um cronômetro de cozinha em formato de
tomate (pomodoro em italiano).O momento de relaxar pode ser preenchido
como os estudantes preferirem — vale tomar um cafezinho, fazer um
alongamento (na pausa de 15 minutos) etc. Só não vale extrapolar o tempo.

3. Kanban

Essa técnica é cada vez mais utilizada por quem se prepara para o vestibular por
possibilitar a organização dos tópicos ou das matérias que serão estudados. Para
aprender pelo método Kanban, divida um quadro em três colunas, em que cada uma se
refere a uma fase do processo de aprendizagem:

• ainda por fazer: coloque os assuntos e as matérias que você ainda não estudou;
• em andamento: já na coluna “em andamento”, anote o que você está
estudando;
• concluído: por fim, na última coluna, marque as matérias que já foram
estudadas.

A ordenação pode ser feita em um quadro branco ou em uma parede de vidro em que
são coladas notas adesivas, num mural de cortiça com papel e tachinhas, nas planilhas
do Excel ou no Google Drive ou mesmo em programas, como o Trello — que dispõe de
“post-its” de várias cores.

Robinson (EPL2R)

Essa técnica foi criada pelo psicólogo americano Francis Robinson e conta com cinco
passos baseados nos princípios fundamentais do aprendizado. São eles: explorar,
perguntar, ler, rememorar e repassar — daí a sigla EPL2R. Na técnica, o primeiro
momento é de exploração do material de estudo, quando é feita uma leitura superficial
de títulos, sumários e tópicos. Esse primeiro contato com a matéria deve resultar em
dúvidas, o que levará o aluno ao segundo passo. Nele, você deve fazer perguntas sobre
o assunto estudado. Com as perguntas formuladas, começa o terceiro passo: ler. Nele,
faça uma leitura profunda para conseguir responder a cada questão. A seguir, o
estudante rememora o que foi lido, fazendo uma leitura completa e mais rápida.
Finalmente, é a vez do segundo “R”: repassar. Nesse momento, você dará uma aula a si
mesmo, explicando os principais conceitos em voz alta.

5. Mapa mental

O mapa mental foi desenvolvido nos anos 70 por Tony Buzan, um escritor inglês. Esse
método funciona muito bem para aquelas pessoas que têm maior capacidade de fixar
por visualização. Isso porque a técnica investe em setas, imagens e cores. O mapa
mental organiza as matérias em um diagrama com um tema central. Depois, esse
assunto deve ser conectado aos tópicos paralelos. Citando um exemplo: se a disciplina
for a Guerra Fria, coloque, no diagrama — por meio de desenhos ou balões —, os
acontecimentos relacionados ao tema, como o embargo econômico de Cuba e a queda
do Muro de Berlim. Após finalizar o mapa, fica fácil voltar para o conteúdo alguns meses
depois e fazer a conexão entre os assuntos e de forma rápida.
6. Teste prático

Esse é um método de estudo conhecido por quem faz cursinho, pois ele é muito indicado
pelos professores desses cursos. O teste prático segue o mesmo formato dos simulados,
mas é elaborado pelos alunos com base em dúvidas individuais das matérias. Aqui, são
feitos blocos de questões dos temas. Para responder às perguntas, busque diversas
fontes de conhecimento até chegar à resposta. A técnica é eficaz por economizar tempo
e agir nas áreas em que há maior dificuldade de aprendizado.

7. Recursos mnemônicos

Apesar do nome que, ao ser pronunciado, parece enrolar a língua, o recurso mnemônico
nada mais é do que a criação de frases objetivando memorizar conceitos, fórmulas e
listas. Um estudo da Psychological Science in the Public Interest mostrou que a técnica
funciona se as palavras forem fáceis de memorizar, e as palavras-chave, importantes. A
memorização mnemônica se baseia em fazer associações do que deve ser lembrado com
outra coisa fácil de ser memorizada, como uma música, uma palavra, um objeto, um
poema ou um local. Vamos a um exemplo? Para decorar a sigla VFCH, você pode
formular uma frase como: “Vai Fazer Calor Hoje”. O que acha desse método de estudo?

8. Leitura SQ3R

Esse é mais um método criado por Robinson que funciona por meio da sigla SQ3R da
forma disposta a seguir.

S – Survey (pesquisa)

É durante a “pesquisa” que você dá uma primeira olhada para a matéria (passando os
olhos rapidamente) a fim de ter uma ideia do que será estudado. Seu cérebro será
preparado para assimilar a informação. Dê uma olhada rápida e leia apenas as primeiras
frases de cada conteúdo.

Q – Question (questão)
Nessa etapa, o título deve ser usado para tentar descobrir qual pergunta poderá ser feita
sobre determinado tema. Com isso, o seu cérebro vai sendo preparado para a etapa
seguinte. Essa fase dura entre três e cinco minutos.

1R – Read (leia)

Aqui, você lerá o texto de fato, fazendo uma leitura aprofundada.

