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UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE

CCT
DIREITO

CAMILA DE CASTRO FAUSTINO


GIULIA SALLUM DIAS AZEVEDO ALVES
LUANA BEISSMANN
SABRINA ZAN DE ANDRADE
ISABELLE VESSANI DE ALMEIDA MENIN
GIOVANNA DA SILVA DIAS
MARIA EDUARDA MARINS DE ARRUDA BOTELHO
MARIANA GUINHONI RIVETTI
MARIA PEREIRA DE SOUSA

ANÁLISE CRÍTICA E COMPARATIVA DO LIVRO “INTRODUÇÃO AOS ESTUDOS CTS”-


CAPÍTULO 1- DA ORGANIZAÇÃO DE ESTADOS IBERO-AMERICANOS PARA A
EDUCAÇÃO, A CIÊNCIA E A CULTURA (OEI) E O ARTIGO “A CIÊNCIA COMO FORMA
DE CONHECIMENTO” DE CARLOS ALBERTO ÁVILA ARAÚJO

Campinas, São Paulo


2022
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Ambos os textos têm intenção de definir e categorizar a ciência, usando de meios


históricos-sociais-filosóficos. Entretanto, apesar de esbarrarem em sua temática, compreen-
dem e concluem de maneiras bastante discrepantes. Portanto, enquanto o livro “Introdução
aos estudos do CTS” subentende que a significação e classificação da ciência é desneces-
sária e turbulenta, o artigo “A ciência para conhecimento” busca seriar os métodos do saber
de maneira a discrepá-los da ciência.

Preliminarmente, o livro tem uma interpelação que objetiva observar todos os movimentos a
respeito da ciência e como se contradizem. Ele primeiramente questiona a suposta falta de
interação entre ciência e sociedade, fantasiada pelos cientistas, e seu empirismo clássico²
aliado ao positivismo³ em sua confiabilidade, graças a falta de consideração que o método
cientifico¹ carrega em relação às pessoalidades de seus conhecimentos prévios dos que da
ciência manejam(essa corrente filosófica foi chamada antipositivismo). Além disso, o autor
ironiza o desespero do objetivismo da ciência moderna pela verdade, mencionando Bacon,
assim como evidência a falseabilidade das hipóteses- que não “podem” ser contestadas
(pelo olhar cientifico) - apontando Popper.

Aprofundando, o primeiro capítulo de “Introdução ao estudo CTS” aborda a oposição


entre os contextualistas e os existencialistas, enquanto os existencialistas abordam os
tópicos “ciência” e “sociedade” como dicotomias (metodizando a hipotético-dedutivo), os
contextualistas os identificam como inseparáveis, por conta, da interferência social que
todos os âmbitos da humanidade sofrem-incluindo a ciência-valorizando as ciências sociais
aplicadas, até então superestimadas. Ademais, é exposto uma teoria de Kuhn -a ciência
viveria em um ciclo de: revolução (alimentado pelo acúmulo de dúvidas) e normalidade
(alimentado pela consensualidade das hipóteses)-.

Continuamente, diversos ambientes da filosofia focaram em estudar a ciência, e um grande


projeto de estudo para melhora do método cientifico¹ foi o “projeto forte” de David Bloor,
assim a filosofia e ciência exata perdem papéis de opositores e começam a trabalhar
paralelamente. Esse projeto se resumia em catalogar 4 princípios do estudo empírico²
da ciência: causalidade, imparcialidade, simetria, reflexividade. Logo mais, apesar do su-
cesso, o “projeto forte” foi substituído pelo mais eficiente e atualizado “EPOR”- que era seu
aperfeiçoamento-. Finalizando, o livro menciona e explica três enfoques científicos atuais:
a ciência reguladora, apontada como desvalorizada atualmente nas políticas públicas, a
tranciência e a ciência reguladora.

Em contrapartida, “a ciência como forma de conhecimento” se apresenta diferenciando os


saberes decidindo classificá-los, ou não, como ciência. São mencionados o senso-comum,
a religião, a filosofia, a arte e a ideologia, concluídas como saberes não-científicos por seus
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diversos caracteres não comprovatórios. Então, ao invés de dividir a ciência de acordo com
sua especificidade da área do conhecimento, como o proposto pelos escritores da OEI,
Carlos Alberto Ávila Araújo, não caracteriza estudos que não se baseiam pelo clássico
método cientifico¹ empirista² como ciência.

Além disso, o artigo intensamente aborda o método cientifico¹, insistindo no procedimenta-


lismo, na indiscutível factualidade dos conhecimentos científicos, dominação da natureza e
da ciclicidade científica.Também é comentado a abandonada dependência da ciência das
universidades, e como esses despreendimento consequencía a elitização do saber científico.
E, para sua conclusão, o autor contempla os estudiosos da ciência como saber, abordando
Bourdieu - e sua noção de campo cientifico-, Foucault- e sua descrença no empirismo²,
atrelado ao seu posicionamento antipositivista- e o projeto forte, comentado também no livro.

Portanto, com tudo já abordado, com a comparação das obras é possível desvendar
carreiras ideológicas que se diferem entre os autores, na (falsa) tentativa de categorizar,
definir, patronizar a ciência.
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Glossário

Método cientifico¹: introduzido por Galileu-e precursor da ciência moderna-, na in-


tenção de desmascarar o método do conhecimento de Aristóteles, ele é baseado em um
sistema hipotético-dedutivo em que uma hipótese é considerada,ou não, fatídica depen-
dendo dos resultados empíricos dos seus testes. Assim, quando os resultados empíricos
são vistos como favoráveis à hipóteses, ela se torna teoria, se tornando verdade base para
interpretação da natureza, e por conclusão, de toda ciência.
Empirismo clássico²: tendo como pai Locke, essa corrente ideológica do saber acre-
dita que todo conhecimento é formado pela experiência, na ciência o empirismo toma
espaço no método cientifico como técnica para validar, ou não, uma teoria.

Positivismo³: corrente filosófica do século XIX que vigora a metodologia para os meios
sociológicos, científicos e políticos.

Antipositivismo: denúncia filosófica, opositora ao positivismo, expositiva aos problemas


institucionalizados do estudo do saber como: “ A carga Teórica da Observação“ e ”A Infra-
determinação“.

Método Hipotético-Dedutivo: questionamento gerado pela observação de um fenómeno e a


formulação de uma resposta plausível para essa pergunta, tendo assim uma hipótese.

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