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RECURSOS

HUMANOS
RECURSOS HUMANOS

LÍDER VERSUS LIDERADO? PERCEPÇÕES


A PARTIR DO GRID GERENCIAL
LEADER VERSUS LEADERSHIP? PERCEPTIONS FROM THE MANAGEMENT GRID

Fernanda Versiani
Universidade Pontifícia Católica de Minas Gerais

Data de submissão: 12 ago. 2016. Data de aprovação:


Mariana de Lima Caeiro 15 mar. 2017. Sistema de avaliação: Double blind review.
Universidade Pontifícia Católica de Minas Gerais
Universidade FUMEC / FACE. Prof. Dr. Henrique Cordeiro
Martins. Prof. Dr. Cid Gonçalves Filho.

Antonio Carvalho Neto


Universidade Pontifícia Católica de Minas Gerais

RESUMO

Este trabalho pretende contribuir com os estudos de liderança propondo com-


parar a percepção do líder e de seus respectivos liderados sobre o compor-
tamento da liderança exercida pelo líder, utilizando o questionário com as seis
dimensões do Grid Gerencial, proposto por Blake e Mouton (1978). Foram
analisadas as seis dimensões: decisão, convicção, conflito, emoções, senso de
humor e empenho. A pesquisa é qualitativa, tem caráter descritivo e foi realiza-
da em uma empresa de telemarketing, na cidade Campina Grande, Paraíba. Os
dados foram coletados por meio de 52 questionários aplicados a duas equipes,
compostas por um líder e 25 liderados cada uma. A análise dos dados indicou
divergência entre as percepções do líder e dos liderados, em relação ao com-
portamento do líder avaliado nas seis dimensões do Grid. Houve, também,
divergência entre o comportamento dos dois líderes, sendo um deles mais
orientado para pessoas, enquanto o outro para a produção.

PALAVRAS-CHAVE

Liderança. Comportamento Empresarial. Grid Gerencial. Líder e Liderado.


FERNANDA VERSIANI, MARIANA DE LIMA CAEIRO, ANTONIO CARVALHO NETO

ABSTRACT

This paper intends to contribute with the studies of leadership comparing the
leaders perceptions and their folowers perceptions about the leader behaviour
using the managerial grid proposed by Blake e Mouton (1978). The research an-
alysed six dimensions: decision, conviction, conflict, emotions, sense of humor and
effort. It is a descriptive research about a telemarketing company at Campina
Grande, Paraíba, Brazil. The data was collected througe 52 questionaries which
were submitted to two working teams, each one with leader and 25 followers.
The results showed divergence between the leaders perceptions and their follow-
ers perceptions about the leader behaviour in each case on the managerial grid
dimensions. Results showed also divergente between the behavior of the two lead-
ers, one being more oriented towards people and the other towards production.

KEYWORDS

Leadership. Organization Behavior. Managerial Grid. Leader. Followers.

INTRODUÇÃO uma vez que ele é o personagem principal


Muitos estudos, como, por exemplo, para que ocorra o processo da liderança
aqueles realizados por Sant’Anna, Nelson, (BERGAMINI, 2005). No entanto, mesmo
Vaz, Campos e Leonel (2009), Carvalho que seja considerado como tal, ele não é o
Neto, Tanure, Santos e Lima (2012), Cava- único neste processo, cabendo ao liderado
zotte, Moreno e Bernardo (2013), discu- um papel fundamental, dado que o sucesso
tem liderança a partir da figura do líder. de um líder para com a organização não
Este artigo também procura mostrar a im- é atingido individualmente (FIEDLER, 1981;
portância de investigações sobre lideran- BERGAMINI, 1994; BENNIS; NANUS,
ça que considerem, também, a percepção 1988; ULRICH, 2009). Além do mais, a legi-
do liderado, de forma a compreender se a timação do líder pelos liderados é que faz
auto avaliação do líder vai ao encontro da dele um líder.
avaliação do liderado sobre o líder. Mes- A percepção que o líder possui sobre
mo considerando a existência da figura seu próprio estilo de liderança é, na maio-
do liderado na literatura, ainda há poucos ria das vezes, divergente da percepção que
estudos na área da administração que dão o liderado possui sobre o líder (COLLI-
voz a eles, principalmente, àqueles que não SON, 2005; HETLAND; SANDAL; JOHN-
ocupam nenhum cargo de supervisão. É SEN, 2008). Esse fato pode ocorrer devido
nesta lacuna na literatura que este estudo à incoerência entre aquilo que o líder acre-
pretende contribuir. dita ser, que seria o ideal, e as suas atitudes,
Estudar o líder é certamente relevante, que seria o real. Dessa forma, ao pesquisar

