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DIREITO PROCESSUAL CIVIL II

Profª Ana Paula Nascimento


2017

Profª Ana Paula Nascimento (DPC II)


AÇÃO DE EXIGIR
CONTAS
Profª Ana Paula Nascimento (DPC II)
AÇÃO DE EXIGIR CONTAS
Arts. 550 a 553 do NCPC

O QUE É
• É o dever de prestar contas
• É o direito de exigi-las

Profª Ana Paula Nascimento (DPC II)


CAPÍTULO II DA AÇÃO DE EXIGIR CONTAS

Art. 550. Aquele que afirmar ser titular do direito de exigir contas requererá a citação do réu para que as preste ou ofereça
contestação no prazo de 15 (quinze) dias.

§ 1o Na petição inicial, o autor especificará, detalhadamente, as razões pelas quais exige as contas, instruindo-a com
documentos comprobatórios dessa necessidade, se existirem.

§ 2o Prestadas as contas, o autor terá 15 (quinze) dias para se manifestar, prosseguindose o processo na forma do
Capítulo X do Título I deste Livro.

§ 3o A impugnação das contas apresentadas pelo réu deverá ser fundamentada e específica, com referência expressa
ao lançamento questionado.

§ 4o Se o réu não contestar o pedido, observar-se-á o disposto no art. 355.

§ 5o A decisão que julgar procedente o pedido condenará o réu a prestar as contas no prazo de 15 (quinze) dias, sob
pena de não lhe ser lícito impugnar as que o autor apresentar.

§ 6o Se o réu apresentar as contas no prazo previsto no § 5o, seguir-se-á o procedimento do § 2o, caso contrário, o
autor apresentá-las-á no prazo de 15 (quinze) dias, podendo o juiz determinar a realização de exame pericial, se
necessário. Profª Ana Paula Nascimento (DPC II)
DEVER
✓ Este dever de prestar contas tem origem em relação CONTRATUAL ou LEGAL

✓ Esta presente sempre que a administração de bens ou interesses envolva


TRATO com:
• gastos
• receitas

Art. 551. As contas do réu serão apresentadas na forma


adequada, especificando-se as receitas, a aplicação das
despesas e os investimentos, se houver.

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DEVER
As contas a serem prestadas devem ser:
• demonstradas
• justificadas

Art. 551. As contas do réu serão apresentadas na forma adequada, especificando-se as receitas, a aplicação
das despesas e os investimentos, se houver.

§ 1o Havendo impugnação específica e fundamentada pelo autor, o juiz estabelecerá prazo razoável para
que o réu apresente os documentos justificativos dos lançamentos individualmente impugnados.

§ 2o As contas do autor, para os fins do art. 550, § 5o, serão apresentadas na forma adequada, já instruídas
com os documentos justificativos, especificando-se as receitas, a aplicação das despesas e os investimentos,
se houver, bem como o respectivo saldo.Profª Ana Paula Nascimento (DPC II)
Quem tem o dever de prestar contas ?
a) administrador;
b) advogado;
c) curador;
d) curador da herança
jacente;
e) gestor de negócios;
f) inventariante;
g) mandatário;
h) pais (CC 1689 II c/c 1673);
i) síndico (LCI 22, § 1º f);
j) testamenteiro (CC 1980);
k) tutor
Profª (CC 1755)
Ana Paula Nascimento (DPC II)
Quem tem o dever de prestar contas ?
 Administrador judicial (arts. 159 e ss. / art. 869, CPC e 22, III, e
23 da Lei 11.101/2005)
Art. 159. A guarda e a conservação de bens penhorados, arrestados, sequestrados ou
arrecadados serão confiadas a depositário ou a administrador, não dispondo a lei de outro
modo.

Art. 869. O juiz poderá nomear administrador-depositário o exequente ou o executado, ouvida


a parte contrária, e, não havendo acordo, nomeará profissional qualificado para o desempenho
da função.

Art. 21. O administrador judicial será profissional idôneo, preferencialmente advogado, economista,
administrador de empresas ou contador, ou pessoa jurídica especializada.

