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A.

FUNCIONAMENTO DA LÍNGUA

Entender o funcionando da língua está intimamente ligado a


comunicação. Com isso, faz-se necessário compreender seus componentes
linguísticos estruturas regras para que haja compreensão no ato da
comunicação. Dessa forma, a Língua Brasileira de Sinais também possui sua
estruturas e mecanismos que precisam ser compreendidos pelos usuários
surdos e ouvintes, a partir disso, veremos, a seguir, os primeiros eixos do
currículo sobre o funcionamento da língua.

1 Estrutura de Libras

A Língua Brasileira de Sinais, assim como qualquer outra língua, possui


seus parâmetros de funcionamento a saber são classificados em cinco
conceitos, tais como: a configuração de mãos, movimento, marcadores não
manuais, localização, orientação.
Com isso, podemos entender por configuração de mãos os sinais
realizados pela forma da mãos e que podem ser em datilografia, o alfabeto
Manuel, ou forma realizada na mão predominante, ou realizado pelas duas
mãos, por exemplo. Sendo assim, imaginemos uma situação em que alguém
vá se apresentar ao um surdo, primeiro ele usará a datilografia para dizer seu
nome; já para sinalizar ‘obrigado (a)’ posicionará a mão direita na testa e a
esquerda abaixo do peito e fará um movimento simultâneo para frente.
Doutro modo, entendemos o movimento como o modo em que as mãos
realizam o movimento que pode ser: linear, simultânea, alternada e etc. Para
dar exemplos temos a palavra ‘esquecer’ no qual a mão dominante passa pela
testa de forma linear até a altura do ombro e no final do gesto a mão fica
semiaberta; um gesto com mãos simultâneas pode ser ‘abrir’ as mãos na
posição de B com os dedos a mostra na altura do peito e com o movimento
circular para frente, no final do gesto a costa da mão ficam pra frente. Assim,
esses podem ser alguns exemplos desse movimento com as mãos.
Dessa forma, também temos um outro conceito que é o marcadores não
manuais que são sinalizações que incluem o movimento do corpo e expressões
faciais. Por exemplo, ao sinalizar ‘comer’ posicionamos a mão dominante na
frente da boca e fazemos o gesto de flexionar os dedos como abrir e fechar e
combinamos com o movimento da boca que abri e fecha.
Dito isso, a localização consiste o local em que o sinal é realizado que
segue a extensão dos braços que pode tocar no corpo, como o exemplo do
‘obrigado’, ou no lugar neutro, como o exemplo do ‘comer’, e também pode
tocar em alguma parte do corpo como o exemplo do ‘esquecer’.
Por fim, a orientação é entendida como o plano de direção o qual a pao
da mão é orientada, pois existem sinais com o mesmo ponto de articulação
movimento, o que diferencia é a orientação da mão. Por exemplo, no sinal
‘abrir e fechar’.

2 Aquisição e Uso dos Vocábulos

A aquisição da Libras ocorre do mesmo modo que a língua oral, no qual


vamos aprendendo conforme estamos inseridos no ambiente comunicativo.
Com isso, para os alunos surdos ocorre no processo gradual como aprendendo
os sinais, depois seu significado dentro de um contexto, em seguida já passa a
identificar novos significados para sinais semelhantes até conseguir usar a
linguagem de sinais dentro de uma diálogo, uma conversa, uma situação em
que o usuário possa se comunicar com os outros.

3 Conceitos de Sinais

Nesse sentido, os usuários precisarão compreender a combinação dos


movimentos de mão e os pontos de articulações para que produzir os sinais
nessa linguagem e que o movimentos de corpo é expressões faciais também
fazem parte da comunicação. Por exemplo, quando o usuário vai aprender o
sinal de ‘triste’ sua expressão facial precisa corresponder ao sinal para que
possa fazer sentido para o outro.
Dito isto, existe um processo para se chegar até essa compreensão
como: organizar e dar as características básicas do sinal, aprender a estrutura
dos espaços onde os sinais acontecem, entender que existem as combinações
de parâmetros na reprodução do sinal e até se chegar compreensão de que os
classificadores específicos também possuem significados específicos.
4 Consciência Fonológica

Diz respeito a segmentação consciente a palavra em menores unidades,


sílabas e em fonemas para facilitar a compreensão entre os sinais e
parâmetros por meio do fonemas, por exemplo. Para isso, o usuário precisa
saber que os sinais são separados por parâmetros, que saiba identificar esses
parâmetros em libras, até que possa produzir sinais de rima, por exemplo.
Assim, quando o usuário produzir ‘tristeza’ ele fará um movimento de
mão, fará uma expressão facial e também dentro de um ponto de articulação e
explicar que apesar de estarem separados, no ato da produção será
simultâneo.

5 Consciência Morfológica

Em Libras, consiste em atribuir um novo significado a um sinal que já


existe, porém em um contexto diferente. Por exemplo, em ‘sentar’ e ‘cadeira’ o
sinais são os mesmos a diferença está em que há um republicação no
movimento do segundo. Nesse caso, o usuário precisa aprender os sinais que
são mais realizados, os classificadores específico, os que incorporam sufixos
de gênero, até a compreensão dos marcadores não manuais atrelados ao
significados dos sinais.

8 Referências

Currículo da Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS : componente curricular como


primeira língua / Maria Mertzani, Cristiane Lima Terra, Maria Auxiliadora Terra
Duarte. — Rio Grande : Ed. da FURG, 2020. xv, 103 p. : recurso digital (e-book), il.
color. ; 2,91MB. Disponível em: http://www.riogrande.rs.gov.

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