Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
br
13 de Outubro de 2023
14 de Novembro de 2013
Resumo do caso:
Os acusados são membros da Sociedade Espeleológica, que se
dedica a exploração amadora de cavernas. No ano de 4299 os
quatros, na companhia de Roger Wheatmore, também membro
desta sociedade, adentraram em uma caverna de rocha calcária.
Houve, porém, um desmoronamento nesta caverna ao ponto
que os exploradores, já distantes da entrada, se encontraram
presos. Estes então decidiram permanecer próximos a entrada
para esperar um eventual resgate.
Quando foi percebida a ausência por demasiado longa de Whe-
atmore e companhia iniciou-se o esforço para localiza-los. Na
sede da Sociedade Espeleológica foram encontradas indicações
que revelavam onde estavam presentes os exploradores. Uma
equipe de socorro foi prontamente enviada.
Foster
O juiz acredita que o veredito do caso afeta mais do que apenas
o destino dos acusados, e sim a própria lei da sociedade onde
vivem (Commonwealth). Foster afirma que condenar os acusa-
dos é contrário ao senso comum. Em um primeiro argumento o
juiz afirma que o direito positivo de sua sociedade é incapaz de
julgar este caso e que, por conseguinte, deveria o tribunal valer-
se do direito natural, pois o direito pressupõe a possibilidade de
convivência em sociedade, o que não se aplica à realidade do
caso. Foster compara a situação com caso de extraterritoriali-
dade, onde, fora da área jurisprudencial, os acusados, hipoteti-
camente, não seriam julgados. Ele afirma que os exploradores
estavam separados da jurisprudência do Commonwealth por
razões morais, que seriam tão válidas quanto as geográficas. O
juiz também aponta o fato de que a princípio Roger Wheatmore
havia concordado com o sacrifício e, portanto, havia formado
um contrato com os demais exploradores. Foster também
afirma que é errado tomar a vida humana como um valor abso-
luto, apontando tal concepção como ilusória. Para comprovar
este ponto o juiz remete aos dez trabalhadores que morreram
no processo de resgate dos exploradores, indagando o por que
da validade de tal sacrifício e não o de Wheatmore.
Voto pessoal:
O caso apresentado nesta obra levanta a pergunta de como deve
ser aplicada a lei em situações extremas. A situação existente
no livro não é de nenhuma forma comum e dificilmente acon-
teceria novamente em condições iguais, portanto uma análise
teleológica do direito seria muito difícil, uma vez que é impro-
vável que a lei da comunidade fictícia de Newgarth, como a de
qualquer outra sociedade, tenha sido feita levando em conside-
ração todas as ínfimas possibilidades. Por isto pretendo emba-
sar meu voto não em uma análise do propósito da lei que trata
do homicídio mas sim do propósito da lei em geral. Sócrates,
séculos antes de nossa era, afirmava que o propósito da lei era
criar segurança jurídica. Talvez o filósofo grego, então, acredi-
tasse que estes homens deveriam ser punidos, pois a priori é
isto que diz a lei. Porém, segurança jurídica implica no na ideia
de que a lei terá o resultado esperado pela maioria da popula-
ção. Note-se que não afirmei "desejado", e sim "esperado". A se-
gurança vem da concordância da sentença jurídica com a expec-
tativa criada pela lei. Qual é a expectativa que deveria ser tirada
do caso apresentado? A expectativa que é criada quando se
diz:"Em uma situação extrema você terá o seu direito a vida
preservado perante a lei a qualquer custo" não é muito solida,
uma vez que se a situação é de fato extrema não é possível pre-
ver tal coisa. Porém ao se dizer: Em uma situação extrema você
terá o direito de preservar a própria vida com os meios que
achar necessário"não só é mais logicamente correta, uma vez
que este princípio pode ser aplicado, como segue mais o senso
comum de que o ser humano tem o direito de lutar pela sua
auto preservação. Mencionando o" senso comum " eu parto en-
tão para um segundo ponto: A lei deve ser expressão da von-
tade geral do povo que esta regula, como afirma o contratua-
lista Rousseau. E muito fácil perceber que a vontade da popula-
ção de Newgarth é a da absolvição dos acusados. Não só o juiz
Handy se refere a uma pesquisa que indicaria que 90% da po-
pulação seria a favor da absolvição, mas também é possível per-
ceber que os próprios juízes, homens versados no direito, tam-
bém a apoiam em seu foro pessoal. Concluo então que não
existe motivo para aplicar uma lei de forma que esta não vá ge-
rar resguarda jurídica futura nenhuma e vá contra a vontade da
população que a legitima.
Informações relacionadas
Ofir José
Artigos • há 7 anos
Erick Novais
Modelos • há 5 anos
Hionara Mércia
Artigos • há 2 anos
Jusbrasil
Sobre nós
Ajuda
Newsletter
Cadastre-se
Para todas as pessoas
Consulta processual
Artigos
Notícias
Para profissionais
Jurisprudência
Doutrina
Diários Oficiais
Peças Processuais
Modelos
Legislação
Seja assinante
API Jusbrasil
Transparência
Termos de Uso
Política de Privacidade
Proteção de Dados
A sua principal fonte de informação jurídica. © 2023 Jusbrasil.
Todos os direitos reservados.