Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
CURSO DE PSICOLOGIA
São Carlos
2015
CENTRO UNIVERSITÁRIO CENTRAL PAULISTA – UNICEP
CURSO DE PSICOLOGIA
São Carlos
2015
Ficha Catalográfica
Sabrina Aparecida Ribeiro dos Santos. – Orientador Profª Elisângela Maria Machado
Pratta. – São Carlos, 2015.
p.
Banca examinadora:
_________________________________________
Prof. D.ra Elisângela Maria Machado Pratta (orientadora)
__________________________________________
Prof. D.ra Vanessa Nunes de Souza
__________________________________________
Prof. M.a Edna Aparecida Cursino Silveira
São Carlos
2015
Dedico este trabalho a minha família, de modo
especial in memoriam ao meu pai amado
Dulyrio e a minha querida mãe Edméia que
sempre reza por mim e torce pela minha
vitória!
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar quero agradecer a Deus, por não me deixar desistir nos
momentos difíceis e me proteger nesse caminho de ir e vir. Foram muitas noites mal
dormidas, mas o Pai não me desamparou.
A empresa que disponibilizou tudo o que foi necessário para a confecção desse
trabalho, em especial ao meu chefe e aos meus supervisores, que foram muito
compreensivos e com muita eficiência colaboraram com tudo que precisei.
A minha mãe que sempre procurou entender as dificuldades nesses cinco anos e
colaborou para que eu não desanimasse e chegasse até aqui, assim também como toda
minha família, que sempre torce por mim.
Por fim, quero agradecer aos meus amigos, aqueles que fizeram parte dessa
trajetória e aqueles que estavam comigo nos finais de semana escutando minhas
lamúrias ou me fazendo rir. Vocês são demais, obrigada por acompanhar minha
conquista.
RESUMO
O estresse ocupacional é aquele sentido no desempenho do trabalho, como algumas
reações individuais, podendo vir a ser de ordem física ou emocional que surge quando
as exigências do trabalho estão além dos recursos do trabalhador. Quando o estresse
passa a ser vivenciado no trabalho, nota-se um aumento nos índices de absenteísmo,
rotatividade, afastamento, conflitos entre outros, aspectos que trazem implicações
significativas tanto para os colaboradores quanto para as organizações. O objetivo deste
estudo foi investigar o nível de estresse em trabalhadores de uma multinacional do
interior de São Paulo. Tal estudo insere-se em uma abordagem quantitativa. Para a
realização do mesmo foi aplicado um questionário sócio-demográfico e o inventário de
sintomas de estresse para adultos de Lipp (ISSL). Participaram desta pesquisa 50
colaboradores de ambos os sexos, sendo de diferentes faixas etárias e nível de
escolaridade, que trabalham há pelo menos três anos na empresa e que atuam
diretamente na fabricação do produto. Com relação ao processo de análise dos dados as
variáveis demográficas da pesquisa foram trabalhadas por meio de análise estatística
descritiva básica envolvendo o cálculo das frequências absoluta ou relativa para as
variáveis em questão. O inventário de estresse foi analisado por meio dos
procedimentos já estabelecidos para a avaliação do mesmo, através dos quais é possível
o diagnóstico preciso da presença do estresse, da fase e da predominância de
sintomatologia física ou psicológica. Verificou-se que 74% dos trabalhadores não
apresentaram indicativo para o estresse enquanto 26% apresentaram estresse, sendo que
destes, 77% encontram-se na fase de resistência e 23% na fase de quase-exaustão. O
estudo revelou que não houve um estresse significativo entre os participantes.
Entretanto, destaca-se que o estudo centrou-se em estresse ocupacional, sendo que as
características pessoais/individuais não devem ser desconsideradas no desenvolvimento
da vivência do estresse. A partir destes dados é possível se pensar no planejamento de
programas de promoção e de prevenção relacionados à temática em questão,
enfatizando-se ações efetivas que visem trabalhar a problemática do estresse tendo
como foco a melhoria da qualidade de vida no âmbito do trabalho.
Palavras-chave: Estresse, estresse ocupacional, trabalho, coping, qualidade de vida no
trabalho.
SANTOS, Sard. Study the level of stress in workers of a multinational. 2015. Work
completion of course. University Center Central Paulista- UNICEP.
Abstract
Occupational stress is that sense in work performance, as some individual reactions and
may have to be physical or emotional order that arises when work demands are beyond
the worker's resources. When stress becomes experienced at work, there is an increase
in rates of absenteeism, turnover, removal, conflicts among others, aspects that bring
significant implications both for employees and for organizations. The objective of this
study was to investigate the level of stress in employees of a multinational in the interior
of São Paulo. Such a study is inserted in a quantitative approach. To conduct the same
was applied a socio-demographic questionnaire and the inventory of stress symptoms
for adult Lipp (ISSL). The study gathered 50 employees of both sexes and of different
age groups and level of education, working for at least three years at the company and
who work directly in the manufacture of the product. Regarding the process of
analyzing the data demographic variables of the study were worked through basic
descriptive statistical analysis involving the calculation of absolute or relative
frequencies for the variables in question. The inventory of stress was analyzed by means
of procedures already established for the evaluation of the same through which accurate
diagnosis of the presence of stress, phase and predominantly physical or psychological
symptoms are possible. It was found that 74% of workers showed no indication for
stress while 26% had stress, and of these, 77% are in the resistance phase and 23% in
the near-exhaustion phase. The study revealed no significant stress among the
participants. However, it is emphasized that the study focused on occupational stress,
and personal / individual characteristics should not be disregarded in developing the
experience of stress. From these data it is possible to think about planning promotion
and prevention programs related to the theme in question, emphasizing effective actions
aimed at working the problem of stress focusing on improving the quality of life in the
work.
