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princípio, em hebraico). Haja vista, como toda esfera, lei e até mesmo opiniões, em tudo que se
tem debaixo do sol, houve um início. Um famoso bereshit.
“O estrangeiro não afligirás, nem o oprimirás; pois estrangeiros fostes na terra do Egito”
(Êxodo 22.21)
“Não oprimirás o diarista pobre e necessitado de teus irmãos, ou de teus estrangeiros, que
está na tua terra e nas tuas portas” (Deuteronômio 24.14)
“Quando também fizerdes a colheita da vossa terra, o canto do teu campo não segarás
totalmente, nem as espigas caídas colherás da tua sega. Semelhantemente não rabiscarás a
tua vinha, nem colherás os bagos caídos da tua vinha; deixá-los-ás ao pobre e ao estrangeiro.
Eu sou o Senhor vosso Deus” (Levítico 19.9-10)
É notória também a contribuição de Isaías, profeta de Israel, onde em muito lutou contra
as injustiças sociais. Profetizando contra os pecados e injustiças sociais durante seu ministério,
fato que, segundo a tradição, o fez ter uma morte trágica. Serrado ao meio. Um de vários de
suas palavras acerca dos direitos, hoje conhecidos como sociais e participante dos Direitos
Humanos, é:
“Ai dos que decretam leis injustas, e dos escrivães que prescrevem opressão.
Para desviarem os pobres do seu direito, e para arrebatarem o direito dos aflitos do meu
povo; para despojarem as viúvas e roubarem os órfãos!” (Isaías 10:1,2)
Vai-se então as contribuições filosóficas aos Direitos Humanos, pode-se citar acerca
das maiores perguntas que nos levam hoje a grandes e preciosas respostas.
Sai-se nesse período dos achismos, e respostas mitológicas, e buscam por afirmações
lógicas a partir do levantamento de premissas. Grandes nomes da filosofia grega, como
Pitágoras, começam a indagar-se “Quem sou eu? ” “O que é o homem? ”, e uma célere frase
de Sócrates, “Conhece-te a ti mesmo. ” Portanto, essa busca de entender o que é o homem e
qual sua relevância, nos mostra hoje que as indagações filosóficas foram importantes para
sabermos o que somos, e por conta disso, que direitos devemos ter a buscar.
Diante disso, a filosofia contribui relevantemente para o entendimento de que como
seres humanos racionais, necessitamos de direitos e proteções. Haja vista, o ser humano ser,
como afirmava Thomas Hobbes, o Homem é o lobo do homem. A partir também dessa
premissa de Hobbes, viu-se a necessidade de o Estado garantir Direitos e proteções, ou nós
mesmos acabaríamos com nossa existência em um “estralar” de dedos.
Em forma de lei, desde períodos históricos passados, percebe-se que o ser humano
lutou e sofreu para garantir algumas leis, que hoje, estão em vigor.
Entretanto, vale destacar que, além dos fatores que influenciaram sobre a criação dos
direitos, visto no tópico 1, existiram alguns documentos e momentos históricos que auxiliaram
por sua importância na positivação dos Direitos Humanos. Entre os quais, podemos ressaltar o
primeiro:
Nesse documento acima, datado do século XIII, 1215 d.C, foi-se colocado o rei abaixo
das leis que ele mesmo editava. Algo nunca antes ocorrido. Mas almejado. Algo que influenciou
a democracia moderna em que até mesmo o poder do presidente da república encontra-se
limitado.
O que seria de nós, em pleno século XXI, após tensos momentos ditatoriais, se o poder
executivo, legislativo e judiciário não fossem limitados.
Pode-se citar diversos outros documentos que hoje deram até mesmo o direito ao
HABEAS CORPUS. Como também grandes revoluções. Pode-se citar ainda convenções. Senão,
veja-se: “A Convenção de Genebra de 1864 inaugura o que se convencionou chamar de direito
humanitário em matéria internacional; isto é, o conjunto de leis e costumes de guerra, visando
a minorar o sofrimento de soldados, doentes e feridos, bem como das populações civis atingidas
por um conflito bélico.”
Não se pode deixar ainda de citar a questão da Grande 2° Guerra Mundial, em que
dizimou homossexuais, testemunhas de Jeová, judeus, e até mesmos deficientes.
Após essa longa e desastrosa guerra, houve e necessidade de voltarmos para a filosofia
Kantiana, em que cada pessoa é singular, e insubstituível. Nasce então, declarada pela ONU, a
grande DECLARAÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS, algo extremamente relevante para nossos dias
atuais, e que ao meu ver, nunca deverá ser abolida, e sim, somente complementada com os
mais diversos direitos que a necessidade dos futuros cidadãos requererem.
Consta nessa declaração, uma cláusula que está também em nossa Constituição Federal
de 1988, o PRINCÍPIO DA DIGNIDADE HUMANA. Baseada na Declaração e em Imannuel Kant.
Portanto, todos os seres humanos, independes de sua etnia, religião, cultura, gênero,
etc., tem em si suas individualidades e importâncias para o meio social. Pois, como ressaltava
Kant, o ser humano não é coisa, e por isso sua dignidade não pode ser precificada.