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ATIVIDADE PRÁTICA 01

Curso: Técnico em Libras


Módulo: II
Disciplina: Escrita de Sinais
Valor: 10,0 pontos
Alunas: Cristina Ferreira e Dayanne Lima

Link do vídeo:

Tema proposto:
Benefícios de uma escrita de sinais para as comunidades surdas

Quando a criança consegue escrever expressando suas ideias, por meio de


um sistema de escrita da sua língua materna, cujo uso supõe a compreensão da sua
forma de construção, que significa estabelecer uma relação entre a gramática e sua
língua espaço visual.
Acontece o desenvolvimento cognitivo que favorece os processos mentais
e a aquisição de diversos conhecimentos sobre o mundo. Por isso, quando a
criança é estimulada do modo correto, ela também tem um aumento expressivo da
sua imaginação e da criatividade, tornando assim um adulto criativo e que consegue
expressar suas ideias.
Levando em consideração que toda criança constrói suas ferramentas
intelectuais, sobretudo na ação e na experimentação e acrescentando do socio
construtivismo, a importância das relações sociais nas aprendizagens.

Em relação à tradução interpretação.

A Escrita de Sinais permite a visualização direta do significante, facilitando a


aprendizagem dos conhecimentos apresentados devido a uma rápida construção de
sentido feita a partir da relação significado/significante, cabendo aos tradutores
dominar bem a língua escrita, afinal, é incoerente que os Tradutores e Intérpretes de
Libras e Língua Portuguesa dominem apenas a escrita do português, além de que
tal conjuntura só fortalece o cenário de desmerecimento das Línguas de Sinais, neste
caso, a Libras.
Mas, infelizmente, a falta de domínio acerca da Escrita de Sinais por parte dos
Tradutores e Intérpretes de Libras e Língua Portuguesa se constitui como empecilho
para um desenvolvimento mais amplo e significativo da área, o que reflete de modo
negativo com a qualidade do processo ensino-aprendizagem dos surdos.
De acordo com algumas pesquisas os TILP se justificam com base no fato de
os “surdos desconhecerem a Escrita de Sinais”, alegando que diante de tantas
demandas e conhecimentos presentes no currículo, “não haveria tempo para a
Escrita de Sinais”, ou seja, para ela, não há espaço. Por fim, declaram: “Não uso a
Escrita de Sinais durante a interpretação, portanto não facilitaria meu trabalho nesse
contexto”.

Quanto à educação dos surdos

A escrita de sinais representa para a educação dos surdos um avanço


intelectual, pois acredita-se que os surdos lerão e escreverão muito mais rápidos.
Pois, os surdos, usuários de línguas de sinais têm o direito de escrever esses sinais,
uma vez que usam a língua de sinais e pensam por meio dela. Para o
aprendizado da escrita de sinais é necessário que os alunos surdos adquirirem
primeiro a língua de sinais.
Se as crianças aprendem os símbolos da escrita da língua de sinais,
conseguem expressar muitas ideias e variações na sua escrita, pois cada um está à
vontade para expressar seu pensamento, sem a insegurança de tentar encontrar a
palavra da língua oral, que procura, e não encontra, quando encontra não sabe bem
se era aquela a palavra certa. E assim, tendo por base a escrita de sinais, o aluno
surdo contará com novas ferramentas intelectuais para enfrentar o desafio de
aprender o português escrito, pois para o aluno surdo aprender a língua portuguesa
é um desafio árduo e demorado devido à falta de domínio dos sons.
Quanto à constituição das comunidades surdas enquanto grupos linguísticos e
culturais.

A apropriação da cultura possibilita ao homem de cada geração se


desenvolver ainda mais, pois a cultura, como um propulsor da aprendizagem e do
desenvolvimento, cria no sujeito as necessidades para viver em sociedade. Em
outras palavras, se na cultura existem formas específicas de os sujeitos se
comunicarem e agirem sobre o meio, este fator condicionará tal necessidade também
a outros sujeitos pertencentes àquele mesmo meio.
A necessidade da criação e uso de um sistema de notação das Línguas de
Sinais se explica pela necessidade humana de registrar fatos e informação da
cultura, língua e sociedade. Nesse sentido, os usuários da Libras, sentem a falta de
uma escrita que possa responder às mesmas necessidades que os usuários das
outras línguas já têm correspondidas.
A escrita é um fato social que vem responder aos desejos e anseios de
registrar pensamentos, ideias, estabelecer comunicação, relações de poder. Assim
sendo, a escrita enquanto instrumento posto a serviço da linguagem, também
possibilita o próprio desenvolvimento linguístico, pois o registro de vocábulos e de
estruturas lexicais viabilizam a realização de novos estudos e análises que
corroboram com o aperfeiçoamento do uso desse sistema. Ou seja, o uso da escrita
permite que o sujeito imprima seus pensamentos, sua língua, visão de mundo,
história, cultura etc.
Além disso, a língua escrita tem um papel importantíssimo no tocante ao
registro e à produção de conhecimento, além de dar conta das mais diversas
anotações feitas pelo homem e que acabaram se tornando fontes de pesquisa,
estudos e análises, mediante as quais se desvenda a cultura de um povo, os
aspectos linguísticos de um determinado período, a história, a classe social, o nível
de escolaridade, os fatos cotidianos, dentre outros elementos, que são
transformados em conhecimento e publicações, e com a Libras não poderia e nem
deve ser diferente, pois a Escrita de Sinais também permite o registro dessa língua
e, por conseguinte a produção de memória, fontes, pesquisa e conhecimento, à
medida em que a escrita vai sendo usada para atender aos propósitos e intenções
sociais, históricas e culturais. Portanto, impedir e/ou dificultar o uso desta escrita é
tolher o espírito humano de avanços inimagináveis.
REFERENCIAS:

AMPESSAN, João Paulo; GUIMARÃES, Juliana Sousa Pereira; LUCHI, Marcos.


Intérpretes educacionais de Libras: orientações para a prática profissional.
Florianópolis, DIOESC, 2013Disponível em: Acesso em: 5 mar. 2018.
BARRETO, Madson; BARRETO, Raquel. Escrita de Sinais sem mistérios. 2. ed.
atual. e ampl. 1. v. Salvador: Libras Escrita, 2015.
BARROS, Ricardo Oliveira. O SignWriting como recurso para registro de sinais
aclimatados no contexto educacional. Revista Virtual de Cultura Surda. Petrópolis:
Arara Azul, n. 19, p. 1-17, set. 2016. Disponível em: <
http://editoraararaazul.com.br/site/admin/ckfinder/userfiles/files/9%C2%BA%20Artig
o%20Ricardo%20Oliveir a%20Barros.pdf>. Acesso: 05 abr. 2018.

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