Justificativa...............................................................................................................................16
Objetivos...................................................................................................................................17
Objetivo Geral..........................................................................................................................17
Objetivos específicos................................................................................................................17
CAPÍTULO 1............................................................................................................................18
Participantes..............................................................................................................................52
Instrumentos e Materiais............................................................................................................52
Procedimento de coleta de dados...............................................................................................54
Procedimento de análise de dados.............................................................................................55
Cuidados éticos..........................................................................................................................56
RESULTADOS E DISCUSSÃO..............................................................................................57
Parte 2. ISSL..............................................................................................................................65
CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................................69
REFERÊNCIAS.......................................................................................................................71
INTRODUÇÃO
O trabalho é uma ação própria do homem pela qual ele transforma e melhora os
bens da natureza, com o qual vive historicamente em uma relação insubstituível. Sendo
assim, é possível afirmar que o homem sempre trabalhou e não haverá momento na terra
em que não necessitará trabalhar (FILHO, 1994).
Se por um lado o trabalho permaneceu inalterado em sua essência, o tipo de
trabalho transformou-se, e ainda continua esse processo, passando da primitiva caça, do
trabalho industrial, para o pós-industrial, mudanças que foram muito significativas que
dificultam previsões de novos rumos (FILHO, 1994).
Desta forma, é possível dizer que as transformações que ocorreram, geraram
mudanças nas situações de trabalho, refletindo na saúde dos trabalhadores. As novas de
organizar o trabalho trazem alterações na vida dos trabalhadores, como erosão dos
direitos sociais e reformas de contrato de trabalho, desaparecimento de postos de
trabalho e sobrecarga de tarefas, exposição à riscos e falta de segurança no trabalho,
crescimento do setor informal e aumento do subemprego/bicos, precarização das
condições trabalhistas e baixos salários, desemprego massivo e aumento da miséria
humana (GLINA; ROCHA, 2010).
Nesse novo contexto empresarial, predominou um novo discurso entre os
responsáveis pela gestão de trabalho, na medida em que o conhecimento passa a ser o
recurso mais importante para o sucesso da empresa. Portanto, a Antiga Administração
dos Recursos Humanos cedeu lugar a uma nova abordagem: Gestão de Pessoas
(CHIANEVATO, 2010). Assim, hoje, o mundo do trabalho continua sofrendo uma
sequência de transformações que trazem reflexos para as organizações como um todo,
bem como para os indivíduos que dela fazem parte.
Além disso, é importante evidenciar que o trabalho ocupa um lugar importante
na vida das pessoas como fator relevante na formação da identidade e na inserção social
(OLIVEIRA, 2003), sendo, ainda visto como fonte de prazer e desprazer. O sofrimento,
então, é um elemento inerente ao ambiente de trabalho. Considerando-se estes aspectos,
nota-se que, apesar do trabalho ser essencial na vida do ser humano, este é também
fonte de risco à saúde dos trabalhadores, podendo trazer implicações significativas aos
mesmos.
15
1
Destaca-se que, a título de padronização, neste trabalho será utilizado o termo estresse, ou seja, a versão
do termo em português. Sendo assim, independente de como os textos apresentam o termo, neste trabalho
será seguida uma única construção.
16
Justificativa
Objetivos
Objetivo Geral
Objetivos específicos
CAPÍTULO 1
A palavra trabalho tem sua origem nos termos latinos Tripalium, trabicula, que
significa uma espécie de sofrimento, tortura (ZANELLI; ANDRADE; BASTOS, 2004).
Segundo o dicionário Michaelis da Língua Portuguesa, a palavra trabalho apresenta
inúmeros significados, dentre eles: ocupação em alguma atividade, exercício material ou
intelectual para conquistar algo, esforço, labutação, luta, lida. Na Medicina refere-se a
um conjunto de fenômenos que envolvem o parto. Na Psicologia, engloba uma ação
pela qual o homem atua, de acordo com normas sociais, sobre uma matéria a fim de
transformá-la (POLITO, 2004).
Ao longo de sua existência o trabalho tem um papel importante na vida e na
constituição do homem, uma vez que o mundo do trabalho não é somente da técnica,
mas envolve questões sociais e subjetivas (OLIVEIRA, 2003). O trabalho é responsável
por ocupar grande parte na nossa vida. Assim, a separação do trabalho da existência das
pessoas é algo de difícil compreensão devido ao significado e a importância que se
atribui ao trabalho na constituição do homem (CHIAVENATO, 2010).
O processo de trabalho contribui para ressaltar a importância da subjetividade na
análise dos elementos inerentes ao mundo do trabalho, especialmente no que diz
respeito às relações entre os sujeitos, objetos e os instrumentos de trabalho, quanto nos
aspectos que tangem a sua gestão. Dentro dessa perspectiva é importante considerar
tanto os aspectos envolvidos na organização quanto os aspectos subjetivos que passam
pela questão da saúde e trabalho (FERREIRA; MENDONÇA, 2012).
Além disso, o status profissional tem um papel importante no senso de
identidade, autoestima e bem-estar psicológico de um indivíduo. O trabalho é um ponto
significativo e que define a vida da maioria das pessoas. Quando se torna possível a
construção de relações mais satisfatórias, o trabalho torna-se um mediador da passagem
do sofrimento para o prazer (LACMAN; UCHIDA, 2003).
Neste contexto, ainda, o reconhecimento social ocorre de maneira indireta em
relação à atividade que o sujeito exerce no seu ambiente de trabalho: “o que o sujeito
procura fazer reconhecido é o seu fazer e não seu ser (...) Somente depois de ter
19
O labor era tratado com desprezo; o escravo que labora que constitui a atividade
executada com as mãos, e que exigia esforço físico era escravizado pela necessidade,
sendo que a pólis direcionava suas atividades a tudo que não demandava força física.
