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Sumário
INTRODUÇÃO A BACTERIOLOGIA CLÍNICA ................................................ 5
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Mastoidite ...................................................................................................... 39
Sinusite .......................................................................................................... 40
Faringotonsilite (FT)....................................................................................... 43
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NOSSA HISTÓRIA
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Parede Celular
Tem como função manter a forma da bacteriana, pois a célula sofre grande
pressão osmótica (15 a 20 atm) no interior em comparação ao exterior. Também, a
parede celular, desempenha grande papel na divisão celular, servindo de primer
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para a biossíntese da própria parede dando origem ao septo que separa as duas
novas células.
Estrutura Química
Na maioria das bactérias a parede é constituída por uma substância, o
peptideoglicano. Em bactérias do tipo Gram-positivas o peptideoglicano representa
15 a 20% da massa celular, já as Gram-negativas não ultrapassa 5%. O
peptideoglicano é composto por um arranjo alternado de N-acetilmurâmico (NAM) e
N-acetil-glicosamida (NAG). Moléculas de NAM encontra-se covalentemente ligadas
por cadeias laterais de tetrapeptídeos (CLT), que são compostos por Lalanina, D-
glutamanto, mesodiaminopimelato e D-alanina. Duas CLT’s podem se interligarem,
o quarto aminoácido de um com o terceiro de outro. O numero de ligações de CLT’s
é bem maior em gram-positivas.
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possuem peptideoglicano típico. Mas podem possuir uma parede celular com NAG
ou só com outras proteínas.
Coloração
Os microorganismos são quase todos incolores na observação ao
microscópio óptico, assim necessita-se preparar a amostra para ser observada, uma
das formas mais comuns é por coloração, de modo que o corante vai ressaltar
determinadas estruturas celulares.
O Esfregaço
Para serem corados os microorganismos precisam ser primeiramente fixados
em lâminas, estes então são mortos e fixados, dando uma duração significativa para
a amostra. Deve-se formar um filme delgado com a amostra sobre a lâmina, que se
denomina esfregaço, que pode ser secado ao ar livre ou em lamparina ou bico de
Bunsen. Quando se utiliza o calor para secar a lâmina deve observar que o lado do
esfregaço deve ficar para cima, ou seja, com contato indireto com a chama. Desta
forma a amostra já está fixada.
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Coloração Simples
O objetivo da coloração simples é destacar todo o organismo, assim ficando
nítida a forma celular e estruturas básicas. Faz um esfregaço, aplica-se a solução
corante por determinado tempo, lava-se em água corrente e depois se seca
suavemente a lâmina. É comum colocar um mordente na solução, para intensificar a
coloração.
Coloração Diferencial
Coloração de Gram
Método de Gram
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rompido pela lavem com álcool e assim o CV-I é removido da camada delgada de
peptideoglicana, permanecendo assim incolor. Por isso é que se faz necessário o
contra-corante de safranina.
O método de coloração Gram é útil para a clínica médica, pois as bactérias
gram-positivas tendem a serem mais susceptíveis a antibióticos como penicilinas e
cefalosporina. Já as bactérias gram-negativas tendem a ser mais resistente a
antibióticos, pois não conseguem atravessar devido a sua camada de
lipopolisacarídeos.
Coloração Especial
Coloração Negativa para Cápsulas
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5. Utilizar sempre o material mais adequado para a coleta e semeadura de cada tipo
de amostra.
8. Exames diretos devem ser realizados juntamente com as culturas, para melhor
interpretação dos resultados.
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LCR:
O LCR é coletado geralmente por meio de punção lombar, entre L3 e L4,
após prévia antissepsia do local a ser puncionado. O material é recolhido em dois
frascos estéreis e imediatamente semeado em meio de agar chocolate.
Deve ser em seguida encaminhado ao laboratório. Lembrar ainda que não se
deve manter esses materiais em geladeira ou a baixas temperaturas, por afetar
bactérias como o meningococo e o Haemophilus influenzae, comumente envolvidas
em quadros de meningite bacteriana.
