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SEGUNDA AVALIAÇÃO
Entrega via Google Classroom até 04/02/2022
1 - Questão
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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO PAULO
ESCOLA DE FILOSOFIA, LETRAS E CIÊNCIAS HUMANAS
EFLCH – Campus Guarulhos
noções concebidas, tanto pela linguagem, utilizada como instrumento de pesquisa nas
mais diversas ferramentas, como os questionários realizados aos indivíduos estudados,
quanto pela própria observação do sociólogo. Consequentemente, ao atentar-se ao
afastamento dessas pré-noções a sociologia fundamenta-se, segundo os autores, pelo
princípio de não-consciência, que consiste em construções de “ sistemas das relações
objetivas nas quais os indivíduos se encontram inseridos e se exprimem mais
adequadamente na economia ou morfologia dos grupos do que nas opiniões e intenções
declaradas dos sujeitos” (BOURDIEU, 2002, p.29).
Com base no conceito de não-consciência, inicia-se o processo de construção
epistemológica do objeto e, a qual é exposta na segunda parte da obra. Partindo da
crítica ao empirismo exacerbado, o qual utiliza-se da descrição exata da realidade para
construção do objeto, os autores destacam a importância da construção do fato induzido
por um processo imaginativo. Assim como é, também, enunciado por Weber “Não são
as relações reais entre as 'coisas' que constituem o princípio da delimitação dos
diferentes campos científicos, mas as relações conceituais entre problemas”
(BOURDIEU, 2002, p.45). Portanto, a construção de um objeto a ser estudado
vincula-se, diretamente, com a necessidade da formulação de um modelo teórico que
permita a sistematização de questionamentos, tanto pelas suas causas quanto pelas suas
consequências, de uma problemática central. Consecutivamente, os autores, através do
destaque do modelo teórico para o desenvolvimento epistemológico, chegam à parte
final da obra: a constatação. A perspectiva de ordenamento do objeto pelo processo
imaginativo, ou seja, a construção de hipóteses diante de um modelo central, possui
como finalidade científica a produção de um rigor metodológico organizado, que
permita a análise e a validação constante deste. Em suma, o período final de uma
pesquisa - a constatação- refere-se a reformulação do processo epistemológico, o qual
são colocadas à prova da razão as hipóteses e o princípio de vigilância aplicado.
Conclui-se a partir da enumeração das três técnicas essenciais que a maior
preocupação do sociólogo deve centrar-se no processo de desenvolvimento de uma
atitude de vigilância e, também, da teoria para, enfim, obter-se a sistematização do
corpus científico.
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universal imposta pelo Norte, a qual exclui outras formas de produção científica e,
consequentemente, outras formas de conceitualização da realidade, como do que se trata
a visão de modernidade fora do contexto capitalista.
Tratando-se da Sociologia uma ciência que estuda a realidade, a socióloga, irá
propor uma produção de conhecimento sociológico simétrico em que, as duas realidades
sejam sobrepostas no mesmo campo intelectual. Desta forma, o desenvolvimento
científico, proposto pela sociologia, deve ser teorizado e conceitualizado apenas no
espaço em que se objetiva compreender, utilizando-se dos principais elementos
constituintes desse espaço, os indivíduos e a cultura. Contudo, caso haja a permanência
da falta de contato com os protagonistas que se encontram fora do contexto capitalista, a
produção epistêmica continuará prevalecendo-se do lado em que, comumente,
associa-se à inauguração científica. É a partir de tal tese, que a autora segue o
questionamento do rumo científico da Ciências Sociais “podemos ter uma teoria social
que não reivindique universalidade a partir de um ponto de vista da metrópole, que não
observe de um único ponto de vista, que não exclua a experiência de pensamento social
da maior parte da humanidade?” (Connell, 2007, p. 206). Logo, chega-se ao objetivo
central da obra, a ocupação simétrica no espaço intelectual, tanto pelo Norte quanto pelo
Sul, buscando a prevalência de “ pensamento social mais democrático”(ROSA, 2014,
p.56).
Por fim, é possível observar a importância da ocupação intelectual dos países
que tiveram sua historicidade marcada pelo colonialismo para obter-se o fim da
desigualdade epistêmica. Em especial à Ciências Sociais, que tendo como objetivo a
compreensão de diferentes realidades sociais deve-se atentar à produção científica e, por
fim, a própria compreensão de determinada realidade social pela própria raiz, ou seja,
pela própria produção epistêmica de determinada localidade.