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UNIVERSIDADE LÚRIO

FACULDADE DE ENGENHARIA
DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA GEOLÓGICA
Curso de Licenciatura em Engenharia Geológica
Campus Universitário de Pemba – Bairro Eduardo Mondlane
Geoquímica

Tema:
A DISTRIBUIÇÃO DOS ELEMENTOS QUÍMICOS

Discentes:
Kelven Benedito Cumbane
Neco Adolfo Jussar

Docente: Desejo João Jerônimo Mechequene

Pemba
Novembro, 2022
Kelven Benedito Cumbane
Neco Adolfo Jussar

Trabalho apresentado ao curso de licenciatura em Engenharia Geológica da


Universidade Lúrio como cumprimento de requisito obrigatório de avaliação a ser
entregue na disciplina de Geoquímica, 2º nível, 2º semestre, orientado pelo docente:
Desejo Gerónimo João Mechequene.
Índice
1. Introdução........................................................................................................................4

1.1. Objectivos do trabalho.........................................................................................4

1.1.1. Geral..................................................................................................................4

1.1.2. Específicos.........................................................................................................4

1.2. Metodologia do trabalho.........................................................................................4

2. Sistemas termodinâmicos com interesse geológico......................................................5

2.1. Definição de sistemas termodinâmicos......................................................................5

2.2. Aplicações da termodinâmica a geologia...............................................................5

4. Geoquímica da alteração de rocha................................................................................7

5. Natureza das reacções de alteração...............................................................................8

6. Distribuição Geoquímica dos solos................................................................................9

Classificação quanto à origem:.........................................................................................10

Classificação quanto à influência externa.......................................................................10

Referências Bibliográficas....................................................................................................12
1. Introdução

O presente trabalho tem como temática sobre os A Distribuição dos elementos Químicos. Deste
modo abordamos os sistemas termodinâmicos com interesse geológico, a aplicação do conceito
de equilíbrio as rochas metamórficas, falamos também da geoquímica da alteração das rochas, da
natureza das reações de alteração e por fim da diferenciação geoquímica dos solos.

1.1. Objectivos do trabalho


1.1.1. Geral
 Analisar a distribuição dos elementos químicos em contextos geológicos
1.1.2. Específicos
 Conhecer os sistemas termodinâmicos com interesse geológico º
 Fazer a aplicação do conceito de equilíbrio as rochas metamórficas
 Interpretar a alteração geoquímica das rochas e a natureza dessas reações de alteração
 Interpretar a diferenciação geoquímica dos solos
1.2. Metodologia do trabalho
Método qual-quantitativo, descritivo e revisão bibliográfica
1.3.
2. Sistemas termodinâmicos com interesse geológico.
2.1. Definição de sistemas termodinâmicos.
Segundo Planas 2017, um sistema termodinâmico é definido como uma quantidade de matéria
ou uma região no espaço em que a atenção é focada na análise de um problema.
2.2. Aplicações da termodinâmica a geologia.
Uma aplicação da termodinâmica clássica à geologia é a aproximação direta ou a capacidade de
prever, o que pode ser visto em petrologia ígnea, petrologia metamórfica e hidrogeoquímica.
Outra aplicação é aproximação indireta ou inferência de condições passadas, que é aplicado em
geodinâmica, depósitos minerais e paleoclimatologia. Uma limitação da termodinâmica clássica
é que ela se aplica exclusivamente a sistemas em equilíbrio e a taxa em que o equilíbrio é
atingido aumenta exponencialmente com a temperatura.

