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FISCALIDADE

Licenciatura em Contabilidade e Fiscalidade

1.º ano – Turma A

ISENÇÕES ARTIGO Nº9

210100284- Angela Covane

Joaquim Reis

Ano Letivo 2021/2022

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Índice
Introdução.......................................................................................................................... 3
ISENÇÃO.......................................................................................................................... 4
Isenções nas operações internas.........................................................................................5
TIPOS DE ISENCAO ARTIGO Nº 9............................................................................... 6
Saúde..............................................................................................................................6
Segurança e assistência social........................................................................................6
Prestação de serviços artísticas, desportivas, recreativas, de educação física, culturais
efetuadas por pessoas coletivas de direito publico, instituições particulares de
solidariedade social e organismos sem finalidade lucrativa:......................................... 7
Locação de bens imoveis............................................................................................... 7
Ensino (passível de renuncia)........................................................................................ 8
Formação profissional (passível de renuncia)................................................................8
Operações sujeitas a IMT...............................................................................................8
Transmissões de bens que não foram objeto do direito a dedução................................ 8
Serviços de alimentação e bebidas fornecidos pelas entidades patronais aos seus
empregados (artigo 9 nº 36)............................................................................................9
Conclusão.........................................................................................................................10
Bibliografia...................................................................................................................... 11
Sites.......................................................................................................................... 11

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Introdução

No âmbito do presente trabalho vou falar do Iva no seu todo, dando mais atenção
aos casos de isenção previstos no artigo nº 9 do CIVA.
“O IVA é um imposto cuja base conceptual provém da economia” | Samuelson e
Nordhaus|

O Iva chegou a Portugal aquando de uma necessidade de mudança de um imposto


monofásico que predominou até 1985 e como um brinde com a adesão a CEE, tendo
chegado para revolucionar a forma de tributação patente que se aplicava somente em
uma fase, ou seja, monofásico.

Contrariamente ao imposto posterior o IVA reveste de natureza plurifásica, visa tributar


todas as fases do circuito económico, de realçar igualmente que o IVA é um imposto
por atingir tendencialmente todo ato de consumo através do método subtrativo indireto
e que ponto de vista pratico, funciona como um imposto sobre venda na medida em que
só o consumidor final é tributado.

Mas como qualquer tributo o IVA igualmente beneficia-se de alguns casos de isenção
previstas no artigo nº 9 do CIVA, que será o tema a ser abordado no presente trabalho,
cujo objetivo principal é trazer à tona todo os tipos de isenções de forma clara e
resumida de modo a clarificar a toda entidade passiva do imposto.

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ISENÇÃO

Antes de começarmos a falar da isenção como tal importa elucidar alguns conceitos
básicos nomeadamente:

Isenção: é o ato ou efeito de isentar, ou seja, de livrar, dispensar, desobrigar ou eximir.

Conforme a definição o artigo nos trará ilusão alguns atos sobre e ramos de atividades
“livres” de tributação em IVA.

Importa também começar por referir, que as isenções assumem carácter excecional face

ao princípio geral, segundo o qual, toda e qualquer transação, desde que incluída no

âmbito do imposto, deve sujeitar-se a tributação. Por isso, as normas que as contemplam
devem ser interpretadas restritivamente. Com efeito, enquanto nas denominadas
isenções completas, o sujeito passivo não líquida o imposto a jusante nas suas operações
ativas, i.e. nas vendas que realiza ou nos serviços que presta, e pode, no entanto, deduzir
o imposto por si suportado a montante nas suas operações passivas, i.e., nos bens
adquiridos ou nos serviços que lhe foram prestados, nas isenções incompletas, o sujeito
passivo não liquida o imposto a jusante, e está impedido de deduzir o IVA suportado a
montante. Nesta segunda modalidade, pelo facto de prejudicarem o normal exercício do
direito à dedução, este tipo de isenções fere, necessariamente, a neutralidade do imposto,
característica essencial que distingue dos outros impostos. Daí que as isenções, por
implicarem diretamente com o direito à dedução e, consequentemente, com o princípio
da neutralidade, nem sempre beneficiam os interesses dos sujeitos passivos.

