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"O CASO DOS EXPLORADORES DE CAVERNAS") É UM CASO FICTÍCIO DE

ÉTICA E JURISPRUDÊNCIA QUE FOI CRIADO PELO FILÓSOFO LON L. FULLER


EM 1949.

Em maio de 4299, cinco membros de uma organização de espeleologia foram


explorar uma caverna em uma área montanhosa desconhecida, perto do rio
Susquehanna, no estado do Novo México. Eles eram Roger Whetmore, um homem de
negócios de 30 anos; George, sua irmão, de 25 anos; Herbert, um jovem engenheiro
de minas de 28 anos; e dois médicos, Jack e James.

Durante a exploração, ocorreu um deslizamento de terra e a saída da caverna


foi bloqueada por pedras. Os exploradores ficaram presos no local por 20 dias, sem
nenhuma forma de comunicação com o mundo exterior. Eles encontraram uma
passagem estreita que levava a um salão onde havia água e algumas raízes
comestíveis, mas a saída estava muito longe da superfície para ser alcançada por
gritos.

Após várias tentativas fracassadas de escapar, os exploradores ficaram sem


comida e começaram a discutir sobre sacrificar um deles para que os outros pudessem
sobreviver com a comida restante. Eles fizeram um pacto de que, se não fossem
resgatados até o dia seguinte, iriam sortear quem seria sacrificado. Na manhã
seguinte, eles fizeram o sorteio e Whetmore foi escolhido como a vítima. Os outros
exploradores o mataram e se alimentaram do seu corpo.

Os quatro sobreviventes foram resgatados alguns dias depois por uma equipe
de busca. Eles contaram a história do sorteio e do assassinato de Whetmore aos
socorristas, que imediatamente os prenderam por homicídio.

No julgamento, os quatro exploradores foram considerados culpados e


condenados à morte. A decisão foi confirmada na apelação. Então, um grupo de
estudantes de direito, liderados pelo professor Stumpf, enviou uma petição de habeas
corpus ao governador do estado, pedindo que a sentença fosse suspensa e que o caso
fosse reconsiderado.

O governador nomeou uma comissão especial para examinar o caso, que foi
presidida pelo juiz Truepenny. O comitê era composto por quatro juízes: Foster, Tatting,
Keen e Handy. Cada um dos juízes apresentou uma opinião sobre o caso.
O juiz Foster considerou que os exploradores deveriam ser executados porque
a lei não permitia o sacrifício humano, mesmo em circunstâncias extremas.

O juiz Tatting considerou que os exploradores deveriam ser absolvidos porque


não havia nenhuma lei que proibisse o sacrifício humano em circunstâncias extremas.

O juiz Keen considerou que os exploradores deveriam ser absolvidos porque


eles haviam agido em estado de necessidade, que é uma defesa reconhecida pela lei
em casos extremos.

O juiz Handy considerou que os exploradores deveriam ser absolvidos porque


o pacto que fizeram antes de fazer o sorteio foi um contrato válido e, portanto, o
resultado do sorteio foi legal.

A comissão decidiu por três votos a dois que os exploradores deveriam.


UM MODELO DE ACUSAÇÃO PARA O CASO DOS EXPLORADORES DE
CAVERNA:

Acusação do Estado vs. Whetmore et al.

Em nome do povo do estado do Novo México, a acusação apresenta a seguinte


acusação contra Roger Whetmore, George, Herbert, Jack e James.

No dia 3 de maio de 4299, os acusados, juntamente com outras pessoas, entraram na


caverna localizada perto do rio Susquehanna, no estado do Novo México, para fins de
exploração. Durante a exploração, ocorreu um deslizamento de terra que bloqueou a
saída da caverna e deixou os acusados presos no local por vinte dias.

Durante o período em que ficaram presos, os acusados ficaram sem comida e


começaram a discutir sobre sacrificar um deles para que os outros pudessem
sobreviver com a comida restante. No dia 19 de maio de 4299, eles fizeram um pacto
de que, se não fossem resgatados até o dia seguinte, iriam sortear quem seria
sacrificado. Na manhã seguinte, eles fizeram o sorteio e Roger Whetmore foi escolhido
como a vítima. Os outros acusados o mataram e se alimentaram do seu corpo.

Os acusados foram resgatados alguns dias depois por uma equipe de busca. Eles
contaram a história do sorteio e do assassinato de Whetmore aos socorristas, que
imediatamente os prenderam por homicídio.

Os acusados cometeram o crime de homicídio, que é uma violação da lei do estado do


Novo México. Eles deliberadamente mataram um ser humano para satisfazer suas
necessidades pessoais de sobrevivência. Eles não tinham direito legal ou moral de
sacrificar um dos seus companheiros para salvar suas próprias vidas.

Portanto, a acusação solicita ao tribunal que julgue os acusados culpados pelo crime
de homicídio e os condene de acordo com a lei.
UM MODELO DE DEFESA PARA O CASO DOS EXPLORADORES DE CAVERNA:

Defesa dos Acusados vs. Estado do Novo México

Meritíssimo Juiz, Excelentíssimos Jurados,

Os acusados, Roger Whetmore, George, Herbert, Jack e James, estão sendo


acusados de homicídio pela acusação. No entanto, os fatos do caso apresentam
questões éticas e morais complexas que devem ser consideradas antes de se chegar a
um veredicto.

Os acusados entraram na caverna com o objetivo legítimo de explorar o local. Eles


foram pegos de surpresa por um deslizamento de terra que bloqueou a saída da
caverna e os deixou presos lá por vinte dias. Durante esse tempo, eles ficaram sem
comida e água, e suas condições de vida eram precárias.

De acordo com as circunstâncias do caso, os acusados acreditavam que suas vidas


estavam em risco iminente e que a sobrevivência do grupo exigia que eles tomassem
medidas drásticas. Eles chegaram a um acordo de que, se não fossem resgatados até
o dia seguinte, teriam que tomar uma decisão difícil sobre sacrificar um deles para que
os outros pudessem sobreviver. Foi feito um sorteio e Whetmore foi escolhido como
vítima. Foi um ato desesperado para preservar suas vidas, não um ato criminoso
intencional.

Os acusados entendiam que a escolha era uma questão de sobrevivência e não de


livre arbítrio. O próprio Whetmore concordou com a ideia de que um deles deveria ser
sacrificado. Nenhuma violência foi exercida por qualquer dos acusados, eles apenas
fizeram o que era necessário para sobreviver.

O caso apresenta uma situação extrema em que os acusados foram obrigados a tomar
uma decisão difícil. Eles agiram em legítima defesa, usando o mínimo necessário para
preservar suas próprias vidas e as dos outros. A lei deve levar em conta as
circunstâncias do caso e considerar a necessidade imperiosa de preservar a vida.

Portanto, a defesa solicita que os jurados considerem as circunstâncias atenuantes e


absolvam os acusados de todas as acusações.

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