Sólido – Reações sólidas. Uma reação sólido-sólido envolve apenas as fases sólidas como
reagentes e produtos, sem que nenhuma fase fluida apareça na reação química. A maioria das
reações sólido-sólido aparece como linhas retas em diagramas de pressão-temperatura. A razão
para isso vem da equação de Clausis-Clayron.

dP/dT = ∆ S /∆ V

onde - ∆ S−o mudança em entropia da reação−∑ S Products −∑ S Reactants

um ∆ V =t a mudança no volume da reação=∑ V Products −∑ V Reactants

Em geral, tanto a entropia, S, quanto o Volume, V de qualquer fase variam com temperatura e
pressão. À medida que a temperatura aumenta, tanto S quanto V tendem a aumentar (as coisas se
tornam mais desorganizadas em alta temperatura, aumentam a entropia e as moléculas vibram
mais em alta temperatura, aumentando o volume). Da mesma forma, tanto S quanto V tendem a
diminuir com o aumento da pressão (menos espaço para vibrar significa melhor organização e
menor volume). Além disso, a mudança de volume e entropia a qualquer temperatura e pressão
tende a ser pequena. O resultado líquido disso é que, para reações sólido-sólido, os efeitos do
aumento da temperatura tendem a ser compensados pelos efeitos do aumento da pressão e,
portanto, o dP/dT permanece mais ou menos constante. Uma curva cuja inclinação é constante é
uma linha reta.

Vamos usar esses princípios para analisar algumas reações sólido-sólido, como as do diagrama
de fases Al2 Si O5. Note que para a reação sólido-sólido andaluzita ↔ cianita, dP /dT é positivo.
Isso é o que esperamos, porque à medida que aumentamos a temperatura, o produto cianita,
ocorre no lado T baixo do limite de reação e deve ter uma entropia mais baixa, tornando ∆S
negativo. Aumentar a pressão provoca uma diminuição no volume, de modo que a cianita deve
ter um volume menor do que a andaluzina e, portanto, ∆V negativo, a inclinação da curva de
fronteira, dP / dT, é positiva.

Para a reação Kyanite ↔ Sillimanite, o produto Sillimanite ocorre no lado T alto da fronteira, e
assim SSillimanite > S Kyanite ,, então ∆S é positivo. Como a cianita ocorre no lado P alto da curva de
fronteira, SSillimanite > S Kyanite,, então ∆V também é positivo. Assim, dP /dT também é positivo.
Mas, note que o limite de reação para a Sillimanite ↔. Andaluzita tem uma inclinação negativa
no diagrama Isso ocorre porque o produto da reação, a sillimanita, tem um volume menor do que
o reagente andaluzita. Assim, ∆V é negativo, tornando dP /dT negativo.

3. Aplicação do conceito de equilíbrio às rochas metamórficas


O metamorfismo é o processo através do qual rochas ígneas, sedimentares ou mesmo
metamórficas sofrem transformação na composição mineralógica, na estrutura e textura, no
estado sólido, em resposta às novas condições físico-químicas que diferem das que prevaleciam
durante sua formação. Teixeira et al. (1984, 1987)
As rochas que passam por este processo são denominadas rochas metamórficas. Estas novas
condições sempre provocam mudanças na textura e podem ou não alterar a composição
mineralógica. Pode ocorrer recristalização dos minerais pré-existentes ou formação de novos
minerais e deformações. Graças às condições de pressão dirigida num determinado sentido, a
textura resultante mais comum é a orientada ou xistosa, caracterizada pelo arranjo de todos ou de
alguns dos minerais segundo planos paralelos.

Pode ocorrer recristalização dos minerais pré-existentes ou formação de novos minerais e


deformações. Graças às condições de pressão dirigida num determinado sentido, a textura
resultante mais comum é a orientada ou xistosa, caracterizada pelo arranjo de todos ou de alguns
dos minerais segundo planos paralelos.

