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UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARÁ

ICEN – INSTITUTO DE CIENCIA EXATAS E NATURAIS


FACOMP – FACULDADE DE COMPUTAÇÃO
CURSO DE CIENCIA DA COMPUTAÇÃO – 2022

DISCENTES:

CHRISTIAN DE JESUS DA COSTA MARINHO Matricula: 202004940041

LETICIA COSTA DA SILVA Matricula: 202104940017

VICTOR HUGO GONCALVES DE OLIVEIRA Matricula: 202004940001

RESENHA DO LIVRO: MÉTODO CIENTÍFICO


Capitulo 4: A comunidade Científica

FILOSOFIA

BELÉM

2022
Um ponto de vista agnóstico sobre a natureza última da ciência

A representação dominante da ciência se caracteriza por uma visão centrada


sobre o inelutável ou o necessário. A análise crítica nos mostrou os limites de
semelhante representação: as observações são construções humanas, os modelos
provêm de nossas ideias anteriores, e por meio da lógica pragmática e histórica que
os cientistas decidem rejeitar ou conservar modelos particulares. Essa análise remete
às práticas científicas a sua situação histórica. Elas desmistificam a ciência, pondo em
questão a sua a-historicidade, a sua universalidade, a sua obsolutez e o seu caráter
quase sagrado.

Mostrando a sua historicidade, essas análises não “denigrem” a ciência: elas


se contentam em situá-la em meio a outras grandes realizações humanas como a arte
ou as técnicas. A partir do momento em que se aceita que a racionalidade científica
não é eterna, mas se associa a uma maneira socialmente reconhecida e eficaz de
abordar a nossa relação com o mundo, vemo-nos remetidos a uma reflexão sobre a
maneira pela qual essa racionalidade funciona.

Definir a comunidade científica

Em nossa moderna sociedade, a comunidade científica é um grupo social


relativamente bem definido. Ela pode se aproximar, do ponto de vista do antropólogo
ou do sociólogo. Em cada caso, temos um grupo social que se autodefine ou de
acordo com sua atividade, cujos membros se reconhecem entre si e que tem, portanto,
a sua coerência própria.

Aqueles que são aceitos com o "cientistas" são considerados como


possuidores de conhecimentos específicos, úteis e mesmo passíveis de retribuição. A
comunidade científica, portanto, não só goza de reconhecimento interno com o
externo, também. Esse reconhecimento é admitido publicamente, o que, em
linguagem mais técnica, pode-se exprimir assim falando que se trata de um
reconhecimento pelos grupos dominantes, isto é, pelos grupos que possuem peso
suficiente dentro da sociedade para que, uma vez tendo-lhes reconhecido algo,
praticamente ninguém pode ignorá-lo. E nem todo conhecimento recebe semelhante
reconhecimento. Contudo, esse reconhecimento do público parece uma característica
essencial da ciência tal como a vemos hoje. Sem ele, não se falará mais em ciência…
A comunidade científica não pode, por conseguinte, definir-se unicamente
como um grupo capaz de lidar com um certo tipo de conhecimentos. Como grupo com
um acesso privilegiado ao saber, será frequentemente solicitado de seus membros
desempenhar um papel social e, em particular, dar o seu parecer como especialistas,
ou seja, com as pessoas detentoras de um certo saber que lhes permite opinar em
questões da sociedade. De um ponto de vista sociológico, são esses
reconhecimentos, tanto internos quanto externos, que dão ao conceito de comunidade
científica o seu conteúdo específico.

A comunidade científica faz parte do método científico

Da maneira acima considerada, a comunidade científica poderia parecer como


um elemento externo à ciência e a seus resultados. Haveria a ciência e os seus
progressos; e depois - elemento puramente adjacente - haveria o fato de que são
praticadas por um grupo humano. O método científico poderia ser analisado - e é
assim que ele é na maior parte do tempo - independentemente da comunidade
científica. Semelhante concepção do método científico é incapaz de se dar conta da
obtenção dos resultados interessantes. A fim de produzir resultados científicos, é
preciso também possuir recursos, acesso às revistas, às bibliotecas, a congressos
etc. É preciso também que, nas unidades de pesquisa, a comunicação, o diálogo e a
crítica circulem. O método de produção da ciência passa, portanto, pelos processos
sociais que permitem a constituição de equipes estáveis e eficazes: subsídios,
contratos, alianças sociopolíticas, gestão de equipes etc. Mais uma vez, a ciência
aparece como um processo humano, feito por humanos, para humanos e com
humanos.