Art. 23. O administrador judicial que não apresentar, no prazo estabelecido, suas contas ou
qualquer dos relatórios previstos nesta Lei será intimado pessoalmente a fazê-lo no prazo de 5
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(cinco) dias, sob pena de desobediência.
Quem tem o dever de prestar contas ?
 Advogado (art. 34, XXI, Lei 8.906 de 1994 - Estatuto da Advocacia e a
Ordem dos Advogados do Brasil (OAB))

CAPÍTULO IX

Das Infrações e Sanções Disciplinares

Art. 34. Constitui infração disciplinar:

XXI - recusar-se, injustificadamente, a prestar contas ao cliente de quantias


recebidas dele ou de terceiros por conta dele;

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Quem tem o dever de prestar contas ?
 Curador (art. 553 e 756, §1º, CPC, e 1.755 e 1.774, CC)
Art. 553. As contas do inventariante, do tutor, do curador, do depositário e de qualquer outro
administrador serão prestadas em apenso aos autos do processo em que tiver sido nomeado.

Art. 756. Levantar-se-á a curatela quando cessar a causa que a determinou.

§ 1o O pedido de levantamento da curatela poderá ser feito pelo interdito, pelo curador ou pelo
Ministério Público e será apensado aos autos da interdição.

Art. 1.755. Os tutores, embora o contrário tivessem disposto os pais dos tutelados, são
obrigados a prestar contas da sua administração.

Art. 1.774. Aplicam-se à curatela as disposições concernentes à tutela, com as


modificações dos artigos seguintes.
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Quem tem o dever de prestar contas ?
 Gestor de negócios (art. 861, CC)
Art. 861. Aquele que, sem autorização do interessado, intervém
na gestão de negócio alheio, dirigi-lo-á segundo o interesse e a
vontade presumível de seu dono, ficando responsável a este e às
pessoas com que tratar.

Competência da ação - Competência relativa


• Art. 53, IV, b, CPC – foro do lugar do ato ou fato para a ação em que for réu
o administrador ou o gestor de negócios alheios.

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Quem tem o dever de prestar contas ?
 Inventariante (arts. 553 e 618, VII do CPC)

Art. 553. As contas do inventariante, do tutor, do curador, do


depositário e de qualquer outro administrador serão prestadas em
apenso aos autos do processo em que tiver sido nomeado.

Art. 618. Incumbe ao inventariante:


VII - prestar contas de sua gestão ao deixar o cargo ou sempre que o
juiz lhe determinar;

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Quem tem o dever de prestar contas ?
 Mandatário (art. 668, CC)

Art. 668. O mandatário é obrigado a dar contas de sua gerência


ao mandante, transferindo-lhe as vantagens provenientes do
mandato, por qualquer título que seja.

O mandato é contrato personalíssimo, por excelência, e se extingue com a


morte do mandatário, nos termos do artigo 682, II, do CC de 2002. Com base
nesse dispositivo, a 3ª turma do STJ manteve a decisão que isentou uma
inventariante de prestar contas dos valores recebidos pelo marido falecido na
qualidade de administrador de um condomínio imobiliário.
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(http://www.migalhas.com.br/Quentes/17,MI104691,51045-STJ+Morte+de+mandatario+extingue+dever+de+prestar+contas)
Quem tem o dever de prestar contas ?
 pais (CC 1689 II c/c 1673);
Art. 1.689. O pai e a mãe, enquanto no exercício do poder
familiar:
II - têm a administração dos bens dos filhos menores sob sua
autoridade.

Art. 1.673. Integram o patrimônio próprio os bens que cada cônjuge possuía ao casar e
os por ele adquiridos, a qualquer título, na constância do casamento.
Parágrafo único. A administração desses bens é exclusiva de cada cônjuge,
que os poderá livremente alienar, se forem móveis.

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Quem tem o dever de prestar contas ?
 Síndico (LCI 22, § 1º f – Lei 4.591 de 16/12/1964 – Dispõe
sobre condomínio em edificações e as incorporações
imobiliárias)
Art. 22. Será eleito, na forma prevista pela Convenção, um síndico
do condomínio, cujo mandato não poderá exceder de 2 anos,
permitida a reeleição.

§ 1º Compete ao síndico:

f) prestar contas à assembléia dos condôminos.


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Quem tem o dever de prestar contas ?
 Testamenteiro (CC 1980);

Art. 1.978. Tendo o testamenteiro a posse e a administração dos


bens, incumbe-lhe requerer inventário e cumprir o testamento.