Na modernidade, o labor é visto como trabalho, e não há distinções entre labor realizado
com o corpo e trabalho realizado com as mãos (OLIVEIRA, 2003).
Na mitologia Grega o trabalho é retratado trazendo características de sofrimento.
Sísifo devia carregar uma pedra até o alto de uma montanha, e quando alcançava o
cume a pedra rolava de volta, tendo que ser carregada novamente. Esse trabalho era
fruto de um castigo, que caracteriza a inutilidade da tarefa (ZANELLI; ANDRADE;
BASTOS, 2004).
Segundo a mitologia, ainda há o mito de Hefesto, considerado o Deus do
Trabalho. A deusa Hera enciumada pelo nascimento de Atena, resolveu gerar um filho,
sem a participação de Zeus. O deus nasceu desprovido de beleza se comparado a Atena,
tinha os pés tortos e era manco. A deusa mãe espantada atira o filho no Olímpo, onde é
amparado por duas deusas do mar, Tétis e Eurínome, tornando-se mães adotivas do
pequeno deus. Durante nove anos elas o refugiaram em uma gruta submarina, onde ele
aprende as artes da forja, e passa a fabricar joias, armas, armadilhas, munido de grande
criatividade. Assim, ele tornou-se o único deus trabalhador (SIQUEIRA, 2008).
Outro mito que traz aspectos inerentes ao trabalho é o mito de “Prometeu e
Pandora”. Tal mito retrata que antes de Zeus entrar em conflito com o Titã, ele permitia
que os homens ficassem no ócio, longe dos males, das doenças e do trabalho penoso.
Porém, Prometeu, ao partilhar um boi em dois montes, separou, em uma das partes,
carne e gordas vísceras com banha, cobrindo-o com o couro do boi; na outra,
maldosamente, colocou ossos descarnados e recobriu com gordura brilhante. O Titã,
pediu para que Zeus escolhesse uma das partes e prometeu ter realizado uma divisão
honesta. Zeus escolheu o monte sedutor de gorduras e viu somente ossos descarnados e
com muito rancor, oculta o fogo dos homens como castigo. Desse modo, os homens
deveriam fazer sacrifícios aos deuses para conseguir o fogo e ainda sim, eles lhes davam
em pequenas quantidades.
Entretanto, mais uma vez Prometeu rouba o fogo e dá aos mortais. Movido pela
fúria, o pai dos deuses castiga o Titã de duas formas: com o propósito que uma ave
coma-lhe o fígado, ele o acorrenta no alto da montanha e fabrica Pandora, a primeira
mulher, enviada ao irmão de Prometeu, Epimeteu, em companhia de um jarro repleto de
males que se espalhariam pelo mundo dos humanos assim que a curiosidade fizesse com
21
que a moça destampasse o jarro. A partir do momento em que Pandora abre a tampa do
jarro e espalha esses males, o homem estaria condenado ao trabalho duro e penoso, que
lhe traria muitas doenças e fadigas. Portanto, aqui, o trabalho adquire uma conotação
negativa (QUINELATO, 2008).
Considerando, também, os mitos bíblicos, é possível observar nestes, referências
ao trabalho. Em um resgate histórico sobre o trabalho Aranha e Martins (1.997),
destacam que de acordo com a Bíblia, o trabalho não fazia parte da atividade humana.
Entretanto, ao descumprir a ordem divina, Adão e Eva foram condenados a sobreviver
com o suor do rosto.
Após o auge da civilização helênica, a hegemonia de Roma justificaria o extenso
estudo das relações de trabalho. Porém, a influência grega predominava nas condições
de trabalho e na vivência Romana. A elite grega é substituída pelos romanos. O
aprimoramento da Ciência Jurídica foi de grande contribuição para o progresso humano.
Embora os romanos tivessem um excelente domínio administrativo, os proletariados
dessa época, escravizados e submetidos a todos os serviços penosos, continuaram sua
trajetória de extrema penúria e miséria (ORNELLAS; MONTEIRO, 2005).
Na fase feudal, durante a Idade Média, a servidão foi a principal forma de
trabalho. Cada senhor de latifúndio, também denominado senhor feudal, era a pessoa
que detinha o poder das terras produtivas e que controlava as condições sociais e
econômicas de seus subordinados (PEREIRA, 2015).
Por outro lado, no final do período medieval e início da Era Moderna, com o
surgimento do Renascimento e a mudança de paradigma (do Teocentrismo para o
Antropocentrismo) instala-se o Humanismo e a pessoa humana passa a ser o centro. Em
oposição as concepções medievais, o humanismo trouxe a expectativa de dias melhores
(ORNELLAS; MONTEIRO, 2005). Nota-se, neste período, uma retomada da questão
comercial e das cidades, destacando-se a vida urbana.
Já o século XVIII, é permeado por várias Revoluções. Este período é conhecido
como o Século das Luzes, no qual o Iluminismo iniciou-se na Inglaterra, e
posteriormente se extendeu pelo norte da Europa. Tal ideal reprovava o antigo Regime,
lutando contra o absolutismo monárquico, considerado um sistema indevido, por conta
de proíbirem a participação burguesa nas decisões políticas. Reprovava o
mercantilismo, que não possibilitava a livre iniciativa e o desenvolvimento espontâneo
do capitalismo, como também o poder da igreja pautado na fé, o que chocava com a
autonomia intelectual defendida pelo racionalismo iluminista (SILVA et al. 2001).
