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23%

IVA
13% 6%
Artigo nº 9 e nº 53

A diferença principal entre o artigo 9 do CIVA e o artigo 53 é que o primeiro refere-


se a uma isenção do imposto destinada a profissões e atividades específicas,
inseridas numa lista, e o segundo é um regime de isenção – neste caso, aplicado
a profissionais da categoria B que não ultrapassem o teto máximo de 12.500€
anuais, em  rendimentos provenientes da atividade profissional,
independentemente dessa atividade.
Artigo nº 9 e nº 53

Exemplo:
Compra de uma viatura elétrica a uma empresa de medicina, abrangida pelo
artigo 9º. A fatura tem de conter IVA?
Segundo o número 32) do artigo 9º “As transmissões de bens afetos
exclusivamente a uma atividade isenta, quando não tenham sido objeto do direito
à dedução e bem assim as transmissões de bens cuja aquisição ou afetação
tenha sido feita com exclusão do direito à dedução nos termos do n.º 1 do artigo
21.º”.
Logo temos dois resultados:
1. Se a empresa suportou IVA na altura da aquisição da viatura, aquando a venda
da mesma fica isenta de liquidação do mesmo;
2. Se por ventura a empresa comprou a viatura a um particular, não tendo
deduzido IVA, fica obrigada a liquidá-lo aquando a venda.
Artigo nº 9 e nº 53

Artigo 9.º
                  Isenção de IVA para determinadas atividades 

 O sujeito passivo pode estar igualmente isento de imposto, não pelo volume de
faturação obtido, mas devido à natureza da atividade prestada. Assim indica
outra exceção ao regime normal do IVA expressa, neste caso, no artigo 9º do
CIVA.
Artigo nº 9 e nº 53

Os sujeitos passivos abrangidos pelo artigo 9.º não liquidam o IVA das
suas operações nem o deduzem mediante as aquisições que fazem.
Entre as profissões liberais e atividades isentas de imposto estão
algumas como:
 Médicos
 Odontologistas
 Psicólogos
 Parteiros
 Enfermeiros
 Outras profissões paramédicas
 Prestação de serviços ligada à segurança e assistência social
(incluindo IPSS)
 Prestação de serviços na área do ensino e formação profissional
 Actores, chefes de orquestra, músicos e outros artistas, bem
como desportistas e artistas tauromáquicos que prestem
serviços a promotores.
Artigo nº 9 e nº 53

Ao contrário do artigo 53.º, em que é definido um limite anual de volume de


negócios para usufruir da isenção, o artigo 9.º do CIVA prevê a isenção de
imposto para os profissionais e atividades mencionados, independentemente dos
valores auferidos.

Assim, um profissional que exerça atividade independente enquanto músico, por


exemplo, está isento de IVA (ao abrigo do artigo 9.º do CIVA) mesmo que tenha
um volume de faturação de 20 mil euros anuais.
Artigo nº 9 e nº 53

Artº 53
Beneficiam da isenção do imposto os sujeitos passivos que, não possuindo nem
sendo obrigados a possuir contabilidade organizada para efeitos do IRS ou IRC,
nem praticando operações de importação, exportação ou atividades conexas,
nem exercendo atividade que consista na transmissão dos bens ou prestação
dos serviços mencionados no anexo E do presente Código, não tenham atingido,
no ano civil anterior, um volume de negócios superior a 12 500 €
Artigo nº 9 e nº 53

 
O artigo 53 , por outras palavras ,aplica-se  a  quem cumulativamente cumprir com todos os seguinte
requisitos :
• os  sujeitos passivos que apenas estejam obrigados a possuir um regime simplificado 
• Ex.lo  trabalhadores independentes/Cat B

• Ex.lo sujeito passivo de IRC que não exerce actividade comercial ,industrial ou agrícola não estando
assim  obrigado a ter contabilidade organizada _ associação sem fins lucrativos 

• os que não ultrapassem  um volume de negócios de 12 500 € 


• os que pratiquem operações no território nacional 
• os que não realizem transações no sector dos desperdícios 
Artigo nº 9 e nº 53
Exemplos:

 Sujeito passivo que pela primeira vez importou um bem  proveniente da  China. 

