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O livro, O Caso dos Exploradores de Cavernas, escrito por Lon L.

Fuller, nascido no Texas


no ano de 1902, cursou Direito e Economia na universidade de Stanford e foi professor de
Direito em Harvard, foi baseado em dois casos reais que aconteceram em sua época,
ambos os casos eram de naufrágios em alto mar levando a serem cometidos homicídios, e
em um dos casos homicídio seguido de canibalismo. Fuller traz em seu livro um caso que se
passa no ano de 4.300, de 5 espeleologistas que ficaram presos em uma caverna de
rochas calcarias na localidade de Newgarth, uma cidade fictícia que fazia parte
da Commonwealth, enquanto a exploravam por conta de um deslizamento de terra que veio
a bloquear a saída, o resgate demorou bastante e a única maneira de saírem da caverna
vivos era se matassem um deles e comessem a carne, vindo assim a sobreviverem por
mais alguns dias enquanto não fossem resgatados.

Ao tentarem resgatarem os exploradores 10 operários foram mortos também devido a


alguns deslizamentos na caverna. Os exploradores conseguiram manter contato através de
um radio que levaram consigo com alguns profissionais de fora da caverna, solicitaram uma
opinião medica se caso eles teriam alguma chance de sobreviver sem comida por dez dias
mas o chefe do comitê medico afirmou que havia poucas possibilidades de saírem de lá
vivos. Assim que reestabeleceram as comunicações o chefe dos médicos foi chamado
novamente e Whetmore falando por todos perguntou se eles teriam a chance de sobreviver
por mais dez dias se consumissem a carne do corpo de um deles, o medico relutante
afirmou que sim, e então Roger Whetmore perguntou se seria aconselhável tirar na sorte ali
entre eles quem seria usado para o tal fim, e nenhum dos médicos que ali estavam
presentes ousou responder tal pergunta, e então Whetmore perguntou se havia algum juiz
presente ou algum outro oficial do governo que pudesse responder tal questionamento,
perguntou ate se algum padre ou ministro poderia responder mas ninguém se qualificou
para responder tal pergunta, depois de um tempo a bateria do comunicador dos
exploradores acabou. Descobriu-se que Whetmore foi morto pelos seus companheiros de
exploração no vigésimo terceiro dia que usaram um par de dados para o escolherem como
vítima, eles relutaram antes de tomar tal medida desesperada mas quem primeiro propôs
essa medida foi whetmore, logo era mais justo que ele fosse o escolhido segundo os réus,
Roger foi morto e consumido pelos companheiros e depois do resgate os réus foi indiciados
pelo assassinato de whetmore, foi deixado para o tribunal decidir achar os réus culpados
baseando-se nos fatos.

O primeiro a votar foi o presidente do tribunal Truepenny, que condenou os réus a sentença
de morte, conforme consta na lei positivada, onde diz que ‘’ qualquer um que, de própria
vontade, retira a vida de outrem, devera ser punido com a morte.’’
O segundo a votar foi o Ministro Foster, que havia ficado chocado com o presidente do
tribunal por ter adotado tal conduta, julgou o caso trágico. Foster veio a falar que ‘’ se este
tribunal declarar que sob a nossa lei estas pessoas cometeram um crime, então nossa lei
será condenada no tribunal do senso comum”, ele não acreditava que a lei deveria ser
monstruosa e que os réus deveriam ser inocentados de qualquer crime, logo apresentou
duas bases que visassem justificar a absolvição dos réus, sendo a primeira delas de que a
lei positiva e promulgada do Commonwealth deviam ser inaplicáveis a este caso pois é um
caso governado por escrituras antigas chamadas de lei natural, para Foster a lei aplicada
aos réus não é a promulgada, mas é uma lei derivada daquilo que era apropriada para as
condições em que se encontravam. Para o ministro era contraditório pois se foi retirada a
vida de dez exploradores para salvar cinco espeleólogos, porque então julgavam errado se
conduzir um acordo que salvou a vida de quatro à custa de uma. A decisão de Foster então
foi inocentar os réus de todo e qualquer crime. A segunda justificativa para a decisão do
ministro para deixar de aplicar a lei do estatuto foi a de que há muito tempo o tribunal teria
fixa a exceção de legítima defesa e, por esse motivo, entendeu que ela poderia ser aplicada
ao caso por meio analógico. Foster acredita que o texto jurídico não deve ser interpretado
ao pé da letra, pois para ele, a mais estupida empregada domestica sabe que quando sua
patroa diz para descansar a sopa e esfolar as batatas, ela não está querendo dizer o que
disse, por isso é necessário saber olhar nas entrelinhas. O ministro assim concluiu que os
réus deveriam ser inocentados e terem a condenação negada.