No laboratório será feita bacterioscopia e pesquisa de antígeno bacteriano
quando a bacterioscopia for sugestiva de meningite (glicose baixa, proteina elevada,
aumento de polimorfonucleares, etc.). Nos casos de suspeita de infecção por
micobactéria ou por fungos (Cryptococcus neoformans) poderá ser feita uma
pesquisa de BAAR ou de leveduras (método da tinta nanquim), após prévia
centrifugação do material (3000 rpm por 30 minutos), desprezando o sobrenadante
e utilizando apenas o sedimento para a análise.
Líquidos orgânicos:
Materiais nobres como liquido pleural, líquido peritoneal, liquido pericardico,
líquido sinovial e liquido ascítico devem ser colhidos, após antissepsia prévia, por
aspiração de seringa com agulha em um volume de 5 a 10 ml. Após entrega
imediata ao laboratório, o material deve ser utilizado parte para a inoculação dos
meios de cultura e parte para a realização de exames diretos. Além do uso de meios
tradicionais como o agar sangue, agar MacConkey e o Agar chocolate, pode-se
inocular parte do material em um frasco normalmente utilizado para hemocultura,
que será depois incubado.
Para os exames diretos recomenda-se (nos casos de material fluido)
centrifugação da amostra (3000 rpm por 30 minutos), sendo descartado o
sobrenadante e o esfregaço realizado a partir do sedimento. Poderá ser feito Gram,
Zihel e pesquisa de fungos, de acordo com o pedido médico e a suspeita clínica.
Secreções do trato respiratório:
a)secreção de nasofaringe – nos casos de suspeita de coqueluche, colher o
material com swab (previamente umedecido em água ou salina estéril) e inocular
logo em seguida em meio de Regan-Lowe agar (composto de agar carvão com 10%
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Urina:
Pelo menos quatro tipos de amostras de urina podem ser coletadas para
cultura. Em se tratando de neonatos ou crianças de baixa idade pode-se utilizar a
punção suprapúbica. Este procedimento requer que a bexiga esteja cheia e que
antes se faça uma antissepsia da pele. A bexiga é puncionada acima da sínfese
pubiana e cerca de 5 a 10 ml de urina são coletados. A amostra deve ser
imediatamente encaminhada ao laboratório e logo em seguida semeada nos meios
convencionais (agar sangue e agar MacConkey).
Aqui qualquer contagem de colônias é significativa, portanto devemos utilizar
nesses casos uma alça calibrada de até 0,1 ml. Em crianças maiores, mas ainda
sem controle esfincteriano, pode-se utilizar saco coletor. Deve ser feita uma prévia
higienização do períneo, coxas e nádegas com água e sabão neutro. Caso não haja
micção, o saco coletor deverá ser trocado a cada 30 minutos, repetindose a
higienização do períneo. No caso de adultos o procedimento mais utilizado é a
coleta do jato médio de urina.
A mulher deve proceder a uma higiene da área uretral e períneo com água e
sabão, com gaze estéril. Em seguida deve secar a área lavada com uma gaze seca.
Afastar os grandes lábios e em seguida desprezar o primeiro jato de urina (de
preferência da 1ª urina da manhã) e colher o jato médio dentro de um recipiente
estéril de boca larga, sem encher demasiadamente o recipiente (cerca de metade
do volume do frasco), sendo desprezado o jato final.
Em seguida fechar o frasco hermeticamente e conservar em gelo até a
entrega ao laboratório. Nos casos em que essa entrega não puder ser imediata, a
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urina pode ser mantida em geladeira (2 a 8°C) por até 24 horas. Nos casos de
pacientes masculinos a recomendação é de que lavem a glande com água e sabão,
e recolham a pele do prepúcio antes de urinar. Colher o jato médio e desprezar o
jato final de urina.
No caso de paciente em uso de cateter a recomendação é que se puncione a
cânula do coletor, após prévia desinfecção com álcool a 70%. Com seringa e agulha
puncionar a cânula e aspirar até 10 ml de urina, transferir em seguida para um
frasco esterilizado e encaminhar ao laboratório. Este material não é considerado o
mais adequado devido aos riscos de contaminação, porém em casos excepcionais
também poderá ser utilizado. Nunca utilizar urina colhida a partir do saco coletor de
paciente cateterizado. Com relação à contagem de colônias, os critérios de Kass,
elaborados em 1956, já não são tão verdadeiros hoje em dia. Como exemplo,
podemos citar o caso da síndrome uretral aguda, em que mulheres com vida sexual
ativa podem desenvolver infecção urinária com contagens tão baixas como 100 a 10
mil UFC/ml. Um dos motivos para a existência de infecção com esse número baixo
de micróbios pode ser o aumento do número de micções induzido pela infecção ou
o aumento da ingestão de líquidos que leva à diluição da amostra de urina. Nesses
casos é fundamental que o médico indique a possibilidade desse evento - síndrome
uretral aguda - para que o laboratório possa dar valor a contagens tão baixas quanto
essas.