Art. 1.980. O testamenteiro é obrigado a cumprir as disposições


testamentárias, no prazo marcado pelo testador, e a dar contas
do que recebeu e despendeu, subsistindo sua responsabilidade
enquanto durar a execução do testamento.

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Quem tem o dever de prestar contas ?
 Tutor (arts. 553, CPC e 1.755,CC)

Art. 553. As contas do inventariante, do tutor, do curador, do


depositário e de qualquer outro administrador serão prestadas em
apenso aos autos do processo em que tiver sido nomeado.

Art. 1.755. Os tutores, embora o contrário tivessem disposto os


pais dos tutelados, são obrigados a prestar contas da sua
administração.

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PREVISÃO LEGAL

No regime processual atual a AÇÃO DE PRESTAÇÃO DE CONTAS se


destina:
✓ como pretensão daquele que pretende que as contas lhe sejam
prestadas (no art. 550 do NCPC)
✓ como pretensão daquele que busca prestar as contas a quem de
direito (art. 916 CPC anterior), e no art. 551 do NCPC, submetida
ao procedimento comum.

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FINALIDADE
O objetivo primordial desta demanda de rito
especial é:

• apurar a existência de prestação de


contas
• ou apurar a inexistência de prestação
de contas
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Natureza condenatória
a) condenação à prestação (obrigação de fazer)
das contas;
b) condenação ao obrigação de pagar)
pagamento do saldo residual.

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Natureza dúplice
Pretensão condenatória a pagar o saldo devedor apurado pelas contas prestadas

Saldo devedor em favor do réu será condenado a


autor pagar
Saldo devedor em favor do autor será condenado
réu a pagar

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CARACTERÍSTICA

A ação para exigir contas de desenvolve em duas fases distintas:

• busca-se apurar a existência do direito de exigir as contas

• avalia-se a adequação ou NÃO das contas prestadas. Quando for o


caso, impõe-se a condenação do administrador a restituição de
eventual saldo credor.

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PROCEDIMENTO

❖A ação tem início com a petição escrita

❖Dirigida ao juiz da causa (observando o contido no art. 319 e 320 do


CPC)

❖Na petição deve ser requerida a citação do réu para em 15 dias:

 apresentar as contas devidas

 oferecer resposta
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• Duas fases procedimentais
sucessivas
1ª – discutir o dever de prestação de
contas;

2ª – valor do saldo devedor.


*Cada fase será decidida por uma
sentença.
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• Petição inicial (art. 550, CPC).
Arts. 319 e 320, CPC;
Cumulação de pedidos:
a) condenação do réu a prestar contas;
b) condenação do réu ao pagamento do saldo devedor a ser
apurado.

Especificação detalhada das razões pela quais exige as contas,


instruindo-a com documentos comprobatórios dessa
necessidade, se existirem (§ 1º).

Citação do réu para responder no prazo de 15 dias

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COMPETÊNCIA
• Art. 53, IV, b, CPC – foro do lugar do ato ou fato para a
ação em que for réu o administrador ou o gestor de
negócios alheios.
Competência relativa

• Art. 553, CPC – juízo que tiver nomeado o administrador


(inventariante, tutor, curador ou depositário).
Competência absoluta (funcional).

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Prerrogativas do autor
O autor não precisa detalhar dados ou informações da prestação de contas

Basta o autor identificar:


(a) a obrigação que deu origem ao dever de prestar as contas
(b) razões detalhadas pelas quais as contas são exigidas, instruindo a
demanda com a prova dessa necessidade
Art. 551. As contas do réu serão apresentadas na forma adequada, especificando-se as receitas,
a aplicação das despesas e os investimentos, se houver.