22
escalar era o princípio do comando. A linha de autoridade que vai dos escalões mais
altos para os mais baixos; princípio de ordem era o princípio onde havia um lugar para
cada coisa e cada coisa deveria estar em seu lugar. Descrevia a ordem como sendo
material e humana (MAXIMIANO, 2000)
O princípio de eqüidade promovia a amabilidade e a justiça para alcançar a
lealdade do pessoal; o princípio de estabilidade e duração se referia à estabilidade e
duração do pessoal num determinado cargo. A rotatividade tem um aspecto negativo
sobre a eficiência da organização.Quanto mais tempo uma pessoa conseguisse
permanece em um cargo, melhor seria para a eficiência da organização. Por fim, o
princípio de iniciativa correspondia a caracterização da capacidade de visualizar um
plano e garantir pessoalmente o seu sucesso e o princípio de espírito de equipe
ressaltava como a união e a harmonia entre as pessoas se tornavam a grande força de
uma organização.
A Teoria Clássica de Fayol criou a organização em termos de estrutura, forma e
disposição das partes que a constituem, além de seu inter-relacionamento. Descrevia as
funções básicas da empresa como sendo técnicas, comerciais, financeiras, de segurança,
contábeis e administrativas. Fayol foi considerado o Pai da Administração Moderna
(MAXIMIANO, 2000).
Apesar das contribuições das Teorias da Administração, nas ideias de Taylor,
Fayol e Ford, não havia nenhum tipo de preocupação com o homem e suas necessidades
peculiaridades como indivíduo participante dos processos da organização. A
preocupação era exclusivamente em relação à produtividade (MAXIMIANO, 2000).
Sendo assim, a Administração Científica possibilitou melhores condições técnicas.
Entretanto, ela frustrou os trabalhadores ao compará-los com máquinas.
A partir do final da década de 1920 emerge a chamada Escola das Relações
Humanas. Esta nasceu de um experimento famoso realizado nos anos de 1927 a 1933,
ainda diante do movimento da administração científica. Pesquisadores da Universidade
de Harvard foram contratados por uma empresa com a finalidade de desenvolver um
estudo para identificar se a iluminação afetava o desempenho dos trabalhadores. Estes
somente conseguiram identificar que não havia qualquer correlação simples e direta
entre os fatores que estavam sendo manipulados e a produtividade. Diante disso, Elton
Mayo, australiano, radicado nos Estados Unidos, foi convidado para ajudar a explicar o
que estava ocorrendo (MAXIMIANO, 2000).
26
2
SPECTOR, PAUL. Psicologia nas Organizações. São Paulo: Saraiva, 2002.
27
3
CASCIO, W. F. Knowledge creation for practical solutions appropriate to a changing world of
work. South African Journal of Industrial Psychology, v. 27, 14-16, 2001.
28
Em 1964, a lei dos direitos civis nos Estados Unidos ajudou a delinear o campo
da Psicologia Organizacional, causando grande impacto no modo das organizações
contratarem e liderarem seus funcionários. A partir do momento que a discriminação
tornou-se ilegal, era necessário mudar algumas práticas no trabalho. Frente a isso, os
psicólogos são recrutados para ajudar a criar intervenções que pudessem eliminar a
discriminação no contexto de trabalho. Atualmente a Psicologia Organizacional é
repleta de exemplos que mostram como o psicólogo tem contribuído melhorar as
organizações e as condições de trabalho para os trabalhadores (CAMPOS, 2011).
Considerando-se, ainda, as primeiras décadas do século XX, é necessário
pontuar que, logo após a segunda Guerra Mundial, o Japão arrasado pelo esforço da
Guerra, precisou reconstruir sua indústria, o que iniciou uma corrida de recuperação
evoluindo rapidamente, até que na década de 70 o país emerge como uma nova potência
indústrial, apresentando um modelo de organização diferente, estimulando a curiosidade
dos outros países, a buscar o que a indústria japonesa tinha de diferente (FLEURY;
FLEURY, 1997).
30
herdado da história psíquica de cada pessoa, de seu passado, sua memória e sua
personalidade. A dimensão sincrônica refere-se ao sofrimento atual, que surge do
reencontro do indivíduo com a situação de trabalho. Tal dimensão envolve dois tipos de
sofrimento: o sofrimento criativo e o sofrimento patogênico.
O sofrimento criativo é visualizado, quando o sujeito, apesar do desconforto e do
sofrimento, considerada que o mesmo trouxe benefícios e reconhecimento, aspecto este
que contribui para a manutenção da saúde do mesmo. Assim, o sofrimento criativo se dá
quando todo o trabalho é reconhecido e mesmo tendo uma carga de sofrimento o
trabalhador consegue ressignificá-lo, ou seja, é quando o sofrimento pode ser
transformado em prazer. Nesse sentido, quando há um reconhecimento, o trabalho tem
um papel importante na construção da identidade do sujeito trabalhador e a conquista da
saúde depende dessa dinâmica (OLIVEIRA, 2003). Portanto,
Dejours (1994) afirma, ainda, que o sofrimento se inicia quando a relação entre
o homem e a organização do trabalho encontra-se bloqueada, ou seja, o trabalhador já
utilizou de todos os recursos que dispunha de saber e de poder na organização do
trabalho e quando não existe a possibilidade de mudar de tarefa, isto é, seus recursos
defensivos foram esgotados devido a exigência física. A partir da convicção que o nível
de insatisfação atingido não pode mais diminuir, tal fato demarca o início do
sofrimento.
Assim, o sofrimento é manifestado no cotidiano pela insatisfação em relação ao
conteúdo significativo da tarefa e a insatisfação frente ao seu conteúdo ergonômico, que
diz respeito as exigências da tarefa, em virtude de sua importância no desencadeamento
da relação saúde-trabalho (OLIVEIRA, 2003).
