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MBJ Livros Brancos, Almas Negras, Pp. 141-178
MBJ Livros Brancos, Almas Negras, Pp. 141-178
Livros Brancos,
Corpos
e Almas Negras:
A «Missão Civilizadora»
do Colonialismo Português
(c. 1870-1930)
Imprensa de Ciências Sociais
www.ics.ul.pt/imprensa
imprensa@ics.ul.pt
Introdução ............................................................................................ 13
Parte I
O grémio da civilização: o «trabalho indígena» e o colonialismo
português
Capítulo 1
Entre a benevolência e a inevitabilidade: a «missão civilizadora» e
o colonialismo português ................................................................ 19
De Bruxelas a Berlim: a internacionalização das questões africanas 19
De Berlim a Bruxelas: civilizando a soberania colonial ................... 28
Leis, disposições, inconsistências: as colónias portuguesas e os vigi-
lantes do império ................................................................................ 36
Capítulo 2
O grémio da civilização e os engenheiros da depressão: o caso do
cacau de São Tomé ............................................................................ 57
Memórias justificativas e actos humanitários: civilizar pelo trabalho 57
Relatórios, conferências e boicotes: o cacau escravo de São Tomé 67
«Mais leis do que mosquitos»: preservando as pérolas do império 78
Livros brancos, almas negras ............................................................... 95
Capítulo 3
O trabalho redentor e os missionários do alfabeto ...................... 109
Trabalhar para civilizar ou educar para colonizar? ............................ 109
Das «dificuldades de levar os indígenas a trabalhar» ....................... 122
A educação dos corpos e das almas: mitos e realidades .................. 132
Parte II
Colonialismo sem fronteiras
Capítulo 4
Bíblias, bandeiras e lealdades transnacionais: educando os im-
périos ................................................................................................... 147
Na vanguarda da civilização: exportando a filantropia educativa para
África ................................................................................................... 147
Propagando o social gospel: missionários, educadores e cientistas
sociais .................................................................................................. 161
Capítulo 5
Novos métodos, velhas conclusões: o Relatório Ross ...................... 179
O social gospel na Sociedade das Nações .......................................... 179
De novo a legislação e o trabalho redentor: a contestação do Relató-
rio Ross ............................................................................................... 194
Capítulo 6
Argumentos velhos, métodos novos: a propaganda colonial ..... 219
Coleccionar, organizar e expor os dados coloniais .......................... 219
Capítulo 3
O trabalho redentor
e os missionários do alfabeto
Trabalhar para civilizar ou educar para colonizar?
1
Sampayo e Mello, Política Indígena..., 221.
109
Livros Brancos, Corpos e Almas Negras
2
José Francisco da Silva, «Emigração. Assistencia aos Emigrantes», in
Congresso Colonial Nacional. Actas das Sessões (1901), 22.
3
Sampayo e Mello, Política Indígena..., 219-220; Francisco Mantero, «Regimen
do trabalho em S. Thomé e em Angola», in Congresso Colonial Nacional. Actas
das Sessões (1901), 61.
110
O trabalho redentor e os missionários do alfabeto
4
Sampayo e Mello, Política Indígena..., 219-220.
5
Luís Schwalbach Lucci, Emigração e Colonização. Tese para o Concurso de
Lente Substituto da 2.ª Cadeira da Escola Colonial (Lisboa: Typ. do Annuario
Commercial, 1914), 73-74 e 81-89.
111
Livros Brancos, Corpos e Almas Negras
6
Henrique Galvão, «Um critério do povoamento europeu nas colónias portu-
guesas», Boletim da Agência Geral das Colónias, 8 de Maio de 1932, 3-26.
7
Gomes dos Santos, As Nossas Colonias..., 5-130.
8
Lucci, Emigração e Colonização..., 76.
112
O trabalho redentor e os missionários do alfabeto
9
Lucci, Emigração e Colonização..., 89.
10
Henrique Barahona da Costa, «O problema das obras publicas nas suas
relações com o progresso e desenvolvimento dos nossos dominios africanos»,
in Congresso Colonial Nacional. Conferências Preliminares (Lisboa: Imprensa
Nacional, 1901), 6.
11
Gerald J. Bender, Angola under Portuguese. The Myth and the Reality
(Londres: Heinemann, 1978), 87-98.