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sobre liderança, é pertinente trazer a pers- Blake e Mouton (1978), constituído por
pectiva do liderado também como objeto cinco pontos de referência para as atitu-
de pesquisa, para que suas impressões pre- des e práticas gerenciais. Esta matriz ainda
encham a lacuna entre o ideal discursivo, é muito utilizada pelas organizações para
apresentado pelo líder e a prática realiza- compreender o comportamento do líder,
da, sob a perspectiva dos liderados. pois leva em consideração dois parâmetros
A liderança pode ser melhor compre- da orientação do líder: a orientação para a
endida quando se entende que ela enfatiza produção e a orientação para as pessoas.
resultados a partir de como os líderes são Porém, o tipo de comportamento é flexí-
percebidos como líderes, e como isso pode vel, não sendo fixado somente em um des-
afetar o desempenho de uma organização; ses pontos (BLAKE; MOUTON, 1978).
que envolve percepções e ações dos mem- Esses dois parâmetros são diagnostica-
bros do grupo (DINH; LORD; GARDNER dos através da percepção do próprio líder,
et al., 2014). ou seja, uma auto avaliação. No entanto,
Torna-se, assim, relevante perceber que este estudo defende a ideia de que o Grid
a sintonia entre líder e liderados é funda- Gerencial também possa ser aplicado aos
mental para promover uma série de as- liderados, para que eles possam avaliar o
pectos positivos no contexto do trabalho, estilo de comportamento predominante
como, por exemplo, desempenho, com- no líder. Sendo assim, o objetivo deste es-
prometimento (NIEMEYER; CAVAZOT- tudo é comparar e, por sua vez, compreen-
TE, 2014), além de um ambiente organi- der se a auto avaliação do líder é coerente
zacional mais harmonioso para o alcance com a avaliação do liderado, contrapondo
de melhores resultados (BLANCHARD; P. o ideal refletido pelo líder e a prática per-
ZIRGAMI; D. ZIRGAMI, 1986; SRONCE; cebida pelo liderado. Por isso, este estudo
ARENDT, 2009). utilizou o questionário com as dimensões
O relacionamento entre líder e lidera- do Grid Gerencial como forma de analisar
do ganha ainda mais importância quando o estilo de liderança sob ótica do líder e,
se tem por objetivo compreender um gru- também, de seus liderados.
po ou um indivíduo (FIEDLER, 1981; BER- Trata-se de estudo preliminar, que visa
GAMINI, 1994; BENNIS; NANUS, 1988). O lançar luz sobre a importância da visão do
líder tem a capacidade de estudar, analisar, liderado na discussão sobre estilos de lide-
identificar e modificar seu próprio com- rança. A ideia é comparar a percepção do
portamento a partir das exigências em seu líder com seus respectivos liderados sobre
entorno (RUFFATTO; PAULI; FERRÃO, a liderança exercida pelo líder em dife-
2017). Assim, não necessariamente há um rentes dimensões, propostas por Blake e
estilo de comportamento “correto”, o lí- Mouton (1978): decisão, convicção, confli-
der pode maximizar os métodos e pode to, emoções, senso de humor e empenho.
utilizá-los de acordo com as necessidades Para a realização deste estudo, levou-se
(BLAKE; MOUTON, 1978). em consideração o fato de que, nas orga-
Os possíveis métodos que podem ser nizações, o líder geralmente é visto como
utilizados pelo líder são explicados na Ma- aquele indivíduo que ocupa algum cargo de
triz do Grid Gerencial desenvolvido por supervisão, o qual, muitas vezes, é imposto

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e não escolhido. Dessa forma, assim como meira universidade chegou à conclusão de
a organização, o liderado pode criar uma que existem dois estilos básicos de lideran-
certa expectativa sobre a figura do seu su- ça: o primeiro refere-se ao líder com com-
pervisor, no sentido de pressupor que ele portamento orientado para a produção, no
tenha comportamentos de liderança. qual o foco está nos aspectos técnicos do
trabalho e o empregado é apenas um meio
REFERENCIAL TEÓRICO para atingir os fins; e o segundo diz res-
A abordagem comportamental e a peito ao comportamento orientado para
teoria do Grid Gerencial de Blake e pessoas, focado nas relações humanas e na
Mouton individualidade.
A abordagem comportamental origi- Em paralelo, a Estadual de Ohio também
nou-se no início dos anos 1950, baseando- encontrou duas dimensões que ajudam
se na ideia de que o indivíduo era capaz na direção do comportamento do líder.
de aprender e desenvolver características A primeira, conhecida como estrutura da
para se tornar um líder (BLAKE; MOU- iniciação, relaciona-se ao estilo de com-
TON, 1978; CARVALHO NETO; LIMA, portamento voltado para como atingir o
2011; CARVALHO NETO; TANURE; SAN- objetivo. A segunda, denominada estrutura
TOS et al., 2012). A presença do liderado de consideração, revela a preocupação do
também pode ser considerada um salto líder com as necessidades individuais dos
nesta teoria, já que ele, mesmo que de ma- liderados e a coesão do grupo (BERGAMI-
neira discreta, passou a ser citado como NI, 2005; BLAKE; MOUTON, 1978; GUEST;
um objeto influenciador do líder, oferecen- HERSEY; BLANCHARD, 1980).
do bases para a tentativa de se relacionar As pesquisas realizadas por essas duas
a percepção do líder e do liderado quanto universidades influenciaram o desenvolvi-
ao estilo de liderança (CARVALHO NETO; mento das teorias que se enquadram na
LIMA, 2011; CARVALHO NETO;TANURE; abordagem comportamental, tendo como
SANTOS et al., 2012). foco que os estilos de liderança podem es-
Nesta abordagem, as teorias buscavam tar associados a uma orientação para pes-
identificar quais comportamentos pode- soas e/ou produção.
riam contribuir para a eficácia organiza- A teoria estilo gerencial, proposta por
cional, indicando os diferentes tipos de Blake e Mouton (1978), desenvolveu o ins-
comportamentos que um líder poderia ter. trumento Grid Gerencial conhecido e am-
Sendo possível perceber as diferenças de plamente utilizado nas organizações, até
comportamento entre um líder eficaz e hoje. O Grid Gerencial caracteriza-se pela
ineficaz. A tentativa de compreender qual polarização entre produção versus empre-
seria o best way para liderar era o foco des- gados; tarefas versus pessoas e estrutura de
ta abordagem. iniciação versus estrutura de concentração.
As Universidades de Michigan e a Esta- O instrumento é considerado um mar-
dual de Ohio, ambas nos Estados Unidos, co na abordagem comportamental, daí a
desenvolveram pesquisas que possibilita- necessidade de compreender e classificar
vam entender o tipo de comportamento o estilo de liderança através dele.A ideia de
do líder (BLAKE; MOUTON, 1978). A pri- aplicar o mesmo instrumento também ao