Trato genital:
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Cateter:
O cateter (periférico, central, arterial, Swan-Ganz, etc.) deve ser retirado do
paciente com os mesmos cuidados de antissepsia da pele que precederam a sua
colocação, para se evitar a sua contaminação com a microbiota da pele. Após
remoção do cateter com técnica asséptica, cortar os 5 cm da ponta onde estava
inserida a veia do paciente, e em seguida colocá-la em um frasco estéril e
encaminhá-lo imediatamente ao laboratório.
Com a ajuda de uma pinça rolar o cateter sobre a superfície de uma placa
média de Agar sangue e em seguida colocá-lo em um tubo com caldo (tioglicolato,
tripticase soja, etc.). Incubar a placa e o tubo por até 48 horas. Fazer a contagem de
colônias na placa de Agar sangue. Segundo a técnica de Maki, devem ser
valorizadas as contagens de colônias iguais ou maiores do que 15 UFC/placa. Se
não houver crescimento na placa e houver crescimento no caldo, devemos repicar o
caldo para novo Agar sangue e Agar MacConkey, para a identificação desses
microrganismos. É importante ressaltar que mesmo sem haver isolamento na placa
(ou com contagens consideradas baixas) pudemos verificar que havia resultados
significativos, ao isolarmos bactérias que normalmente não seriam valorizadas.
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Um dos motivos para isso poderia ser a existência de bactérias apenas no interior
do cateter e que a simples rolagem não permitiria o seu isolamento.
Fezes:
A amostra utilizada pode ser 1 a 2 g de fezes ou swab retal. De preferência o
material deve ser colhido e imediatamente encaminhado ao laboratório. Algumas
bactérias, como as espécies de Shigella, resistem pouco a variações bruscas de pH
e por esse motivo as amostras devem ser colhidas em meio tamponado (tampão
fosfato 0,03M com igual volume de glicerol) ou meio de transporte, como o Cary-
Blair. A bacterioscopia das fezes pode auxiliar para a pesquisa do provável agente
causador do quadro diarréico (estafilococos, leveduras, etc.).
As bactérias habitualmente pesquisadas são a Salmonella, Shigella, E. coli
(enteropatogenica, enteroinvasora, etc.), Yersinia enterocolítica e o Campylobacter
(pequenos bacilos gram negativos curvos ou em forma de asa de gaivota). As
espécies de Aeromonas (A. hydrophila e A. caviae) e a Plesiomonas shigelloides
(bacilos gram negativos oxidase positivos) e a E. coli entero-hemorrágica (O157:
H7) são espécies mais raras de serem isoladas, mas que devem ser pesquisadas
quando houver indicação clínica. Por exemplo, nos casos de suspeita de síndrome
hemolítico urêmica, causada pela E. coli O157:H7, devemos procurar utilizar o meio
de Agar MacConkey sorbitol (ou procurar identificar cepas de E. coli que não
utililizam o sorbitol). Esse meio pode tornar-se ainda mais seletivo se
acrescentarmos cefixime e telurito de potássio. A síndrome hemolítico-uremica se
caracteriza por um quadro de anemia hemolítica, insuficiência renal aguda e
trombocitopenia. A ingestão de hamburgers contaminados tem sido a causa mais
comum de eventuais surtos, apesar de outras fontes de contaminação terem sido
descritas. Já a Aeromonas costuma ser mais facilmente isolada usando meio
seletivo como o agar sangue com ampicilina (20 mcg/ml) e ainda o CIN agar, que
também aumenta a possibilidade de isolamento de Yersinia. Nos casos de suspeita
de cólera o material deverá ser enviado em meio tamponado para o laboratório
central de saúde pública, onde será feita a pesquisa do Vibrio cholerae, ou se
poderá isolar no próprio laboratório usando-se o agar TCBS (tiosulfato-citrato-sais
biliaressacarose), onde as colônias da bactéria aparecem como colônias amarelas,
por fermentarem a sacarose. O V. cholerae é oxidase positivo e aglutina com o
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Secreções diversas:
a) De ouvido – o ideal é a amostra colhida pelo médico por aspiração através do
tímpano, ou seja a cultura de secreção de ouvido médio. Se for necessária a coleta
de material do ouvido externo, o próprio pessoal do laboratório poderá realizá-la,
desde que utilize o procedimento adequado. Limpar o canal auditivo com
antisséptico,em seguida lavar com solução fisiológica estéril. Só depois colher o
material com swab estéril. Fazer esfregaço para Gram e semear em um caldo
(tioglicolato ou tripticase soja), agar sangue, agar chocolate e agar MacConkey. As
bactérias mais freqüentemente envolvidas são o Streptococcus pneumoniae, e o
Haemophilus influenzae. Também pode ocorrer a participação de enterobactérias,
bacilos gram negativos não fermentadores e do S. aureus.