 Sujeito passivo que exerce regularmente actividade sujeita a regime simplificado mas que em
determinado período passa a exercer simultâneamente uma outra actividade acessória ligada ao
sector da sucata  

Estes  sujeitos vão deixar de beneficiar de isenção  de IVA ,  passando a estar enquadrados  no regime
geral . Deste modo, começam a pagar impostos  assim que entregar a declaração , e tem no máximo 15
dias ,a partir desta transação  de importação/início de actividade  ligada ao sector de
desperdícios  ,para entregarem declaração de alteração
Artigo nº 9 e nº 53

Nestas situações ,a declaração terá de ser entregue até 30/01 do ano seguinte , produzindo efeitos   na data
de 01/fevereiro (do ano de entrega da declaração ), portanto ainda há um mês de  isenção correspondente 
ao mês de  entrega de declaração , ou seja o mês  de Janeiro

Por sua vez a retenção na fonte terá um efeito mais imediato, isto é, não se iniciará no ano seguinte ,mas no
mês seguinte á alteração da circunstância que levou á mudança de regime 
Artigo nº 9 e nº 53
                               
                                                     O ACTO ISOLADO 

Uma pessoa que pratique um acto isolado de comércio não pode utilizar a isenção
prevista no n.º 1 do art. 53.º do Código do IVA, pois este refere-se ao exercício de
uma actividade de natureza empresarial ou profissional, logo, continuada . Assim
sendo, o acto isolado está sempre sujeito a IVA (beneficiando apenas das isenções
previstas no art. 9.º do Código do IVA)
Artigo nº 9 e nº 53

Volume de Negócios:
Este é um conceito importante e complexo , pois  depende  da  variável  relacionada com o tipo de
atividade e da variável relacionada com o tempo .

O volume de negócios exclui determinadas operações:


 Financeiras
 Seguros 
 Locações de imóveis
 Transações sujeitas a IMT 
Artigo nº 9 e nº 53

Variável relacionada com o tipo de actividade  

                                                                     1.º Exemplo:
Sujeito passivo que exerce atividade  de enfermagem  e de formação 

Total de rendimentos obtidos  como enfermeiro  _ 11 800 €


Total de rendimentos obtidos  como formador  _ 4 000 €

Neste caso o contribuinte irá permanecer no regime de isenção  de IVA ,no próximo ano , pois só
é tida em conta  a atividade de formador , para o cálculo de volume de negócios  para
enquadramento no regime de isenção vs regime geral , uma  vez que a atividade de enfermagem
já está isenta de liquidar  IVA  ,nas operações activas , segundo o artigo 9º 
Artigo nº 9 e nº 53

                                                         2.ºExemplo:

Sujeito passivo que exerce actividade  de explicador  e de contabilista 

Total de rendimentos obtidos  como  explicador  _  3 000 €


Total de rendimentos obtidos  como contabilista  _ 12 000 €

Neste caso o contribuinte irá permanecer no regime de isenção de IVA , no próximo ano ,pois  só
é tida em conta  a actividade de contabilista , para o cálculo de volume de negócios  para
enquadramento no regime de isenção vs regime geral , uma  vez que a actividade de explicador  já
está isenta de liquidar  IVA  nas operações activas ,segundo o  artigo 9. º 
Artigo nº 9 e nº 53
Variável relacionada com o  tempo 

                                                     Exemplo :

Início de atividade 
Nestes caso pode acontecer que o primeiro ano de atividade não corresponda exatamente a um
ano civil completo. 
Imaginemos um sujeito passivo que inicia atividade no mês de Maio .

Nesta caso, o período previsto de atividade será não de 12 meses , mas sim de 8 meses .
Artigo nº 9 e nº 53

Assumindo que o volume de negócios relativo a um ano civil ( VnAC ) não deverá ser superior a 12 500 € ,para se
conseguir manter o regime de isenção de IVA .

Podemos calcular o  volume negócios previsto  (Vn P) em 8 meses  (Nm) , da seguinte  forma:

 VnAC  =  Vn Px12  : Nm             VnAC x Nm = Vn Px 12 


12 500 x 8 = Vn P x 12 
VnP = 8 332 € 
Depois de apurar o volume de negócios no ano anterior, correspondendo este a um valor de 8 573 € , podemos
perguntamo-nos se este sujeito passivo continuará  enquadrado no regime de isenção ? 

Uma vez que o seu  volume de negócios ultrapassou   os 8 332 € , a resposta será obviamente que não. Ele
terá ,assim  de entregar declaração de alteração até ao dia 31 de Janeiro com o risco de incorrer em coima se
ultrapassar este prazo .  
Artigo nº 9 e nº 53

                                        Exclusão do direito à dedução do imposto suportado no artigo 53 

Os sujeitos passivos enquadrados no regime de isenção do art. 53.º do Código do IVA não estão
obrigados à liquidação de imposto nas suas operações activas. Contudo, também não podem
exercer o direito à dedução do imposto suportado nas operações passivas (aquisições de bens e
serviços). Trata-se de uma isenção vulgarmente denominada de incompleta 
Artigo nº 9 e nº 53

Vimos, em alguns exemplos anteriores , casos onde o sujeito passivo passa do regime de isenção
para o regime geral , mas o contrário também pode acontecer , isto é , passar do  regime geral de
IVA  para o regime de isenção  de IVA  .
Isto é possível , sempre que se reúna os requisitos já anteriormente mencionados ( slides 7 e 8  )
Nestas situações ,a declaração terá de ser entregue até 30/01 do ano seguinte , produzindo efeitos 
logo  na data de 01/01 do ano de entrega da declaração .