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liderado visa estabelecer parâmetros que a eficiência e o volume da produção. Isso


possibilitem a comparação entre o que o mostra que, quando se fala em produção,
líder acredita ser e o que ele realmente é não necessariamente está se referindo
na visão de seus liderados. a objetos, pois compreende tudo que as
O Grid Gerencial foi desenvolvido para organizações necessitam para atingir os
tentar solucionar problemas surgidos tan- resultados, sob o esforço das pessoas. O
to nos baixos níveis organizacionais, quan- líder orientado para pessoas está mais re-
to nos mais altos níveis, não se limitando a lacionado com o grau de compromisso e
nenhum nível especifico dentro da hierar- respeito, baseando-se na confiança ao invés
quia organizacional (BLAKE; MOUTON, da obediência, no valor pessoal, nas boas
1978). Tem sido empregado como auxiliar condições de trabalho, segurança no traba-
na melhoria do processo gerencial, justi- lho, relação social, autoestima etc.
ficando-se pela ideia de que o comporta- O comportamento do líder pode ser
mento do líder pode ser aprendido. Por expressado de diversas maneiras (RUF-
meio dele, é possível fazer uma análise de FATTO; PAULI; FERRÃO, 2017). Para Blake
problemas relacionados à produção e pes- e Mouton (1978), o líder pode ser orienta-
soas, podendo sugerir soluções para eles. do tanto para produção quanto para pes-
O Grid Gerencial revela a preocupação do soas, ou seja, o líder pode se movimentar
líder para com a produção ou para com as entre as dimensões propostas pelo Grid
pessoas – liderados e/ou colegas (BLAKE; Gerencial.
MOUTON, 1978).
A ideia de aproximar produção e pesso- METODOLOGIA
as é um dos principais aspectos destacados Em face ao problema deste estudo, que
no Grid Gerencial, explorando os princi- consiste em comparar o estilo de lideran-
pais estilos gerenciais que podem ser ado- ça percebido pelo próprio líder e por seus
tados. Este instrumento é composto por liderados, a partir das seis dimensões do
seis diferentes dimensões, e cada uma pos- Grid Gerencial de Blake e Mouton, a pes-
sui a qualidade relativa à produção e pes- quisa teve caráter descritivo sendo que o
soas, sugerindo o quanto o estilo de lide- questionário com perguntas fechadas pro-
rança pode ser orientado para um e para o posto por Blake e Mouton (1978) foi apli-
outro. As seis dimensões são denominadas cado ao líder e aos respectivos liderados.
como: 1. Decisões; 2. Convicções; 3. Con- A empresa investigada é do segmento
flito; 4. Emoções; 5. Senso de Humor e 6. de telemarketing na área de telecomunica-
Empenho. Estas dimensões levam aos esti- ção, sediada na cidade de Campina Grande,
los gerenciais da matriz do Grid Gerencial, Paraíba. O segmento de telemarketing foi
sendo que cada estilo possui um conjunto escolhido devido à alta rotatividade de pes-
dominante de pressupostos. Tais pressu- soas, pressupondo que a liderança pudesse
postos serão esclarecidos na metodologia. ser um dos fatores a influenciar este cená-
O líder orientado para a produção de- rio; e pelo contato direto que os líderes
monstra uma maior preocupação com a possuem com seus liderados. Além disso, a
criatividade, procedimentos ou processos, empresa vem buscando alinhar a produção
a exatidão do serviço, a carga de trabalho, com a gestão de pessoas, acreditando que,

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especialmente para esse segmento, a inte- a, b, c, d, e. Dessa forma, os líderes mar-


ração entre líder e liderado é muito impor- caram apenas uma alternativa, referente
tante para os resultados da empresa. a cada dimensão, aquela que acreditavam
A região e a operadora de telecomunica- melhor corresponder às suas próprias ca-
ção escolhida justificam-se, ainda, pelo bai- racterísticas pessoais. Os liderados tam-
xo índice no resultado referente a: tempo bém marcaram somente uma alternativa
médio de atendimento, absenteísmo, falta em cada dimensão.
de interesse pelo trabalho, vendas abaixo Vale destacar que foi feita uma adapta-
do esperado e pouca participação das pes- ção de forma que no questionário enviado
soas em relação aos interesses da empresa. aos liderados ficasse claro que as assertivas
A operadora de telecomunicação es- se referiam ao líder, sendo solicitado que
colhida é composta por duas equipes: um eles assinalassem a alternativa que melhor
receptivo, e um ativo, doravante deno- correspondesse às características pessoais
minadas equipe 1 (E1) e equipe 2 (E2). de seu supervisor direto. A pesquisa foi re-
Em cada equipe tem-se um líder (super- alizada em outubro e novembro de 2014 e
visor), e 25 liderados (operadores de os 25 liderados da equipe 1 responderam
telemarketing). Para Marconi e Lakatos o questionário baseado no comportamen-
(2003), a população é o conjunto de seres to de seu supervisor e o mesmo ocorreu
que apresentam no mínimo uma caracte- com os liderados da equipe 2.
rística em comum, enquanto a amostra é Depois de aplicado o questionário, o re-
uma parcela desse universo, selecionada sultado foi classificado no quadro do Grid
por meio de técnicas apropriadas. Como Gerencial proposto por Blake e Mouton
todos foram entrevistados, ou seja, a pes- (1978), conforme a figura 1. O Grid Geren-
quisa foi realizada com toda a população, cial é composto por cinco estilos geren-
não há necessidade de cálculo amostral ciais: 1,9; 9,1; 9,9; 1,1; 5,5. (BLAKE; MOU-
e, portanto, trata-se de um censo. TON, 1978).
O questionário do Grid Gerencial foi O estilo gerencial 1,9 prevê uma forte
enviado para o e-mail dos dois líderes e um orientação para as pessoas e uma orienta-
outro e-mail para cada liderado, individual- ção funcional para produção. Isso significa
mente. Vale ressaltar que a confidencialida- que os sentimentos e atitudes das pesso-
de foi preservada para que os líderes não as são fundamentais. Baseia-se no pressu-
tivessem acesso às respostas dos liderados. posto de que as necessidades da produção
O questionário era composto pelas seis são contrárias às necessidades das pessoas
dimensões: decisões, convicções, conflito, e que as pessoas estão em primeiro lugar.
emoções, senso de humor e empenho. O líder se preocupa com as condições de
Cada dimensão possuía cinco alternativas: trabalho que devem ser oferecidas, de ma-

TABELA 1 – População entrevistada


Equipes Líder Liderados Total
E1 1 25 26
E2 1 25 26
Total 2 50 52
Fonte: Autores desta pesquisa

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FIGURA 1 – Quadro Grid Gerencial