§ 1o Havendo impugnação específica e fundamentada pelo autor, o juiz estabelecerá prazo


razoável para que o réu apresente os documentos justificativos dos lançamentos
individualmente impugnados.
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Contestação
No prazo de resposta o réu pode apresentar as seguintes
posturas:
• presta as contas, sem oferecer defesa em relação
à pretensão do autor;
• não presta as contas, nem contesta;
• não presta contas, mas oferece defesa;
• apresenta as contas e contesta;
• Em todas as hipóteses, após ser determinada a apresentação de contas, já esta
iniciada a segunda fase do PROCEDIMENTO.
• Na segunda fase é feito o exame das contas apresentadas pelo requerido.
• Após esse exame, sendo constatado a existência de saldo em favor do requerente,
o réu é condenado pelo saldoProfª
devedor.
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Reações do réu (prazo de 15 dias)
a) Apresentar contas e não contestar
Reconhecimento jurídico do pedido condenatório à prestação de contas.
Manifestação do autor (15 dias);
Superada a primeira fase procedimental sem necessidade de sentença;
Sentença tratará do saldo devedor.
a) Apresentar as contas e contestar
Reconhecimento do dever de prestar contas.
Impugnação a eventual divergência referente ao conteúdo das contas.
a) Contestar e não apresentar contas
Alegação de inexistência do dever de prestar contas.
a) Não contestar nem apresentar contas
Revelia.
Julgamento antecipado do mérito.
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Atos jurisdicionais
No processo da AÇÃO DE EXIGIR CONTAS pode-se afirmar que há 2 atos
jurisdicionais distintos:
• a que impõe ao réu a prestação das contas

• a que analisará se as contas prestadas estão corretas ou NÃO, e consequentemente


poderá impor ao administrador o ressarcimento de eventuais prejuízos por ele
ocasionados.

Pode-se sustentar, portanto, que há 2 sentenças diversas.

• Não se pode aplicar integralmente o conceito de sentença (conforme disposto no art. 203,
§1, do CPC).

• Não se pode concluir que qualquer ato judicial que aprecie o mérito (art. 487, I, do CPC),
constitui sentença. Profª Ana Paula Nascimento (DPC II)
Despacho
No regime anterior (CPC anterior) No regime atual (NCPC)
= os processos continham somente uma = o caminho é outro.
sentença (era uma exceção à regra).
O ato do juiz que julga a primeira etapa é tido
O ato interlocutório era tido como sentença. como DECISÃO, ou seja, uma decisão
interlocutória.
Porém, essa sentença não encerrava o
processo, mas só a primeira fase processual. (Art. 550, §5º, do CPC)

Deste modo, o recurso para atacar referida decisão é


o AGRAVO.
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FASES DE DECISÕES
a) Sentença de extinção do Não haverá segunda fase procedimental.
processo sem resolução do
Primeira fase mérito ou rejeição do pedido do Impugnável através de Apelação.
autor
condenará o réu a prestar contas no prazo de 15
b) Acolhimento do pedido dias, sob pena de não lhe ser lícito impugnar as que
o autor apresentar (art. 550, § 5º).
Impugnável através de Apelação.

Manifestação do autor (15 dias) – fundamentada e


a) Contas apresentadas no prazo específica, com referência expressa ao lançamento
Segunda fase legal (15 dias) questionado (art. 550, § 3º).
Julgamento, imediato ou após perícia.

b) Contas não apresentadas no Autor apresentará no prazo de 15 dias.


prazo legal
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O direito processual.
QUESTÕES PARA DEBATE

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QUESTÃO 2017 (XXIII Exame Unificado)
Jorge administra cinco apartamentos de Marina. Ele recebe os valores relativos
à locação dos referidos bens, realiza os pagamentos inerentes aos imóveis
(condomínio, IPTU), abate o valor pela prestação de serviços e repassa o saldo
residual a Marina, mediante depósito em conta corrente, titularizada pela
contratante. Contudo, nos últimos dez meses, Jorge tem deixado de fornecer os
relatórios mensais acerca da despesa e receita. Incomodada, Marina o
questiona acerca da omissão, que nada faz. Diante desse cenário, Marina
procura um advogado, que, com o objetivo de obter os relatórios, deve ajuizar

a) Ação de Execução, fundada em título extrajudicial consubstanciado


no acerto verbal havido entre as partes.
b) Ação de Reintegração de Posse dos imóveis administrados por Jorge.
c) Ação de Exigir Contas, para que Jorge forneça os relatórios.
d) Ação de Consignação de Pagamento, objetivando que Jorge consigne
os relatórios em Juízo. Profª Ana Paula Nascimento (DPC II)
RESPOSTA

a)Ação de Execução, fundada em título extrajudicial


consubstanciado no acerto verbal havido entre as
partes.
b)Ação de Reintegração de Posse dos imóveis
administrados por Jorge.
c) Ação de Exigir Contas, para que Jorge forneça os
relatórios.
d)Ação de Consignação de Pagamento, objetivando
que Jorge consigne os relatórios em Juízo.
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MODELO DE AÇÃO