Entretanto, é importante destacar que, o modo como se reveste o sofrimento está
ligado ao tipo de organização do trabalho. O trabalho repetitivo gera insatisfação, cujas
consequências não se restringem a um desprazer particular. De certa maneira é uma
porta de entrada para as doenças, e uma encruzilhada que se abre para o sujeito
descompensar em termos mentais ou para as doenças somáticas, em razão de regras
elucidadas. De modo a buscarem alívio contra a angústia do trabalho e insatisfação, os
operários criam estratégias defensivas que não são identificadas de imediato. De tal
forma o sofrimento é mascarado e sua revelação é feita através de uma capa própria a
cada profissão, que denomina de certo modo sua sintomatologia (DEJOURS, 1992).
Para o autor
5
RYFF, C. D.; SINGER, B. The contours of positive human health. Psychological Inquiry, 9, p. 1-28,
1998.
40
6
SCHAUFELI, W. B.; BAKKER, A.B. Job demands, job resources and their relationship with burnout
and engagement: A multi-sample study. Journal of Organizational Behavior, 25, 293-315, 2004.
41
7
LUTHANS F. Organizational Behavior. 6. ed, Nova York: McGraw-Hill, 1992.
8
ROBBINS, S.P. Organizational Behavior: Concepts, controversies ans applications. 7. ed. Englewood
Cliffs, NJ: Prentice Hall, 1996.
42
CAPÍTULO 2
ESTRESSE: CONCEITO E CARACTERÍSTICAS
9
SPIELBERGER, C., Understandg Stress and Anxiety. New York: Harper & Row Publishers, 1979.
10
SELYE, H. The story of the adaption syndrome. Montreal: Acta, 1952.
11
CANNON, W. B. The Wisdom of the body. Nova Yorque: Norton, 1939.
43
12
SELYE, H. The stress of life. NY: McGrall-Hill, 1956.
13
LIPP, M. E. N.; MALAGRIS, L. E. N. Manejo do estresse. In RANGE, B. (Org.). Psicoterapia
comportamental e cognitiva: pesquisa, prática, aplicações e problemas, 1995.
____. O estresse emocional e seu tratamento. In RANGE, B. (Ed.). Teorias Cognitivo-comportamentais:
um diálogo com a Psiquiatria. São Paulo. Artmed, 2001. pp.475-489.
44
mas que pode provocar estresse e desencadear reações psicofisiológicas como nos
eventos negativos.
Segundo Lipp (2001), o estresse emocional pode ser classificado como externo
ou interno de acordo com sua natureza. As causas internas referem-se a expectativas
irreais, cognições distorcidas, perfeccionismos, sonhos inatingíveis. Os fatores externos,
dizem respeito as mudanças aceleradas que ocorrem na sociedade e levam a uma
necessidade de adaptação: a competividade, o desejo intenso de “possuir”, a pressa, o
medo das pessoas, a pressão diária, elementos esses que prejudicam a qualidade de vida.
De acordo com Lazarus e Folkman (1984)14, não é somente o tipo de estressor
que vai determinar o desenvolvimento do estresse, mas as atividades cognitivas,
utilizadas pelo indivíduo na interpretação desses eventos ambientais. Segundo os
autores, os diferentes embasamentos nas avaliações cognitivas estariam ligados às
condições ambientais da pessoa (LIPP, 2010).
É importante pontuar que, o estilo de vida agitado do dia a dia tem contribuído
para as pessoas apresentarem mais respostas ao estresse, que é uma reação intensa do
organismo diante de qualquer evento bom ou ruim que altere sua vida. A manifestação
dos sintomas de estresse, não se dá da mesma forma para todas as pessoas. De tal modo,
questiona-se a relevância desse impacto entre gêneros (LIPP, 2010).
Além das diferenças biológicas entre homens e mulheres, existe também a
variedade de papéis desempenhados por cada um. Assim, a interação entre os papéis
sociais e o evento negativo da vida, pode gerar diferentes resultados nas respostas de
estresse. As mulheres tendem a estar mais expostas à condição de estresse em relação ao
homem, devido a sua condição biológica e os papéis culturais que lhe são impostos
(LIPP, 2010).
Esse fato pode ser confirmado na pesquisa efetuada por Rocha e Debert-Ribeiro
(2001)15, o qual realizou um estudo comparativo sobre o trabalho, saúde e gênero em
analistas de sistemas. Dentre os resultados obtidos notou-se que as mulheres exibiram
mais sintomas de estresse em relação aos homens, sugerindo que as demandas de
trabalho ligados os papéis sociais femininos têm maior impacto sobre a saúde feminina
e sua condição de estresse (apud LIPP, 2010).
Portanto, a incidência de estresse tem gerado grande preocupação e tornando-se
um problema de saúde comum, tanto na esfera pessoal quanto no âmbito profissional
14
LAZARUS, R. S.; FOLKMAN, S. Stress, apraisal and coping. Nova Iorque: Springer, 1984.
15
ROCHA, L. E.; DEBERT-RIBEIRO, M. Trabalho, saúde e gênero: Estudo comparativo sobre analistas
de sistemas. Revista de Saúde Pública, v. 35, n. 6, p..539-547, 2001.
46
16
CERQUEIRA, R. S. A. R. O conceito e metodológica de coping: existe consenso e necessidade? In:
KERBAUY, R. R. (Eds). Sobre o comportamento e cognição: conceitos, pesquisa e aplicação, a ênfase
no ensinar, na emoção e no questionamento clínico São Paulo: Ayrbytes, 2000. pp.279-289.
17
VAILLANT, G. E. Ego mechanisms of defense and personality psychopathology. Journal of Abnormal
Psychology, v. 103, p. 44-50, 1994.