4. Geoquímica da alteração de rocha


As rochas constituem uma das matérias-primas mais requisitadas para o uso humano. A
utilização delas teve início com os primeiros utensílios pré-históricos e, posteriormente,
passaram a ser usadas para a construção de edificações (templos e fortificações), sendo muito
comum a sua presença nas artes, na engenharia civil e na arquitetura, neste caso, principalmente
em fachadas de construções, tanto antigas quanto recentes. Se as rochas têm função estrutural na
construção, sua degradação pode representar risco à estabilidade devido à redução de sua
resistência por processos de alteração intempérica natural ou acelerada em ambiente urbano.
(Ricardo, A. M. et al.2017)
Além disso, a degradação pode trazer como consequência a perda de massa e alterações
cromáticas, com prejuízos culturais relevantes se na superfície das rochas estão esculpidas
manifestações artísticas importantes. Esses processos podem também levar à perda de padrões
estéticos originais, estabelecidos à época da construção e que, muitas vezes, representam o
domínio de uma técnica construtiva ou artística típica de determinado período histórico. Há que
se ter em mente também que nem sempre a rocha empregada na construção continua disponível
para eventual substituição.
Todos esses aspectos destacam a necessidade de sua conservação no ambiente construído. A
degradação ocorre em função da propensão variável das rochas para se alterarem em função de
fatores intrínsecos, como composição mineralógica, características permo-porosas e
propriedades hidromecânicas, além de fatores extrínsecos relacionados ao ambiente em que a
alteração se processa, incluindo temperatura, presença de água, pH, Eh e de poluentes
atmosféricos, entre outros. Desse modo, o resultado dos processos de degradação das rochas
deve ser corretamente identificado, pois se reflete sob a forma de morfologias de alteração. O
mapeamento destas formas de alteração na fachada das edificações constitui-se em um primeiro
passo para a diagnose do grau de comprometimento dos materiais pétreos na construção.
Embora a área da conservação do patrimônio seja multidisciplinar e para ela contribuam os
saberes de diversas especialidades, cabe ao geólogo a correta avaliação do estado de degradação
das rochas e de que forma estas podem comprometer o valor patrimonial do bem arquitetónico.
(Ricardo, A. M. et al.2017).

5. Natureza das reacções de alteração.

No ambiente natural de superfície crustal, as condições físico-químicas reinantes permitem a


ação do intemperismo e, na maioria das vezes, o desenvolvimento de actividades de organismos
vivos. Neste ambiente, as rochas primárias, formadas a temperaturas e pressões bem superiores,
vão estar em permanente desequilíbrio, que se acentua quando entram em contacto com as águas
meteóricas, dando início ao processo de meteorização ou intemperismo, que vai permitir a
pedogénese.
Os fatores que influenciam a ação do intemperismo são: o clima, expresso pela distribuição de
chuvas e variação sazonal da temperatura; a rocha de origem, que apresentará um resistência
diferenciada devido à ação intempérica segundo sua natureza; a fauna e a flora, que contribuem
com a matéria orgânica para as reações químicas e remobilizam materiais; o relevo, que
influencia no regime de percolação e drenagem das aguas e o tempo de exposição da rocha aos
agentes intempéricos, (Toledo et al. 2003). A formação do solo corre quando as modificações
químicas e mineralógicas sofridas pelas rochas por meio da ação intempérica atuam, sobretudo,
estruturalmente reorganizando e transferindo os minerais, argilominerais, oxi-hidroxidos de
ferro e alumínio, que formam o solo entre os níveis superiores do manto de alteração.
As rochas alcalinas, apresentam composições mineralógicas particulares com minerais ricos em
Na e K. Essas rochas geralmente contém feldspatoides que são minerais “insaturados em sílica
“. Isso ocorre quando o teor de sílica no magma em cristalização é insuficiente para garantir a
incorporação de todos os álcalis e alumina disponíveis ao feldspato. (Szabó et al. 2003).

6. Distribuição Geoquímica dos solos


Os solos são recursos naturais que se formaram depois de milhões de anos em constituição como
resultado da decomposição das rochas por ações do intemperismo. Podem ser classificados
conforme a origem e conforme a influência da vegetação e do relevo. (Singer e Munns, 1991).
Basicamente, os solos formam-se a partir do processo de decomposição das rochas de origem,
chamadas de rochas mãe. Isso significa dizer que, no início, não existiam solos na Terra, mas
apenas grandes e variados grupos rochosos que foram lentamente desgastados pelo clima, pela
ação da água e dos ventos e também pelos seres vivos, sobretudos as plantas. Com isso, essa
lenta desagregação proporcionou a formação de sedimentos, que se mantêm aglomerados e
compõem os solos. O processo de origem e constituição dos solos é chamado de pedogênese.

