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Nos «Bailados Russos em Lisboa». O autor chama à atenção pela energia do português
desperdiçada inutilmente por culpa da «ignorância».
Palavras de Guilherme de Almeida (12 de setembro de 1922) no Teatro Municipal de São Paulo
«Eu vivo na minha Epoca como vivo na minha Pátria, como vivo dentro de mim. A
minha Epoca sou eu, somos todos nós, os minutos da hora dansada, desta Hora-
Ballet-Russe […]» (41)
«A Arte moderna revolucionou a Vida, proclamou a Humanidade em tudo quanto
existe e em tudo quanto não existe.» (44)
«A violência era necessária para que a creação se desse. A serenidade é necessária
para que a creação se explique…» (51)
«O Jazz-Band, frenético, diabólico, destrambelhado e ardente, é a grande fornalha
da nova humanidade». (61)
No Jazz-Band, como num écran, cabem todas as imagens da vida moderna. Cabem
as ruas barbáricas das grandes cidades, ruas doidas com olhos inconstantes nos
placards luminosos e fugidios, ruas electricas, ruas possessas de automóveis e
carros, ruas onde os cinemas maquilhados de cartazes têm atitudes felinas de
mundanas, convidando-nos a entrar, ruas ferozes, ruas-panteras, ruas listradas nas
taboletas, nos vestidos e nos gritos…» (61)
«A influência da arte negra sobre a arte moderna torna-se indiscutível. A arte
moderna é a síntese. Os negros tiveram sempre o instinto da síntese» (71)
‘Mercedes, uma loira incandescente, peça de fogo prêso, era uma estrela caída de
revistas caídas. Filha duma senhora rica e dum chauffeur, tinha nascido com modos de
automóvel: rápida, com olhos alanternados e com uma terrível vocação para atropelar
os ingénuos…’ (p.9)
‘levas-me à mulher eléctrica, à vaca com braço de homem, ao homem mais pequeno
do mundo e ao maior, à aranha com cabeça de mulher, às feras domesticadas… (p.12)
‘Como se ela fosse a mulher elétrica, ao dar-lhe um beijo recebeu um choque’.(p.13)
‘a sua expressão feliz, o seu embevecimento, são de quem está tomando banho, um
banho de eletricidade…’ (p.14)