b) Ocular – geralmente a coleta é feita com swab de material obtido por esfregaço
do saco conjuntival do olho afetado, a não ser que o médico solicite outro tipo de
amostra - blefarite: inflamação das margens da pálpebra; ceratite: inflamação da
córnea. As bactérias mais freqüentemente envolvidas são o S. aureus, o S.
pneumoniae, as enterobactérias (especialmente em recém-nascidos) e o
Haemophilus influenzae. Lembrar ainda da possibilidade de conjuntivite gonocócica
em neonatos. Fazer esfregaço para Gram, e semear em agar sangue, agar
chocolate, agar MacConkey e caldo (tioglicolato ou tripticase soja).
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c) Secreção de ferida operatória – colher o material com swab (com meio de Stuart)
das bordas da lesão, após lavar a secreção purulenta com salina estéril. No
laboratório fazer esfregaço para Gram e semear em agar sangue, agar
chocolate,Agar MacConkey e caldo tioglicolato. Os estafilococos (coagulase positivo
e coagulase negativos) são as bactérias mais freqüentemente envolvidas, depois as
enterobactérias e finalmente os bacilos gram negativos não fermentadores.
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MEIOS DE CULTURA
Os meios de cultura utilizados em microbiologia podem ser de vários tipos:
I. Meios sólidos: geralmente utilizados para obter colônias isoladas, como o agar
sangue e o agar MacConkey.
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IV. Meios não seletivos: são meios com suplemento que facilitam o crescimento
microbiano, como o agar sangue e o agar chocolate.
VI. Meios diferenciais: meios usados como prova bioquímica, ou seja para avaliar
se o microrganismo possui uma enzima responsável por uma determinada via de
atividade metabólica. Exemplo: agar DNAse para verificar se a bactéria possui a
enzima desoxirribonuclease, que degrada o DNA.
VII. Meio base: geralmente são meios utilizados como base à qual adicionamos
suplementos para obtermos um produto como o agar sangue, em que podemos
usar como meio base o agar tripticase soja ou o agar Columbia.
a) Agar sangue: meio não seletivo que possibilita o crescimento de diversos grupos
microbianos e permite verificar a presença de hemólise. Composição: meio base
agar tripticase soja com 5% de sangue de carneiro (adicionados quando o meio
estiver em torno de 50°C). Distribuir 20 a 25 ml em placas de 90 mm.
b) Agar chocolate: meio não seletivo que possibilita, além do que se obtem com o
uso do agar sangue, isolar ainda cepas de Haemophilus e de Neisseria.
Composição: agar GC ou agar Mueller-Hinton com 5% de sangue de carneiro
(adicionados com temperatura em torno de 80°C). Depois de achocolatado, o meio
é resfriado até 50°C quando então é adicionado o suplemento VX (10 ml de
suplemento/litro de meio).Distribuir de forma semelhante a do agar sangue.
c) Agar MacConkey: meio seletivo usado para isolamento de bacilos gram negativos
e para verificar a capacidade de fermentação da lactose. Lactose negativas são as
colonias transparentes. Lactose positivas as colonias de cor rosa.
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porém é a indústria dos derivados do leite que está mais familiarizada com este
método, visando a destruição dos microrganismos patogênicos, presentes no leite.