113
Livros Brancos, Corpos e Almas Negras
12
José Francisco da Silva, «Emigração. Assistencia aos emigrantes», in
Congresso Colonial Nacional. Actas das Sessões (1901), 22; Intervenção de José
Francisco da Silva no debate da 1.ª Sessão do Congresso Colonial Nacional, in
Congresso Colonial Nacional. Actas das Sessões, 142.
13
O estudo aprofundado da emergência da ciência colonial em Portugal ainda
está por fazer. Para o caso francês, veja-se o brilhante trabalho de Emmanuelle
Sibeud, Une Science Impériale pour L’Afrique. La Construction des Savoirs Africa-
nistes en France, 1878-1930 (Paris: École des Hautes Études en Sciences Sociales,
2002).
14
Ernesto de Vasconcellos, «Ensino colonial nas escolas superiores. Instituto
Colonial», in Congresso Colonial Nacional. Actas das Sessões (1901), 42-43. Conde
de Penha Garcia, «Bases para a organisação de um museu colonial como centro de
informações coloniais», in Congresso Colonial Nacional. Actas das Sessões (1901),
52, 54-55; John Mackenzie, Propaganda and Empire. The Manipulation of British
Public Opinion (1880-1960) (Manchester: Manchester University Press, 1986),
121-146.
114
O trabalho redentor e os missionários do alfabeto
15
Conde de Penha Garcia, «Bases para a organisação do ensino colonial prático
nas escolas de agricultura, do commercio e nos institutos industriaes, com largo
desenvolvimento da geographia economica e estudo especial das nossas riquezas
coloniaes e suas relações com a economia nacional», in Congresso Colonial
Nacional. Actas das Sessões (1901), 45.
16
Conde de Penha Garcia, «Bases para a organisação de um Museu Colo-
nial como Centro de Informações Coloniaes», in Congresso Colonial Nacional.
Actas das Sessões (1901), 55; Conde de Penha Garcia, debate da 2.ª Sessão do
Congresso Colonial Nacional, in Congresso Colonial Nacional. Actas das Sessões
(1901), 153-154.
115
Livros Brancos, Corpos e Almas Negras
17
Relatório ácerca do Estudo dos Problemas Coloniaes (Lisboa: Sociedade de
Geografia de Lisboa, 1913), 3, 5-8.
116
O trabalho redentor e os missionários do alfabeto
18
Anos antes, Gomes dos Santos apreciara a disponibilidade dos «asiáticos»
para o trabalho de modo diferente, salientando a sua tendência para «explorar o
trabalho alheio». Gomes dos Santos, As Nossas Colonias..., 148, 175; Marnoco e
Souza, Administração Colonial..., 566-570.
19
A autoria desta afirmação é atribuída a Paul Leroy-Beaulieu, um dos mais
citados pensadores nos manuais de administração colonial portugueses. Marnoco
e Souza, Administração Colonial..., 571.
20
Cit. in Lucci, Emigração e Colonização, 92; Valentim Alexandre, Origens
do Colonialismo Português Moderno, 1822-1891 (Lisboa: Sá da Costa Editora,
1979), 216-217.
117
Livros Brancos, Corpos e Almas Negras
21
O período de duração dos contratos foi inversamente proporcional ao
volume e à intensidade das pressões externas. Se em 1875, 1878 e 1899, segundo
a legislação do trabalho indígena, a duração máxima de cada contrato era de cinco
anos, no regulamento de 1911 o limite situava-se já nos dois anos. José de Almada,
Apontamentos Históricos sôbre a Escravatura..., 42-47.
22
Leroy Vail e Landeg White, Capitalism and Colonialism in Mozambique:
A Study of Quelimane District (Londres: Heinemann, 1980), 145.
118
O trabalho redentor e os missionários do alfabeto
23
A Miranda Guedes, S. Thomé..., 33.
24
Representação dos Agricultores e Comerciantes de S. Tomé á Camara dos
Deputados contra o Decreto de 1 de Outubro de 1913 (São Tomé: Imprensa da
«Voz», 1913), 3, 6.
119
Livros Brancos, Corpos e Almas Negras
120
O trabalho redentor e os missionários do alfabeto
26
Leroy Vail e Landeg White, Capitalism and Colonialism in Mozambique...,
166. Ver ainda Eduardo do Couto Lupi, Relatório do Governador do Districto de
Quelimane, 1907-1909 (Lourenço Marques: Imprensa Nacional, 1910), 93.
