A moeda e o

sistema monetário
Síntese: capítulo 1, 1.2-1.5 (Cardim de Carvalho et al.
Economia Monetária e Financeira)
Erratas do livro texto:
• Notem que as variáveis que uso tem
ligeiras diferenças em relação ao livro
texto.
• No meu entender, as variáveis do livro
texto são confusas. Por exemplo, o termo
BC refere-se às vezes ao Banco Central,
em outras aos bancos comerciais.
• Nos slides: BC sempre se referirá aos
bancos comerciais. BACEN sempre se
referirá ao Banco Central.
• Existem erros também referentes ao
conceito de base monetária (B), do item
1.4. Fiquem atentos!
O que é meio de pagamento?

• Meio de pagamento (MP) é um conjunto de ativos aceito para

liquidação de um compromisso econômico presente ou futuro (compra,
pagamento, remuneração, liquidação de dívida).
• Desde a institucionalização do sistema bancário, não são apenas
moedas físicas (moeda metálica ou cédulas de dinheiro) – o Papel
Moeda em Poder do Público – PMPP (ou moeda manual) – que podem
cumprir com obrigações econômicas. O valor em depósitos à vista
(conta corrente) nos bancos comerciais, DVBC (ou moeda escritural)
também constitui meio de pagamento imediato.
• Cartão de débito é MP; Cartão de crédito não é MP; Cheque é MP;
Cheque pré-datado não é MP. (por que?)
 Meio de pagamento

MP = moeda
MP = PMPP +
Outra forma é: manual + moeda
DVBC
escritural
Sistema Financeiro Nacional – SFN e Sistema
Monetário - SM

• O Sistema Monetário (SM) é composto por Banco Central (BACEN) e Bancos comerciais
(BC).
• Isso porque só essas duas instituições podem criar meios de pagamento (MP), que
representam oferta monetária.
• Portanto, outras instituições financeiras (como bancos de desenvolvimento,
seguradoras, factoring, cooperativas*, bancos de microcrédito, etc) não são do
Sistema Monetário, embora façam parte do SFN.
• Basta lembrar que, além do BACEN, responsável pelas emissões de moeda, somente
bancos comerciais (BC) estão autorizados (pelo BACEN) e podem receber depósitos à
vista em conta corrente e fornecer crédito com base nesse montante. Se for permitido
a uma outra instituição receber DV, essa também comporá o SM.
• Obs: o complemento “Público” do PMPP não se refere apenas às pessoas (físicas).
Refere-se a toda e qualquer instituição que não faz parte do SM, incluindo empresas.
Papel Moeda Emitido (PME) e Papel Moeda
em Circulação (PMC)

• O Banco Central (ou BACEN) é a única instituição permitida legalmente

para emitir papel-moeda (PME).
• No entanto, nem todo PME é PMPP. Parte fica retido pelos bancos
comerciais (BC) e parte pelo próprio BACEN.
• Parte do PME que fica no “ cofre” do BACEN é denominado Caixa do
BACEN (CBACEN). Note que esse dinheiro não necessariamente é do
BACEN, pode ser dos BC e estar sob sua guarda: são as chamadas
reservas (ou encaixes) voluntárias ou compulsórios dos BC.
• O Papel Moeda em Circulação (PMC) é todo papel moeda que circula
na economia (fora do caixa do BACEN). Parte desse dinheiro está
depositado nos BC (reservas ou encaixes técnicos: Et). Parte é do
“público” (PMPP).
 • PME – CBACEN = PMC

• CBACEN = PMNU + Ec + Ev
PME e PMC
• PMC - Et = PMPP

• PME = CBACEN + Et + PMPP

Obs. PMNU: papel moeda impresso, mas não utilizado, que está simplesmente “guardado” no cofre do BACEN.
 • PME – CBACEN = PMC

Público
• PMC - Et = PMPP
PME e PMC BC

BC
• PME = CBACEN + Et + PMPP
BACEN Público
Como se dá a criação da moeda escritural?

• Basicamente a moeda escritural é criada a partir de determinadas

operações de crédito dos BC.
• Quando um BC concede empréstimo a um (novo) cliente, é como
se disponibilizasse, na conta corrente, o valor solicitado, sem
outras transferências.
• Portanto, trata-se simplesmente de um processo contábil: no lado
da conta de ativos do BC, é criada uma rubrica “novo empréstimo
de R$ x ao cliente tal”. No lado do passivo, por sua vez, está
presente a rubrica de “depósito à vista do cliente tal”.
• Esse valor, naturalmente, por ser MP, pode ser sacado ou utilizado
para pagamentos ou transferências. Portanto, é novo MP.
 Balancete simples do BC
Ativo
(1) Empréstimo novo R$ 100 mil
(2) Reservas
(3) Saldo das demais contas
Total do Ativo = (1) + (2) + (3)
Passivo
(4) Depósito à vista novo de R$ 100 mil
(5) Saldos das demais contas
Total do Passivo = (4) + (5)
 Criação de moeda
escritural
• De forma muito simples, o funcionamento do BC e a criação de
moeda escritural é explicada no vídeo “O dinheiro como dívida”:
• https://www.youtube.com/watch?v=F_ZYiJEzagM
Base Monetária (B)

• Base Monetária (B): soma de papel moeda em poder do público adicionada a

toda reserva/encaixe, mesmo que estejam sob guarda do BACEN:
• B = PMPP + ET
• Sendo que:
• ET = Et + Ec + Ev

• Note que ET = é todo tipo de encaixe: técnicos (depositados nos BC) ou sob guarda do
BACEN: Ec + Ev )
• Taxa de Redesconto: taxa paga pelos BC ao BACEN caso precisem de moeda manual. O
BC passa ao BACEN um título público e receberá o montante, descontado uma taxa de
deságio.
Relações
fundamentais
• B = PMPP + Et + Ec + Ev

Como PMPP = PMC - Et:

• B = PMC + Ec + Ev
 Balancete de um BC
Ativo Passivo
(1) Empréstimos Passivo Monetário:
(2) Reservas bancárias (Ec + Ev + Et) (6) Depósitos à vista
(3) Títulos públicos e privados Passivo não-Monetário:
(4) Imobilizado (7) Depósitos à prazo
(5) Outras aplicações (8) Empréstimos internos e do exterior
(9) Redescontos e empréstimos no BACEN
(10) Patrimônio líquido
(11) Outras fontes
Total do Ativo = (1) + (2) + (3) + (4) + (5) Total do Passivo = (6)+(7)+(8)+(9)+ (10)+(11)
Lembrete
• Ativos: aplicações.
• Portanto, o BC pode destinar seus
recursos na forma de empréstimos,
compra de títulos públicos ou privados,
etc.

• Passivo: fonte de recursos (próprios ou

de terceiros).
• Portanto, do lado do passivo, está
colocada a propriedade do recurso do
BC: público, BACEN, capital próprio, etc.
No passivo, ainda há a separação se
esses recursos são ou não monetários
(grau de liquidez).