Na Alemanha, o médico Robert Koch (1843-1910) estudou o problema do
carbúnculo hemático, que é uma doença do gado bovino, caprino e, às vezes, do
homem. Ele descobriu os bacilos típicos com extremidades cortadas em ângulos
retos, no sangue de animais mortos pela infecção carbunculosa. Inoculou as
bactérias em meios de cultura, em seu laboratório, examinou-as ao microscópio
para estar seguro de que apenas uma espécie tinha se desenvolvido e injetou-as
em outros animais para verificar se estes se tornavam doentes e desenvolviam os
sintomas clínicos do carbúnculo hemático. A partir destes animais experimentais,
Koch isolou micróbios iguais aos que tinha encontrado originalmente nos carneiros
infectados. Esta foi a primeira vez que uma bactéria foi comprovada como causa de
uma doença animal.
A partir disto foram estabelecidos os postulados de Koch:
1) Um microrganismo específico pode sempre ser encontrado em associação
com uma dada doença.
2) O organismo pode ser isolado e cultivado, em cultura pura, no laboratório.
3) A cultura pura produzirá a doença quando inoculada em animal sensível.
4) É possível recuperar o microrganismo, em cultura pura, dos animais
experimentalmente infectados.
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Fase Lag
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colocadas em um novo meio de cultura. Este período é chamado de Fase Lag que
pode ser estender por horas a vários dias.
Fase Log
Fase Estácionaria
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REPRODUÇÃO EM BACTÉRIAS
As bactérias se reproduzem por fissão binária transversa, que havendo a
replicação do cromossomo a bactéria desenvolve uma parede celular transversa,
dividindo-a em duas células. Assim, a parede transversa forma como uma
invaginação da membrana plasmática e da parede celular. Quando a nova parede
formada não se separa completamente em duas paredes, pode-se formar uma
cadeia (ou filamento) de bactérias. Existem outras formas de reprodução, como a
TRANSFORMAÇÃO, onde a bactéria absorve fragmentos de material genético de
outra bactéria se rompeu. Na CONJUGAÇÃO duas bactérias geneticamente
diferentes, mas da mesma espécie, trocam material genético de forma direta, em
Escherichia coli formam um pelo oco chamado de pêlo F ou pêlo sexual que servirá
para a troca do DNA. Já na TRANSDUÇÃO há a participação de um vetor, o
bacteriófago – um vírus, que levará o Quando o bacteriófago entra numa célula
bacteriana, o DNA do vírus mistura-se com uma parte do DNA bacteriano, de modo
que o vírus agora carrega esta parte do DNA. Se o vírus infecta uma segunda
bactéria, o DNA da primeira bactéria pode misturar-se com o DNA da segunda
bactéria.
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pH A maioria das espécies bacterianas pode crescer em meios cujo pH esteja entre
5 e 9, faixa na qual encontra-se a maior parte dos ambientes naturais. A maioria das
bactérias não crescem em valores de pH com uma unidade acima ou abaixo do seu
pH ótimo. Quanto à tolerância ao pH, as bactérias podem ser classificadas em três
categorias: neutrófilas, acidófilas e alcalinófilas. Bactérias neutrófilas crescem em
faixas de pH entre 5,4 a 8,5.
A maioria das bactérias apresenta um crescimento ótimo em ambientes cujo
pH se aproxima da neutralidade. A maioria das bactérias patogênicas está incluída
nessa categoria. Bactérias acidófilas crescem em faixas de pH extremamente
baixos, entre 0,1 e 5,4, como a bactéria Helicobacter pylori que pode colonizar a
parede estomacal. Bactérias alcalinófilas crescem em faixas de pH entre 8,5 e 11,5.
A bactéria Vibrio cholerae apresenta um crescimento ótimo em pH 9.
Oxigênio A capacidade de crescer na presença ou ausência de oxigênio
divide as bactérias em cinco grupos: aeróbicas estritas, microaerófilas, anaeróbicas
facultativas, anaeróbicas aerotolerantes, anaeróbicas estritas.
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Otite média
Otite média aguda (OMA): S. pneumoniae, H. influenzae e M. catarrhalis
são os principais agentes etiológicos das OMAs bacterianas, responsáveis por
80% das cepas bacterianas isoladas.