Fonte: Adaptado de Blake e Mouton, 1978

neira a proporcionar conforto e segurança. perada seja alcançada. Logo, não se percebe
Outro pressuposto deste estilo gerencial é no comportamento do líder uma atenção
o de que as pessoas são instruídas a como às dimensões como conflito, criatividade e
fazer ao invés de serem forçadas a agir, isto motivação. O objetivo é maximizar o resul-
é, o líder descobre como as pessoas que- tado e organizar as pessoas para que isso
rem que o trabalho seja feito, para então ocorra. Assim, a responsabilidade do líder
ajudá-las. Quanto à relação líder-liderado, é planejar, dirigir e controlar as ações dos
a palavra solidariedade é o ponto chave da liderados. A relação líder e liderado é base-
questão. A função do líder é estimular e ada na autoridade e obediência, onde a co-
manter a moral do liderado alta, focando municação é formal. Em caso de conflitos
em sua satisfação. Desta forma, o liderado entre os liderados, o líder tende a eliminar
demonstra sua lealdade e aceitação. A co- o problema, visto que isto pode interferir
municação entre eles é intensa: o líder pro- na produção (BLAKE; MOUTON, 1978).
cura manter o liderado informado e vice O estilo gerencial 9,9 é a combina-
-e-versa, conservando a harmonia entre as ção da forte orientação para a produção
pessoas e minimizando conflitos (BLAKE; com a forte orientação para pessoas. Há
MOUTON, 1978). uma integração entre produção e pessoas.
Já no estilo gerencial 9,1, o líder possui O pressuposto emerge da inexistência de
uma forte orientação para produção e fraca conflitos entre os objetivos de produção e
orientação para pessoas. Baseia-se no pres- as necessidades das pessoas. A criatividade,
suposto de que as pessoas são os meios alta produtividade e moral alto são aspec-
para atingir os fins, ou seja, as pessoas de- tos que integram o objetivo básico de um
vem ser utilizadas para que a produção es- líder que se enquadra nesse estilo. A alta

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produtividade não se baseia no controle líder é capaz de estimular um pouco a pro-


ditado pela autoridade como no estilo 1,9 dução e considerar atitudes e sentimentos
e a relação com as pessoas é diferente do das pessoas para que elas fiquem satisfeitas.
estilo 1,1. A tarefa do líder é fazer com que Pode-se dizer que encontra-se um equilí-
boas decisões sejam tomadas, o que não brio entre o estilo 1,9 e 9,1.A comunicação
implica sempre tomar decisões. Tem como entre as pessoas pode ocorrer de manei-
premissa a ideia de que, quando as pessoas ra formal e informal. O importante é que
coordenam suas próprias atividades, elas haja comunicação e que ela seja suficiente
estão cientes dos objetivos da organização, para que as pessoas tenham conhecimento
não sendo necessário no comportamento do que está acontecendo na organização
do líder o controle pela autoridade e obe- (BLAKE; MOUTON, 1978).
diência. A relação entre líder e liderado se Considerando esses estilos gerenciais e
dá tanto para equipes quanto para indiví- pressupostos, a percepção do líder e dos
duos isolados. Este estilo proporciona uma liderados foi analisada e classificada, a fim
forte participação dos responsáveis pelo de identificar o estilo de liderança que pre-
trabalho no planejamento e na execução domina no comportamento do líder base-
(BLAKE; MOUTON, 1978). ado na percepção do líder, em comparação
No estilo gerencial 1,1, diferentemente com a percepção dos liderados. Para isso,
do 9,9, há uma fraca orientação para pro- buscou-se em identificar em cada dimensão
dução e fraca orientação para pessoas. O as alternativas marcadas pelo líder e pelos
líder se coloca em uma posição à parte da seus respectivos liderados, classificando as
organização, mesmo pertencendo a ela. Há alternativas em cada estilo gerencial e ana-
pouca expectativa sobre esse líder, devido lisando-as de acordo com os cinco estilos
a sua pouca entrega para com a organiza- gerenciais: 1,9; 9,1; 9,9; 1,1; 5,5.
ção e as pessoas. As atitudes do líder são A análise de dados foi realizada da se-
suficientes para aliviar a pressão do traba- guinte maneira: primeiramente, foi feita a
lho sob sua responsabilidade, nada mais, o devida tabulação dos resultados dos dois
que permite que os liderados executem setores separadamente, contemplando
suas tarefas sem a sua interferência. Pode tanto as respostas dos líderes como as de
ser considerado como o intermediador seus liderados. Em seguida, foi verificado se
entre o nível superior e o inferior. Não se havia ou não convergência entre as respos-
envolve muito com as pessoas nem com tas do líder e de seus liderados, de acordo
a produção, faz o que lhe parece, revelan- com as alternativas marcadas em cada di-
do-se como um líder acomodado (BLAKE; mensão separadamente. Por fim, foi feita a
MOUTON, 1978). comparação entre a percepção do líder e
No centro da matriz tem-se o estilo ge- o ponto de vista de seus liderados, em cada
rencial 5,5 que se refere à orientação inter- uma das equipes e a comparação também
mediária. Neste estilo procura-se o meio entre as equipes.
termo, nem para produção nem para pes-
soas. Pressupõe que as pessoas são práti- APRESENTAÇÃO E ANÁLISE
cas e possuem consciência do esforço que DE DADOS
precisa ser feito dentro da organização. O Os resultados obtidos nas duas equipes