É importante  relembrar a importância de regularizar o IVA, na ultima declaração , pois o sujeito


passivo vai passar a estar isento das entregas de declarações periódicas de IVA  e da declaração
de  IES 

Há também situações em que o sujeito tem direito a estar enquadrado no regime de isenção  mas
que opta  pelo regime geral ,pois prevê elevados investimentos em bens tributáveis . 
Aqui , fica imposta logo a obrigação de permanecer 5 anos no regime geral , logo esta decisão terá
de exigir um bom planeamento financeiro 
OUTROS REGIMES 

Além disso, encontramos na legislação portuguesa outros regimes


especiais de IVA, com regras específicas no que ao apuramento,
dedução ou liquidação do imposto diz respeito. São exemplo disso:
Regime dos Pequenos Retalhistas: segundo o artigo 60.º CIVA, os retalhistas que sejam pessoas
singulares, não possuam contabilidade organizada e não tenham tido no ano anterior um volume
de compras superior a 50 mil euros, apenas entregam ao Estado 25% do IVA suportado na
aquisição de bens destinados a vendas sem transformação, não podendo deduzir o IVA suportado
na compra destes bens.
Regime Particular do Tabaco: os produtores e/ou revendedores de tabaco usufruem de um
regime particular de IVA de acordo com o Decreto-Lei n.º 346/85, de 23 de Agosto.
Regimes Especiais 

Regime da Margem de Lucro: pode usufruir deste regime especial, quem tiver atividade
relacionada com:
 Agências de viagens e organização de circuitos turísticos (Decreto-Lei n.º
221/85, de 3 de julho);
 Transmissões de bens em segunda mão (Decreto-Lei n.º 199/96, de 18 de
outubro);
 Venda direta ou em leilão de objetos de arte ou de coleção e antiguidades
(Decreto-Lei n.º 199/96, de 18 de outubro).
Outros artigos

Estão também isentos(as) de IVA:


 As importações ou reimportações definidas no artigo 13.º CIVA.
 As exportações e transportes internacionais mencionadas no artigo 14.º
do CIVA.
 As operações relacionadas com regimes suspensivos referidas no artigo
15.º do CIVA.
 As transmissões de bens a partir do território nacional para outro estado
membro (Artigo 14.º do RITI).
Auto liquidação do IVA 

Autoliquidação de IVA:
os sujeitos passivos de IVA e território nacional têm de auto liquidar o imposto quando
adquirem bens ou serviços nas seguintes áreas:
 Construção civil (Artigo 2.º n.º 1 alínea j do CIVA);
 Desperdícios, resíduos e sucatas (Artigo 2.º n.º 1 alínea i do CIVA);
 Emissões de gases com efeito de estufa (Artigo 2.º n.º 1 alínea l
do CIVA);
 Aquisição de bens em Estados membros (Artigo 8º do RITI);
 Transmissão de bens imóveis (Decreto-Lei n.º 21/2007, de 29 de janeiro);
 Ouro para investimento (Decreto-Lei n.º 362/99, de 16 de Setembro).
EXIGIBILIDADE DE CAIXA

Exigibilidade de Caixa: 
usufruir da exigibilidade da liquidação do IVA significa processar a cobrança do imposto
de valor acrescentado na emissão do recibo e não na emissão da fatura (Decreto‐Lei n.º
204/97, de 9 de agosto; Decreto-Lei n.º 418/99, de 21 de outubro; Lei n.º 15/2009, de 1 de
abril; Decreto-Lei nº 71/2013, de 30 de maio; Ofício-Circulado nº 30150/2013, de 30 de
agosto). Para beneficiar deste regime terá de cumprir alguns requisitos:
 Volume de negócios do ano anterior inferior ou igual a 500 mil
euros;
 Não exercer atividade isenta ou regime especial de isenção;
 Processar IVA há mais de 12 meses;
 Ter situação tributária regularizada.
Artigo nº 9 e nº 53

TRABALHO REALIZADO POR:


• Célia Aboim
• Sónia Oliveira
• Lurdes Antunes

OBRIGADA
Artigo nº 9 e nº 53

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