Pode-se ter a noção de que o método científico se trata de um conceito abstrato


e completamente objetivo e imparcial, desligado da comunidade científica em si.
Entretanto, o método científico está inerentemente ligado à comunidade científica.
Para se fazer pesquisa é necessário que o pessoal envolvido seja organizado, bem
relacionado e bem comunicado. Dessa maneira, pode-se verificar que o resultado da
pesquisa científica depende do que quaisquer outras relações sociais também
dependem: alianças políticas, subsídios, contratos…

As ambiguidades do conceito de “comunidade científica”


O termo “comunidade científica”, assim como outros termos como “sociedade”,
é merecedor de alguma reflexão. Quando se diz “a comunidade científica afirma que”
ou que “é de interesse da comunidade científica que”, não se sabe exatamente quem
é o sujeito. Afinal de contas, quem é a comunidade científica? Seriam os grandes
laboratórios com alto orçamento pelo mudo? Seriam os pesquisadores que trabalham
em laboratórios comuns? Ou seriam os assistentes que trabalham em laboratórios
menores ainda? Se referir à comunidade científica dessa maneira apaga em certa
porção a quem realmente interessa tal coisa. Assim como qualquer outra instituição
no mundo, não se deve esquecer de que a comunidade científica acima de tudo
também está sujeita à vontade do capital, e deve-se estar o tempo todo atento a isso.

Um grupo menos unido do que se diz

Quando se pensa em comunidade científica, deve-se sempre lembrar das


pessoas que compõem esse grupo. O interesse da comunidade científica quase
nunca é o interesse de todos envolvidos nessa instituição, na verdade, muito pelo
contrário. Na maior parte das vezes, o interesse da comunidade científica em questão
corresponde apenas a quem está no alto dessa cadeia hierárquica.

Uma corporação com seus próprios interesses

A comunidade cientifica não é totalmente imparcial, sempre tende a alinhar


seus interesses com aqueles que a patrocinam. Por causa disso, não tem contato
direto com o poder financeiro, tendo seus poderes limitados, os cientistas tendem a
ter ideias mais “progressistas”, defendendo uma liberdade com apolitização e
individualismo. Muitas das vezes essas ideias tornam-se discursos em que pediram
por liberdade para trabalhar, sem interferência de indústria, Estado ou exército.

Com isso a comunidade cientifica torna-se uma espécie de pátria, a qual segue
um sistema burocrático de funcionamento. Assim sendo, a comunidade cientifica não
é só formada por pessoas, mas sim por organizações e grupos que tem seus próprios
interesses internos. Com isso, os cientistas tendem a acreditar que os seus interesses
são de interesse geral da nação, e mascaram isso com discursos genéricos como “o
progresso científico”, “o avanço do conhecimento”, etc.

Os cientistas como técnicos intelectuais


Tendo como base nossa sociedade, onde é esperado do profissional técnico
que execute seu trabalho sem indagar sobre todos os caminhos do processo, a
comunidade cientifica esta sendo empurrada para esse caminho, onde a destinação
não importa, tudo o que se espera são resultados, sem se refletir sobre para que vai
servir aquilo. O cientista cada vez mais está cego para a questão social e só se importa
com o final da sua pesquisa, contribuindo para uma visão cada vez mais turva da
sociedade pelos mesmos.

Resumo

A comunidade cientifica funciona como uma sociedade bem definida, onde os


membros se reconhecem e são reconhecidos por nossa sociedade. São valorizados
por seus conhecimentos e se tornaram um grupo de classe média.

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