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foram tabulados e, de acordo com Blake para aliviar a pressão do trabalho, não ha-
e Mouton (1978), a alternativa “a” cor- vendo um envolvimento com as pessoas,
responde ao estilo 1.1; a alternativa “b” ou seja, o líder apenas executa sua função,
corresponde ao estilo 1.9; alternativa “c” nada mais. Sendo assim, na E1, enquanto o
corresponde ao estilo 9.1; alternativa “d” líder se enxerga como acomodado, a maio-
corresponde ao estilo 5.5 e alternativa “e” ria dos liderados o enxerga capaz de esti-
ao estilo 9.9 (BLAKE; MOUTON, 1978). mular, ainda que pouco, tanto a produção
Sobre a dimensão 1, na equipe 1 (E1), quanto as pessoas, dando atenção para que
percebe-se divergência entre as percep- a comunicação ocorra de forma suficiente
ções do líder e dos liderados quanto ao (BLAKE; MOUTON, 1978).
comportamento do primeiro em relação Vale ressaltar que alguns liderados (7)
às decisões. Afinal, a alternativa percebida apontaram para um estilo de comporta-
pelo líder não foi percebida por nenhum mento 9,9 do líder, que é a combinação
liderado. Nesta dimensão, a maioria dos da forte orientação para produção e forte
liderados da E1 acredita que o comporta- orientação para pessoas, pressupondo uma
mento do líder tende ao estilo 5,5, o que harmonia entre os objetivos de produção
implica equilíbrio entre nem tanto para e as necessidades das pessoas, o oposto
produção, nem tanto para pessoas, sendo apontado pelo próprio líder (1,1). Os as-
denominada como uma orientação inter- pectos que caracterizam esse estilo de lí-
mediária. O líder é capaz de estimular um der 9,9 são: a criatividade, alta produtivida-
pouco a produção e ao mesmo tempo de e moral alto. Mostrando mais uma vez
considera as atitudes e sentimentos das a divergência entre as percepções sobre o
pessoas para que elas se sintam satisfeitas. estilo gerencial exercido pelo líder.
Já a auto avaliação do líder o classifica No caso da equipe 2, nota-se também
no estilo 1,1, diferente da percepção do uma divergência bastante acentuada en-
liderado (5,5), o líder parte da pressupo- tre as percepções, uma vez que o líder se
sição de que há pouca entrega dele para classificou no estilo de comportamento
com a organização e pessoas, uma vez que 9,9, enquanto para os liderados ele tendia
suas atitudes são consideradas suficientes ao estilo 1,1. Isso significa que o líder tem

FIGURA 1 – apresentação dos dados quanto às decisões do líder


E1 E2
Classificação
Dimensão 1: Decisões Líder Liderado Líder Liderado
Grid

a Eu aceito as decisões tomadas por outros 1 0 14 1.1

b Eu acho muito importante manter boas relações 2 2 1.9

c Eu busco decisões viáveis, ainda que imperfeitas 0 7 9.1

d Eu considero fundamental tomar decisões firmes 16 0 5.5


Eu considero fundamental conseguir decisões
e criativas que resultem em compreensão e con- 7 1 2 9.9
senso
Total 1 25 1 25

Fonte: elaborado pelos autores desta pesquisa

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uma visão de si como sendo fortemente çada, deixando pouco espaço para o ele-
orientado para pessoas e para a produ- mento humano.
ção, enquanto seus liderados percebem Já uma segunda maioria dos lidera-
essa orientação para pessoas e produção dos classificaram o líder no estilo 9,9, ou
como fraca. seja, indicando uma forte combinação en-
Nenhum dos liderados da E2 classificou tre produção e pessoas. Percebe-se que,
seu líder na dimensão 5,5, diferentemen- mesmo não havendo a igualdade na per-
te da E1, na qual essa dimensão foi a mais cepção entre líder e liderado, os estilos se
assinalada pelos liderados. Dessa maneira, assemelham no quesito referente à forte
observa-se que, em relação às decisões, orientação para produção e se diferem na
houve divergência das percepções nas duas orientação para pessoas, o que significa
equipes pesquisadas, onde aparentemen- que a maioria acredita que o líder tem uma
te os líderes tendem a se comportar de fraca orientação para pessoas e a segunda
maneira praticamente oposta àquela que maioria acredita que o líder tem uma forte
acreditam, sendo esse fato refletido pela orientação para pessoas. Porém, enquanto
avaliação de seus liderados. no estilo 9,1 o líder tem como responsa-
Na dimensão 2, referente às convic- bilidade planejar, controlar as ações do li-
ções, na E1, percebe-se um alinhamento derado, a relação é baseada na autoridade
de percepções entre o líder e seus lide- do líder e obediência do liderado, o líder
rados, na medida em que 13 liderados no estilo 9,9 não necessariamente exerce
concordam com o líder sobre a classifi- seu poder por meio da autoridade e con-
cação 9,1. Isso implica uma forte orien- trole. Isso mostra que entre os próprios
tação para produção e fraca orientação liderados há uma diferença no que tange
para pessoas, as pessoas são utilizadas ao entendimento da forma que o líder se
para que a produção esperada seja alcan- comporta na relação com as pessoas, em-

FIGURA 2 – apresentação dos dados quanto às convicções do líder


E1 E2

Classificação
Dimensão 2: Convicções Líder Liderado Líder Liderado
Grid

Eu concordo com opiniões, atitudes e ideias


a 0 1 0 1.1
alheias ou evito tomar partido
Eu prefiro aceitar opiniões, atitudes e ideias
b 2 0 1.9
alheias a impor as minhas
Quando surgem ideias, opiniões ou atitudes
c diferentes das minas, eu proponho posições 1 13 5 9.1
intermediárias
Eu defendo as minhas ideias, opiniões e atitu-
d des mesmo que, por vezes, tenha de “pisar nos 2 2 5.5
calos” dos outros
Eu procuro e estou atento a ideias, opiniões e
atitudes diferentes das minhas. Tenho convic-
e 8 18 9.9
ções firmes, mas diante de ideias válidas, procu-
ro mudar de opinião
Total 1 25 1 25
Fonte: elaborado pelos autores desta pesquisa