18
FOLKMAN, S; LAZARUS, R. S.; DUNKEL-SCHETTER,C.; DELONGIS, A.; GRUEN, R. Dynamics
of a stressful encounter outcomes. Journal of personality and social psychology, v. 50.p. 992-1003, 1986.
19
SULS, J.; DAVID, J.P.; HARVEY, J. H. Personality end coping: three generations of research. New
York. Journal of personality, v.64, p.735-771, 1996.
47
20
FOLKMAN, S; LAZARUS, R. S. n analysis of coping in a middle-aged community sample. Journal of
Health and Social Behavior, v. 21, p. 219-239, 1980.
48
Segundo Lipp (2007), a população brasileira está cada vez mais estressada, pois
a maioria não sabe lidar com suas fontes de tensão. No que diz respeito ao contexto de
trabalho, segundo dados do International Stress Management Association (ISMA- BR),
o estresse profissional afeta 69% da população brasileira. As pessoas têm demonstrado
menor satisfação em relação ao seu trabalho (ROSSI, 2011).
As consequências do estresse no âmbito do trabalho podem incluir depressão,
desânimo, falta de comprometimento com o trabalho e com a organização, atrasos e
faltas freqüentes, além de excesso de visitas ao ambulatório médico (SADIR;
BIGNOTO; LIPP, 2010).
De acordo com Lazarus (1995)21, o estresse ocupacional ocorre quando o
indivíduo avalia as demandas do trabalho como excessivas e não dispõe de recursos
necessários para enfrentá-las. Neste sentido, Paschoal e Tamayo (2004) definem o
estresse ocupacional como um processo no qual o indivíduo percebe as demandas de
trabalho como estressoras, evocando reações negativas devido à exigência da sua
habilidade de enfrentamento.
Por outro lado, França e Rodrigues (2011) descrevem que o estresse relacionado
ao trabalho resulta de diversas circunstâncias em que a pessoa percebe o ambiente de
trabalho como ameaçador às suas necessidades de realização pessoal e profissional, a
interação com suas funções e com o ambiente de trabalho são prejudicados, na medida
em que este ambiente contém demandas excessivas a ela, ou que ela não contenha
recursos adequados para enfrentar tais situações.
É importante ressaltar que os mesmos estressores não desgastam todas as
pessoas. Assim, o que determina a instalação do estresse, é a associação do ambiente
com as características do indivíduo. As pessoas que possuem uma predisposição a
depressão, por exemplo, reagiriam mais intensamente aos estressores organizacionais, o
que provocaria problemas como absenteísmo, baixo desempenho e disfunções
emocionais (SADIR; BIGNOTO; LIPP, 2010).
21
LAZARUS, R. S. Psychological stress in the workplace. In: CRANDALL, R.; PERREWÉ, P. L.
(Orgs.). Occupational stress: A handbook Washington, USA: Taylor & Francis, 1995. pp. 3-14.
49
22
MASLACH, C.; JACKSON, S. E. The Measurement of Experienced Burnout. Journal of Occupational
Behavior, v. 2, p. 99-113, 1981.
50
METODOLOGIA
Participantes
Instrumentos e Materiais
53
Cuidados éticos
Por se tratar de uma pesquisa que envolverá seres humanos, foram observados e
respeitados todos os aspectos éticos disciplinados pela Resolução 466 de 12 de
dezembro 2012, regulamentada pelo Conselho Nacional de Saúde. O projeto foi
submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa do Centro Universitário Central Paulista –
UNICEP, sendo aprovado pelo mesmo.
Após a aprovação do Comitê ético, foi feito contato com os participantes, que
por sua vez, foram esclarecidos sobre o objetivo e finalidade do estudo, assim como de
sua liberdade em desistir a qualquer momento conforme resolução supracitada,
elementos estes apresentados no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido a ser
utilizado neste trabalho.
Os participantes que sofreram mobilização emocional durante a pesquisa foram
acolhidos pelo pesquisador. Em casos de níveis de estresse muito elevado observados
por meio da pesquisa realizada, o pesquisador, na devolutiva, indicará ao participante a
procura pelo serviço Escola de Psicologia, no Centro Universitário Central Paulista -
UNICEP, o qual oferece atendimento clínico gratuito e de qualidade.
57
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A apresentação dos dados obtidos com o presente trabalho está dividida em dois
momentos. A primeira parte traz a caracterização da amostra participante da pesquisa. A
segunda evidencia os dados obtidos por meio da aplicação do Inventário de Sintomas de
Estresse para Adultos de Lipp (ISSL).
CARACTERÍSTICAS N=50 %
SEXO Feminino 09 18
Masculino 41 82
TURNO A 08 16
B 06 12
X 18 36
C 06 12
58
Y 12 24
Nenhum 21 42
NÚMERO DE FILHOS De 1 a 2 23 46
De 3 a 4 06 12
De forma geral, a Tabela 1 demonstra que 40% dos participantes possuem idade
entre trinta e um a quarenta anos, e 34% de quarenta e um a cinquenta anos, sendo que
18% do total amostra são do sexo feminino, enquanto 82% pertencem ao sexo
masculino. Nota-se que 64% dos participantes possuem o Ensino Médio Completo.
Com relação ao estado civil dos participantes, 58% são casados e 34% solteiros, sendo
que 46% possuem de 1 a 2 filhos e 42% nenhum filho.
O turno que mais apresentou participantes foi o turno X (06:15 às 16:03) com
36% de participação. Tal fato ocorreu devido à população desse turno ser mais
numerosa. No que diz respeito ao tempo de empresa, 34% tem de três a dez anos e 22%
de onze a quinze anos.
A Figura 1 traz as respostas dos participantes referentes à prática de atividades
físicas.