Causas menos frequentes de OMA incluem Streptococcus pyogenes do
Grupo A (GAS) também conhecidos como estreptococos beta-hemolíticos do grupo
A (EBHGA), S. aureus, Turicella otitidis, Allioicoccus otitis, Chlamydia spp.,
Staphylococcus epidemidis e vários bacilos Gram-negativos (por exemplo,
Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, Pseudomonas aeruginosa e Proteus spp.).
Foram recuperados vírus no fluído da orelha média de 14.3% das crianças.
Foram isolados anaeróbios de 5-15% das orelhas com infecção aguda e
de 42% dos aspirados com cultura positiva de otite média serosa (secretora ou
com efusão).
Foram também recuperados Peptostreptococcus spp. e Propionibacterium
acnes, predominantes em otite aguda e com efusão, além de bacilos anaeróbios
Gram-positivos (BAGP) em otite média com efusão.
A otite média persistente pode se tornar crônica.
Os anaeróbios recuperados na OMA são sensíveis aos antibióticos beta-
lactâmicos usados para tratar OMA. O trimetoprim/sulfametoxazol (TMP/SMX),
entretanto, é eficaz contra apenas 50% das cepas de Peptostreptococcus spp., o
anaeróbio mais frequentemente isolado na OMA.
Otite média crônica (OMC) e colesteatoma: Os aeróbios isolados mais
comuns são Pseudomonas aeruginosa e S. aureus (inclusive S. aureus resistente à
meticilina - MRSA). Foram isolados anaeróbios de cerca de 50% dos pacientes com
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Mastoidite
Mastoidite aguda: S. pneumoniae, Streptococcus pyogenes do Grupo
A (GAS), S. aureus, H. influenzae são os microorganismos comumente
recuperados. As cepas isoladas raramente incluem P. aeruginosa e outros
bacilos Gram- negativos aeróbios, anaeróbios e Mycobacterium tuberculosis.
O tratamento é orientado por culturas e inclui antimicrobianos
parenterais e miringotomia com tubo de timpanostomia. São adequados
cefuroxima, ceftriaxona ou a associação de penicilina mais um inibidor da
beta-lactamase (por exemplo, ticarcilina mais clavulanato).
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Sinusite
Sinusite aguda: As bactérias recuperadas das crianças com sinusite
aguda purulenta adquirida na comunidade são os patógenos respiratórios
comuns (S. pneumoniae, H. influenzae, M. catarrhalis e GAS) e o S. aureus.
O S. aureus é um patógeno comum na sinusite esfenoidal.
A infecção é polimicrobiana em cerca de um terço dos casos.
Quando são utilizados métodos adequados para a sua recuperação, os
anaeróbios são responsáveis por cerca de 8% dos isolamentos e são
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metade dos pacientes, nos estudos nos quais foram utilizados métodos adequados
para a sua recuperação.
Os microorganismos anaeróbios são isolados de até 67% das crianças e dos
adultos com sinusite crônica maxilar, etmóide e frontal e exacerbação aguda de
sinusite crônica. Um número médio de três anaeróbios e dois aeróbios foi
recuperado em cada cavidade sinusal em pacientes com estas infecções.
Os anaeróbios predominam na sinusite maxilar crônica associada à infecção
odontogênica
A sinusite persistente que não responde a antimicrobianos pode- se tornar
crônica, com a emergência de bactérias anaeróbias e aeróbias resistentes.
O aparecimento gradual desta flora bacteriana foi demonstrado numa série
de cinco pacientes, que foram submetidos a aspirações endoscópicas repetidas das
cavidades paranasais maxilares num período de 34-50 dias.
A sinusite crônica causada por anaeróbios é causa de preocupação
particular, porque muitas das complicações (por exemplo, formação de mucocele,
osteomielite, abscesso intracraniano) estão associadas ao isolamento destes
microorganismos.
Os antimicrobianos usados no tratamento da sinusite crônica devem
ser eficazes contra bactérias produtoras de beta-lactamase (BPBL) aeróbias e
anaeróbias; estes antimicrobianos incluem a clindamicina, a associação de
metronidazol e uma penicilina ou um macrolídeo ou a associação de penicilina e
um inibidor da beta-lactamase ou as “novas” quinolonas (apenas para adultos com
cobertura contra anaeróbios), como, por exemplo, a moxifloxacina. Todos estes
agentes (ou similares) estão disponíveis em formas orais e parenterais.
