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RESUMO CVM FILOSOFIA 4º BIMESTRE 1ª SÉRIE

O que é terrível na escrita é sua semelhança com a pintura. As produções da pintura apresentam-
se como seres vivos, mas se lhes perguntarmos algo, mantêm o mais solene silêncio. O mesmo
ocorre com os escritos: poderíamos imaginar que falam como se pensassem, mas se os
interrogarmos sobre o que dizem (...) dão a entender somente uma coisa, sempre a mesma (...) E
quando são maltratados e insultados, injustamente, têm sempre a necessidade do auxílio de seu
autor porque são incapazes de se defenderem, de assistirem a si mesmos. (Platão, Fedro ou Da
beleza.)
Nesse fragmento, Platão compara o texto escrito com a pintura, contrapondo-os à sua concepção
de filosofia. O que permite concluir, com apoio do fragmento apresentado, uma das principais
características do platonismo, que é a forma de exposição da filosofia platônica é o diálogo, e o
conhecimento funda-se no rigor interno das argumentações, produzido e comprovado pela
confrontação dos discursos.

No centro da imagem, o filósofo Platão é retratado apontando para o alto. Esse gesto significa que
o conhecimento se encontra em uma instância na qual o homem descobre a realidade inteligível por
meio do método dialético.

A obra Apologia de Sócrates, de Platão, descreve a defesa de seu mestre perante as acusações
de não aceitação dos deuses reconhecidos pelo Estado, de introduzir novos cultos e de corromper a
juventude. Considerando a proposta geral da obra, podemos dizer que Sócrates assumiu a
responsabilidade dos atos aludidos pelos denunciantes, mas repudiou a atitude destes por não
valorizarem a liberdade de pensamento em busca da verdade. Em sua autodefesa, procurou
recordar quem ele era, ou seja, realizou uma revisão sobre a questão “quem é Sócrates”.
Considerou inaceitável um homem livre valer-se de sofisticada retórica ou de apelos emocionais
para obter sua absolvição. Recomendou sua condenação à morte, uma vez que considerava mais
digno uma morte na verdade que uma vida na mentira.
Pode-se viver sem ciência, pode-se adotar crenças sem querer justificá-las racionalmente, pode-se
desprezar as evidências empíricas. No entanto, depois de Platão e Aristóteles, nenhum homem
honesto pode ignorar que uma outra atitude intelectual foi experimentada, a de adotar crenças com
base em razões e evidências e questionar tudo o mais a fim de descobrir seu sentido último.
ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da filosofia. São Paulo: Odysseus, 2002.
Platão e Aristóteles marcaram profundamente a formação do pensamento Ocidental. No texto, é
ressaltado importante aspecto filosófico de ambos os autores que, em linhas gerais, refere-se à
compreensão de que a verdade deve ser justificada racionalmente.

O trecho abaixo, que se encontra na Apologia de Sócrates de Platão e traz algumas das
concepções
filosóficas defendidas pelo seu mestre.
Com efeito, senhores, temer a morte é o mesmo que se supor sábio quem não o é, porque é supor
que sabe o que não sabe. Ninguém sabe o que é a morte, nem se, porventura, será para o homem o
maior dos bens; todos a temem, como se soubessem ser ela o maior dos males. A ignorância mais
condenável não é essa de supor saber o que não se sabe?
Platão, A Apologia de Sócrates, 29 a-b, In. HADOT, P. O que é a Filosofia Antiga? São Paulo: Ed.
Loyola, 1999, p. 61.
Com base no trecho acima e na filosofia de Sócrates, vemos que Sócrates prefere a morte a ter
que renunciar a sua missão, qual seja: buscar, por meio da filosofia, a verdade, para além da mera
aparência do saber. Sócrates leva o seu interlocutor a examinar-se, fazendo-o tomar consciência
das contradições que traz consigo. Para Sócrates, o verdadeiro sábio é aquele que, colocado diante
da própria ignorância, admite que nada sabe. Admitir o não-saber, quando não se sabe, define o
sábio, segundo a concepção socrática.

Pensemos num cavalo diante de nós. Então perguntemos: o que é isso? Platão diria: “Esse animal
não possui nenhuma existência verdadeira, mas apenas uma aparente, um constante vir-a-ser.
Verdadeiramente é apenas a Ideia, que se estampa naquele cavalo, que não depende de nada,
nunca veio-a-ser, sempre da mesma maneira. Enquanto reconhecemos nesse cavalo sua Ideia, é
por completo indiferente se temos aqui diante de nós esse cavalo ou seu ancestral. Unicamente a
Ideia do cavalo possui ser verdadeiro e é objeto do conhecimento real”. Agora, deixemos Kant falar:
“Esse cavalo é um fenômeno no tempo, no espaço e na causalidade, que são as condições a priori
completas da experiência possível, presentes em nossa faculdade de conhecimento, não
determinações da coisa-em-si. Para saber o que ele pode ser em si, seria preciso outro modo de
conhecimento além daquele que unicamente nos é possível pelos sentidos e pelo entendimento.”
(Arthur Schopenhauer. “Sobre as ideias”. Metafísica do belo, 2003. Adaptado.)
Schopenhauer compara as filosofias platônicas e kantianas, fazendo-as responder a uma mesma
questão. Na perspectiva platônica, o cavalo presente “diante de nós” é uma sombra da ideia do
cavalo.

Leia o texto a seguir.