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bora a maioria (13) dos liderados ache que melham, enquanto na E2 percebe-se uma
o líder é mais autoritário. divergência significativa.
Como nenhum dos liderados assinalou Na dimensão conflito, foi verificado no-
a opção que indica uma tendência do líder vamente um alinhamento entre o que o
a possuir fraca orientação para pessoas e líder da E1 acredita ser e a percepção dos
para produção (1,1), pode-se dizer que eles liderados sobre o que ele é. Tanto o líder
concordam que o líder não exerce somen- quanto seus liderados entendem que, nas
te a função esperada e que possui algum situações de conflito, o líder procura agir
envolvimento com produção e pessoas, de forma a fazer prevalecer sua posição
mesmo que com intensidades diferentes. acerca do assunto (5,5). Identifica-se tam-
Já em relação à equipe 2, os dados reve- bém que, tanto o líder quanto a maioria
lam uma divergência significativa, na medida dos liderados acreditam que, em relação
em que, se por um lado, o líder se percebe ao conflito, o líder possui um comporta-
com baixa orientação para pessoas e pro- mento equilibrado. Além disso, é possível
dução, exercendo somente o necessário identificar que na percepção do liderado
da sua função (1,1), a maioria de seus lide- quanto a essa dimensão, todas as alter-
rados o classificam com forte orientação nativas foram marcadas, havendo até um
para ambos os fatores (9,9), pressupondo certo equilíbrio entre as alternativas “b”
que o líder tenha a capacidade de ir além (4) e “e” (5).
do que sua função exige. Nenhum dos lide- No caso da E2, a auto percepção do
rados teve sua resposta coincidindo com líder indica baixa orientação para a pro-
a percepção do líder sobre si mesmo e, dução e alta para as pessoas (1,9), de for-
ainda, nenhum liderado percebeu no líder ma que, diante do conflito, o líder acredi-
fraca orientação para pessoas. ta que suas ações objetivem restaurar a
Quanto à dimensão de convicções, por- harmonia do grupo. Este estilo prevê que
tanto, percebe-se que, em relação à alter- os sentimentos e atitudes das pessoas
nativa mais marcada pelos liderados nas são fundamentais, estando em primeiro
duas equipes, na E1 as percepções se asse- lugar. O líder se preocupa em estimular

FIGURA 3 – apresentação dos dados quanto ao surgimento de conflitos


E1 E2
Classificação
Dimensão 3: Conflito Líder Liderado Líder Liderado
Grid
Quando ocorre conflito, tento manter-me neutro
a 2 0 1.1
ou não me envolver
Eu tento evitar que se crie conflito, mas quando
b isso ocorre procuro acalmar os ânimos e manter 4 1 3 1.9
o pessoal unido
Ante o conflito, eu procuro ser imparcial mas
c 2 20 9.1
firme e chegar a uma solução justa
Quanto ocorre conflito, tento suprimi-lo ou fazer
d 1 12 2 5.5
prevalecer minha posição
Quando surge conflito, procuro detectar os moti-
e 5 0 9.9
vos e solucionar as causas que o sustentam
Total 1 25 1 25
Fonte: elaborado pelos autores desta pesquisa

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e manter a moral do liderado alta, focan- Quanto às emoções, observa-se que,


do na satisfação, conforto e segurança no tanto na E1 quanto na E2, os líderes acre-
trabalho. ditam aproximar-se da classificação 1,1, a
No entanto, diferentemente da auto- qual prevê a baixa orientação para produ-
percepção do líder, a percepção da maior ção e baixa orientação para pessoas, mas
parte dos liderados revela que essa re- somente uma pequena parte dos liderados
lação líder e liderado não é intensa e as também o enxergam dessa maneira. Esse
pessoas não são vistas como o foco prin- fato é traduzido na dimensão emoções por
cipal (9,1). Isso dá indícios de que a re- meio de uma fraca tendência à irritabili-
lação é baseada na autoridade e contro- dade; afinal, o líder classificado como 1,1
le quando há o surgimento de conflitos. possui um fraco envolvimento com pes-
Merece destaque o fato de que a opção soas e com a produção. Com relação aos
assinalada pelos liderados se mostra for- liderados, em nenhuma das duas equipes o
temente oposta àquela assinalada pelo líder foi classificado como 9,1, ou seja, na
próprio líder e, ainda, o fato de que, do percepção dos liderados fica evidente que
ponto de vista desse grupo, o líder não seus respectivos líderes não tendem a fo-
tende aos extremos em relação à orien- car nas pessoas.
tação para os fatores ao mesmo tempo, Na E1, especificamente, os liderados ava-
visto que os perfis 1,1 e 9,9 não foram liam o líder como 5,5, o que indica equilí-
assinalados por nenhum dos liderados. brio de suas emoções. Em contrapartida, na
Observa-se assim, que, mais uma vez, E2, o líder é percebido por seus liderados
encontra-se confluência entre a auto como tendendo a agir focado nas pessoas.
percepção do líder com a percepção do Na E1, também houve uma boa parte dos
liderado sobre líder na E1, enquanto, liderados que avalia o líder no estilo 1,9,
novamente, as percepções na E2 são sig- prevendo a forte orientação para pessoas,
nificativamente diferentes. Além do fato preocupando-se com as condições de tra-
de que o estilo 1,9 apareceu pela primeira balho oferecidas a elas. Na dimensão emo-
vez, entre as opções assinaladas nas di- ções, portanto, tanto na E1 quanto na E2 as
mensões do Grid Gerencial. percepções entre líder e liderados também

FIGURA 4 – apresentação dos dados quanto às emoções do líder


E1 E2
Classificação
Dimensão 4: Emoções Líder Liderado Líder Liderado
Grid
a Graças a minha neutralidade, eu raramente me irrito 1 3 1 5 1.1
Devido à confusão que as tensões podem gerar, eu
b 6 13 1.9
reajo de maneira afável e amistosa
Sob tensão, tenho dúvida quanto à posição a adotar
c 0 0 9.1
para evitar maior pressão
Quando as coisas não vão como espero, eu contes-
d 14 1 5.5
to, resisto ou contra-argumento
Quando provocado, contenho-me, embora seja
e 2 6 9.9
visível a minha irritação
Total 1 25 1 25
Fonte: elaborado pelos autores desta pesquisa