Outros agentes eficazes estão disponíveis apenas na forma parenteral (por
exemplo, cefoxitina, carbapenêmicos). Se microorganismos Gram-negativos, tais
como a P. aeruginosa, estiverem envolvidos, acrescentar tratamento parenteral com
aminoglicosídeos, uma cefalosporina de quarta geração (cefepima ou ceftazidima)
ou tratamento oral ou parenteral com uma fluoroquinolona (apenas em pacientes
pós-púberes). Pode ser necessário tratamento para S. aureus (inclusive MRSA).
A duração do tratamento é de pelo menos 21 dias e pode ser estendida por
até três meses. A sinusite por fungos pode ser tratada através de debridamento
cirúrgico e antifúngicos.
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Faringotonsilite (FT)
Os patógenos implicados na FT são os estreptococos dos grupos A, B,
C e D, Neisseria gonorrhoeae, Neisseria meningitides, Corynebacerium
diphtheriae, Corynebacterium hemolyticum e Arcanobacterium hemolyticum.
Evidências indiretas apoiam o envolvimento de anaeróbios na tonsilite aguda e
crônica. Os anaeróbios associados à FT são: Fusobacterium spp., BAGN e
Peptostreptococcus spp.
O papel patogênico dos anaeróbios no processo inflamatório agudo e crônico
das tonsilas está embasado em vários achados clínicos e laboratoriais: o seu
papel importante nas complicações das tonsilites, tais como tromboflebite das veias
jugulares internas, o que frequentemente causa sepse pós-angina, o seu
isolamento em 25% dos nodos linfáticos cervicais supurados, associados à
presença de infecções dentárias ou tonsilares, a sua recuperação em infecções
polimicrobianas de abscessos tonsilares, peritonsilares ou retrofaríngeos, em muitos
casos sem qualquer bactéria aeróbia, o isolamento de anaeróbios das tonsilas na
angina de Vincent, a recuperação de Prevotella pigmentada e de Porphyromonas
spp. em tonsilas com inflamação aguda, o isolamento de anaeróbios do núcleo de
tonsilas recorrentemente inflamadas sem o GAS e a resposta a antimicrobianos em
pacientes com tonsilite não produzida pelo GAS.
Além disso, pode ser detectada resposta imune contra a P. intermedia em
pacientes com tonsilite não causada pelo GAS; e uma resposta imune pode
também ser detectada contra a P. intermedia e o F. nucleatum em pacientes
que se recuperaram de celulite ou de abscesso peritonsilar43 e de
mononucleose infecciosa.
A incapacidade crescente da penicilina de erradicar o Streptococcus
pyogenes do Grupo A (GAS) também conhecido com estreptococo beta-hemolítico
do Grupo A (EBHGA) é um problema clínico importante. Estudos recentes
mostraram que a penicilina não erradicou o GAS em faringite de início agudo em
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35% dos pacientes tratados com penicilina V oral e em 37% dos pacientes que
receberam penicilina intramuscular.
Várias teorias foram apresentadas para explicar esta falha da penicilina, que
pode levar a FT recidivante. Alguns postulam que interações bacterianas entre o
GAS e membros da flora bacteriana faringotonsilar explicam essas falhas. Estas
explicações incluem a proteção do GAS das penicilinas pelos aeróbios (por
exemplo, S. aureus, H. influenzae) e pelos anaeróbios (BAGN) produtores de beta-
lactamases, que colonizam a faringe e a tonsila, a ausência de microorganismos da
flora normal que interferem no crescimento do GAS. E a internalização do GAS
(sobrevive nas células epiteliais, escapando da erradicação pelas penicilinas) e a
coagregação entre M. catarrhalis e o GAS também explicam a falha da penicilina.
Embora os antibióticos que não são do grupo das penicilinas sejam mais
eficazes na cura clínica e bacteriológica da FT pelo GAS, as penicilinas são ainda
recomendadas em algumas diretrizes como o antibiótico de escolha pela relação
ótima de custo-benefício. Os antibióticos que se acredita sejam tão ou mais eficazes
incluem as cefalosporinas, a lincomicina, a clindamicina, os macrolídeos e
amoxicilina-clavulanato.
Alguns destes agentes foram mais eficazes do que a penicilina na FT aguda
(cefalosporinas, macrolídeos) e outros na FT recidivante pelo GAS (lincomicina,
clindamicina e amoxicilina-clavulanato).