27
Alguns anos antes, como vimos, segundo o testemunho de D. R. W. Bourke
(Earl of Mayo) na sua obra De Rebus Africanis (1883), o método de recrutamento
era distinto. Uma vez reunidos perante os oficiais do governo, os indígenas eram
sujeitos a um breve interrogatório baseado em questões como «estás com fome?».
Uma resposta positiva declarava a sua vontade de ir para São Tomé nos cinco anos
seguintes. Cit. in Almada, Apontamentos Históricos sôbre a Escravatura..., 9.
121
Livros Brancos, Corpos e Almas Negras
28
As revelações acumularam-se em títulos de jornais e incluíam relatos críticos
sobre as condições gerais das prisões portuguesas. É neste contexto que Vail e
White colocam as célebres discussões sobre uma eventual partilha das possessões
coloniais portuguesa pelos ingleses e pelos alemães, sendo Edward Grey um
dos principais apoiantes de tal ideia. Leroy Vail e Landeg White, Capitalism and
Colonialism in Mozambique..., 184-187.
122
O trabalho redentor e os missionários do alfabeto
29
Sampayo e Mello, Política Indígena..., 221-223, 225; Marnoco e Souza,
Administração Colonial..., 557.
30
Carta dirigida a William Cadbury, com data de 30 de Dezembro de 1912,
em resposta ao seu relatório intitulado Os Serviçaes de S. Thomé e a uma carta
deste publicada na distinta revista inglesa Nineteenth Century. Augusto Freire de
Andrade, A Questão dos Serviçaes de S. Thomé. Carta de A. Freire D’Andrade
(Lisboa: Edição da Agência Colonial, Typografia do Anuário Comercial,
1913), 3.
123
Livros Brancos, Corpos e Almas Negras
31
A. Freire de Andrade, Relatório Feito pelo Director-Geral das Colónias..., 4-24.
32
É a partir de uma citação de um excerto de uma obra de Paul Reinsch,
Colonial Administration, que Freire de Andrade desenvolve os seus argumentos.
Freire de Andrade, Relatório feito pelo Director-Geral das Colónias..., 4-5, 25.
33
Marnoco e Souza, Administração Colonial..., 573.
124
O trabalho redentor e os missionários do alfabeto
34
A. Freire de Andrade, Relatórios sobre Moçambique (Lourenço Marques
Imprensa Nacional, vol. II, 1908), 62 e segs.
35
O excerto apresentado está em itálico, ao contrário do resto da citação feita
por Freire de Andrade. Mais uma vez é interessante notar que a mesma citação
já tinha sido incluída para justificar a solução do trabalho obrigatório na obra
de Sampayo e Mello. Freire de Andrade, Relatório feito pelo Director-Geral das
Colónias..., 6; Sampayo e Mello, Política Indígena..., 243.
125
Livros Brancos, Corpos e Almas Negras
36
Tese de Aspe-Fleurimont, inscrita no seu «La colonisation française», Revue
Internationale de Sociologie, vol. X, referida em Marnoco e Souza, Administração
Colonial..., 564.
37
A. Freire de Andrade, Relatório Feito pelo Director-Geral das Colónias..., 11.
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O trabalho redentor e os missionários do alfabeto
38
Sampayo e Mello, Política Indígena..., 238. (Citação atribuída a Leroy
Beaulieu.)
127
Livros Brancos, Corpos e Almas Negras
39
Sampayo e Mello, Política Indígena..., 239, 241 e 243; Marnoco e Souza,
Administração Colonial..., 565-566.
40
Sampayo e Mello, Política Indígena..., 242-243.
41
Mantero, «Regimen do trabalho em S. Thomé e em Angola», in Congresso
Colonial Nacional. Actas das Sessões (1901), 61.
128
O trabalho redentor e os missionários do alfabeto
42
A. Freire de Andrade, Relatórios sobre Moçambique..., vol. II, 60 e segs.
43
Sampayo e Mello, Política Indígena..., 254; Marnoco e Souza, Administração
Colonial..., 560.
44
Sampayo e Mello, Política Indígena..., 253.
45
Idem, 247.
46
António Lobo de Almada Negreiros, La Main-d’Oeuvre en Afrique (Paris:
1900).
129
Livros Brancos, Corpos e Almas Negras
47
Sampayo e Mello, Política Indígena..., 248; Conde da Penha Garcia, «Bases
para a organisação do ensino colonial...», 50; Visconde de Giraud, «Missões
commerciaes no interior de Angola», in Congresso Colonial Nacional. Actas das
Sessões (1901), 71-72.
