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1. Nível fonológico, apesar de haver uma certa discordância quanto a nomenclatura desse
nível, já que não há um valor sonoro na língua de sinais que permita a distinção de
significados entre eles, mas sim os elementos mínimos, ou seja, os parâmetros dos
sinais, que permitem essa distinção clara de significados entre os sinais. Sendo assim, o
que chamamos de nível fonológico é essa organização ou sistema de combinação de
elementos mínimos, os parâmetros, cuja unidades são capazes de dar essa distinção e
significar os sinais. Tal nível poderia ser chamado de Nível Constrativo, Combinativo ou
Distintivo, conforme sugere a professora Eliamar Godoi.
2. Nível Semântico atua sobre o significado dos sinais, o que remete novamente aos
parâmetros da Libras: configuração de mão, ponto de articulação, orientação,
movimento e expressão corporal. Somado a isso, a influência do contexto, de modo que
é combinação desses elementos que atribuem significado ao sinal, já que dois sinais
podem ter a mesma configuração de mão, orientação, sendo diferentes no movimento,
por exemplo, ou no ponto de articulação, ou que possuem os cinco parâmetros idênticos
e o que vai atribuir a diferença no significado é o contexto da frase.
3. Nível Morfológico ou de estudo dos aspectos de formação dos sinais, onde vemos
novamente a combinação dos cinco parâmetros que podem formar:
Sinais simples – os que são compostos de apenas um sinal, sem depender de partes de
outros sinais já existentes. Seguem três exemplos:
EU:
CM: mão direita em “D” com palma para a direita.
PA: à frente do tronco.
M: aproximar.
O: para dentro.
ÔNIBUS:
CM: mãos em “A”, palma para dentro.
PA: tocando os dedos.
M: afastar girando o pulso.
O: para fora.
BRICAR
CM: mãos em “Y”, palmas para dentro.
PA: à frente.
M: circular e alternado.
O: sentido horário.
Sinais compostos, que podem usar dois sinais como escola, onde uso a combinação dos
sinais de casa e estudar.
Substantivos: que flexionam em número (singular / plural) realizando o sinal uma vez
para singular, ou duas para demonstrar o plural e gênero: masculino/ feminino,
acrescentando ao sinal a ser feito, o sinal de mulher para o feminino e de homem para
o masculino, como nos casos de mãe, pai, tio, tia...
Adjetivos: esses são uma classe neutra na Libras, pois não se valem da flexão de gênero
e número, como fazem os substantivos. Exemplos: gordo, alto, grande. Porém, muitos
adjetivos são classificadores e descritivos em si, como quando vamos dizer que alguém
estava com vestido de bolinha e fazemos o sinal de vestido e desenhando bolinhas em
nosso corpo na sequência, para representar isso. Ou para dizer que um gato é malhado,
fazendo o sinal de gato e listras pelo corpo.
Os direcionais, que flexionam em pessoa, número e aspecto. São feitos marcando ora o
emissor ora o interlocutor, exemplo: dizer, responder, ajudar... Nesses exemplos, um
único sinal pode representar toda a informação da frase.
4. Nível Sintático, que mostra a diferença gramatical entre a Língua oral e a Libras,
organizando os sinais na frase ou período e a ordem em que esses receberão. Dispensa
conjunções e preposições, o que lhe confere coerência e coesão próprias da Libras, que
é mais sintética e flexível enquanto língua.
A ordem mais usada na Libras é a Tópico comentário.
Exemplo:
Na frase em português:
“Onde é o banheiro?”
Temos em Libras:
“BANHEIRO, ONDE?”
Ou ainda:
A frase em português:
“Eu não tenho bicicleta”
em Libras ficaria:
“BICICLETA, EU NÃO - TEM.”
De qualquer modo é fundamental prestar atenção para que a formação da frase não se
torne agramatical, comprometendo a sua compreensão.
Dentro da construção de frases, temos:
As afirmativas: que afirmam determinada ação.
Negativas: as que representam uma negação e são acompanhadas dos sinais de não,
nunca, nada. Aqui também é fundamental a expressão facial indicando que há uma
negação sendo feita.