Em seguida, foi a vez do ministro Tatting, J. votar que vai contra todas as opiniões de
Foster, pois para ele a opinião do colega é contraditória e está cativada de falácias, para ele
os exploradores estabeleceram um novo governo que segundo Foster é porque não
estariam sujeitas as leis pois elas não se achavam no estado da ‘’sociedade civil’’, Tatting
tenta entender em que momento esses exploradores passaram da jurisdição da lei para a lei
natural, ele fala que as incertezas de Foster criam dificuldades reais para definição de tal
caso. Para o ministro os exploradores agiram premeditadamente e após hora de discussão
sobre o que fazer, sabiam o que estavam fazendo e mesmo assim fizeram, então para ele
nada poderá ser atribuído a uma decisão de que os réus realmente são culpados de
assassinato, pois se essas pessoas soubessem que seus atos seriam considerados pela lei
penal como assassinato teriam provavelmente esperado mais alguns dias antes de executar
tal crime. Ele diz também em seu voto que os argumentos do colega Foster são sem base e
não passam de racionalização e por fim ele se diz incapaz de proferir uma decisão já que a
vida de dez trabalhadores fora tirada para salvar os cinco exploradores.

O próximo a votar foi o ministro Keen, que também criticou duramente Foster, no sentindo
de que não cabia a ele discutir se tal ato monstruoso foi correto ou não e sustentou sua
opinião de que os réus já haviam sofrido tanto durante os dias na caverna e deveriam ser
perdoados, mas ao julgar o caso concordou com basicamente com o ministro presidente,
condenando assim os réus, para keen uma decisão difícil nunca será uma decisão popular.

Por fim o ministro Handy proferiu o ultimo voto, para ele o governo é uma questão de tratar
as pessoas e sua humanidade, e que as pessoas não são governadas por palavras, mas
sim por outras pessoas, ele diz que nem a lei natural de Foster e nem a fidelidade Keen a lei
escrita darão alguma coisa, diz também que seus colegas ficaram horrorizados ao saberem
que a sugestão dele para esse caso é considerar a opinião pública, pois para seus colegas
a opinião do povo pode ser emocional e caprichosa e que são opiniões baseadas em meias
verdades. Ao olhar as realidades da administração lei penal, observou que a três caminhos
para se livrar de uma punição, sendo o primeiro através da decisão de um juiz ou promotor
de justiça de não pedir a condenação, o segundo de uma absolvição pelo júri e por ultimo o
perdão ou comutação da pena pelo executivo. Por fim, o ministro Handy decidiu ficar do lado
da imprensa e do publico absolvendo assim os réus, que pra ele já haviam sofrido muito
tormento e humilhação mais que a maioria das pessoas jamais sofreriam, votou então para
que a sentença de condenação fosse anulada.

Sendo assim houve um empate de votos, porem a suprema corte estando dividida, manteve
a sentença, e fora ordenado a execução dos réus as 6:00 da manha de 2 de abril de 4300, o
carrasco foi intimado a proceder o enforcamento pelo pescoço até suas mortes.

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