Relativamente as isenções importa, previamente, os seguintes aspetos:

1. A presente isenção tem uma lógica diferente das isenções concedidas no âmbito
dos impostos sobre o rendimento. Ao passo que nestes impostos a isenção libera
o beneficiário do pagamento do imposto, o IVA traduz-se na não liquidação do
imposto nas operações ativas por parte do sujeito passivo beneficiário podendo o
beneficiário pagar imposto, mas não exercendo o direito de dedução só mesmo.
Ex: Imaginemos o caso de um construtor civil por conta própria que se encontre
no regime de isenção ao abrigo do artigo nº 9: alínea 30, essa entidade poderá
liquidar o IVA nas suas operações ativas nomeadamente a compra de materiais

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de construção, transporte e demais atividades relacionadas ao exercício da sua


atividade.
2. O conteúdo das isenções não pode ser livremente alterado pelos estados-
membros, dado que estão em causa conceitos autónomos do direito comunitário,
excepcionando-se caso o conselho permitir.
3. As isenções de IVA assumem uma natureza objetiva, ou seja, para efeitos de sua
conceção releva essencialmente a natureza da atividade progressiva e não
natureza jurídica da entidade que prossegue a atividade.

Isenções nas operações internas

Relativamente às isenções nas operações internas estas estão previstas no art.º 9 dos
Códigos do IVA. Estas operações abrangem um conjunto de atividades e situações que
os Estados consideram de interesse público e geral, bem como outras operações (v.g.:
financeiras, seguro e resseguro, entre outros) de difícil apuramento e controlo de IVA.
De um modo sucinto, engloba atividades ligadas à área de saúde, apoio social, educação,
formação profissional, artísticas, desportivas e recreativas, culturais, propriedade
intelectual (direitos de autor), entre outras. Como primeira ideia tenhamos em atenção
que o art.º 9 dos vários Códigos não isenta sujeitos passivos específicos, mas sim
determinadas atividades exercidas por eles.

Estas isenções caracterizam-se nos seguintes termos:


 São incompletas, não conferindo o direito a dedução do imposto
suportado. Com exceção das situações previstas no artigo 20º,nº1 alínea
b), IV do CIVA.
 São taxativas;
 São automáticas não carecendo de um reconhecimento da administração
fiscal;

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TIPOS DE ISENÇÃO ARTIGO Nº 9


O artigo 9 prevê isenções, essencialmente, nas seguintes atividades:

Saúde

Estas isenções estão previstas nos números: 1,2,3,4 e 5), elucidando nos que estão
basicamente isentas do imposto, não conferindo direito à dedução, as prestações de
serviços e as entregas de bens estreitamente relacionadas com a área da saúde,
especificamente que atividades hospitalares, clínicas, dispensários e similares, podendo,
de forma restrita, usufruir de uma renuncia a isenção se a entidade que atua em tais
atividades se encontrar no sector privado.

Ex: Um dentista por conta própria poderá terá de renunciar a isenção.

Segurança e assistência social


De acordo com o disposto no nº 6, estão isentas de imposto: As transmissões de bens e
prestação de serviços ligadas a segurança e assistência sociais e transmissões de bens,
com elas conexas, efetuadas pelo sistema de solidariedade social.

Essa isenção não e por sua vez suscetível a renuncia.

Prestação de serviços artísticas, desportivas, recreativas, de educação


física, culturais efetuadas por pessoas coletivas de direito publico,
instituições particulares de solidariedade social e organismos sem
finalidade lucrativa:

Para o caso da isenção pela natureza das nomeadas atividades, estão isentas de IVA: as
prestações de serviços efetuadas aos respetivos promotores para a execução de
espetáculos, para a realização de filmes, edição de discos e outros suportes de som ou
imagem, desde que não sejam serviços destinadas à realização de spot ou anúncio
publicitário. Tal está definido no artigo 9.º nº15 a) do Código do IVA. Atenção ao facto
importante de que apenas existe isenção quando o serviço é prestado a promotores
devidamente registados.

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Locação de bens imóveis


O nº 29 prevê a isenção de IVA relativamente a locação de bens com exceção de:

-Prestação de serviços de alojamento efetuados no âmbito da atividade hoteleira ou de


outras com funções análogas, incluindo parques de campismo;

-Locação de áreas para recolha ou estabelecimento coletivo de veículos;

-Locação de máquinas e outros equipamentos de instalação fixa bem como qualquer


outra locação que resulte da transferência onerosa da exploração de estabelecimento
comercial ou industrial;

- Locação de cofres;

- Locação de espaços para exposições ou publicidade;

Ensino (passível de renuncia)


De acordo com o nº 9 e nº11 estão isentas de impostos: prestações de serviços que
tenham como objetivo o ensino e transmissões de bens e prestação de serviços conexas
bem como prestação de serviços que consistam em lições ministradas a título pessoas
sobre matérias de ensino escolar ou superior, isto e, as prestações de serviços efetuadas
pelos explicadores, existindo uma relação direta professor/aluno sem a interferência de
qualquer outra entidade.