A falha da penicilina no tratamento da tonsilite recidivante e crônica é ainda
maior do que a falha no tratamento da infecção aguda. Vários estudos clínicos
demonstraram a superioridade da lincomicina, da clindamicina e da amoxicilina-
ácido clavulânico ou de um macrolídeo (por exemplo, a eritromicina) mais
metronidazol sobre a penicilina. Estes agentes antimicrobianos são eficazes contra
aeróbios e os anaeróbios BPBL e o GAS na erradicação de infecção tonsilar
recidivante. O encaminhamento de um paciente para tonsilectomia por causa de FT
recidivante pelo GAS deve ser considerado apenas após estas modalidades
terapêuticas terem falhado.
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Parotidite e sialadenite
A glândula parótida é a glândula salivar mais comumente acometida
por inflamação. Os patógenos mais comuns associados à parotidite e à
sialadenite agudas são o S. aureus e as bactérias anaeróbias.
Os anaeróbios predominantes incluem BAGN, Fusobacterium spp. e
Peptostreptococcus spp. Também foram descritos o Streptococcus spp.
(inclusive S. pneumoniae) e bacilos Gram-negativos (inclusive E. coli)53,54. Os
microorganismos Gram-negativos são comumente vistos em pacientes
hospitalizados.
Os microorganismos menos frequentemente encontrados são Arachnia,
H. influenzae, K. pneumoniae, Salmonella spp., P. aeruginosa, Treponema
pallidum, o bacilo da doença de arranhadura de gato e Eikenella corrodens.
São causas raras de parotidite o Mycobacterium tuberculosis e as
micobactérias atípicas.
O tratamento inclui manutenção da hidratação e administração de
antimicrobianos por via parenteral. Se o abscesso já estiver formado, é necessário
fazer uma drenagem cirúrgica. A escolha dos antimicrobianos depende do agente
etiológico. Os antimicrobianos devem ser prescritos para erradicar os
microorganismos predominantes causadores destas infecções. Para assegurar
que o tratamento seja individualizado, devem ser colhidas amostras adequadas do
local infectado, que serão processadas para identificar bactérias aeróbias e
anaeróbias.
A maioria dos pacientes responde adequadamente ao tratamento
antimicrobiano apropriado; entretanto, se o abscesso já estiver formado, será
necessária a drenagem cirúrgica.
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Síndrome de Lemièrre
Esta síndrome é uma complicação rara de infecções orais, mas representa
grave risco de morte, particularmente nos casos que resultam em infecção do
espaço faríngeo lateral. Caracteriza-se por trombose e tromboflebite supurada da
veia jugular interna, sendo associada à propagação de êmbolos sépticos para os
pulmões e para outros locais. Antes da disponibilidade de agentes antimicrobianos,
a morte era uma decorrência comum, a não ser que os pacientes fossem tratados
através de ligação cirúrgica dessa veia.
O gênero predominante é o Fusobacterium e a espécie com maior
prevalência é a F. necrophorum. Outras bactérias do gênero Fusobacteria incluem
nucleatum, Fusobacterium gonidiaforum e Fusobacterium varium. Outros
microorganismos recuperados isoladamente ou em associação incluem
Prevotella pigmentada, Bacteroides spp. e Peptostreptococcus spp.
A drenagem cirúrgica das coleções purulentas é obrigatória. A seleção de
antimicrobianos é semelhante à descrita para abscessos profundos do pescoço.
Considerações sobre o uso de antimicrobianos no tratamento de infecções
polimicrobianas aeróbias e anaeróbias do trato respiratório superior (TRS) e de
cabeço e pescoço.
O controle ambiental é conseguido pelo debridamento dos tecidos necrosados,
pela drenagem do pus, pela melhora da circulação, pelo alívio das obstruções e pelo
aumento da oxigenação dos tecidos. Oxigênio hiperbárico (OHB) também pode ser
útil.
O tratamento cirúrgico é o mais importante e, algumas vezes, é a única forma
necessária de tratamento em muitos casos, enquanto que, em outros, é um
adjuvante essencial à abordagem clínica. É usado para drenar abscessos, para
debridar tecidos necrosados, para descomprimir infecções em espaços fechados,
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