2R – Recite (recite)

Agora, o aluno formula, com as próprias palavras, os conceitos da matéria, buscando


identificar os pontos principais e respondendo às perguntas da fase “Q”. Na verdade, não
se trata apenas de recitar, mas, sim, de meditar sobre o material. Nesse momento, o
aluno faz resumos, flashcards e mapas mentais.

3R – Review (revisar)

Chegou o momento do terceiro “R”, é a hora de revisar. Aqui, você tentará resumir o
assunto principal do texto.

9. Leitura OK4R

Criado pelo Dr. Walter Pauk, esse método de estudo é muito famoso entre os alunos.
Mais uma vez, cada letra significará um passo. Vamos aprendê-los?

O – Overview (visão geral)

Nesse caso, você deve ler um capítulo apenas passando os olhos rapidamente sobre ele.
Leia o primeiro e o último parágrafo dos capítulos e faça um resumo com esses dois
parágrafos que, em geral, sintetizam boa parte da informação do conteúdo. A seguir,
leia os títulos e subtítulos dos capítulos, além das palavras sublinhadas e em itálico.
Observe os gráficos, as figuras e as tabelas — ou seja, atente para qualquer coisa que se
destaque no texto.

K – Key Ideas (ideias principais)


Busque, no texto, as principais ideias do capítulo, mas sem anotar nenhuma delas.
Apenas procure entender e perceber quais são elas.

1R – Read (leia)

Leia o capítulo sem fazer pausas. Enquanto lê, não tente relacionar as ideias com outros
fatos.

2R – Rite (formalize)

Agora, você anotará as informações principais e os tópicos, sendo, ao menos, três


informações para cada subtópico. Faça isso sem copiar; anote com as suas palavras .

3R – Relate (relacione)

Chegou a hora de meditar sobre as informações buscando relacioná-las com os capítulos


anteriores, bem como com outras informações do texto.

4R – Review (revise)

Esse passo não deve ser feito no mesmo dia. Assim, espere alguns dias para fazer a
primeira revisão e, depois, revise o conteúdo continuamente, em outras oportunidades.

10. Método Covey

O método de estudo desenvolvido pelo Dr. Stephen R. Covey — administrador e mestre


em Administração pela Harvard e que escreveu o livro “Os 7 Hábitos das Pessoas
Altamente Eficazes” — consiste em diferenciar e interpretar as tarefas importantes e
urgentes. Para aplicar a técnica, é necessário classificar as atividades como o disposto
abaixo.

Importantes

As tarefas importantes são aquelas que requerem planejamento e tempo para a sua
execução e necessitam de um pensamento prévio.
Urgentes

São aquelas atividades que exigem atenção imediata em razão de prazos curtos ou
prestes a expirarem.

11. Estudo de Corson

O professor e presidente da Cornell University, Dale Corson, identificou algo em comum


entre seus alunos de Engenharia e Ciências. Ele notou que, para entenderem temas
complexos, eles precisavam entender uma frase de cada vez. Com isso, ele desenvolveu
a técnica considerada simples que ficou famosa no livro “How to Study in College”, de
Walter Pauk.A técnica funciona somente quando há acesso a um professor, seja em aula
presencial, seja em fóruns de cursos online. Então, sempre que você quiser entender
realmente um conteúdo que não consegue compreender, procure tirar a dúvida com o
professor. No entanto, antes de buscar ajuda, pergunte-se: “O que eu, de fato, não
entendi?” ou “Quais partes eu não entendi?”. Para obter a resposta do professor, é
preciso conseguir apontar claramente no texto o que não compreendeu. As vantagens
desse método de estudo são muitas, sendo as principais:

1. o tempo do professor é poupado, já que ele saberá exatamente o que você


não entendeu;
2. ao saber exatamente o que você não compreendeu, o professor conseguirá
ajudá-lo com uma resposta precisa e as chances de você entender melhor a
matéria serão maiores;
3. ao fazer o primeiro passo, é possível que você nem precise perguntar ao
professor ou recorrer à sala virtual para tirar dúvidas, ou seja, muitas dessas
vezes, você mesmo conseguirá encontrar a resposta para a sua dúvida —
pois, às vezes, ao tentar encontrar qual é a nossa dúvida, encontramos a
resposta. Faz sentido, não?

12. Autoexplicação

O último dos métodos de estudo apresentados é a auto explicação, ou elaboração


interrogativa. A técnica propõe que o aluno duvide de tudo o que lê, ao mesmo tempo
em que reflete cada informação. A partir daí, a pessoa explicará os conteúdos a si
mesma. Para isso, ela faz perguntas e responde-as em seguida. Vale falar sozinho,
rasurar, escrever, utilizar recursos do smartphone, usar dicionários (ou o Google), grifar,
entre outros meios — tudo que facilite o aprendizado. Ao testar, aprender e utilizar
algumas das técnicas ensinadas aqui, você passará a “saber estudar”, que é uma arte
dominada por poucos. E, quando estiver nesse estágio, saiba que está à frente da
maioria.

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