Nesse sentido, a formação dos solos na natureza levou milhões de anos, apresentando, quase
sempre, aspectos relacionados com o seu material de origem e as interferências naturais e
antrópicas proporcionadas sobre eles. Vale lembrar que esse processo de formação dos solos é
ininterrupto e ainda ocorre atualmente. Para compreender melhor o fenômeno natural da
pedogênese,

Os horizontes do solo, segundo as classificações mais comuns, são:

Horizonte O (horizonte orgânico) – camada externa do solo composta por material orgânico em
estágio de decomposição.
Horizonte A – é o horizonte mineral mais próximo da superfície, com uma relativa presença de
matéria orgânica.

Horizonte B – é o horizonte de acumulação, com uma grande presença de minerais e com baixo
acúmulo de material orgânico.

Horizonte C – camada formada por partes fragmentadas da rocha mãe, muitas vezes com
sedimentos menores nas suas partes mais altas e com saprólitos e partes de rochas em sua parte
inferior.

Classificação quanto à origem:

Quanto à origem, os solos são classificados em eluviais e aluviais.

1. Eluviais: quando os solos se formam por rochas encontradas no mesmo local da formação, ou
seja, quando a rocha que se decompôs e se alterou para a formação do solo se encontra no
mesmo local do solo;

2. Aluviais: quando os solos foram formados por rochas localizadas em outros lugares. Graças à
ação das águas e dos ventos, os sedimentos foram transportados para outro local.

Classificação quanto à influência externa

Quanto à influência externa, existe outra forma de classificação dos solos, também chamada
de classificação zonal, que divide os solos em zonais, intrazonais e azonais:

1. Zonais: são maduros, bem delineados e profundos. São subdivididos em latossolos, podzóis,
solos de pradaria e desérticos.

1.1. Latossolos: São solos pouco férteis, presentes geralmente em climas quentes e úmidos, com
profundidades superiores a 2m;

1.2. Podzóis: São solos férteis, graças à acumulação de minérios, húmus e matéria orgânica, e
são próprios de climas frios e temperados;

1.3. Solos de pradarias: São ricos em cálcio e matérias orgânicas, por isso, são extremamente
férteis. Estão presentes em regiões subúmidas de clima temperados;

1.4. Desérticos: Solos caracterizados por serem pouco profundos e pouco férteis. Próprios de
regiões desérticas.

2. Intrazonais: são solos bem desenvolvidos, além de serem bastante influenciados pelo local e
pelos fatores externos. Dividem-se em solos salinos e solos hidromórficos.

2.1. Solos salinos: também chamados de alomórficos, caracterizam-se pelo alto índice de sais
solúveis, próprios de regiões áridas e próximas ao mar. Possuem uma baixa fertilidade;

2.2. Solos hidromórficos: por estarem localizados próximos a rios e lagos, apresentam grande
umidade. Sua fertilidade depende do índice de umidade: quanto mais húmidos, menos férteis.
3. Azonais: solos pouco desenvolvidos e muito rasos. Dividem-se em solos aluviais e litossolos.

3.1. Solos aluviais: presentes em áreas de formação recente em planícies húmidas. Quando os
seus sedimentos são transportados, formam um solo de coloração amarela denominado de loess.

3.2 Litossolos: presentes em locais com declives acentuados. Costumam estar posicionados
diretamente sobre a rocha formadora. São solos inférteis.
Referências Bibliográficas
i. Krauskopf Konrad B.; Introdução à geoquímica
ii. William M. White; Geochemistry, John Wiley & Sons, 2013. ISBN: 978 0 470 65668 6
iii. Szabó et al. 2003
iv. Ricardo, A. M. et al.2017
v. FORTES, P.T.F.O. & TAKAKI, T. 1993. Estudo dos isótopos de carbono e oxigênio em
rochas encaixantes do depósito aurífero Mina III, Crixás, Goiás. IV Congr. Brasileiro de
Geoquímica, Resumos Expandidos, pg.:186-188

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