48
Sampayo e Mello, Política Indígena..., 248.
49
A. Freire de Andrade, Relatório Feito pelo Director-Geral das Colónias..., 10.
50
Entre 1876 e 1880, esta comissão foi responsável por inúmeros documentos
que suportariam a urgência e a importância estratégica da educação colonial. Um
dos exemplos mais importantes reside nos Projectos de uma Escola de Disciplinas
130
O trabalho redentor e os missionários do alfabeto
131
Livros Brancos, Corpos e Almas Negras
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O trabalho redentor e os missionários do alfabeto
num santo, uma fera num mártir. Imaginam que basta a educação
para obliterar caracteres da raça e neutralizar influxos climatéricos
e do meio social». A possibilidade de conversão civilizacional por
intermédio de «metafísicas religiosas» era diminuta. «Religião sem
dogmas, sem mistérios, sem filosofia, sem abstracção, sem misti-
cismo [...] religião para inteligências acanhadas e para povos de
costumes naturais», o «maometanismo» representava um modelo a
seguir apenas e só na medida em que revelava uma extrema malea-
bilidade na adaptação ao estado primitivo de evolução civilizacional
das populações indígenas. A solução para tornar a missionação
cristã um poderoso auxiliar do projecto civilizador implicava a
reformulação dos conteúdos e métodos pedagógicos por si utili-
zados. «Sem perder os interesses do céu», o missionário deveria pôr
«ao serviço da civilização o zelo e a abnegação que a fé lhe inspira»,
favorecendo os «interesses sociais e nacionais». Ao contrário dos
professores, que «ensinavam a letra sem o espírito», os missionários
seriam dignos representantes da colonização portuguesa desde que
«ensinassem a adorar a cruz [...] e a bandeira portuguesa», que
utilizassem a sua «autoridade moral» para fortalecer e auxiliar a
«autoridade política» e adoptassem uma metodologia de «carácter
menos exclusivo e inflexivelmente religioso e mais praticamente
civilizador». E concluía que o missionário devia ater-se a uma
educação dirigida pela «religião e pelas ciências sociológicas, pela
Igreja e pelo Estado», exercendo o seu ministério simultaneamente
«espiritual e temporal, sagrado e profano, católico e nacional».
Eduardo da Costa, por sua vez, sintetizava a tarefa missionária
na necessária conjugação entre uma dimensão política e uma
dimensão educativa. O padre missionário deveria ser simultanea-
mente «medico, agricultor, artista mecânico e professor primário»,
até porque o «desgraçado estado de coisas» que caracterizava a
instrução pública em Moçambique exigia estratégias articuladas
entre o Estado e a Igreja. Em suma, como escreveu Enes, «a
empresa misericordiosa de salvar almas para Deus tem de se conci-
liar com a de educar corpos para o trabalho», resgatando o indígena
da tenebrosa condição moral e social à qual se entregara desde os
primórdios dos tempos e tornando-o um elemento útilno empre-
endimento colonizador. Isto porque a docilidade do negro signi-
ficava a plasticidade do seu carácter. Era preciso reforçar perma-
nentemente a educação do indígena: «se este recebe as impressões
133
Livros Brancos, Corpos e Almas Negras
53
António Enes, Moçambique..., 175-178, 181-186 e 189; Eduardo da Costa,
Estudo sobre a Administração Civil das nossas Possessões Africanas. Memória Apre-
sentada ao Congresso Colonial (Lisboa: Imprensa Nacional, 1903), 168-174.
54
A. Freire de Andrade, Relatórios sobre Moçambique..., vol. V, 304.
134
O trabalho redentor e os missionários do alfabeto
55
Veja-se Jeanne Marie Penvenne, African Workers and Colonial Racism.
Mozambican Strategies and Struggles in Lourenço Marques, 1877-1962 (Londres:
James Currey Ltd., 1995), 12-13.
56
O Africano, 25 de Dezembro de 1908. Aurélio Rocha equivoca-se na datação
deste número, fixando-o em 28 de Dezembro. Aurélio Rocha, «Associativismo e
nativismo: os fundamentos do discurso ideológico», in Fátima Ribeiro e António
Sopa, coords., 140 Anos de Imprensa em Moçambique (Maputo: Associação
Moçambicana de Língua Portuguesa, 1996), 31-33.