23
NACARATO, A. E. C. B. Stress no idoso- efeitos diferenciais da ocupação profissional. In: LIPP. M.
E. N. O Stress está dentro de você. São Paulo, 6. ed. Contexto, 2004.p p.139-152.
60
Os dados obtidos indicaram que apenas 30% dos participantes reservam tempo
para o lazer, 36% às vezes, 20% não reservam tempo para o lazer e 14% têm atividades
de lazer quando sobra tempo. O lazer favorece o nível de saúde integral e, sobretudo,
mental, de modo a canalizar as energias para aspectos saudáveis, e assim, promover o
alívio do estresse e da fadiga exaustiva, ocasionados por condições desaforáveis do
cotidiano do indivíduo (DUMAZEDIER, 197324 apud PEREIRA; BUENO, 1997).
Tendo em vista que os conteúdos do lazer se distinguem em seis áreas
fundamentais, os interesses artísticos, os intelectuais, os físicos, os manuais, os
turísticos e os sociais, é importante que a pessoa busque atividades que compreendam os
vários grupos de interesses para exercitar no tempo livre, o corpo, o raciocínio, a
imaginação, a habilidade manual, o contato social, como e onde quiser. Entretanto, o
que se percebe é que as pessoas restringem o tempo para o lazer em um campo
especifico, por não tomar conhecimento dos outros (MARCELINO, 2006).
A Figura 3, por sua vez, traz os dados referentes as horas de sono dos
participantes.
24
DUMAZEDIER, J. Lazer e cultura popular. São Paulo: Perspectiva, 1973.
61
25
GARAY.A. Distúrbios do sono devido ao trabalho em turnos. In: REIMÃO, R. Sono: estudo
abrangente. 2.ed. São Paulo: Atheneu, 1996. pp. 91-390.
62
Os dados obtidos indicam que 50% dos funcionários não consideram o seu
trabalho estressante, enquanto um percentual de 50% da amostra indica que os
trabalhadores percebem seu trabalho como estressante (n=25). Pode-se dizer o trabalho,
para esta amostra é visto ao mesmo tempo como estressante para metade da mesma e
não estressante para a outra metade.
Tendo em vista que, em geral, a palavra estresse é empregada associada a
sensações de desconforto e as consequências negativas, sendo crescente o número de
pessoas que se avaliam como estressadas (STACCIARINI; TROCCOLO, 2001), pode-
se supor que os profissionais vivenciaram dificuldades que nomearam como estresse.
A Figura 6, abaixo, apresenta as sugestões elencadas pelos participantes para a
redução de estresse no trabalho.
64
Com relação a questão aberta que dizia respeito a sugestões dos trabalhadores
para redução do estresse, 56% não apresentaram sugestões. Dentre os participantes que
citaram sugestões, aparecem com maior frequência às melhorar as dificuldades no
relacionamento interpessoal entre os profissionais como também com a liderança
(12%).
Além disso, surgiu a categoria de alívio da sobrecarga de trabalho, a qual foi o
segundo fator mais citado entre os participantes para redução do estresse (10%), devido
à demanda de serviço e a falta de trabalhadores. A categoria Outros (22%) compreende
as sugestões que foram citadas uma ou duas vezes, como por exemplo: redução do
ruído, um psicólogo na empresa, o trabalho em equipe entre outros.
Quando o individuo esgota toda sua capacidade defensiva e a tensão permanece
o sofrimento pode tornar-se patogênico. A figura 6 revela que existe um sofrimento
causado principalmente pelas relações interpessoais no ambiente de trabalho que pode
desencadear estresse.
65
Parte 2. ISSL
As tabelas a seguir apresentam os dados obtidos por meio da aplicação do ISSL
entre os profissionais participantes. A Tabela 2 apresenta as fases do estresse para os
participantes da pesquisa.
A Tabela 2 indica que 74% dos participantes da amostra não apresentaram dados
significativos para o estresse, enquanto 26% da mesma encontra-se estressada. Dos que
se encontram estressados 77% estão na fase de resistência, 23% na fase de quase-
exaustão. Não houve participantes na fase de alerta e exaustão.
Dos participantes que apresentaram estresse, a fase de resistência foi a que mais
prevaleceu com 77%. Nessa fase a pessoa tenta lidar com seus estressores de modo a
manter sua homeostase interna (LIPP, 2000). Dados neste sentido puderam ser
observados no estudo com servidores da polícia Federal de São Paulo que identificou
uma presença maior de participantes na fase de resistência do estresse (ROSSETI et al.
2008).
A Tabela 3 traz os dados obtidos considerando as fases do estresse de acordo
com a variável sexo.
66
26
LIPP, M. E. N.; MALAGRIS, L. E. N. Manejo do estresse. In RANGE, B. (Org.). Psicoterapia
comportamental e cognitiva: pesquisa, prática, aplicações e problemas, 1995.
____. O estresse emocional e seu tratamento. In RANGE, B. (Ed.). Teorias Cognitivo-comportamentais:
um diálogo com a Psiquiatria. São Paulo. Artmed, 2001. pp.475-490.