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são conflitantes, permanecendo constante tes nas percepções do líder e do liderado,


a diferença entre as percepções na E2. indicando incompatibilidades entre as per-
Em relação à dimensão senso de humor, cepções acerca das dimensões propostas
a auto percepção do líder da E1 revela que por Blake e Mouton (1978).
o seu senso de humor é irrelevante em Na dimensão empenho, observa-se que
suas relações interpessoais, o que o classifi- na E1 há pouca distribuição entre as alterna-
caria como 1.1. No entanto, ao se observar tivas destacando apenas aquelas que se refe-
a percepção dos liderados a respeito dessa rissem às classificações 1,9 e 9,1. Isso pode
dimensão, nota-se que, do ponto de vista significar que os liderados estão divididos
da grande maioria, o senso de humor do em duas visões opostas: primeira, enquanto
líder é capaz de promover sua aceitação a percepção da maioria dos liderados (15)
junto à equipe, ou ainda, que se trata de um coincide com a auto percepção do líder,
senso de humor ajustável à situação (9,1). na qual o líder tende a aproximar-se mais
A opinião dos liderados sobre o líder in- do estilo 1,9, tendo a orientação mais baixa
dica uma tendência a forte orientação para para produção e mais forte para pessoas,
produção, que pode vir ou não acompanhada oferecendo apoio e ajuda, ao invés de ape-
de uma tendência enfocada nas pessoas. Esse nas exigir; segunda, em que para parte dos
índice mostra que a diferença entre as percep- liderados (10), o líder aproxima-se mais do
ções quanto ao senso de humor é mais signi- estilo 9,1, sendo orientado mais fortemente
ficativa na orientação para produção, quando para a produção do que para pessoas, des-
o líder não se envolve tanto com expectativa tacando o líder como promovedor de um
percebida pela maioria dos liderados. ritmo de trabalho bom e constante. Além
As alternativas que correspondem aos disso, a classificação 1,9 aparece pela segun-
estilos 1,1; 1,9 e 5,5 na E1 não foram iden- da vez, onde as pessoas são primordiais para
tificadas por nenhum liderado, mostrando o líder e a palavra que se destaca na sua re-
que, no senso de humor, o líder não é vis- lação com o liderado é a solidariedade.
to como se orientando por essas classifi- Em relação à E2, ao contrário da E1, hou-
cações. Já uma outra parte dos liderados ve uma distribuição bem mais equilibrada
acredita que o senso de humor do líder entre as alternativas que correspondem as
ajuda-o a adaptar-se a situações, facilitando classificações 1,1; 9,1; 5,5 e 9,9. Destaca-se
novas aberturas aos liderados. que não aparece apenas a classificação 1,9
No caso da equipe 2, o líder se classifi- que foi a mais identificada pelos liderados
ca como 9.9, mas seus liderados acreditam da E1. Ou seja, mesmo as duas equipes fa-
que seu senso de humor é orientado pelo zendo parte de uma mesma operadora de
estilo 1,9, implicando que, aos olhos do lí- telefonia, numa mesma estrutura organiza-
der, o seu senso de humor é conservado cional, existe claramente a diferença entre
mesmo sob pressão, pois possui a combi- as percepções não só entre líder e lidera-
nação entre produção e pessoas, enquanto do, mas também entre as equipes. Pode-se
aos olhos do liderado o líder apresenta-se dizer que esse achado corrobora a ideia de
sempre bem-humorado. que o estilo de liderança pode ser apre-
Na E1 e E2, portanto, foram encontra- endido e adaptado, conforme a abordagem
dos novamente estilos gerenciais divergen- de liderança comportamental, na qual se

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FIGURA 5 – apresentação dos dados quanto ao senso de humor do líder


E1 E2
Classificação
Dimensão 5: Senso de Humor Líder Liderado Líder Liderado
Grid
Meu senso de humor é tido pelos outros como
a 1 0 0 1.1
irrelevante (sem sentido, desfocado)
Meu senso de humor ajuda a desviar a atenção
b 0 23 1.9
dos pontos sérios de uma tensão
Meu senso de humor leva a minha aceitação
c 16 0 9.1
pessoal
d Meu senso de humor é fulminante 0 2 5.5
Meu senso de humor se ajusta às situações e
e facilita aberturas: mesmo sob pressão mante- 9 1 0 9.9
nho certo senso de humor
Total 1 25 1 25
Fonte: elaborado pelos autores desta pesquisa
FIGURA 6 – apresentação dos dados quanto ao empenho do líder
E1 E2
Classificação
Dimensão 6: Empenho Líder Liderado Líder Liderado
Grid
a Eu me esforço o suficiente para manter minha situação 0 5 1.1
b Eu raramente exijo, ao invés, ofereço apoio e ajuda 1 15 0 1.9
c Eu procuro sustentar um ritmo de trabalho bom e constante 10 1 8 9.1
Eu “dou duro” e faço os que trabalhem comigo darem duro
d 0 6 5.5
também
e Eu me empenho afundo e os demais me acompanham 0 5 9.9
Total 1 25 1 25
Fonte: elaborado pelos autores desta pesquisa

encaixa a teoria de Blake e Mouton (1978). quanto ao empenho do líder, observa-se


Mesmo com a distribuição mais equili- que, tanto na E1 quanto na E2, houve uma
brada, foi observado um alinhamento das maior convergência entre as percepções
percepções, as quais coincidiram na classi- do líder e de seus respectivos liderados.
ficação do líder como 9.1, com a avaliação Evidenciando, talvez, uma maior sintonia
de uma maior parte dos respondentes, ou em relação às dimensões anteriores.
seja, tendencioso a agir mais forte para Após uma análise detalhada de cada di-
produção e mais baixa para pessoas. Então, mensão, a construção da figura 7 apresenta
de acordo com a maioria dos liderados, mais claramente se houve divergência ou
FIGURA 7 – Comparação entre as percepções do líder versus liderado
Dimensões do E1 E2

Grid Gerencial Percepções líder X liderado Percepções líder X liderado

1 Decisões Divergência Divergência


2 Convicções Convergência Divergência
3 Conflito Convergência Divergência
4 Emoções Divergência Divergência
5 Senso de Humor Divergência Divergência
6 Empenho Convergência Convergência
Fonte: elaborado pelos autores desta pesquisa

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FIGURA 8 – Identificação geral da tendência do estilo do líder em todas as dimensões


