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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA

CURSO DE DIREITO

GUILHERME BACELAR, FELIPE OLIVER, ARTHUR AGUIAR, LETÍCIA SOARES E


CLARA MORAIS

Resenha crítica:
“O caso dos exploradores de caverna”

Rio de Janeiro
2022
Guilherme Bacelar, Felipe Oliver, Arthur Aguiar, Letícia Soares e Clara Morais

Resenha crítica:
“O caso dos exploradores de caverna”

Resenha crítica realizada como trabalho de


AVA 2 apresentado à disciplina Teoria do
Direito, Curso de Graduação em Direito da
Universidade Veiga de Almeida.

Profa Dra. Camila.

Rio de Janeiro
2022
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O CASO DOS EXPLORADORES DE CAVERNA


Guilherme Bacelar, Felipe Oliver, Arthur Aguiar, Letícia Soares e Clara Morais
Universidade Veiga de Almeida

O caso dos exploradores de caverna é um livro do autor estadunidense Lon Fuller que
foi publicado nos Estados Unidos em 1949, onde o autor conta a história fictícia de cinco
homens que trabalham com a exploração de minerais em cavernas. Certa vez em que
juntos decidem explorar uma determinada caverna ocorre um deslizamento de pedras,
que por sua vez acabam obstruindo a saída, devido à grande quantidade de materiais, areia
e pedras que caíram ao longo do local.
Quando a comunidade local soube do ocorrido, um grande número de pessoas e
máquinas foi deslocado para o local com o objetivo de retirar todo o material
desmoronado e abrir a saída da caverna para resgatar os cinco homens que ali
permaneciam. O trabalho foi árduo e exigiu de todos os presentes um grande sacrifício,
usando muitos equipamentos e mão de obra dos trabalhadores.
Passaram-se dezenas de dias e os trabalhadores incansavelmente continuavam as
buscas no local, removendo as pedras e escombros na caverna, porém todo esse trabalho
demandou muitos gastos da comunidade, não haviam mais verbas suficientes para
continuar, além de todo o trabalho causar a morte de dez dos trabalhadores que ali
estavam.
Ao mesmo tempo cinco homens que estavam na caverna há dezenas de dias e cuja
sobrevivência estava em jogo, e que não tinham comida suficiente para manter todos
saudáveis, perguntaram desesperadamente ao médico se havia a possibilidade de
sobrevivência através do dispositivo de comunicação. Não havia comida até que a pedra
fosse retirada, mas a resposta foi não, então eles perguntaram se um deles teria chance de
sobreviver se fornecesse comida para os outros, e a resposta foi sim.
Um dos homens chamado Whetmore decide então realizar um sorteio para que um
deles fosse sacrificado em detrimento dos demais, para servir de alimento e garantir a
sobrevivência do grupo. E assim o grupo o fez, sacrificando Whetmore, e por
consequência, conseguindo aguentar pelos dias que foram suficientes para o término do
serviço dos obreiros em resgatá-los.
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Diante do ocorrido, os quatro homens sobreviventes foram levados a julgamento por


ter cometido conduta tipificada como crime, de homicídio, previsto no ordenamento
jurídico da época. Haviam magistrados que defendiam a tese do direito natural em que os
homens estavam privados da razão, não estavam subordinados as normas jurídicas,
devido ao estado físico e psicológico em que estavam, e ao isolamento da sociedade, não
haviam como pensar em punição, ainda, realizaram tal ato com consentimento de
Whetmore, com o objetivo de salvar a vida dos demais.
Havia também magistrados, como o Juiz Keen, que defendiam o direito positivo, onde
as normas devem ser requisitos necessários para a execução da lei, defendendo que os
homens não estavam em estado natural antes de adentrar na caverna, e sim viviam regidos
pelas normas jurídicas, e que deviam ser aplicadas nesse caso concreto, devendo estes
homens responder pelo crime de homicídio culposo.
Ao final, após muita discussão da sociedade, dos magistrados e do júri, os quatro
homens foram sentenciados, com pena de enforcamento perante toda a comunidade, pelo
crime que cometeram, seguindo assim a teoria do Juiz Keen, que defendia o positivismo,
e conseguiu a aplicação da norma positivada no ordenamento jurídico.
Apesar de ser uma história inventada, o caso gera muitas discussões até hoje,
relacionadas ao conflito entre direito natural e direito positivo, e sobre sua aplicabilidade
em casos concretos, para que haja uma decisão coerente com a situação a ser julgada.
Se eu fosse um dos magistrados e tivesse autoridade para tomar uma decisão nessa
situação hipotética, não escolheria nenhuma teoria para tirar conclusões, mas buscaria
justiça no caso específico, analisaria as provas, e se for verdade Wetmore concordando
em abdicar da própria vida, terá em conta o estado de espírito daqueles cujo discernimento
foi abalado, terá em conta o princípio da liberdade de condenação do juiz, absolverá o
arguido, se o fizer por extremo comportamento de necessidade, sem considerar as
consequências, sem considerar se sairão ou não vivos da caverna.
Além disso, para que ocorra um homicídio, o ato tem que ser intencional ou acidental,
e neste caso em particular, não vejo nenhuma dessas instâncias porque a morte de um dos
integrantes foi para salvar a vida do grupo, de forma heróica.
Por fim, houve também a morte de dez obreiros que trabalhavam na tentativa de salvar
a vida dos homens. Ninguém foi responsabilizado por este acontecimento, caso que se
assemelha a mesma conduta dos homens presos no interior da caverna, e que tinham o
mesmo objetivo, salvar vidas.
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