67
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Uma vez que o objetivo do presente estudo era também sugerir propostas de
intervenção que podem ser trabalhadas na empresa, e ações preventivas estas cabem,
também, a partir dos dados apresentados. Sendo assim, propõem-se as seguintes
medidas:
Para a empresa:
a) Investigar os estressores ocupacionais dos trabalhadores, de acordo com o setor
de atuação: desse modo é possível investigar se o nível de estresse é maior em
algumas áreas e, consequentemente, minimizá-los e preveni-los.
b) Elaboração de folhetos que falem sobre a problemática do estresse, formas de
prevenção e controle: uma vez que muitos funcionários podem apresentar uma
concepção errônea da problemática.
c) Técnicas dirigidas a sintomas de estresses como relaxamento e psicoterapia: por
meio de sessões semanais, com pequenos grupos, que incluam exercícios de
relaxamento. O psicólogo pode atuar na empresa visando estratégias para
melhorar o ambiente de trabalho de modo geral.
d) Programas de treinamento que visem o fortalecimento das relações interpessoais
envolvendo todos os trabalhadores: treinamento de assertividade, treinamento na
solução de problemas, dinâmicas com foco no trabalho em equipe, estimular o
relacionamento entre chefia e membros da equipe.
REFERÊNCIAS
COSTA, M. et al. Estresse: diagnóstico dos policiais militares em uma cidade brasileira.
Revista Panamericana de Saúde Pública, Washington, v. 21, n. 4, 2007.
FILHO, R. M. Reflexões sobre o homem e o trabalho. Rev. adm. empresa, São Paulo,
v. 34, n. 2, p. 18-32, 1994 . Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_arttext&pid=S003475901994000200004&lang=pt Acessado em: 27/11/
2015.
OLIVEIRA, Silvio Luiz de. Tratado de metodologia científica. São Paulo: Pioneira,
1997.
SELYE, H. A syndrome produced by diverse nocuous agents. Nature. 138. p.32, 1936.
NOME:________________________________________________________________
8. Você pratica algum tipo de atividade física diariamente ou pelo menos três vezes
na semana? ( ) Sim ( ) Não . Se sim, qual? ________________________
11. No ano passado, quantas vezes você teve a necessidade de se afastar do trabalho
por motivo doença?
( ) Sim ( ) Não
13. Se você considera sua profissão estressante, que sugestões você daria à instituição
para auxiliá-lo na redução do estresse?
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
______________________________________________________________________
79
À Empresa:
Sr. Gerente E. S.
Eu, Sabrina Aparecida Ribeiro dos Santos, graduanda em Psicologia pelo Centro
Universitário Central Paulista – UNICEP, RA 23483, venho por meio desta, comunicar
a essa Empresa as minhas intenções de pesquisa e solicitar sua autorização e sua
colaboração para que possa realizar a pesquisa com seus colaboradores.
A pesquisa intitulada “TRABALHO E ESTRESSE: um estudo do nível de
estresse em trabalhadores de uma multinacional” esta sendo desenvolvida como
Trabalho de Conclusão de Curso sob a orientação da professora Elisângela Maria
Machado Pratta.
Para realizar a referida pesquisa, pretende-se aplicar o Inventário de Sintomas de
Stress para adultos de Lipp (ISSL) e um questionário sócio demográfico. Os dados
obtidos serão usados somente para fins acadêmicos e de pesquisa, não tendo finalidade
de avaliar a empresa na qual os entrevistados trabalham, mas sim de identificar o nível
de estresse nos voluntários da pesquisa.
Saliento que seus colaboradores não serão identificados na pesquisa. Os dados
obtidos na pesquisa serão de relevância para uma melhor compreensão do nível de
estresse nos funcionários e dessa forma, elencar propostas de intervenção que podem ser
trabalhadas na organização, como também, indicar ações preventivas com a finalidade
da diminuição do nível de stress entre os profissionais.
Ao final desta pesquisa será feita uma devolutiva sobre os dados obtidos a partir
da realização da mesma.
Atenciosamente,
Prezado(a) Senhor(a):
Você está sendo convidado (a) a responder às perguntas deste inventário
de forma totalmente voluntária.
Antes de concordar em participar desta pesquisa e responder este roteiro, é
muito importante que você compreenda as informações e instruções contidas
neste documento.
Os pesquisadores deverão responder a todas as suas dúvidas antes de você se
decidir a participar.
Você tem o direito de desistir de participar da pesquisa a qualquer
momento, sem nenhuma penalidade e sem que isso acarrete qualquer ônus
ou consequência para mim;
Sigilo: Seu nome será mantido em sigilo, assim como outras informações pessoais. Os
resultados deste trabalho científico estarão sob o cuidado dos pesquisadores, podendo
ser divulgados em congressos e artigos, resguardando-se o sigilo quanto a qualquer
informação pessoal a seu respeito.
Indenização e ressarcimento: É garantida indenização em casos de danos,
comprovadamente, decorrentes da sua participação na pesquisa, por meio de decisão
judicial ou extrajudicial. Não há qualquer valor econômico, a receber ou a pagar, pela
sua participação.
Em caso de dúvida: Em caso de dúvida quanto à condução ética do estudo, entre em
contato com o Comitê de Ética em Seres Humanos do UNICEP situado na Rua Miguel
Petroni, 5111 – Fone (16) 33622111, CEP 13563-570, São Carlos/SP. O Comitê de
Ética é a instância que tem por objetivo defender os interesses dos participantes da
pesquisa em sua integridade e dignidade e contribuir para o desenvolvimento da
pesquisa dentro de padrões éticos.
_____________________________________
_________ Assinatura do sujeito de pesquisa ou
Representante legal
Declaro que assinei 2 vias deste termo, ficando com 1 via em meu poder.
__________________________________________________
Assinatura pesquisador responsável pelo projeto
82
Meu nome é Sabrina Ap. Ribeiro dos Santos. Sou aluna do Curso de Psicologia,
cursando o último ano de graduação, do Centro Universitário Central Paulista -
UNICEP. No momento estou realizando um trabalho de pesquisa, sob a orientação da
professora Elisângela Maria Machado Pratta, com o objetivo identificar o nível de
estresse dos colaboradores da empresa.
Muito obrigada!
Atenciosamente,
(Graduanda em Psicologia)
84