E1 E2
“Eu considero fundamental conseguir decisões
“Aceito as decisões tomadas por outros.
criativas que resultem em compreensão e consenso.
Quando surgem ideias, opiniões ou atitudes
Eu concordo com opiniões, atitudes e ideias alheias ou
diferentes das minhas, eu proponho posições
evito tomar partido. Eu tento evitar que se crie conflito,
intermediárias. Quando ocorre conflito, tento
mas quando isso corre procuro acalmar os ânimos e
Líder suprimi-lo ou fazer prevalecer minha posição.
manter o pessoal unido. Graças a minha neutralidade,
Graças a minha neutralidade, eu raramente me
eu raramente me irrito. Meu senso de humor se ajusta
irrito. Meu senso de humor é tido pelos outros
às situações e facilita aberturas: mesmo sob pressão
como irrelevante. Eu raramente exijo, ao invés,
mantenho certo senso de humor. Eu procuro sustentar
ofereço apoio e ajuda”.
um ritmo de trabalho bom e constante”.
“Ele considera fundamental tomar decisões “Ele aceita as decisões tomadas por outros. Ele
firmes. Quando surgem ideias, opiniões ou procura e está atento a ideias, opiniões e atitudes
atitudes diferentes das minhas, ele propõe diferentes das dele. Ele tem convicções firmes, mas
posições intermediárias. Quanto ocorre conflito, diante de ideias válidas, procura mudar de opinião.
eu tento suprir ou fazer prevalecer a minha Ante o conflito, ele procura ser imparcial, mas firme
Liderado
posição. Quando as coisas não vão como e chega a uma solução justa. Devido à confusão que
ele espera, ele contesta, resiste ou contra- as tensões podem gerar, ele reage de maneira afável
argumenta. O senso de humor dele leva a e amistosa. O senso de humor dele ajuda a desviar a
aceitação pessoal dele. Ele raramente exige, atenção dos pontos sérios de uma tensão. Ele procura
ao invés, oferece apoio e ajuda”. sustentar um ritmo de trabalho bom e constante”.
Fonte: elaborado pelos autores desta pesquisa

convergência entre as percepções do líder liderados. O Quociente de Realização Ge-


versus liderado. rencial (QRG) não foi utilizado neste es-
Ao reunir o resultado de todas as dimen- tudo pelo número insuficiente de respon-
sões, verifica-se também a tendência do estilo dentes que possibilitasse fazer a média dos
do líder, tanto na sua própria avaliação como estilos gerenciais.
pela avaliação da maioria dos liderados. Sen- Vale destacar que se trata de um estudo
do assim, a figura 8 contempla a construção preliminar e que o Grid Gerencial se mos-
do parágrafo com as seis dimensões mais trou como possibilidade para se comparar
percebidas pelos líderes e liderados. as percepções de líder e liderado. Sendo
assim, a principal contribuição deste es-
CONSIDERAÇÕES FINAIS tudo reside na aplicação dessa ferramen-
Reconhece-se o fato de que o Grid Ge- ta aos liderados, partindo do pressuposto
rencial proposto por Blake e Mouton foi de que estes são fundamentais no proces-
criado para se entender e comparar os es- so de compreensão do estilo de liderança
tilos gerenciais, a partir da percepção do desenvolvido e praticado pelo líder. Isto é,
gestor/líder, considerando alguns fatores numa relação diádica líder-liderado.
como idade e o número de entrevistados O objetivo deste artigo foi comparar e,
que possibilitassem fazer a média dos esti- por sua vez, compreender se a auto avalia-
los gerenciais. No entanto, a análise de da- ção do líder é coerente com a avaliação do
dos deste artigo ocorreu a partir de uma liderado, contrapondo o ideal refletido pelo
adaptação do Grid Gerencial, uma vez que líder e a prática percebida pelo liderado. De
o questionário foi aplicado também para os maneira geral, os resultados obtidos por

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meio do Grid Gerencial de Blake e Mouton tiva às emoções coincidiu a auto percepção
(1978) indicaram divergência entre as per- dos dois líderes, pois ambos assinalaram a
cepções do líder sobre si mesmo e dos li- assertiva que atribuía a pouca irritabilidade
derados em relação ao seu respectivo líder. à neutralidade assumida diante das situa-
A auto percepção do líder, praticamen- ções. Porém, nem isso foi percebido pela
te de forma unânime, se distanciou daquilo maioria dos liderados das duas equipes,
que é percebido pelos liderados na equipe indicando que a auto percepção do líder
2. Isso porque foi observada convergência não se confirma quando o olhar é o dos
das percepções em apenas uma das dimen- liderados. Nas demais dimensões, o com-
sões do Grid, a saber, aquela referente ao portamento auto percebido pelos líderes
empenho, quando o líder e a maioria de difere bastante.
seus liderados demonstraram entender que Ficou evidente na pesquisa, portanto, o
o primeiro busca manter um ritmo de tra- baixo alinhamento entre o que o líder acre-
balho bom e constante. Ainda assim, chama- dita ser e o que os liderados percebem em
se atenção para a dispersão dos dados, pois seu comportamento, sendo que esse fato
apenas 8 dos liderados concordaram com a pode ser uma das justificativas para os pro-
auto percepção do líder, ou seja, trata-se de blemas enfrentados pela organização em re-
uma convergência relativamente fraca. lação às duas equipes. Isso porque a lideran-
A equipe 1, por sua vez, apresentou con- ça está relacionada ao bom desempenho de
vergência em três das dimensões analisa- uma equipe, como aponta a literatura.
das pelo Grid Gerencial, quais sejam: con- Dessa maneira, destaca-se a importância
vicções, conflito e empenho. Pelo menos de estudos que tragam a percepção dos li-
metade dos liderados da equipe 1 concor- derados sobre o líder, a fim de que se tenha
dou com a auto percepção do líder nessas uma visão menos enviesada da realidade.
dimensões, fato que indica um forte alinha- Afinal, como mostrou este artigo, a auto
mento entre as impressões nesta equipe, percepção do líder muitas vezes não vai ao
ao contrário da equipe 2. encontro daquilo que é experimentado pelo
Esse fato lança luz sobre a diferença no liderado. Merece atenção, também, a postu-
estilo de liderança quando se compara as ra da empresa no sentido de observar o
duas equipes. Afinal, os líderes das duas alinhamento das percepções, para que, com
equipes apresentam comportamentos bas- isso, possa investir no desenvolvimento das
tantes desiguais. Apenas na dimensão rela- habilidade e competências necessárias.

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