Formação profissional (passível de renuncia)


Esse tipo de isenção previsto no nº 10 só se aplica às prestações de serviços que tenham
por objeto a formação profissional bem como as transmissões de bens e outras
prestações de serviços conexas como por exemplo: a compra de material didático
quando efetuadas por organismos de direito público com competência nos domínios da

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formação e reabilitação profissionais, ou por outras entidades, reconhecidas como tendo


fins análogos pelos ministérios competentes.

Operações sujeitas a IMT


Nos termos do nº 30, as operações sujeitas a IMT estão isentas, trata-se de uma opção do
legislador nacional, face as diversas possibilidades concedidas pela Diretiva do IVA.

Essa isenção e passível a renuncia caso as operações se efetuem entre sujeitos passivos
do imposto.

Transmissões de bens que não foram objeto do direito a dedução


O artigo prevê a isenções em operações que:

» As transmissões de bens se efetuem a uma atividade isenta e as transmissões de bens


cuja aquisição com exclusão do direito a dedução nos termos do a nº1 do artigo 21.

Serviços de alimentação e bebidas fornecidos pelas entidades patronais


aos seus empregados (artigo 9 nº 36)
Esta isenção e passível a renuncia, essa isenção assenta no conceito de que todo o tipo
de refeição, quer as refeições tradicionais, quer outro tipo de fornecimento extra
fornecido diretamente pelas entidades patronais aos seus empregados estão isentas de
tributação em IVA.

 Existem também outras atividades previstas na lei que beneficiam de isenção


atividades essas que são: Artísticas (não passível a renuncia),transmissão dos
direitos do autor (não passível renuncia),Manifestações ocasionais ,operações
financeiras, grupos autónomos de pessoas e jogo.

Nota: foram colocados em primazia, sem ordem de preferência, os casos que o


professor mais enfatizou ao longo das aulas.

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Conclusão

O IVA, classificado como imposto geral do consumo, plurifásico, indireto, e de


obrigação única, não obstante a sua complexidade, é hoje reconhecido como um tributo
virtuoso, dotado de um sistema e mecanismos satisfatoriamente consistentes.

Embora existam atividades isentas a tributação previstas no artigo nº9 ,o CIVA também
oferece a possibilidade de renuncia a isenção em certas atividades de maneira a não
sobrecarregar o sujeito passivo com os gastos que sofre nas transações que faz no
âmbito da sua atividade profissional, embora seja relevante mencionar que se o sujeito
passivo renunciar da isenção deverá permanecer no regime pelo qual optou durante um
período mínimo de cinco anos, passando a estar sujeito a todas obrigações decorrentes
desse regime.

Em detrimento de toda a minha pesquisa pude concluir, de forma clara, que o regime de
isenção embora aparentemente o mais favorável constitui uma enorme desvantagem
pelo que o sujeito passivo não tem o direito de deduzir o IVA nas suas operações
(compra, prestação de serviços) construindo-se desse modo um gasto do período.

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Bibliografia

-Arlindo Correia, A Experiência Administrativa da introdução do IVA, Vinte Anos de

Imposto sobre o Valor Acrescentado em Portugal: Jornadas Fiscais em

Homenagem ao Professor José Guilherme Xavier de Basto, Almedina, 2009.

-Introdução ao Imposto Sobre o Valor Acrescentado, Almedina, 2009.

- Patricia Noiret Cunha, Imposto Sobre o Valor Acrescentado - Anotações ao Código do


Imposto Sobre o Valor Acrescentado e ao Regime do IVA nas Transações
Intracomunitárias, Coimbra Editora, 2004

Sites
http://www.portaldasfinancas.gov.pt

https://www.pwc.pt/pt/pwcinforfisco/guia-fiscal/2019/iva.html

https://fiscal.blogs.sapo.pt

https://www.sage.com/

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