– Depois disto – prossegui eu – imagina a nossa natureza, relativamente à educação ou à sua
falta, de acordo com a seguinte experiência. Suponhamos uns homens numa habitação subterrânea
em forma de caverna, com uma entrada aberta para a luz, que se estende a todo comprimento
dessa gruta. Estão lá dentro desde a infância, algemados de pernas e pescoços, de tal maneira que
só lhes é dado permanecer no mesmo lugar e olhar em frente; são incapazes de voltar a cabeça, por
causa dos grilhões; serve-lhes de iluminação um fogo que se queima ao longe, numa eminência, por
detrás deles; entre a fogueira e os prisioneiros há um caminho ascendente, ao longo do qual se
construiu um pequeno muro, no gênero dos tapumes que os homens dos “robertos” colocam diante
do público, para mostrarem as suas habilidades por cima deles. (PLATÃO )
O texto é a abertura do Livro VII da República de Platão, no qual ele expõe sua famosa “Alegoria
da Caverna”. Com base nessa Alegoria e na filosofia de Platão, vemos que ele procura, com a
Alegoria da Caverna, narrar a situação dos homens que estão presos no mundo sensível e de como
deveriam dele se libertar para conhecer a verdade.

Estamos, pois, de acordo quando, ao ver algum objeto, dizemos: "Este objeto que estou vendo
agora tem tendência para assemelhar-se a um outro ser, mas, por ter defeitos, não consegue ser tal
como o ser em questão, e lhe é, pelo contrário, inferior". Assim, para podermos fazer estas
reflexões, é necessário que antes tenhamos tido ocasião de conhecer esse ser de que se aproxima
o dito objeto, ainda que imperfeitamente. (PLATÃO)
Na epistemologia platônica, conhecer um determinado objeto implica fazer correspondência entre o
objeto observado e seu ser.

Platão desenvolveu a noção de que o homem está em contato permanente com dois tipos de
realidade: a sensível e a inteligível. O conhecimento sensível ocupa-se dos objetos sensíveis que
são para Platão imagens das ideias; o conhecimento inteligível volta-se para os modelos dos objetos
sensíveis, ou seja, as ideias. Essa máxima de Platão é explicada pela alegoria da caverna.

Suponha homens numa morada subterrânea, em forma de caverna, cuja entrada, aberta à luz, se
estende sobre todo o comprimento da fachada; eles estão lá desde a infância, as pernas e o
pescoço presos por correntes, de tal sorte que não podem trocar de lugar e só podem olhar para
frente, pois os grilhões os impedem de voltar a cabeça; a luz de uma fogueira acesa ao longe, numa
elevada do terreno, brilha por detrás deles; entre a fogueira e os prisioneiros, há um caminho
ascendente; ao longo do caminho, imagine um pequeno muro, semelhante aos tapumes que os
manipuladores de marionetes armam entre eles e o público e sobre os quais exibem seus prestígios.
PLATÃO.
Essa narrativa de Platão é uma importante manifestação cultural do pensamento grego antigo, cuja
ideia central, do ponto de vista filosófico, evidencia a teoria do conhecimento, expondo a passagem
do mundo ilusório para o mundo das ideias.

Na Grécia Antiga, o filósofo Sócrates ficou famoso por interpelar os transeuntes e fazer perguntas
aos que se achavam conhecedores de determinado assunto. Mas durante o diálogo, Sócrates
colocava o interlocutor em situação delicada, levando-o a reconhecer sua própria ignorância. Em
virtude de sua atuação, Sócrates acabou sendo condenado à morte sob a acusação de corromper a
juventude, desobedecer às leis da cidade e desrespeitar certos valores religiosos. Considerando
essas informações sobre a vida de Sócrates, assim como a forma pela qual seu pensamento foi
transmitido, pode-se afirmar que sua filosofia ficou consagrada sob a forma de diálogos,
posteriormente redigidos pelo filósofo Platão.

Um dos textos mais consagrados da história da filosofia é a alegoria da caverna, escrito por
Platão. Sobre esse texto, pode-se afirmar que se trata de um texto que apresenta dimensões
pedagógicas, filosóficas e políticas.

Platão, filósofo grego (428-347 a.C.), tem como base de sua teoria a distinção entre o mundo
sensível e o mundo inteligível. Assinale a alternativa que apresenta, respectivamente, uma
característica ou aspecto de cada um desses mundos, que são a opinião e ciência.

Pode-se viver sem ciência, pode-se adotar crenças sem querer justificá-las racionalmente, pode-se
desprezar as evidências empíricas. No entanto, depois de Platão e Aristóteles, nenhum homem
honesto pode ignorar que uma outra atitude intelectual foi experimentada, a de adotar crenças com
base em razões e evidências e questionar tudo o mais a fim de descobrir seu sentido último.
ZINGANO, M. Platão e Aristóteles: o fascínio da filosofia. São Paulo: Odysseus, 2002.
Platão e Aristóteles marcaram profundamente a formação do pensamento Ocidental. No texto, é
ressaltado importante aspecto filosófico de ambos os autores que, em linhas gerais, refere-se à
compreensão de que a verdade deve ser justificada racionalmente.

A filosofia antiga grega e greco-romana tem uma história mais que milenar. Partindo do século VI
a.C., chega até o ano de 529 d.C., ano em que o imperador Justiniano mandou fechar as escolas
pagãs e dispersar os seus seguidores. Nesse arco de tempo, podemos distinguir o momento das
grandes sínteses de Platão e Aristóteles. (REALE, Giovanni. História da Filosofia: Antiguidade e
Idade
Média. São Paulo: Paulinas, 1990, p. 25-26).
O autor na citação acima sinaliza a significância do período sistemático da filosofia antiga. No que
tange à filosofia de Platão, ele propõe a existência das “essências ou formas ‟, que estão presentes
no mundo das ideias e são modelos eternos das coisas sensíveis.

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