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO, VARA JUDICIAL DA COMARCA DE
TUTUM-MA

PORTO FRANCO REFLORESTAMENTO LTDA., pessoa jurídica de direito privado, endereço e


qualificação completos, na pessoa de seu representante legal, e FORTUNA LIVRARIA E EDITORA
LTDA., pessoa jurídica de direito privado, endereço e qualificação completos, na pessoa de seu
representante legal, por seu procurador in fine firmado, com escritório à endereço e
qualificação completos (procuração em anexo), onde recebem intimações e notificações
atinentes ao feito, na forma do art. 319 do CPC, vem mui respeitosamente à presença de V. Exa.,
com fulcro no art. 996 do CC e 550 do NCPC, promover a presente

AÇÃO DE EXIGIR CONTAS,

Em face de CIA CEDRAL DE PAPEL E CELULOSE, pessoa jurídica de direito privado, endereço e
qualificação completos, na pessoa de se representante legal, pelos fatos e fundamentos que
passa a expor e ao final requer. Profª Ana Paula Nascimento (DPC II)
1- DOS FATOS;
As partes constituíram sociedade por conta de participação, sendo que
as autoras vigoravam como sócias participantes e a demandada como
sócia extensiva.
O contrato teve seu inicio no ano de 2010, sendo que se estendeu até o
mês de maio de 2014, conforme documento em anexo, sendo que
então resolveram as partes pela extinção do mesmo, através do distrato
(anexo).
Ocorre que, a demandada tinha por obrigação prestar contas, o que
somente o fez até o ano de 2012, sendo que a partir de então não mais
prestou contas à sociedade.
Mesmo notificada extrajudicialmente para tanto, manteve-se inerte,
sendo que não há alternativa senão socorrer-se do poder judiciário para
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elidir a demanda.
2- DO DIREITO;
Reza o art. 550 do novo CPC:

"Art. 550 NCPC. Aquele que afirmar ser titular do direito


de exigir contas requererá a citação do réu para que as
preste ou ofereça contestação no prazo de 15 (quinze)
dias.”

Desta forma, resta devidamente comprovado em razão da


documentação ora acostada, a titularidade das autoras para
pedir contas, uma vez que era obrigação contratual da
demanda e que não foi Profª Ana Paula Nascimento (DPC II)
satisfeita no prazo legal.
3 – DO PEDIDO;

Diante do exposto, requer a Vossa Excelência:


a) Seja julgado procedente o pedido, determinando a Prestação das Contas referente a
todo o ano de 2013, bem como os meses de janeiro a maio de 2014, no prazo de 15
dias, ou apresente a defesa que tiver ou quiser, sob pena da revelia e confissão da
matéria.
b) Sejam admitidas as provas testemunhais, documentais, periciais ou quaisquer ouras
em direito admitidas, conforme artigo 369 do Código de Processo Civil.
c) A condenação da Requerida ao pagamento das custas, honorários e demais
emolumentos referente a presente lide.
Dá-se à causa o valor de R$...
Nesses Termos,
Pede Deferimento.
Tuntum, 29 de maio de 2019.
Profª Ana Paula Nascimento (DPC II)
Dr...
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:
BUENO, Cassio Scarpinella. Manual de Direito Processual Civil / Cassio Scarpinella Bueno – Vol. Único - 2
ed. – São Paulo. Saraiva, 2016

HARTMANN, Rodolfo Kronemberg. Curso completo do novo código de processo civil. 3. Ed / Rodolfo
Kronemberg Hartmann – Niterói, RJ: Impetus, 2016

MARINONI, Luiz Guilherme. Novo código de processo civil comentado / Luiz Guilherme Marinoni, Sérgio
Cruz Arenhart, Daniel Mitidiero. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2015

MEDINA, José Miguel Garcia. Guia prático do novo processo civil brasileiro / José Miguel Garcia Medina,
Janina Marchi Medina. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016

SÁ, Renato Montans de. Manual de direito processual civil - São Paulo: Editora Saraiva, 2016.

WAMBIER, Luiz Rodrigues. Novo CPC urgente. – São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2016

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