57
Para o caso inglês, veja-se Andrew Porter, «Empires in the Mind», in
P. J. Marshall, org., The Cambridge Illustrated History of the British Empire
(Cambridge: Cambridge University Press, 1996), 186-189 e 202. Veja-se ainda
Miguel Bandeira Jerónimo, «Os missionários do alfabeto nas colónias portuguesas
(1880-1930)», in Diogo Ramada Curto, org., Estudos de Sociologia da Leitura em
Portugal no Século XX (Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 2006), 29-67,
especialmente 32-34.
135
Livros Brancos, Corpos e Almas Negras
58
Voz d’Angola clamando no deserto: offerecida aos amigos da verdade pelos
naturaes (Lisboa: 1901).
59
António Cabreira, O Ensino Colonial e o Congresso de Lisboa (Lisboa:
Tipografia Gutemberg, 1902), 3-4.
136
O trabalho redentor e os missionários do alfabeto
60
Sampayo e Mello, Política Indígena..., 22-24, 27, 61, 81 e 101-102; Marnoco
e Souza, Administração Colonial..., 414-415.
137
Livros Brancos, Corpos e Almas Negras
61
Norton de Matos, Memórias e Trabalhos da Minha Vida, vol. III (Lisboa:
Editora Marítimo-Colonial, 1944), 302-303 e 317.
62
A instauração do regime republicano só em escassa medida foi responsável
por tal facto, do mesmo modo que a supressão das ordens religiosas em 1834
constituiu o factor decisivo para o estado de abandono religioso das colónias
portuguesas de Oitocentos. A primeira questão está ainda por estudar em profun-
didade. A segunda é objecto de análise em Miguel Bandeira Jerónimo, Religion,
Empire, and the Diplomacy of Colonialism..., 153-181.
138
O trabalho redentor e os missionários do alfabeto
63
J. V. Solipa Norte, Relatório do Inspector da Instrução Primária da Provincia
de Moçambique (Lourenço Marques: Imprensa Nacional, 1920), 6-13 e 17.
139
Livros Brancos, Corpos e Almas Negras
64
José Gonçalo Santa Rita, «Ensino nas colónias. Indigenato. Colonato», in
Congresso Colonial Nacional. Teses e Actas das Sessões (Lisboa: Tipografia América,
1924), 1-3.
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O trabalho redentor e os missionários do alfabeto
65
Mário Barradas, «Relatório», Boletim Económico e Estatístico (Lourenço
Marques: Imprensa Nacional, série especial n.º 5, Repartição Estatística da
Colónia de Moçambique, 1928), 56-57.
66
Figura interessante, Mário Costa foi tenente de infantaria, subalterno da
1.ª bateria indígena de metralhadoras, é nomeado responsável, pelo despacho de
22 de Janeiro de 1927, pela organização de um Arquivo Histórico (a partir dos
documentos localizados no Quartel General da Colónia de Moçambique), em
virtude do seu interesse pela história da colónia e dos trabalhos que entretanto
tinha publicado. Alguns exemplos: Estatística da edificação de Lourenço Marques
em épocas sucessivas (elementos e subsídios para um estudo do desenvolvimento de
Lourenço Marques), de 1925 e também premiado pela Repartição de Estatística,
Como Fizeram os Portugueses em Moçambique, premiado no concurso de Literatura
Colonial da Agência Geral das Colónias em 1927 e a organização do Anuário de
Moçambique, nos anos de 1925 a 1929. Mário Costa, «Esboço histórico e esta-
tístico da instrução na colónia de Moçambique», Boletim Económico e Estatístico,
67 e 71-72.
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Livros Brancos, Corpos e Almas Negras
67
Estatuto Orgânico das Missões Católicas Portuguesas de África e Timor, Decre-
to n.º 12 485 de 13 de Outubro, reproduzido em Anuário de Ensino da Colónia
de Moçambique. Ano de 1930 (Lourenço Marques: Imprensa Nacional, 1931),
155-157 e 159-161. Para avaliar o modo como estas questões foram apropriadas e
reproduzidas durante o Estado Novo, veja-se Augusto Castro Júnior, O Problema
do Ensino em Terras de Além-Mar (Lisboa: Editorial Império, 1953).
142
O trabalho redentor e os missionários do alfabeto
68
Artigo 21.º, Estatuto Orgânico das Missões Católicas Portuguesas de África
e Timor, 167-168.
143